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A Dezembrada: O Fim Decisivo da Guerra do Paraguai


 

A Dezembrada, ocorrida em dezembro de 1868, foi um conjunto de batalhas cruciais durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), envolvendo Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai. Esses confrontos marcaram um ponto decisivo na guerra e pavimentaram o caminho para a queda do líder paraguaio, Solano López.

Contexto Histórico

A Guerra da Tríplice Aliança teve início em 1864, quando o Paraguai, liderado por Solano López, invadiu a província brasileira de Mato Grosso. Em resposta, Brasil, Argentina e Uruguai formaram uma coalizão para enfrentar as forças paraguaias. A guerra foi uma das mais sangrentas da história sul-americana e durou até 1870.

Batalhas Decisivas da Dezembrada

  1. Batalha de Itororó (6 de dezembro de 1868) A Dezembrada começou com a Batalha de Itororó, onde as forças aliadas, lideradas pelo Duque de Caxias, enfrentaram e venceram os paraguaios em uma passagem estreita sobre o rio Itororó. Esta vitória abriu o caminho para os aliados avançarem em direção ao coração do Paraguai.

  2. Batalha de Avaí (11 de dezembro de 1868) Apenas alguns dias depois, ocorreu a Batalha de Avaí. Este confronto foi marcado pela resistência feroz das tropas paraguaias, mas, eventualmente, os aliados prevaleceram, infligindo pesadas baixas ao inimigo e consolidando sua posição.

  3. Batalha de Lomas Valentinas (21-27 de dezembro de 1868) Esta série de batalhas foi uma das mais intensas da Dezembrada. As forças aliadas atacaram as fortificações paraguaias em Lomas Valentinas, enfrentando resistência obstinada. Após vários dias de combates, os aliados finalmente capturaram as posições paraguaias, forçando Solano López a fugir para o interior.

  4. Rendição de Angostura (30 de dezembro de 1868) A Dezembrada culminou com a rendição das tropas paraguaias em Angostura. Este evento marcou a derrota definitiva das forças de López na região e simbolizou o início do fim para o Paraguai na guerra.

Consequências da Dezembrada

As batalhas da Dezembrada foram decisivas para a queda de Solano López e a capitulação do Paraguai. A vitória dos aliados não apenas encerrou a resistência paraguaia organizada, mas também estabeleceu novos parâmetros geopolíticos na região. O Paraguai sofreu enormes perdas humanas e materiais, enquanto o Brasil, Argentina e Uruguai consolidaram suas posições como potências regionais.

Legado Histórico

A Dezembrada é lembrada como um dos momentos mais cruciais da Guerra da Tríplice Aliança. Essas batalhas finais demonstraram a tenacidade e a coordenação das forças aliadas e servem como um testemunho da brutalidade e complexidade do conflito.

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Esquerda e Direita: Qual a história dos termos na política?

 


Provavelmente você já escutou alguém perguntar se outra pessoa era de esquerda ou de direita, mas sabe o que esses termos representam na política? 

Usadas desde a Revolução Francesa, a esquerda e a direita são duas palavras que há séculos ajudam a definir o alinhamento político das pessoas. Contudo, com o passar dos anos os termos foram ganhando novos significados e nos anos de eleições sempre voltam à tona, seja nos noticiários ou nas conversas cotidianas. 

Neste artigo falaremos sobre a história de origem dos termos esquerda e direita na política e porque são utilizados até hoje. 

Esquerda, direita e a história da França

Para falar sobre o surgimento destes termos na política, precisamos antes falar sobre história. Mais precisamente, a história da França. 

Entre os anos de 1789 e 1815, ocorreu na França o evento que chamamos de Revolução Francesa. Esse evento foi um processo revolucionário que deu origem aos termos esquerda e direita na política e causou mudanças significativas na história do território. 

Com todas essas mudanças, parlamentos foram criados por todo país para discutir os interesses da população e neles havia um orador que falava no centro, enquanto as pessoas se dividiam para esquerda e direita. 

Os aristocratas (girondinos) eram conservadores, pois defendiam os privilégios da igreja, o sistema de classes que existia no antigo regime e os benefícios da aristocracia. Na opinião deles, grandes mudanças já haviam acontecido no país e não eram mais necessárias. 

Os burgueses (jacobinos), que na época pagavam a conta dos privilégios da aristocracia e da igreja, sentavam do lado esquerdo e defendiam o republicanismo, secularismo e o livre mercado. Para eles, grandes mudanças ainda estavam por vir e eles queriam fazê-las acontecer. 

Naquela época a democracia era muito excludente e as classes mais baixas, como trabalhadores e camponeses, não possuíam representantes nos parlamentos. 

Dentro desse contexto os termos esquerda e direita surgiram na política e são utilizados até hoje. 

Com o passar dos séculos, a democracia e a sociedade evoluíram muito e esses avanços trouxeram muitas transformações para o cenário político. A aristocracia, que antes era temida e admirada, perdeu poder em boa parte dos países onde estava, as metrópoles surgiram e o capitalismo se intensificou.  

Como consequência desses avanços, os termos “esquerda” e “direita” na política passaram também por transformações ganhando novos significados. 

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A Divisão Clássica da História


Periodização da história é um método cronológico usado para contar e separar o tempo histórico da humanidade em segmentos denominados época, era, idade ou período. A periodização é o estudo da História Geral da Humanidade, que costuma dividir a história humana por convenção; e exclusivamente para fins didáticos.

Em cinco períodos, épocas ou idades — ao que se denomina periodização clássica da história — como a Pré-história, a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea. As ocorrências significativas para a História Geral, tomando como referência a Europa, e que delimitaram essa divisão são, cronologicamente: a invenção da escrita (c. 4000 a.C.); a queda do Império Romano (476 d.C.); a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos e o fim da Guerra dos Cem Anos na Europa (1453); e a Revolução Francesa (1789).

