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Síndrome miofascial


A síndrome miofascial, também chamada de síndrome dolorosa miofascial, é uma das causas mais comuns de dor músculo-esquelética e consiste em uma disfunção neuromuscular local que se caracteriza por apresentar áreas sensíveis em bandas musculares tensas ou contraturadas que geram dor em regiões afastadas ou circunvizinhas. Esta dor miofascial pode ser oriunda de um único músculo ou pode abranger diversos músculos, levando a padrões distintos de dor.

A prevalência desta síndrome na população é de difícil determinação, uma vez que os critérios de diagnóstico são clínicos e dependem do achado de pontos-gatilho e de bandas de tensão, sendo necessário um treinamento do profissional para que esta síndrome seja identificada. Também é preciso excluir moléstias associadas ou afecções de base da síndrome dolorosa miofascial.

O ponto-gatilho é definido como um local irritável, situado próximo a uma estrutura mole, mais comumente no músculo, que se é caracterizado por baixa resistência e pela alta sensibilidade quando comparada a outras áreas. Quando este ponto é estimulado com pressão moderada por mais de 30 segundo, aparece a dor referida.

Diz-se que o ponto-gatilho é ativo quando é um o foco de hiperirritabilidade sintomática no músculo ou fáscia muscular com padrão de dor referida, ou seja, dor espontânea ou ao movimento, apresentando redução da amplitude de movimentos, redução da força, dor à palpação e bandas tensas.

Existem diversas causas distintas capazes de desencadear a síndrome miofascial, como: traumas, tanto macro quanto microtraumas; infecções ou inflamações causas por determinada patologia; alterações biomecânicas apendiculares; distensão crônica; esfriamento da musculatura fatigada; miosite aguda; isquemia visceral; lesões localizadas de músculos, articulações e ligamentos; patologias viscerais; desequilíbrio endócrino; prolongada exposição ao frio; deficiência de vitamina C, do complexo B, de cálcio e potássio; anemia; baixa taxa metabólica; creatinúria; estresse emocional; tensão; dentre outros.

O diagnóstico desta síndrome é essencialmente clínico. Deste modo, alguns pesquisadores estabeleceram componentes que podem ser utilizados como critério diagnóstico, que são:


  • Queixa de dor regional;
  • Queixa dolorosa ou alteração sensorial na distribuição de dor referida;
  • Banda muscular tensa palpável;
  • Ponto dolorido na banda muscular;
  • Restrição de alguns graus de amplitude de movimento.


Embora estes critérios sejam os principais, existem outros menores que também são utilizados no diagnóstico. São eles:


  • Queixa ao pressionar o ponto;
  • Contração durante inserção de agulha ou palpação transversal do ponto na banda;
  • Melhora da dor quando o músculo em questão é estirado.


É de extrema importância que o médico realiza uma anamnese detalhada, colhendo informações sobre o histórico dos eventos precipitantes, duração da dor e atividades que o paciente realiza no dia-a-dia. O exame físico também é de grande importância, já que pela palpação da musculatura é possível identificar pontos sensíveis e endurecidos, que são os pontos-gatilho.

O tratamento da síndrome miofascial visa eliminar ou minimizar a dor gerada pelo ponto-gatilho, em associação com terapias físicas, exercícios de alongamento, uso de medicamentos, tratamento da etiologia quando possível e observação do paciente em seu ambiente biopsicosocial.

Uma prática muito usada é a injeção no ponto-gatilho, objetivando eliminar os mesmos e, consequentemente, as bandas musculares tensas, reduzindo ou minimizando a dor, aumentando a amplitude de movimento, impossibilitando que estes nódulos se tornem fibróticos e resistentes ao tratamento ou fazendo com que as recidivas sejam freqüentes.

Fonte: InfoEscola

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