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Elementos e Fatores Climáticos


Antes de falar sobre os fatores climáticos é bom esclarecer uma dúvida constante para muitos estudantes: a diferença entre tempo e clima.

Na verdade, muitos cometem este equívoco, até mesmo os profissionais da seção telejornalística do quadro Previsão do Tempo já cometeram. 

Tempo é o estado momentâneo da atmosfera, ou seja, ele é passageiro, sujeito a mudanças a qualquer instante.

Exemplo: O tempo estava bom na parte da manhã, mas - no início da tarde - começou a chover.

Já o clima se refere ao comportamento da atmosfera ao longo do ano. 

Ao ser definido o clima de uma região, as condições atmosféricas foram observadas em um período, segundo os especialistas, de cerca de 30 anos. 

Exemplo: No Sertão Nordestino, o clima é quente e seco, enquanto que na região Amazônica é quente e úmido (clima equatorial).



Como afirma AYOADE (1991), “o clima apresenta uma generalização, enquanto o tempo lida com eventos específicos”.

Antes mesmo de falar sobre os fatores é bom descrever, primeiramente, os elementos atmosféricos (ou climáticos) que sofrem a influência e se modificam em função da ocorrência dos primeiros.


Elementos atmosféricos ou climáticos (ou fenômenos atmosféricos): São os elementos que interferem e caracterizam as condições do tempo. São eles: temperatura, umidade do ar, chuva, vento, pressão atmosférica etc.

Fatores climáticos: Influenciam e modificam a dinâmica dos elementos atmosféricos, que vão caracterizar o clima de uma determinada região. Os fatores climáticos são: latitude, altitude, continentalidade, maritimidade, massas de ar, correntes marítimas, disposição do relevo etc.






Elementos Atmosféricos (ou Climáticos):

. Temperatura Atmosférica: Define-se como o grau de calor existente no ar atmosférico. Este é proveniente da radiação solar, ou seja, a fonte responsável pelo calor, pela temperatura na Terra é o Sol.
Contudo, uma parte ao atingir a superfície terrestre é absorvida pelas terras emersas (continentes e ilhas) e os oceanos, enquanto a outra é refletida e retorna à atmosfera.

Observem o esquema abaixo:

Imagem capturada na Internet (Fonte: Colégio Espírito Santo - UFRGS)
. Umidade do Ar: Refere-se à quantidade de vapor de água existente no ar. A atmosfera tem uma grande capacidade de conter água, porém esta é limitada.

Quando o seu limite de saturação é atingido, equivale dizer que a umidade relativa do ar é de 100%. Neste ponto de saturação de água é que ocorrem as chuvas ou outros tipos de precipitações, como as sólidas (neve e granizo).

A umidade do ar é registrada até mesmo em áreas desérticas, no entanto, esta se mostra bem baixa sob as condições climáticas dos desertos ou semi-áridas. Não existe ar totalmente seco, o que ocorre é baixa umidade do ar.

. Precipitações Atmosféricas: As precipitações ocorrem quando há queda de água, seja no estado líquido ou sólidos, sobre a superfície terrestre. Sendo assim, as precipitações podem ocorrer sob a forma de chuvas (precipitação pluvial), neves (precipitação nival) e granizos.

Não resta dúvida que a chuva é a mais comum de todas e a mais abundante na superfície terrestre. Ela resulta da conjunção de dois fatores, isto é, a umidade elevada do ar (ponto máximo de saturação) e a queda da temperatura da atmosfera, capaz de formar nuvens e, logo depois, ocorrer a precipitação pluvial.

As precipitações pluviais podem ser de três tipos, a saber:

. Chuva Convectiva ou de Convecção (ou de verão): ocorre quando o ar quente se ascende verticalmente, resfriando-se em contato com as camadas mais frias da atmosfera e se precipita sob a forma de chuva.




. Chuva Orográfica ou de Relevo: ocorre quando a disposição de um relevo forma um obstáculo à passagem do ar. Com isso ocorre a ascensão e o resfriamento do ar, que se condensa, forma nuvens e precipita-se sob a forma de chuva em um flanco do relevo.



. Chuva Frontal: ocorre quando há o encontro de uma massa de ar frio com uma massa de ar quente. Este encontro forma a frente fria, pois o ar quente, por ser mais leve, ascende e ao se resfriar nas camadas mais altas da atmosfera, condensa-se e se precipita em forma de chuva.