A chamada Pré-história inicia-se com o surgimento do Homem na Terra; e dura até cerca de 4000 a.C., com o surgimento da escrita no Crescente Fértil, mais precisamente na Mesopotâmia. Caracteriza-se, grosso modo, pelo nomadismo e atividades de caça e coleta. Surge a agricultura e a pecuária, os quais levaram os homens pré-históricos ao sedentarismo e à criação das primeiras cidades. É dividida entre Idade da pedra e Idade dos metais, sendo a primeira subdividida em Paleolítico e Neolítico, enquanto a segunda em Idade do Cobre, Idade do bronze e Idade do ferro.

Foram feitas grandes descobertas, sem as quais hoje seria muito difícil viver:

  •     No Período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada: tivemos a descoberta do fogo;
  •     No Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida, ocorreu a revolução agrícola: domesticaram-se animais; e começou-se a praticar a domesticação de espécies vegetais;
  •     Na Idade dos Metais: fundição dos metais; e utilização destes no fabrico de instrumentos. O último período da Pré-História demarca o conjunto de transformações que dão início ao aparecimento das primeiras civilizações da Antiguidade: Egito e Mesopotâmia;
  •     Após o homem pré-histórico descobrir a existência de outros povos (civilizações), eles começam a disputar entre si, para determinar quem era o mais forte, onde o grupo perdedor serviria como escravo. Nasce, então, o primeiro método de escravidão.


Após a invenção da escrita, foram estabelecidas quatro idades:

  •     Idade Antiga ou Antiguidade — compreende-se de cerca de 4000 a.C. até 476 d.C., quando ocorre a queda do Império Romano do Ocidente. É estudada com estreita relação ao Próximo Oriente, onde surgiram as primeiras civilizações, sobretudo no chamado Crescente Fértil, que atraiu, pelas possibilidades agrícolas, os primeiros habitantes do Egito, Palestina, Mesopotâmia, Irã e Fenícia. Abrange também as chamadas civilizações clássicas: Grécia e Roma;
  •     Idade Média — Compreende-se do ano 476 d.C. até 1453, quando ocorre a conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos; e consequentemente a queda do Império Romano do Oriente. É estudada com relação às três culturas em confronto em torno da bacia do mar Mediterrâneo. Caracterizou-se pelo modo de produção feudal em algumas regiões da Europa;
  •     Idade Moderna — considerada de 1453 até 1789, quando da eclosão da Revolução Francesa. Compreende o período da invenção da imprensa, os descobrimentos marítimos e o Renascimento. Caracteriza-se pelo nascimento do modo de produção capitalista;
  •     Idade Contemporânea — compreende de 1789 até aos dias atuais. Envolve conceitos tão diferentes quanto o grande avanço da técnica, os conflitos armados de grandes proporções e a Nova Ordem Mundial.


Críticas à periodização clássica

Os críticos dessa fórmula de periodização, baseada em eventos ou fatos históricos, apontam diversos inconvenientes em seus "recortes", entre os quais:

  •     O advento da escrita ocorreu em diferentes períodos em diferentes culturas, tornando imprecisa uma comparação puramente cronológica, por exemplo, entre as culturas do Crescente Fértil com as diferentes culturas pré-colombianas;
  •     As mudanças ocorridas entre períodos registraram-se gradualmente; e em velocidades variáveis conforme as culturas/regiões, como por exemplo o fim de um modo de produção como o feudalismo;
  •     Mesmo nesta periodização, há críticas sobre quais seriam os marcos para o fim e começo dos períodos; assim, alguns autores assinalam o fim da Antiguidade em 395, como Joaquim Silva e J. B. Damasco Penna, informando que "há historiadores que preferem considerar o fim da Antiguidade em 476..."; estes autores colocam o fim da Idade Média em 1453, ano da queda de Constantinopla, enquanto "nem por todos é aceita; alguns colocam o fim da Idade Média em 1492, data do descobrimento da América". Já para a Era Contemporânea, trazem que "também há críticas de historiadores, vários dos quais entendem que a História Contemporânea começa realmente em 1914, início da Primeira Guerra Mundial..."

 

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Fontes:
  • O Tempo na História. Zahar, 1993. pp. 97. ISBN 8571102090
  •  de Vargas Gil, Carmem Zeli. A docência em História: reflexões e propostas para ações. Edelbra Editora Ltda. pp. 48. ISBN 8536011149
  • B. Buchaul, Ricardo. Gênese da Maçonaria no Brasil: a história antes do Grande Oriente do Brasil. Clube de Autores, 2011. pp. 41.
  • SILVA, Joaquim e PENNA, J. B. Damasco, op. cit.
  • SOUZA, Osvaldo Rodrigues de. História Geral, ed. Ática, São Paulo, 6ª ed., 1972

Primeiro de Maio - Dia do Trabalhador



Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é uma data para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história.

A data foi estabelecida em 1889 pela Segunda Internacional Socialista, um congresso realizado em Paris que reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa.

Ao escolher 1º de maio como Dia do Trabalho, os participantes desse encontro prestaram uma homenagem aos operários e a uma greve ocorrida na cidade de Chicago (EUA) no ano de 1886. A data foi marcada pela reunião de milhares de trabalhadores que reivindicavam a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.

No Brasil, a data foi consolidada em 1924. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles.

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Holocausto: Como terminou e quais as consequências do Holocausto?

 

Embora o Holocausto tenha terminado juntamente com a Guerra, o legado do terror e do genocídio não terminou naquele momento.

Como Terminou o Holocausto? 

