A primeira edição do Concurso Nacional Unificado (CNU)
deve ter o edital lançado ainda em 2023, ofertando 6,5 mil vagas
imediatas em 20 órgãos federais. A confirmação do quantitativo foi dada
pelo governo federal no dia 29 de setembro em coletiva de imprensa. As
oportunidades vão contemplar profissionais de níveis médio, técnico e
superior, promovendo a realização de prova única.
A coletiva realizada pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços
Públicos (MGI), criador do novo formato de seleção, aconteceu logo após
a publicação do decreto regulamentando o CNU. Após o anúncio, a pasta
divulgou nota oficial pontuando os objetivos de reunir vários órgãos em um único certame. São eles:
- Garantir igualdade de acesso aos cargos públicos;
- Padronizar a aplicação de provas;
- Aprimorar os métodos de seleção dos servidores;
- Priorizar as qualificações necessárias para a realização das atividades dos cargos;
- Zelas pela impessoalidade em todas as etapas da seleção.
De acordo com o MGI, a inspiração para o Concurso Nacional Unificado veio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A prova para os vestibulando é aplicada de forma igual em todo o
território brasileiro, permitindo que todos os estudantes de ensino
médio tenham acesso às vagas em Universidades Públicas.
A partir
disso, o governo federal entendeu a necessidade de descentralizar as
provas de concurso e levar a avaliação para localidades que, no formato
tradicional, não participariam da seleção. Tendo isso em vista, o MGI
apelidou o certame unificado de Enem dos Empregos, uma vez que o
objetivo principal é levar as vagas do serviço público a pessoas que
antes não poderiam concorrer a elas.
Situação atual do Concurso Nacional Unificado
O CNU está em
fase de organização ainda. Com a confirmação dos 20 órgãos que
resolveram aderir ao novo formato de seleção, o próximo passo é a
Comissão de Governança estabelecer os prazos e diretrizes para os
trâmites do certame. Esse grupo é responsável por implementar o Concurso
Nacional Unificado de maneira eficaz.
Juntamente com a Comissão,
estará o Comitê Consultivo e Deliberativo que irá trabalhar diretamente
com a aplicação do CNU. Ele ficará responsável pela produção de editais,
provas e demais planos práticos da seleção. Ambos deverão ser compostos
por servidores das seguintes entidades públicas:
- Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI);
- Advocacia-Geral da União (AGU);
- Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República;
- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep);
- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea);
- Fundação Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
De
acordo com o cronograma divulgado pelo MGI, a expectativa é de que as
etapas de organização sejam concluídas em dois meses, a fim de lançar o
edital do Concurso Nacional Unificado em dezembro. O prazo estabelecido
pela pasta para a liberação do documento é dia 20/12.
É possível
que sejam publicados até oito editais, considerando os blocos temáticos
nos quais os órgãos serão divididos. Dessa maneira, ficará mais fácil a
separação do conteúdo específico que será cobrado dos candidatos.
Confira o cronograma previsto
- Até 20 de setembro: formação do comitê organizador (etapa concluída);
- Até 29 de setembro: adesão dos órgãos convidados (etapa concluída);
- Até 20 de dezembro: publicação do edital de abertura;
- Meados de março: realização das provas do Concurso Nacional Unificado;
- Abril de 2024: divulgação dos resultados gerais;
- Julho de 2024: início dos cursos de formação;
- Agosto de 2024: convocação dos novos servidores.
Quais são as vagas do Concurso Nacional Unificado?
Foram
confirmadas mais de 6,5 mil vagas no Concurso Nacional Unificado para
contratação de servidores que irão trabalhar junto ao Poder Executivo.
Os interessados em participar da seleção, poderão escolher mais de um
cargo dentro da mesma área de atuação desejada. Para isso, as funções
deverão pertencer a órgãos diferentes.
Desse modo, cada pessoa só poderá concorrer a uma vaga por órgão
considerando o bloco temático selecionado. As oportunidades oferecidas
serão para:
Advocacia-Geral da União
A AGU vai oferecer 400 vagas de nível superior para a área Administrativa, nos cargos de:
- Administrador;
- Arquiteto;
- Arquivista;
- Analista Técnico-Administrativo;
- Contador;
- Economista;
- Engenheiro;
- Estatístico;
- Médico;
- Psicólogo;
- Técnico em Assuntos Educacionais;
- Técnico em Comunicação Social.
