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Marcha da Família com Deus pela Liberdade

 



"O povo está cansado das mentiras e das promessas de reformas demagógicas. Reformas sim, nós a faremos, a começar pela reforma da nossa atitude. De hoje em diante os comunistas e seus aliados encontrarão o povo de pé. [...] Com Deus, pela Liberdade, marcharemos para a Salvação da Pátria!"


Isso não é um discurso de Bolsonaro e as fotos não foram tiradas ontem. Trata-se de um trecho do MANIFESTO AO POVO DO BRASIL com imagens da MARCHA DA FAMÍLIA COM DEUS PELA LIBERDADE, de 1964.


Esse foi o nome comum de uma série de manifestações públicas ocorridas entre 19/03 e 08/06/1964 em resposta ao que foi considerado, por militares e setores conservadores da sociedade, uma ameaça comunista representada pelas ações dos grupos radicais e pelo discurso em comício realizado pelo então presidente João Goulart em 13/03 daquele mesmo ano.


Nos dias anteriores, Goulart assinou 2 decretos permitindo a desapropriação de terras numa faixa de 10 km às margens de rodovias, ferrovias e barragens e transferindo para a União o controle de 5 refinarias de petróleo que operavam no país. Também, prometeu realizar as reformas de base, uma série de reformas administrativas, agrárias, financeiras e tributárias, para garantir o que ele chamava de justiça social, fundamentado na função social da terra e de empreendimentos urbanos, demandas antigas e de ampla penetração na sociedade da época. Ainda antecipou uma pretensa reforma urbana e a implementação de um imposto sobre grandes fortunas. No contexto da Guerra Fria e da polarização entre os EUA e a URSS, estas ideias foram vistas como um passo para uma ditadura socialista.


Vários grupos sociais, incluindo o clero, o empresariado e setores políticos diversos se organizaram em marchas, levando às ruas mais de 1 milhão de pessoas com o intuito de derrubar o governo Goulart. A primeira das 49 aconteceu em 19/03, dia de São José, padroeiro das famílias.


Na ocasião, foi distribuído o "Manifesto ao povo do Brasil" pedindo o afastamento de Goulart. Após a deposição do presidente pelos militares em 01/04, as marchas passaram a se chamar "Marchas da Vitória".


O resto dessa #história, todo mundo sabe.


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