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A Segunda Geração do Romantismo


O Romantismo compôs-se de três fases:
A chamada primeira geração, na qual os escritores se empenharam em redefinir a literatura como sendo genuinamente nacionalista, voltada para as origens indígenas e para as questões culturais, como língua, etnia, religião e tradições de uma forma geral.

A segunda geração baseou-se em uma arte totalmente voltada para o desapego a este nacionalismo e “mergulhou” em um exacerbado sentimentalismo e pessimismo doentio como forma de escapar da realidade e dos problemas que assolavam a sociedade na época.

E, por último, a terceira geração que foi aquela mais voltada para o “social”, muito difundido pelo poeta Castro Alves com sua obra “Navio Negreiro”, a qual faz alusão à época da escravidão aqui no Brasil. Os poetas pertencentes a esta geração foram muito influenciados pela figura do pássaro Condor, simbolizando a liberdade de uma forma geral. Razão pela qual a poesia é também chamada de condoreira, com raízes no famoso escritor francês Vitor Hugo.

E para falarmos mais especificamente sobre a segunda geração, é de fundamental importância sabermos que os autores nela consagrados sofreram influências do poeta inglês Lord Byron, autor de uma criação poética agressiva contra a sociedade e que a figura do poeta confundia-se com a de seus heróis – melancólicos - misteriosos e sombrios.

Também conhecida como Mal do século, a segunda geração romântica foi caracterizada pelo extremo subjetivismo, onde o culto ao “eu” revelava um extremo egocentrismo que culminava com o sentimento de morte, dúvida e obscuridade.
As principais figuras artísticas que se destacaram neste período foram: Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela.

Todos estes poetas não conseguiram atingir a plenitude de sua juventude, pois morreram precocemente atingidos pelas patologias advindas do modo de vida que levavam. Devido ao pessimismo já mencionado anteriormente, eles preferiam os lugares escuros, sombrios, úmidos para se estabelecerem, e ainda eram boêmios noturnos assíduos e tinham a bebida como foco principal, uma vez que esta funcionava com válvula de escape para os mesmos.

A temática pregada por eles baseava-se no sonho, no devaneio, o amor era aquele platônico, a mulher era vista como uma figura inatingível, impalpável, vista mais no plano espiritual do que no material.

Vejamos agora uma poesia de Álvares de Azevedo:

Soneto (Álvares de Azevedo)

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!


Aqui podemos perceber a figura da mulher vista como algo intocável, desejada somente em sonho e jamais conquistada, pois predomina o sentimento de evasão, de falta de autenticidade.

Autora: Vânia Duarte - Graduada em Letras
Fonte: Brasil Escola

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