O Holocausto terminou em maio de 1945, quando as principais potências Aliadas (Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Soviética) derrotaram a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. À medida que as forças Aliadas se deslocavam pela Europa, numa série de ofensivas militares, elas encontravam e entravam nos campos de concentração libertando os prisioneiros sobreviventes, muitos dos quais eram judeus. Os Aliados também encontraram e libertaram os sobreviventes das chamadas “marchas da morte”. Estas marchas forçadas consistiam em grupos de prisioneiros dos campos de concentração judeus e não judeus que tinham sido evacuados dos campos sob a guarda das SS para andar até morrer de exaustão e frio.

Mas a libertação não trouxe o encerramento do processo. Muitos sobreviventes do Holocausto enfrentaram ameaças contínuas de antissemitismo violento e também deslocamento quando procuraram reconstruir suas vidas nos locais onde haviam vivido antes da Guerra Milhões haviam perdido seus familiares, enquanto outros procuraram durante anos, nem sempre com sucesso, seus pais, esposos, filhos e irmãos desaparecidos.

Como Alguns Judeus Conseguiram Sobreviver ao Holocausto? 

Apesar dos esforços da Alemanha nazista para assassinar todos os judeus da Europa, uma parte deles conseguiu sobreviver ao Holocausto. A sobrevivência assumiu uma variedade de formas mas, em todos os casos, a sobrevivência só foi possível devido a circunstâncias extraordinárias, escolhas individuais, ajuda de outras pessoas (tanto judeus quanto não judeus) e pura sorte. 

Sobrevivência Fora da Área da Europa Controlada pela Alemanha 

Muitos judeus conseguiram sobreviver ao Holocausto ao fugirem da área da Europa controlada pela Alemanha. Antes do início da Segunda Guerra Mundial, centenas de milhares de judeus saíram da Alemanha nazista, apesar das significativas barreiras de imigração de outros países para recebê-los. Aqueles que imigraram para os Estados Unidos, Grã-Bretanha e outras áreas que estavam fora do controle alemão, ficaram a salvo da violência nazista. També, mesmo depois do início da Segunda Guerra Mundial, muitos judeus conseguiram escapar da Europa controlada pela Alemanha. Por exemplo, aproximadamente 200.000 judeus poloneses fugiram da ocupação alemã da Polônia. Estes judeus sobreviveram à Guerra sob duras condições depois que as autoridades soviéticas os deportaram ainda mais para o leste, para o interior da União Soviética.

Sobrevivência na Europa Controlada pela Alemanha

Um número menor de judeus sobreviveu dentro da área da Europa controlada pela Alemanha. Eles o fizeram, muitas vezes, com a ajuda de outras pessoas corajosas. Os esforços de resgate variavam desde ações isoladas individuais até redes clandestinas organizadas, grandes e pequenas. Por toda a Europa, havia não judeus que correram sérios riscos para ajudar seus vizinhos, amigos e mesmo judeus que não conheciam a sobreviver. Por exemplo, eles encontraram esconderijos para judeus, adquiriram papéis falsos que ofereciam a eles identidades cristãs protetoras, ou forneceram-lhes alimentos e suprimentos. Outros judeus sobreviveram como membros de movimentos de resistência formados pelos partisans. Finalmente, alguns judeus conseguiram, contra enormes probabilidades, sobreviver à prisão em campos de concentração, guetos e até mesmo em campos de extermínio. 

Consequências

Embora o Holocausto tenha terminado juntamente com a Guerra, o legado do terror e do genocídio não terminou naquele momento. No final da Segunda Guerra Mundial, 6 milhões de judeus e milhões de membros de outros grupos estavam mortos. A Alemanha nazista, seus aliados e colaboradores haviam devastado ou destruído completamente milhares de comunidades judaicas por toda a Europa. 

Depois do Holocausto, aqueles judeus que sobreviveram foram muitas vezes confrontados com a realidade traumática de haverem perdido suas famílias e suas comunidades por completo. Alguns conseguiram retornar para onde haviam vivido anteriormente e optaram por reconstruir as suas vidas na Europa. Muitos outros tiveram medo de assim o fazer devido à violência e ao antissemitismo que continuaram a enfrentar no período pós-Guerra. De imediato, aqueles que não puderam ou não quiseram voltar para suas antigas casas muitas vezes tiveram que viver em campos de desalojados. Lá, muitos tiveram que esperar anos antes de poder imigrar e refazer seus novos lares.

Depois do Holocausto, o mundo lutou para enfrentar os horrores do genocídio, para manter a memórida das vítimas e para responsabilizar os perpetradores dos assassinatos Estes importantes esforços continuam a ser feitos até nossos dias.

 

VEJA TAMBÉM: Holocausto: O que foi e por que os nazistas tinham como alvo os Judeus?

VEJA TAMBÉM: Holocausto: Como a Alemanha Nazista, Seus Aliados e Colaboradores Perseguiram o Povo Judeu? 

VEJA TAMBÉM: Holocausto: O que eram os guetos e quem foi o responsável pelo holocausto?

VEJA TAMBÉM: Holocausto: Quem foram as demais vítimas da perseguição nazista e do assassinato em massa?

 

Fonte: Enciclopédia do Holocausto

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Holocausto: Quem foram as demais vítimas da perseguição nazista e do assassinato em massa?

 

Na mira do Terceiro Reich: Os ciganos também foram vítimas do nazismo. Eram identificados por um triângulo marrom.

O Holocausto refere-se especificamente à perseguição sistemática, patrocinada pelo Estado, e ao assassinato de 6 milhões de judeus. No entanto, existiram também milhões de outras vítimas de perseguição e assassinato pelos nazistas. Na década de 1930, o regime tinha como alvo uma variedade de supostos inimigos domésticos dentro da sociedade alemã. À medida que os nazistas ampliaram sua área de alcance durante a Segunda Guerra Mundial, milhões de outros europeus também foram submetidos à barbárie nazista. 

 

Em campos de concentração as Testemunhas de Jeová foram severamente torturadas, isso foi uma das táticas para abalar sua fé. Eles eram identificados por um triângulo roxo.

