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De Fascismo a Comunismo, entenda cada movimento

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Adolf Hitler e Josef Stalin (Foto: Arquivo Google)
Está formado um cenário de debates intensos, muitas vezes violentos. De um lado, políticos com ideologias divergentes se preparam para a disputar as urnas, aguerridos de propostas ou discursos que têm como alvo o eleitor brasileiro. Do outro, o povo, que tem nas redes sociais o seu campo de batalha e se travestem de soldados, saem a defender suas ideologias usando as palavras como arma.

No embate virtual, assim como no feito verbalmente, é possível observar a utilização de termos como Fascismo, Comunismo, Socialismo e até Nazismo em discursos polarizados pela política. Porém, ao se munir de expressões que evocam essas palavras, muitas pessoas esquecem, ou simplesmente não sabem, que elas vêm de movimentos políticos que surgiram ao longo da história mundial e que suas características reverberam até os dias de hoje.

Para evitar mais tiros no escuro e te ajudar a entender mais sobre cada onda governamental, conversamos como a historiadora e mestra em história política Elza Mariana de Mendonça, que explica em detalhes cada termo. Confira:

Fascismo

Criando em 1914, por Benito Mussolini, o Fascismo foi fundado na Itália e seu nome veio da palavra fascio. “O fascio era um instrumento, um machado revestido de muitas varas de madeira, que era utilizado para punições corporais. Quando nomearam o movimento de Fascismo, pensaram na autoridade e no medo que o fascio causava”, explica Elza.

Ela conta que o criador do Partido Nacional Fascista, Mussolini, era um líder autoritário. “A Itália passava por uma grave crise política fruto dos problemas de sua unificação tardia e com as consequências da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Em 1919, foi publicado o primeiro manifesto fascista. O Fascismo surgiu, então, como o regime que iria resolver todos os problemas econômicos pós guerra, era por base um movimento nacionalista (de maneira exacerbada), imperialista (baseado na supremacia da nação italiana sobre os outros países), antiliberal e antidemocrático”, afirma.

Nazismo

O Nazismo despontou na Alemanha sobre o comando de Adolf Hitler e trouxe com ele algumas bases do movimento fascista italiano. A diferença entre os dois é que, no Nazismo, foi acrescentada uma conotação de raça baseada no darwinismo social e na pureza e superioridade da raça ariana.

“Em 1920, Hitler fundou o Partido Nazista e em 1924 escreveu o livro que é a única base teórica para estudar esse pensamento (Mein Kampf). Nesse livro, ele elege o Comunismo como verdadeiro inimigo a ser combatido”, diz a historiadora. Ela reforça que tanto o Fascismo, quanto o Nazismo, são regimes que desprezam a democracia. “Eles baseiam-se em uma política autoritária de massas com forte apelo emocional e apesar de fundarem-se no discurso da união para o crescimento e desenvolvimento das nações, representam pensamentos desagregadores”, destaca.

Comunismo

Há muitas lendas relacionadas ao Comunismo, principalmente durante a Ditadura Militar brasileira. Muito se temia que comunistas comessem criancinhas ou instaurassem um regime que cercearia liberdades individuais. Mas não era bem assim.

“No Manifesto Comunista, escrito em 1848, Marx defendia que a história de todas as sociedades existentes até então era a luta de classes. Para ele, esse era o motor da história. Essa trajetória de lutas e impasses só teria um fim quando os trabalhadores criassem consciência de classe, se reconhecessem como geradores de riquezas, estabelecendo uma luta política para coletivizar os meios de produção, sejam as máquinas ou as terras”, explica Elza. Porém, apesar das ideias amplamente difundidas, o Comunismo nunca foi implementado em nenhum lugar do mundo.

“Nas tentativas que existiram, o autoritarismo político e o personalismo partidário foram a marca dos que detinham a liderança das classes trabalhadoras e é preciso que a classe trabalhadora seja sua própria liderança”, assevera.

Socialismo

Existem vários tipos de Socialismo, que passam longe de ter ideias totalitários ou extremistas. De acordo com a historiadora, “o que norteia a ideia de uma regime socialista é tornar viável a igualdade de oportunidades e de produção". 

"Nesse sentido, o que adquire mais peso para nós hoje é a social democracia, adotada por muitos países da Europa”, explica a pesquisadora. Para ela, como a ideia de uma revolução comunista e do fim do capitalismo passa longe da nossa realidade, a população deve-se preocupar em lutar por justiça social. “O Socialismo como teoria, estudado e ancorado por estudiosos, é um fenômeno contemporâneo a revolução francesa, podemos considerá-lo um caminho reformista dentro do Comunismo”, completa.

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