Doze dicas para se preparar para a prova de redação em concursos


Os editais de concurso listam todo o conteúdo programático das provas, orientando os candidatos em seus estudos. Porém, nem sempre deixam muito claro como se preparar para fazer as provas de redação — que, em muitos casos, são eliminatórias. O Boa Chance ouviu alguns especialistas, que sugerem maneiras de melhorar o texto e conseguir mais chances de ser aprovado em um concurso.

— Primeiramente, o aluno precisa dominar determinados tópicos da gramática que são essenciais a uma redação de qualidade: concordância verbal e nominal, emprego de conjunções, regência, crase e pontuação. Com o domínio dessa ferramenta essencial que é a gramática, o aluno terá que conhecer as regras de produção de redação para concursos públicos, que vão desde as técnicas de redação de um parágrafo de introdução, passando pela produção dos parágrafos de desenvolvimento, segmento mais importante da sua redação, chegando até a confecção de um parágrafo claro, coeso e objetivo de conclusão — explica Adriana Figueiredo, autora de “Gramática Comentada com Interpretação de Texto” (editora Elsevier).

— Independentemente da área de conhecimento em que o candidato atue — exatas, humanas, biomédicas — , a facilidade em escrever uma redação virá como treino. Os profissionais da área de exatas tendem a ser mais concisos e lógicos, o que é uma vantagem na hora de se produzir um texto — acredita Aguinaldo Martino, professor de português e redação da LFG, rede de cursos preparatórios para concurso.

Lúcia Venina de Mattos Almeida, professora de Redação e Língua Portuguesa na UniCarioca, concorda que o treinamento é fundamental:

— Qualquer pessoa que queira escrever melhor deve começar a ler e passar para o papel o que entendeu de cada parágrafo. O ideal também é pedir que alguém o corrija para ir eliminando os erros.

Os formatos pedidos com mais frequência são os textos dissertativos argumentativos, que versam sobre temas da atualidade, e textos dissertativos expositivos, que tratam de temas de áreas específicas do concurso, de acordo com Adriana.

Veja abaixo doze dicas, elaboradas por Adriana Figueiredo, Lúcia Venina de Mattos Almeida e Aguinaldo Martino.

1. Leitura: O candidato deve saber que não existe “receita de bolo” para escrever bem e que não se pode passar a escrever com maestria de um momento para o outro. É um processo que vai depender do esforço de cada um, mas, geralmente, só é bom escritor quem for um bom leitor. Portanto, ler é o principal caminho.

2. Correção: Não adianta fazer uma redação por dia e cometer os mesmos erros em todas elas. Sempre que possível, peça ajuda a um professor de língua portuguesa, ou a alguém com algum conhecimento na área para fazer a correção e apontar os erros.

3. Linhas: Respeite o número mínimo, bem como o máximo de linhas estipulado pela banca. Em uma redação de 20 a 30 linhas, o ideal é que se redija acima de 25 linhas, sem ultrapassar a marca de 30 linhas. Toda linha escrita a mais será desprezada pela banca.

4. Parágrafos: Uma redação de 20 a 30 linhas deve conter, no mínimo, quatro parágrafos e, no máximo, cinco. Um parágrafo para introdução, de dois a três parágrafos de desenvolvimento, e um para a conclusão.

5. Objetividade: Não se esqueça da objetividade: o enfoque do assunto deve ser direto, sem rodeios. Não use expressões introdutórias meramente formais, ou simplesmente chavões sem utilidade prática. O uso de expressões ou conectores muito rebuscados, muitas vezes, desagrada aos examinadores. As bancas dão preferência a uma linguagem simples e objetiva.

6. Releitura: Ao término da redação, leia ao menos duas vezes o texto – a primeira para verificar se sua estruturação foi respeitada e a outra leitura para se certificar de que não houve falhas quanto à gramática. Ter conteúdo é importante, mas o que vai garantir a qualidade de sua redação é a organização, clareza e objetividade.

7. Forma: O candidato não pode esquecer que deve usar letra legível, deve marcar os parágrafos com recuo de aproximadamente dois centímetros margem, usar hífen ou sublinhado na separação silábica e não pular linha entre um parágrafo e outro, ou entre o título (caso seja solicitado que se dê um título) e o primeiro parágrafo.

8. Título: Só utilize título se houver determinação da banca. Nem todas as bancas organizadoras de concursos pedem título. Caso seja exigido, o título deverá ser uma frase nominal — sem verbo. Também não deve vir seguido de ponto.

9. Frases: Frases muito longas devem ser evitadas. O ponto final deve ser utilizado com mais frequência. Letras maiúsculas e minúsculas usadas indevidamente e o excesso de adjetivos são comuns e podem levar à perda de pontos. Há três pontos essenciais: coesão, coerência e concordância verbo nominal.

10. Início: Outra dica dos especialistas é começar a prova pela redação, que normalmente tem participação de 50% a 60% na composição da nota. Também é recomendado tomar cuidado com o uso de rascunho, já que é comum pular palavras na hora da cópia ou modificar o que anteriormente estava escrito.

11. Atualização: Geralmente, nas provas de redação, são abordados temas da atualidade ou algum assunto desafiante para o cargo ao qual o candidato está concorrendo. Por isso, é importante que o candidato esteja a par dos acontecimentos. O ideal é que leia jornais, revistas e informativos dos órgãos para onde fará concurso.

12. No lugar do outro: É importante, também, o candidato pensar e se colocar na posição do leitor, e sempre se perguntar: o que escrevi é interessante é de fácil entendimento?

Fonte: O Globo

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