Os nazistas classificaram os judeus como o “inimigo” prioritário. No entanto, eles também visavam outros grupos que eram definidos como ameaças à saúde, unidade e segurança do povo germânico. O primeiro grupo visado pelo regime nazista consistia em opositores políticos. Dentre eles haviam funcionários e membros de outros partidos políticos e militantes sindicais. Os opositores políticos também incluíam pessoas simplesmente suspeitas de se oporem ou criticarem o regime nazista. Os inimigos políticos foram os primeiros a serem encarcerados em campos de concentração nazistas. As Testemunhas de Jeová também foram encarceradas em prisões e campos de concentração; sendo presas porque se recusaram a jurar lealdade ao governo ou a servir ao exército alemão.

Triângulos Rosa: a perseguição nazista aos homossexuais na Europa. Prisioneiros gays eram identificados pelo símbolo.

O regime nazista também visou aqueles alemães cujas atividades eram por eles consideradas prejudiciais à sociedade alemã. Estas pessoas  incluíam homens acusados de homossexualidade, cidadãos acusados de serem criminosos profissionais ou habituais, assim os chamados associais (tais como pessoas identificadas como vagabundos, mendigos, prostitutas, cafetões e alcoólatras). Dezenas de milhares destas vítimas foram encarceradas em prisões e campos de concentração. O regime também perseguiu e esterilizou à força os afro-alemães que estavam na Europa. 

Também houve perseguição nazista contra os negros na Alemanha.
 

As pessoas com deficiências físicas ou mentais também foram vítimas do regime nazista. Mesmo antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, aqueles alemães com condições hereditárias consideradas insalubres foram esterilizados à força. Assim que a Guerra começou, a política nazista foi radicalizada. As pessoas com deficiência, especialmente as que viviam em instituições, foram consideradas um fardo, tanto genético quanto financeiro, para a Alemanha, e se tornaram alvo de um processo de homicídio denominado “Programa de Eutanásia”.

As pessoas com deficiências físicas ou mentais também foram vítimas do regime nazista.O triângulo preto sobreposto ao amarelo significava que eram judeus deficientes e eram considerados "elementos antissociais".

O regime nazista empregou medidas extremas contra grupos considerados seus inimigos raciais, civilizacionais ou ideológicos. Dentre eles, incluíam-se pessoas com deficiências físicas e mentais, romani (ciganos), poloneses (especialmente os intelectuais e as elites polonesas), oficiais e prisioneiros de guerra soviéticos. Os nazistas perpetraram assassinatos em massa contra todos estes grupos.

 

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VEJA TAMBÉM: Holocausto: O que eram os guetos e quem foi o responsável pelo holocausto?

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Fonte: Enciclopédia do Holocausto

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Holocausto: O que eram os guetos e quem foi o responsável pelo holocausto?

 


O Que Eram os Guetos e Porque as Autoridades Alemãs os Criaram Durante o Holocausto? 

Os guetos eram áreas de cidades ou aldeias onde os alemães invasores criaram e obrigaram os judeus a viver em condições de superlotação e insalubridade. As autoridades alemãs frequentemente fecharvam tais áreas construindo muralhas ou outras barreiras a seu redor. Os guardas impediam os judeus de sair sem permissão. Alguns guetos existiram durante anos, mas outros existiram apenas durante meses, semanas, ou mesmo dias como locais de detenção de judeus antes de sua deportação ou assassinato imediato. 

Os funcionários alemães criaram os guetos pela primeira vez em 1939-1940, na Polônia ocupada pela Alemanha. Os dois maiores deles foram localizados nas cidades polonesas (ocupadas) de Varsóvia e Lodz (Łódź). A partir de junho de 1941, após o ataque alemão contra a União Soviética, os oficiais alemães também os estabeleceram em territórios recentemente conquistados na Europa Oriental. As autoridades alemãs e seus aliados e colaboradores também estabeleceram guetos em outras partes da Europa. Em 1944, as autoridades alemãs e húngaras criaram guetos temporários para centralizar e controlar os judeus antes da sua deportação da Hungria. 

O Objetivo dos Guetos

As autoridades alemãs estabeleceram originalmente os guetos para isolar e controlar as grandes populações judaicas que viviam na área da Europa Oriental ocupada pelos nazistas. Inicialmente, eles concentravam os residentes judeus de uma cidade ou dass áreas ou regiões circunvizinhas.  No entanto, a partir de 1941, oficiais alemães também passaram a deportar judeus de outras partes da Europa (incluindo da Alemanha) para alguns desses guetos. 

O trabalho escravo dos judeus tornou-se uma característica central da vida de muitos guetos. Em teoria, tal era dito que seria para ajudar a pagar a administração do gueto, assim como apoiar o esforço de guerra alemão. Às vezes, fábricas e oficinas eram estabelecidas nas em proximidade mútua apenas para explorar os judeus presos no gueto para que efetuassem trabalho escravo. O trabalho era, frequentemente, manual e extremamente debilitante. 

A Vida nos Guetos

A vida nos guetos era miserável e perigosa. Havia pouca comida, além do saneamento e dos cuidados médicos serem extremamente limitados. Centenas de milhares de pessoas morreram de fome; de doenças contagiosas; de exposição a temperaturas extremamente baixas; bem como de exaustão pelo trabalho escravo. Os alemães também assassinaram os judeus aprisionados nos guetos através de espancamentos brutais, torturas, fuzilamentos arbitrários e com o uso de outras formas de violência arbitrária. 

Apesar de tudo, os judeus nos guetos procuravam manter um senso de dignidade e comunidade. Eles criaram precárias escolas, bibliotecas, serviços sociais comunitários e instituições religiosas proporcionavam algum grau de ligação comunal entre os residentes. Tentativas de documentar a vida nos guetos, como o arquivo Oneg Shabbat e a fotografia clandestina, foram poderosos exemplos de resistência espiritual. Muitos guetos também tinham movimentos secretos que criaram focos de resistência armada. O mais famoso deles foi a “Revolta do Gueto de Varsóvia”, em 1943. 