As precipitações sólidas são:

. Neve: Ocorre em condições de temperaturas baixas, como nas regiões de clima frio e temperado. A temperatura fria impede a fusão dos cristais (água congelada) formados pelo vapor de água na atmosfera e estes se precipitam sob a forma de neve (cristais de gelo).



         Imagem capturada na Internet (Fonte: Paris a la Carte)



. Granizo: Conhecido popularmente como “chuva de pedras”, este tipo de precipitação ocorre, em geral, durante os temporais, que se encontram associados às nuvens do tipo “cumulonimbus”. 

As nuvens “cumulonimbus” se desenvolvem verticalmente, podendo atingir alturas de até 1.600 m. Intensas correntes ascendentes e descendentes ocorrem em seu interior.

As gotas de chuva no interior dessas nuvens, ao ascenderem sob o efeito das correntes verticais, se congelam ao atingirem as regiões mais elevadas.


                                 Imagem capturada na Internet (Fonte: Cultura Mix.com)


. Pressão Atmosférica: corresponde ao peso do ar, pois a atmosfera exerce uma pressão sobre a superfície terrestre e sobre tudo que existe nela.

A pressão atmosférica varia de acordo com a altitude e a temperatura. 

No caso da altitude, quanto menor a altitude, maior será a pressão atmosférica (o peso do ar) e, nas áreas de altitudes mais elevadas, o inverso ocorre, pois o ar é mais rarefeito (ar pouco denso, com baixa concentração de oxigênio), ou seja, a pressão atmosférica é menor.

Quanto à temperatura, a variação da pressão atmosférica ocorre da seguinte maneira: em áreas quentes há dilatação do ar, isto é, ele se expande e, com isso, pesa menos (pressão atmosférica menor). Em áreas mais frias, o ar se contrai, ficando mais pesado e exercendo maior pressão. 

As zonas Polares são áreas de alta pressão atmosférica, enquanto a zona Tropical (ou Intertropical) é de baixa pressão.

A pressão atmosférica é o principal responsável pela formação dos ventos (ar em movimento), pois estes são gerados e se deslocam das áreas de alta pressão (onde existe mais ar e é mais frio/áreas anticiclonais) para as áreas de baixas pressões atmosféricas (menos ar e mais quente/ áreas ciclonais).




Áreas Ciclonais (Baixa Pressão) e Anticiclonais (Alta Pressão)
 Imagem capturada na Internet (Fonte: Fernando Dannemann



. Ventos: trata-se do ar em movimento. E a sua movimentação depende das diferenças de temperaturas entre as zonas climáticas, nas quais se formam as áreas de alta e baixa pressão, responsáveis pela circulação geral do ar, como foi citado no elemento anterior.





. Fatores Climáticos:

Latitude: corresponde à distância medida (em graus) de um ponto qualquer da Terra em relação à linha do equador (0ᵒ).

Em função de sua forma esférica (geóide) e do seu eixo inclinado, nem a luz solar e nem o calor são distribuídos de forma homogênea na superfície terrestre.

Como sabemos, a região da linha do equador é a mais iluminada e a mais quente do planeta e, em função disso, conforme nos afastamos desta, indo em direção às zonas polares, a temperatura diminui. Ou seja, a temperatura diminui na medida em que nos afastamos das áreas de baixa latitude indo para as de altas latitudes. 

A inclinação do eixo da Terra é a responsável direta pelas diferentes estações do ano, pois faz com que os raios de Sol atinjam o planeta de forma desigual em cada uma delas, alterando significativamente o clima.

A relação entre a latitude X radiação solar vai definir as cinco Zonas Térmicas ou Domínios Climáticos da Terra. Cada qual com características climáticas distintas que vão influenciar diretamente na vegetação, no solo, na hidrografia e, inclusive, em termos de ocupação humana (densidade demográfica). 

Zonas Térmicas da Terra - Imagem capturada na Internet (Fonte: Geografia Net


Altitude: refere-se à distância vertical medida entre um ponto qualquer da Terra em relação ao nível do mar.

Quanto maior a altitude, menor será a temperatura. A temperatura diminui em média 1ᵒC a cada 200 metros de altitude.

Além da radiação solar, nas áreas de baixa altitude, a atmosfera mais densa retém e conserva o calor por mais tempo. Enquanto que, nas áreas de altitude elevada, o ar é mais rarefeito e, por isso, apresenta menor capacidade de conservar o calor do Sol.



                           Imagem capturada na Internet (Fonte: Mergulho e Altitude)



. Massas de Ar

São porções, extensas e espessas, da atmosfera que apresentam as mesmas ou parte das características peculiares das regiões onde foram formadas, seja em termos de temperatura, umidade e pressão.

