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Cartografia

A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre, tendo como produto final o mapa. Ou seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas. Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de diversas informações, como símbolos, cores, entre outros elementos. A cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante na educação contemporânea, tanto para as pessoas atenderem às necessidades do seu cotidiano quanto para estudarem o ambiente em que vivem.

Mapas e Cartas

Mapa - É a representação do globo terrestre, ou de trechos de sua superfície, sobre um plano, indicando fronteiras políticas, características físicas, localização de cidades e outras informações geográficas, sócio-políticas ou econômicas. Os mapas, normalmente, não tem caráter técnico ou científico especializado, servindo somente para fins ilustrativos ou culturais e exibindo suas informações por meio de cores e símbolos.

Carta - É também, uma representação da superfície terrestre sobre um plano, mas foi especialmente traçada para ser usada para ser usada em navegação ou outra atividade técnica ou científica, servindo não só para ser examinada, mas principalmente para que se trabalhe sobre ela na resolução de problemas gráficos, onde os principais elementos serão ângulos e distâncias, ou na determinação da posição, através das coordenadas geográficas (latitude e longitude).

Ou seja, Mapas tem finalidade ilustrativa, como por exemplo um "Mapa Turístico". Às vezes, nem se quer tem sistema de coordenadas, e a escala é aproximada. Já as Cartas permitem medições precisas de distâncias e direções(azimutes). Podem inclusive ser temáticas (Carta topográfica, gravimétrica, geológica, etc).

Coordenadas


O mapa serve não só para dar uma idéia do terreno, mas para identificar pontos dentro dele. Para isso, os pontos do mapa podem ser referenciados por suas coordenadas cartesianas. As coordenadas podem ser angulares (graus, minutos e segundos) ou métricas (com o metro como unidade).






Latitude e Longitude


Latitude - No sistema de coordenadas angulares, o ângulo “vertical” entre o equador e o paralelo que passa sobre o ponto, é chamado de latitude. (Macete: Lembre-se do cachorro: quando ele late, abre/fecha a boca no mesmo sentido). Se o ponto está ao Norte do Equador, tem latitude positiva. Se estiver ao Sul do Equador, tem latitude negativa.


Longitude - É a distância angular entre o meridiano de Greenwich e o meridiano que passa sobe o ponto visado. Imaginando-se o planisfério onde a Inglaterra ocupa o centro do mapa, o que estiver à oeste (esquerda) de Greenwich, tem longitude negativa. O que estiver à Leste (direita) tem longitude positiva.


Portanto, quase todo o território brasileiro tem coordenadas duplamente negativas. Pra não ficar muito feio, é comum registrar as coordenadas com o prefixo da direção (N, S, E, W).


Por exemplo, um ponto em Brasília com coordenadas (-15º 48' 11.5" -48º 03'57.2") pode ser registrado como (15º 48' 11.5" S 48º 03'57.2" W), bem mais legível né! É um ponto à 15 graus ao sul do equador, e a 48 graus a oeste de Greenwich.


Escala


É a relação que expressa a diferença de grandeza entre as feições no terreno e como elas aparecem no mapa.


A escala pode ser gráfica ou numérica. A escala gráfica tem a aparência de uma régua que mostra o tamanho no terreno de um segmento de reta no mapa.


É sempre uma fração que tem: o número “1” como numerador, indicando uma unidade de comprimento no mapa (Ex: cm, mm, polegada). Um número muito maior que 1 como denominador, indicando quantas unidades no terreno equivalem uma unidade no mapa.


Assim, uma escala 1:100.000 (lê-se "um para 100 mil"), indica que:
1cm no mapa equivale a 100.000cm no terreno;


Como um metro tem 100cm, então podemos também expressar assim:
1cm no mapa equivale a 1000m


Como 1000m = 1km, podemos expressar também
1cm no mapa equivale a 1km



Projeções cartográficas

Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo. Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção. No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as partes da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os pólos, criando grandes deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.

Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.
A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluindo e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos pólos com as de perto do equador, como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações, classifica-se cada tipo de projeção de acordo com a característica que permanece correta. Temos então:

Projeções eqüidistantes = distâncias corretas
Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos continentes
Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a proporção entre as áreas

Os três principais tipos de projeção são:

Cilíndricas: consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta centrada na Europa.

Cônicas: é a projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado. São mais usadas para representar as latitudes médias, pois apenas as áreas próximas ao Equador aparecem retas.

Azimutais: é a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista). Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções deformam áreas distantes desse ponto de vista central. São bastante usadas para representar as áreas polares.


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