A “Liquidação” dos Guetos

A partir de 1941-1942, os alemães e seus aliados locais assassinaram em massa os prisioneiros nos guetos e dissolveram suas estruturas administrativas. Eles denominaram a este processo como uma “liquidação”, a qual fez parte da “Solução Final da Questão Judaica”.  A maioria dos judeus dos guetos foi assassinada através de fuzilamentos em massa em campos de extermínio próximos ou, após a deportação, dentro dos mesmos campos de extermínio. A maioria dos era deliberadamente localizada junto aos grandes guetos da Polônia ocupada pela Alemanha ou junto a rotas ferroviárias de fácil acesso. 

Quem foi Responsável pela Realização do Holocausto e da Solução Final?

Muitas pessoas foram responsáveis pela concretização do Holocausto e da Solução Final. 

No nível mais alto, Adolf Hitler inspirou, ordenou, aprovou e apoiou o genocídio dos judeus da Europa. No entanto, Hitler não agiu sozinho. Ele também não traçou diretamente um plano exato para a implementação da Solução Final. Outros líderes nazistas foram os que coordenaram, planejaram e implementaram diretamente o assassinato em massa dos judeus. Entre eles, estavam Hermann Göring, Heinrich Himmler, Reinhard Heydrich e Adolf Eichmann. 

Entretanto, milhões de alemães e outros europeus também participaram da execução do Holocausto. Sem o envolvimento deles, o genocídio do povo judeu na Europa não teria sido possível. Os líderes nazistas se apoiaram nas instituições e organizações alemãs; em outras potências do Eixo; na burocracia local e em instituições idem; bem como em indivíduos. 

Instituições, Organizações e Indivíduos Alemães

Os líderes nazistas se apoiaram em muitas instituições e organizações alemãs para ajudá-los a levar a cabo o Holocausto. Membros de organizações nazistas iniciaram e realizaram muitas ações antissemitas antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Estas organizações incluíam o Partido Nazista, as SA (Stormtroopers ou Brownshirts), e as SS através do (Schutzstaffel , o Esquadrão de Proteção). Quando a Guerra começou, as SS e seus afiliados policiais se tornaram especialmente letais. Membros dos Sicherheitsdienst (SD), da Gestapo, da Polícia Criminal (Kripo) e do Polícia da Ordem desempenharam papéis particularmente ativos e mortais no processo de assassinato em massa dos judeus europeus. Outras instituições alemãs envolvidas na execução da Solução Final incluíam os o sistema militar alemão; os sistemas ferroviários e de saúde nacionais alemães; os sistemas de serviço público e justiça criminal alemães; bem como empresas, companhias de seguros e bancos alemães. 

Como membros destas instituições, inúmeros soldados alemães, policiais, funcionários públicos, advogados, juízes, empresários, engenheiros, médicos e enfermeiros optaram por ajudar a implementar as políticas assassinas do regime. Os alemães comuns também participaram do Holocausto de diversas formas. Alguns alemães aplaudiam quando os judeus eram espancados ou publicamente humilhados; outros denunciavam os judeus quando eles descumpriam às leis e regulamentos racistas. Muitos alemães compraram a preços ínfimos, tomaram ou saquearam os pertences e propriedades dos seus vizinhos judeus. A participação desses alemães no Holocausto foi motivada pelo entusiasmo pessoal, pela preocupação com sua carreira, pelo medo, pela ganância, por interesse próprio, pelo antissemitismo e pelos ideais políticos nazistas dentre outros fatores. 

Governos e Instituições Não-Alemães

A Alemanha nazista não perpetrou o Holocausto sozinha. Ela contou com a ajuda de seus aliados e colaboradores. Neste contexto, “aliados” referem-se aos países do Eixo oficialmente aliados à Alemanha nazista, e “colaboradores” refere-se a regimes e organizações que cooperaram com as autoridades alemãs em caráter oficial ou semi-oficial. Os aliados e colaboradores da Alemanha nazista incluíam:

  • As Potências do Eixo Europeu e outros regimes colaboracionistas (como a França de Vichy). Estes governos aprovaram sua própria legislação antissemita e cooperaram com os objetivos alemães.
  • Burocracias locais apoiadas pela Alemanha, especialmente as forças policiais locais. Estas organizações ajudaram a reunir, internar e deportar judeus, mesmo em países não aliados com a Alemanha, tais como foi o caso da Holanda.
  • Unidades auxiliares locais compostas por oficiais militares, policiais, e civis. Estas unidades, apoiadas pela Alemanha, participaram de massacres contra judeus na Europa Oriental (frequentemente de forma voluntária). 

Os termos “aliados” e “colaboradores” também podem se referir a indivíduos afiliados a tais governos e organizações.

Indivíduos em Toda a Europa 

Por toda a Europa, indivíduos que não tinham filiação governamental ou institucional, e que não participavam diretamente do assassinato de judeus, também contribuíram para o Holocausto. 

Uma das coisas mais letais que os vizinhos, conhecidos, colegas e até “amigos” podiam fazer era denunciar os judeus às autoridades alemãs nazistas. Um número desconhecido escolheu fazer exatamente isto. Eles revelavam os esconderijos dos judeus, desmascaravam as identidades dos judeus que se passavam por cristãos e identificavam quem era judeu aos oficiais nazistas. Ao fazer isso, eles os condenavam à morte. As motivações desses indivíduos eram abrangentes: medo, interesse próprio, ganância, vingança, antissemitismo e crenças políticas e ideológicas.