Agência Nacional de Energia Elétrica
A Aneel confirmou abertura de 40 vagas para nível superior na função de Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Energia.
Agência Nacional de Saúde Suplementar
A ANS
vai ofertar 35 vagas para nível superior pelo Concurso Nacional
Unificado, no cargo de de Especialista em Regulação de Saúde
Suplementar.
Agência Nacional de Transportes Aquaviários
A Antaq
teve 30 vagas para nível superior autorizadas. Todas as oportunidades
serão para a função de Especialista em Regulação de Serviços de
Transportes Aquaviários.
Fundação Nacional dos Povos Indígenas
A participação da Funai no CNU vai contar com:
- 152 vagas para nível médio na função de Agente em Indigenismo; e
- 350 oportunidades em várias áreas de nível superior para Indigenista Especializado;
Fundação Oswaldo Cruz
O Enem dos Empregos terá participação da Fiocruz, que vai ofertar 300 vagas para nível superior nas funções de:
- Analista de Gestão em Saúde;
- Pesquisador em Saúde Pública; e
- Tecnologista em Saúde Pública.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
O IBGE foi um dos últimos órgãos a confirmar adesão ao Concurso Nacional Unificado. De acordo com as liberações, serão:
- 300 vagas para nível médio no cargo de Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas; e
- 275
vagas para nível superior no cargo de Analista de Planejamento, Gestão e
Infraestrutura em Informações Geográficas e Estatísticas;
- 312 vagas para nível superior no cargo de Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas; e
- 8 vagas para nível superior no cargo de Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
Inicialmente, o Incra
havia negado a inclusão no CNU. Contudo, por dificuldades orçamentárias
para promover o próprio concurso, a entidade voltou atrás na decisão.
Ao entrar para o Enem dos Empregos, o Instituto vai oferecer cargos de
nível superior:
- 137 vagas para Analista Administrativo;
- 446 vagas para Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário; e
- 159 vagas para Engenheiros Agrônomos.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
O MAPA
também teve oportunidades autorizadas pelo governo federal e acabou
aderindo ao Concurso Nacional Unificado. A oferta será para:
- Agente de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal: 100 vagas de nível médio;
- Agente de Atividades Agropecuárias: 100 vagas de nível técnico;
- Técnico de Laboratório: 40 vagas de nível técnico;
- Auditor-Fiscal Federal Agropecuária: 200 vagas de nível superior.
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Ao todo, são 814 vagas autorizadas para profissionais de nível superior. Os contratados serão lotados no próprio MCTI ou em outros 16 unidades vinculadas à pasta. Os cargos oferecidos são de:
- Analista em Ciência e Tecnologia: 296 vagas;
- Tecnologista de Desenvolvimento Tecnológico: 265 vagas;
- Pesquisador em Ciência e Tecnologia: 253 vagas.
Ministério da Cultura
Outra
das autorizações que acabaram entrando para o Enem dos Empregos foi do
MinC, que vai oferecer 50 vagas para Analista Técnico-Administrativo. O
requisito para esse cargo é ter nível superior.
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
O MDIC não ficou de fora do Concurso Nacional Unificado e incluiu suas oportunidades de nível superior na prova única. Veja quais são:
- 50 vagas para Analista de Comércio Exterior;
- 50 vagas para Analista Técnico-Administrativo; e
- 10 vagas para Economista.
Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
Serão 40 vagas ofertadas pelo MDHC, todas para nível superior na função de Analista Técnico de Políticas Sociais (ATPS).
Ministério da Gestão e Inovação
É claro que o MGI
não ficaria de fora do novo formato de seleção. A pasta responsável
pela criação do Concurso Nacional Unificado vai oferecer oportunidades
de nível superior divididas da seguinte maneira:
- 300 vagas para Analista de Infraestrutura (AIE);
- 300 vagas para Analista em Tecnologia da Informação (ATI);
- 500 vagas para Analista Técnico de Políticas Sociais (ATPS); e
- 150 vagas para Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG).
Ministério de Justiça e Segurança Pública
O MJSP
é mais um dos 20 órgãos que estarão no CNU e vai oferecer 100 vagas
para o cargo de Analista Técnico Administrativo, de nível superior.
