Desde que o coronavírus foi declarado pela OMS como uma pandemia, em 11 de março, muitos países adotaram medidas de prevenção com base no “distanciamento social”. Mas ainda há quem não entenda a real importância de ficar em casa – em uma espécie de quarentena – mesmo sem ter sido diagnosticado com o Covid-19 ou tido contato com uma pessoa infectada.
No Brasil, escolas e universidades – públicas e particulares – tiveram suas atividades suspensas. O home office compulsório foi adotado por algumas empresas nas quais é possível realizar o trabalho de forma remota. Eventos de grande e médio porte também foram cancelados em várias partes do país.
Toda essa movimentação também está sendo feita internacionalmente – em maior escala – e tem um motivo: evitar aglomerações para que o vírus se propague de forma mais lenta. A estratégia visa impedir que o sistema de saúde fique sobrecarregado, o que resultaria em um maior número de casos dentro de um curto período de tempo e poderia elevar a taxa de mortalidade.
É mais fácil entender a situação ao olhar o gráfico abaixo:
Imagem: G1 |
No Brasil, não adotamos medidas tão rigorosas quanto as da China, que basicamente confinou mais de 60 milhões habitantes província de Hubei. Há uma grande diferença entre recomendar e proibir a locomoção da população, mas o fato é que no primeiro epicentro de coronavírus, os novos casos estão sob controle.
Países europeus também adotaram medidas restritivas. – é o caso da Itália, onde moradores não podem sair de suas casas sem justificativa médica, sob risco de prisão e multa.
“Estou bem e não faço parte do grupo de risco. Por que eu deveria ficar em casa?”
Indivíduos que não fazem parte do grupo de risco do Covid-19 devem evitar a doença tanto quanto os que fazem. Em primeiro lugar, porque o coronavírus se espalha facilmente. Uma vez infectados, esses indivíduos podem acabar transmitindo o vírus para outras pessoas que, de fato, sejam mais vulneráveis.
Em segundo lugar, porque quando uma pessoa é infectada – seja ela velha, nova, com problemas crônicos respiratórios ou não – há a necessidade de tratamento. Isso quer dizer que essa pessoa pode acabar ocupando o lugar de alguém mais sensível à doença. Uma reportagem publicada recentemente pelo site Seleções alerta para a insuficiência de leitos em UTIs na rede pública de vários estados do Brasil.
Trata-se, portanto, de um exercício de solidariedade. Isso pode sacrificar algumas das suas atividades rotineiras, como aproveitar a folga do final de semana para ir à praia, mas tende a trazer bons resultados para a saúde pública.
Se não pelos outros, por você mesmo…
Há ainda um terceiro e bom motivo para evitar contato social e, consequentemente, a contração do coronavírus: estudos mostram que alguns pacientes podem ter sequelas pulmonares, mesmo quando curados da doença.
De acordo com o diretor médico do Centro de Doenças Infecciosas de Kwai Chung, Dr. Owen Tsang Tak-yin, em entrevista para o jornal South Chine Morning Post, é possível que haja queda de 20% a 30% na função pulmonar, em determinados casos.
Cabe ressaltar que a infecção causada pelo Covid-19 ainda é muito recente e praticamente todas as pesquisas sobre a doença têm caráter preliminar.
“Vou pegar coronavírus se sair de casa para ir ao supermercado?”
Provavelmente não. Se você seguir as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indicam a higienização correta das mãos e a distância de 01 metro de pessoas que estiverem tossindo ou espirrando, os riscos são baixos, por enquanto.
O coronavírus não está no ar, ele se espalha por gotículas que entram em contato com mucosas dos olhos, nariz e boca – é o caso de quando alguém infectado espirra ou fala muito próximo a você; ou acaba tossindo na mão e encostando em uma superfície que depois será tocada por diversas outras pessoas. A questão é que você dificilmente pode escapar disso em um transporte público lotado.
Ao ir ao mercado, também vale a regra de não levar as mãos aos olhos, nariz e boca. Andar com um frasco de álcool em gel na bolsa pode ajudar – se você ainda encontrar algum por aí. Não há necessidade de estocar comida, papel higiênico e outros itens. Pelo menos, não nesse momento.
A chave para o equilíbrio é ter bom senso e estar alerta às mudanças na sua região.
Fontes: Seleções
Fontes: Seleções