Muitos indivíduos também lucraram com o Holocausto. Muitos não judeus invadiam as casas dos israelitas, tomavam controle dos seus  negócios, e também roubavam seus bens e objetos de valor. Estes atos fizeram parte do roubo e saque generalizado que acompanhou o processo de genocídio. 

Na maioria das vezes, os indivíduos contribuíram para o Holocausto através da inação e indiferença para com a situação dos seus vizinhos judeus. Às vezes, estes indivíduos são denominados como “espectadores”.

 

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VEJA TAMBÉM: Holocausto: Quem foram as demais vítimas da perseguição nazista e do assassinato em massa?

VEJA TAMBÉM: Holocausto: Como terminou e quais as consequências do Holocausto?

 

Fonte: Enciclopédia do Holocausto

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Holocausto: Como a Alemanha Nazista, Seus Aliados e Colaboradores Perseguiram o Povo Judeu?


 

 

Como a Alemanha Nazista, Seus Aliados e Colaboradores Perseguiram o Povo Judeu? 

Entre 1933 e 1945, a Alemanha nazista, seus aliados e colaboradores implementaram uma ampla gama de políticas e medidas antissemitas, mas essas políticas variavam de um local a outro. Assim, nem todos os judeus vivenciaram o Holocausto da mesma forma mas, em todos os casos, milhões de pessoas foram perseguidas e mortas simplesmente porque eram identificadas como judias. 

Em todos os territórios controlados pela e alinhados com a Alemanha, a perseguição aos judeus assumiu uma variedade de formas:

  • Discriminação legal sob a forma de leis antissemitas. Essas incluíam as Leis Raciais de Nuremberg e inúmeras outras leis discriminatórias.
  • Várias formas de identificação e exclusão pública. Essas incluíam propaganda antissemita, boicotes a empresas de propriedade judaica, humilhação pública e sinais diacríticos obrigatórios (tais como o uso crachá com a Estrela de Davi, que era usado como braçadeira ou costurada em roupas dos judeus). 
  • Violência organizada. O exemplo mais notório foi a Kristallnacht (Noite dos Vidros Quebrados). Houveram  também incidentes isolados e muitos pogroms (motins sangrentos).
  • Deslocamento físico. Os perpetradores usaram a emigração forçada, o reassentamento, a expulsão, a deportação e a guetização para deslocar fisicamente indivíduos e comunidades judaicas inteiras.
  • Internação. Os perpetradores internavam forçadamente os judeus em guetos superlotados, campos de concentração e campos de trabalho escravo onde muitos morreram de fome, por doenças e por outras condições desumanas de tratamento.
  • Roubo e saque generalizado. O confisco de bens, objetos pessoais e de valor dos judeus foi uma parte fundamental do Holocausto. 
  • Trabalho forçado. Os judeus eram obrigados a realizar trabalhos escravos para ajudar no esforço de guerra dos países do Eixo ou para o enriquecimento das organizações nazistas, militares e/ou empresas privadas. 

Muitos judeus morreram como resultado dessas políticas. Mas até 1941, o assassinato sistemático, em massa, de todos os judeus não era ainda parte da política nazista. A partir daquele ano, os líderes nazistas decidiram implementar o plano de assassinato em massa dos judeus. Eles designaram tal plano como a “Solução Final da Questão Judaica”. 

 

Qual foi a “Solução Final da Questão Judaica”?

 A “Solução Final da Questão Judaica” nazista (Endlösung der Judenfrage) foi o assassinato deliberado e sistemático, em massa, dos judeus europeus. Foi a última etapa do Holocausto e foi levada a cabo de 1941 a 1945. Embora muitos judeus tenham sido mortos antes do início da “Solução Final”, a grande maioria das vítimas foi assassinada durante este período.

Como parte da “Solução Final”, a Alemanha nazista cometeu assassinatos em massa em uma escala sem precedentes usando dois métodos. Um deles foi o fuzilamento em massa; unidades militares e militarizadas alemãs efetuaram fuzilamentos em massa nos arredores de aldeias, cidades e capitais na Europa Oriental.; o segundo deles foi através da asfixia das vítimas por gáses venenosos. As operações de gaseamento foram conduzidas em campos de extermínio e em caminhões que matavam por gaseamento.

Fuzilamentos em Massa

O regime nazista alemão efetuou fuzilamentos em massa de civis em uma escala nunca dantes vista. Após a Alemanha haver invadido a União Soviética, em junho de 1941, as unidades alemãs começaram a fuzilar em massa os judeus locais. No início, tais grupos visavam homens judeus em idade de prestação de serviço militar mas, em agosto de 1941, eles iniciaram o massacre de comunidades judaicas inteiras. Tais massacres eram frequentemente realizados sob plena luz do dia e à vista e audição dos residentes locais. 

Operações de fuzilamento em massa ocorreram em mais de 1.500 aldeias, cidades e capitais regionais de toda a Europa Oriental. As unidades alemãs encarregadas de assassinar a população judia local se deslocaram por toda a região, cometendo massacres horríveis. Tipicamente, essas unidades entravam em uma cidade e obrigavam os civis judeus a se reunirem em um ponto demarcado. Eles então levavam os os judeus para a periferia das cidades e, em seguida, os obrigavam a cavar uma vala comum ou os levavam para valas comuns já abertas, preparadas com antecedência. Por fim, as forças alemãs e/ou unidades auxiliares locais atiravam em todos os homens, mulheres e crianças dentro ou nas bordas dessas valas. Por vezes, esses massacres envolviam o uso de caminhões de gás especialmente projetados para matar os judeus por asfixia. Os perpetradores utilizavam tais veículos para asfixiar as vítimas com o escapamento do monóxido de carbono expelido pelo motor.

