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Parnasianismo no Brasil


Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac – a tríade brasileira do Parnasianismo. 



O Parnasianismo tem seu marco inicial com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias, em 1882. Contudo, Alberto de Oliveira, Olavo Bilac e Raimundo Correia também auxiliaram a implantação do Parnasianismo no Brasil. 

A estética parnasiana, originada na França, valorizava a perfeição formal, o rigor das regras clássicas na criação dos poemas, a preferência pelas formas fixas (sonetos), a apreciação da rima e métrica, a descrição minuciosa, a sensualidade, a mitologia greco-romana. Além disso, a doutrina da “arte pela arte” esteve presente nos poemas parnasianos: alienação e descompromisso quanto à realidade. 

Contudo, os parnasianos brasileiros não seguiram todos os acordos propostos pelos franceses, pois muitos poemas apresentam subjetividade e preferência por temas voltados à realidade brasileira, contrariando outra característica do parnasianismo francês: o universalismo. 

Os temas universais, vangloriados pelos franceses, se opunham ao individualismo romântico, que revelava aspectos pessoais, desejos, aflições e sentimentos do autor. 

Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo. 

No Brasil, os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac e Raimundo Correia. 

O poema “Profissão de fé” de Olavo Bilac é uma representação da estética parnasiana no Brasil: 
Veja um trecho: 

(...) 
E horas sem conta passo, mudo, 
O olhar atento, 
A trabalhar, longe de tudo 
O pensamento. 

Porque o escrever – tanta perícia 
Tanta requer, 
Que ofício tal... nem há notícia 
De outro qualquer. 

Assim procedo. Minha pena 
Segue esta norma, 
Por servir-te, Deusa serena, 
Serena Forma! 

Vemos nas estrofes acima aspectos parnasianos, como “a arte pela arte”: o poeta deixa claro que a arte poética exige do autor o afastamento quanto ao que acontece no mundo. 

Ainda vemos a exaltação e procura por um rigor técnico, purismo na forma: o poeta diz que escrever requer muita perícia, cuidado e engrandece a estética formal “Serena Forma”. 

Além disso, observamos no poema a forma fixa dos sonetos, a rima rica e a perfeita ou rara em contraposição aos versos livres e brancos dos poetas românticos.


Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

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