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Literatura Infantil: A Mulher que Matou os Peixes (1968), de Clarice Lispector

 


Identificada habitualmente como autora de uma literatura densa e pesada, Clarice costuma ser uma escritora celebrada pelos seus livros de literatura adulta. No entanto, os seus livros infantis são igualmente uma preciosidade. Escritos inicialmente para os próprios filhos, as obras acabaram sendo publicadas e hoje em dia são consideradas das principais obras da literatura infantil brasileira.

Em A Mulher que Matou os Peixes ficamos conhecendo uma narradora culpada por ter assassinado - sem querer! - dois pobres peixinhos vermelhos que eram os bichos de estimação dos seus filhos:

"Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu. Mas juro a vocês que foi sem querer. Logo eu! Que não tenho coragem de matar uma coisa viva! Até deixo de matar uma barata ou outra. Dou minha palavra de honra que sou pessoa de confiança e meu coração é doce: perto de mim nunca deixo criança ou bicho sofrer."

A narradora compõe a história com o intuito de convencer o leitor da sua inocência, afinal os peixes não foram mortos intencionalmente. O que aconteceu foi que ela esqueceu, no meio da sua rotina ocupada, de colocar comida no aquário.

Para provar a sua inocência, a mãe volta para a sua própria infância e conta histórias sobre os animais de estimação que já teve. Clarice coloca-se assim no lugar do público - assumindo o seu lugar enquanto criança - e espera que o seu público também seja capaz de se colocar no lugar dela.

A narradora, ao longo das vinte e poucas páginas, ensina o pequeno leitor a lidar com a dor e com a perda, e também exercita nos pequenos a capacidade de compreensão e do perdão.

 

Fonte: Cultura Genial


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