Os alemães também levaram a cabo fuzilamentos em massa nos campos de extermínio nas áreas ocupadas da Europa Oriental. Tipicamente, os campos estavam localizados junto a grandes cidades. Esses locais incluíram o Forte IX em Kovno (Kaunas), as Florestas Rumbula e Bikernieki em Riga e Maly Trostenets perto de Minsk. Nestes campos de extermínio, os alemães e seus colaboradores locais assassinaram dezenas de milhares de judeus dos guetos de Kovno, Riga e Minsk. Nestes mesmos locais, eles também fuzilaram dezenas de milhares de judeus alemães, austríacos e checos. Em Maly Trostenets, milhares de vítimas também foram assassinadas em caminhões de gás.

As unidades alemãs que cometeram os fuzilamentos em massa na Europa Oriental incluíam os Einsatzgruppen (forças especiais das SS e da polícia), batalhões da Polícia da Ordem e unidades das Waffen-SS.  O exército alemão (Wehrmacht) fornecia o apoio logístico e a mão de obra. Algumas unidades da Wehrmacht também efetuaram massacres. Em muitos lugares, unidades auxiliares locais, que trabalhavam com as SS e a polícia, participaram dos fuzilamentos em massa. Estas unidades auxiliares eram constituídas por civis ,não alemães, militares e oficiais da polícia.

Cerca de 2 milhões de judeus foram assassinados através de fuzilamentos em massa ou nos caminhões de gás em territórios tomados das forças soviéticas. 


Campos de Extermínio

No final de 1941, o regime nazista começou a construir campos fixos de extermínio, especialmente projetados para tal, na Polônia então ocupada pela Alemanha. Em português, os campos de extermínio são muitas vezes chamados de “campos de concentração”. A Alemanha nazista operava cinco campos de extermínio: Chelmno, Belzec, Sobibor, Treblinka e Auschwitz-Birkenau. Eles construíram estes campos de extermínio com o único propósito de assassinar judeus de forma mais eficiente e em escala massiva. O principal método de assassinato nos campos de extermínio era o gás venenoso liberado em câmaras lotadas por judeus lá colocados à força ou nos caminhões de gás herméticamente fechados. 

As autoridades alemãs, com a ajuda dos seus aliados e colaboradores, transportavam judeus de toda a Europa para esses campos de extermínio. Eles disfarçavam suas intenções chamando os transportes para os campos de extermínio de “ações de reassentamento” ou “transportes de evacuação”. Em português, tais ações foram comumente denominadas “deportações”. A maioria dessas deportações foram feitas por via férrea. Com o propósito de transportar grandes quantidades de judeus de forma eficiente para os campos de extermínio, as autoridades alemãs utilizaram o extenso sistema ferroviário europeu, bem como outros meios de transporte. Em muitos casos, os vagões dos comboios utilizados eram aqueles de transporte de carga; e, em outros casos, eram vagões de passageiros. 

As condições dos transportes de deportação eram horríveis. As autoridades locais alemãs e seus colaboradores forçavam os judeus de todas as idades a entrarem em vagões superlotados. Eles geralmente tinham que ficar de pé, por vezes durante dias, até o comboio chegar ao seu destino. Os perpetradores os privavam de comida, água, banheiros, aquecimento e cuidados médicos. Os judeus morriam frequentemente no caminho devido às condições desumanas a que eram submetidos.

A grande maioria dos judeus deportados para os campos de extermínio foram gaseados quase que imediatamente após sua chegada. Alguns judeus que os oficiais alemães acreditavam serem saudáveis e fortes o suficiente eram selecionados para trabalhos escravo. 

"Minha mãe correu atrás de mim e agarrou-me pelos ombros dizendo: 'Querida, eu não vou mais poder ver vocês. Tome conta de seu irmão'."

Leo Schneiderman descrevendo a chegada a Auschwitz, o processo de seleção e a separação de sua família.

Em todos os cinco campos de extermínio, oficiais alemães forçavam prisioneiros judeus a ajudar no processo de extermínio de seus irmãos étnicos. Dentre outras tarefas, esses prisioneiros tinham que separar os pertences das vítimas e retirar os corpos já mortos de dentro das câmaras de gás. Unidades especiais se livraram dos milhões de cadáveres através de enterros em massa, queimado-os em piras ou em grandes crematórios especialmente desenvolvidos para aquele fim.

Cerca de 2,7 milhões de homens, mulheres e crianças israelitas foram assassinadas naqueles cinco campos de extermínio. 


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Fonte: Enciclopédia do Holocausto

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Holocausto: O que foi e por que os nazistas tinham como alvo os Judeus?

 

O que foi o Holocausto?

O Holocausto foi a perseguição sistemática e o assassinato de 6 milhões de judeus europeus pelo regime nazista alemão, seus aliados e colaboradores.1 O Museu Estadunidense Memorial do Holocausto define 1933-1945 como os anos do HolocaustoA era do Holocausto começou em janeiro de 1933, quando Adolf Hitler e o Partido Nazista chegaram ao poder na Alemanha, e terminou em maio de 1945, quando as Potências Aliadas derrotaram a Alemanha nazista no fim da Segunda Guerra Mundial. O Holocausto também é às vezes referido como “a Shoah”, palavra hebraica que significa “catástrofe”.

Quando chegaram ao poder na Alemanha, os nazistas não começaram a realizar assassinatos em massa de imediato. No entanto, rapidamente começaram a usar o governo para atacar e excluir os judeus da sociedade alemã. Dentre outras medidas antissemitas, o regime nazista alemão promulgou leis discriminatórias e realizou/apoiou atos de violência organizada contra os judeus alemães. A perseguição nazista aos judeus tornou-se cada vez mais radical entre os anos de 1933 e 1945. Essa radicalização culminou na elaboração de um plano ao qual os líderes nazistas se referiam como a Solução Final da Questão Judaica”. A “Solução Final” foi um eufemismo para designar o assassinato em massa, organizado e sistemático, dos judeus europeus. O regime nazista alemão implementou este processo de genocídio entre os anos de 1941 e 1945.