Ministério de Planejamento e Orçamento
O MPO
também tem oportunidades para Analista Técnico-Administrativo, sendo 45
vagas. Além dessas, há 15 vagas para Economista. Ambos os cargos são
para profissionais de nível superior.
Ministério dos Povos Indígenas
Outro
órgão que vai oferecer vagas de nível superior para Analista
Técnico-Administrativo é o MPI, contando com 30 postos de trabalho.
Ministério da Saúde
O MS
vai participar do CNU com 220 vagas para Tecnologista, que requer nível
superior. Esse cargo possui cinco classes distintas. A que será
ofertada por meio da prova única ainda deve ter confirmação divulgada
quando sair o edital.
Ministério do Trabalho e Emprego
O MTE optou por ingressar no Concurso Nacional Unificado oferecendo suas 900 vagas de nível superior para Auditor Fiscal do Trabalho (AFT).
Superintendência Nacional de Previdência Complementar
Ao todo, a Previc vai ofertar 40 vagas imediatas de nível superior pelo Enem dos Empregos. Elas estão divididas entre:
- 15 vagas para Analista Administrativo;
- 25 vagas para Especialista em Previdência Complementar.
Como será a prova do Concurso Nacional Unificado?
Os
candidatos do CNU irão participar de uma prova escrita de caráter
objetivo, dividida em duas partes aplicadas no mesmo dia em 179
municípios brasileiros. A primeira será composta por questões de conhecimentos gerais iguais para todos os inscritos, imitando o Enem. Nesse momento, provavelmente serão cobrados conteúdos de:
- Língua Portuguesa;
- Matemática;
- Raciocínio Lógico;
- Noções de informática;
- Legislação do serviço público.
Na segunda parte da prova do Concurso Nacional Unificado, os candidatos responderão questões de conhecimento específico da área de atuação escolhida. Isso será feito por meio dos blocos temáticos, que irão contemplar órgãos e cargos do mesmo nicho.
Por
exemplo, todas as ofertas para Economista estarão dentro de um bloco,
enquanto Analista Técnico-Administrativo estará em outro. Dentro do
bloco temático, os participantes responderão as mesmas perguntas.
Conheça os blocos temáticos do CNU
- Bloco 1 – Administração e Finanças Públicas: vai contemplar o cargo de EPPGG do MGI, Analista de Planejamento do MPO, bem como todas as vagas do MDIC e AGU;
- Bloco 2 – Agências Reguladoras e Infraestrutura:
vai contemplar o cargo de Especialista da Antaq, Especialista da Aneel,
Especialista da ANS e Analista de Infraestrutura do MGI;
- Bloco 3 – Agricultura e Meio Ambiente: vai contemplar o cargo de Auditor-Fiscal do MAPA, as vagas do MPI e as oportunidades do Incra;
- Bloco 4 – Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação: vai contemplar todas as vagas do MCTI;
- Bloco 5 – Políticas Sociais, Justiça e Saúde:
vai contemplar o cargo de ATPS do MGI, Indigenista Especializado da
Funai e todos os cargos da Fiocruz, do MS, do MDHC e do MJSP;
- Bloco 6 – Trabalho e Previdência: vai contemplar todas as vagas do MTE e da Previc;
- Bloco 7 – Dados, Tecnologia e Informação: vai contemplar o cargo de ATI do MGI e todas as vagas de nível superior do IBGE;
- Bloco 8 – Nível médio: vai contemplar as vagas de nível médio do IBGE, MAPA e Funai.
Quando será a aplicada a prova do CNU?
Na
primeira quinzena de setembro, o secretário do MGI José Celso Cardoso
Jr. anunciou que o Concurso Nacional Unificado, provavelmente, seria
aplicado em meados de março de 2024. A previsão altera o cronograma originalmente publicado que visava a realização da prova única em fevereiro do próximo ano.
Em entrevista ao Metrópoles, o gestor explicou que a mudança foi feita pensando em dar mais tempo
para os candidatos se preparem, tendo em vista que o Concurso Nacional
Unificado é uma grande novidade para todos. Segundo ele, a ideia surgiu
em conversa com os órgãos participantes do certame.
José Celso
explicou que muitas entidades pontuaram que o prazo entre publicação do
edital e a avaliação era muito curto. Por isso, o MGI optou por jogar a
data de aplicação da prova do CNU mais para frente.
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FONTE: CONCURSOS NO BRASIL