Devido à ocorrência de áreas de alta e baixa pressão atmosférica, elas se encontram em constante movimento e, em consequência disso, são as grandes responsáveis pela mudança de tempo, aonde chegam, assim como sobre as condições climáticas.

Como vimos, anteriormente, o ar está sempre em movimento em consequência das diferenças de pressão atmosférica. Vimos também que o vento é, na verdade, o ar em movimento, ou seja, o deslocamento do ar de um ponto para outro.

E este deslocamento ocorre sempre de uma zona de alta pressão (fria/área anticiclonal) para uma zona de baixa pressão (quente/área ciclonal).

Sendo assim, as zonas de alta pressão atmosférica são dispersoras de ventos, enquanto as de baixa pressão são receptoras de ventos.

De acordo com as regiões, aonde foram formadas, as massas de ar podem ser três tipos principais, a saber:

.Massas Polares (P):

Local de origem (onde são formadas): Regiões Polares (Ártica e Antártica);

Subtipos: Polar marítima (pm) e Polar continental (pc);

Características Principais: Ao chegarem, elas causam queda de temperatura.

                             Polar marítima (fria, úmida e instável);

                             Polar continental (fria, seca e estável).

. Massas Tropicais (T):

Local de origem (onde são formadas): Regiões próxima aos trópicos de Câncer e de Capricórnio);

Subtipos: Tropical marítima (tm) e Tropical continental (tc);

Características PrincipaisTropical marítima (quente e úmida);

                                                          Tropical continental (quente e seca).



. Massas Equatoriais (E):

. Local de origem: região da linha do equador;

Subtipos: Equatorial marítima (em) e Equatorial continental (ec);

Características Principais: Equatorial marítima (quente e úmida);

                                                          Equatorial continental (quente e úmida).


Ao encontro de duas massas de ar de temperaturas distintas dá-se o nome defrente.

Quando a massa de ar frio substitui a massa de ar quente, forma-se a frente fria. Por conseguinte, quando a massa de ar quente substitui a massa de ar frio, dá-se a frente quente.

Imagem capturada na Internet (Fonte: Sala Geo

. Maritimidade e Continentalidade

A existência de grandes quantidades de água ou a sua proximidade também pode influenciar na temperatura.

Ao contrário das terras emersas (continentes e ilhas) que se aquecem e se resfriam rapidamente, no mar – tanto o aquecimento quanto o resfriamento - ocorre mais lentamente. Sendo assim, as regiões litorâneas apresentam temperaturas mais amenas e com pequenas variações.

Os ventos advindos do mar e do oceano carregam umidade, o que transforma o litoral em uma região úmida e chuvosa. É a influência da maritimidade.

Diferentemente ocorre com as regiões localizadas mais no interior do continente. O solo e as rochas se aquecem e ser resfriam rapidamente. A amplitude térmica aumenta (diferença entre a temperatura máxima e a temperatura mínima registrada entre o dia e a noite) e a umidade do ar é baixa, pois esta vai se perdendo conforme os ventos se adentram no continente.

É a influência da continentalidade. Sob estas condições, os invernos são mais rigorosos e secos.






Correntes Marítimas

São massas de água que circulam pelos mares e oceanos, isto é, são verdadeiros rios com direções e constâncias bem definidas. Possuem suas próprias condições de temperatura e pressão, exercendo forte influência no clima nas regiões por onde passam próximas.

Por transportarem umidade e temperatura (de acordo com o local de sua formação), elas interferem também na vida marinha, bem como exercem influência direta no equilíbrio dos oceanos e mares. Daí, também, a sua importância.

De acordo com as áreas de sua formação, as correntes marítimas podem ser classificadas em:

Correntes quentes: são aquelas formadas nas zonas equatoriais, como as correntes do Golfo do México, das Guianas, do Brasil e a Sul Equatorial;

Correntes frias: formadas nas regiões polares, tais como as correntes do Labrador, de Humbolt, das Malvinas, de Bengala e a Circumpolar Antártica.



Imagem capturada na Internet - Fonte: Casa do Exercício



Relevo

A disposição do relevo também pode influenciar diretamente na condições climáticas, uma vez que ela mexe com a circulação das massas de ar, facilitando ou dificultando a sua dinâmica, assim como interfere na temperatura e umidade do ar.

O relevo serve como obstáculo à circulação das massas de ar.

Fonte: Blog Geografia em Foco ()

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