 


 

 

Por Que os Nazistas Tinham como Alvo os Judeus?

Os nazistas tinham como alvo os judeus porque eram radicalmente antissemitas. Isto significa que eles tinham preconceito e ódio contra os judeus. Na verdade, o antissemitismo foi um princípio básico da sua ideologia, bem como a base de sua visão de mundo. 

Os nazistas acusaram falsamente os judeus de causar os problemas sociais, econômicos, políticos e culturais pelos quais passava a Alemanha na ocasião antecedente à eclosão da Guerra. Em particular, eles os culparam pela derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Muitos alemães receberam bem estas declarações nazistas. A raiva pela derrota na Primeira Guerra Mundial e as sucessivas crises econômicas e políticas contribuíram para o aumento do antissemitismo na sociedade alemã. A instabilidade da Alemanha sob a República de Weimar (1918-1933), o medo do comunismo e os choques econômicos originários do impacto da Grande Depressão também tornaram muitos alemães mais receptivos às ideias nazistas, dentre elas o antissemitismo.

No entanto, não foram os nazistas que inventaram o antissemitismo. O antissemitismo é um preconceito antigo e generalizado que tem assumido muitas formas ao longo da história. Na Europa, ele remonta aos tempos antigos. Na Idade Média (500-1400), os preconceitos contra os judeus baseavam-se principalmente nas primeiras crenças e pensamentos cristãos, particularmente no mito de que os judeus foram responsáveis pela morte de Jesus. A suspeita e a discriminação enraizadas em preconceitos religiosos continuaram a existir no início da Europa moderna (1400-1800), e os líderes de grande parte da Europa cristã isolaram os judeus da maioria dos aspectos da vida econômica, social e política de seus domínios. Esta exclusão contribuiu para gerar o estereótipo do judeu como estrangeiro. À medida em que a Europa se tornou mais secular, muitos locais suspenderam a maioria das restrições legais contra os judeus, mas isso não significou o fim do antissemitismo. Além do antissemitismo religioso, outros tipos de antissemitismo se instalaram na Europa nos séculos 18 e 19. Essas novas formas incluíam o antissemitismo econômico, o nacionalista e o racial. No século 19, os antissemitas alegaram falsamente que os judeus eram responsáveis pelos muitos males sociais e políticos da sociedade industrial moderna. As teorias de então sobre raça, a eugenia e o Darwinismo Social justificavam tais ódios. O preconceito nazista contra os judeus uniu todos estes elementos, em especial o antissemitismo de cunho racial. O antissemitismo racial é a ideia discriminatória de que os judeus são uma raça em separado e inferior.

O Partido Nazista promoveu uma forma particularmente virulenta de antissemitismo racial, sendo ela central para sua visão-de-mundo baseada em uma hierarquia racial, cuja crença era apoiada pelo Partido. Os nazistas acreditavam que o mundo estava dividido em diferentes raças e que algumas delas eram superiores às demais. Eles consideravam os alemães como membros da raça “ariana”, supostamente superior a todas as outras, e que os “arianos” estavam tolhidos por uma luta pela sobrevivência contra as raças inferiores. Além disso, os nazistas acreditavam que a chamada “raça judaica” era a mais baixa e perigosa de todas. De acordo com os nazistas, os judeus eram uma ameaça que precisava ser removida da sociedade alemã. Caso contrário, insistiam os nazistas, a “raça judaica” corromperia e destruiria permanentemente o povo alemão. A definição nazista, baseada na crença em raça, sobre quem era judeu, incluía muitas pessoas que se identificavam como cristãs ou que sequer praticavam o judaísmo. 

 

Onde Ocorreu o Holocausto?

O Holocausto foi uma iniciativa nazista alemã que ocorreu em toda a área da Europa controlada pela Alemanha e pelos países do Eixo. Ela atingiu quase toda a população judaica da Europa, que em 1933 contava com 9 milhões de pessoas. 

O Holocausto começou na Alemanha após Adolf Hitler ter sido nomeado chanceler em janeiro de 1933. Quase que de imediato, o regime nazista alemão (que se autodenominou o “Terceiro Reich”) excluiu os judeus da vida econômica, política, social e cultural alemã. Ao longo da década de 1930, o regime pressionou cada vez mais os judeus a saírem da Alemanha. 

Mas a perseguição nazista aos judeus espalhou-se para além do território alemã. Ao longo da década de 1930, a Alemanha nazista seguiu uma política externa agressiva, a qual culminou na eclosão da Segunda Guerra Mundial, que começou na Europa em 1939. A expansão territorial pré-Guerra, e também durante a Guerra, acabou por colocar vários milhões de judeus sob o controle do Estado alemão. 

A expansão territorial da Alemanha nazista começou em 1938-1939. Nesse período, a Alemanha anexou a vizinha Áustria e a área dos Sudetos, e também ocupou as terras tchecas. Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha nazista iniciou a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) atacando a Polônia. Durante os dois anos seguintes, a Alemanha invadiu e ocupou grande parte da Europa, incluindo as partes ocidentais da União Soviética. A Alemanha nazista ampliou ainda mais seu controle militar ao formar alianças com os governos da Itália, Hungria, Romênia e Bulgária, e criando também Estados fantoches na Eslováquia e na Croácia. Juntos, estes países europeus formaram os membros do Eixo, o qual também incluía o Japão, na Ásia. 

Em 1942, como resultado de anexações, invasões, ocupações e alianças, a Alemanha nazista controlava a maior parte da Europa continental e partes do norte de África. O controle nazista criou políticas antissemitas duras e, por fim, gerou assassinatos em massa de civis judeus por toda a Europa. 

Os nazistas, seus aliados e colaboradores assassinaram 6 milhões de judeus.

 

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Fonte: Enciclopédia do Holocausto

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