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Sociologia: Auguste Comte na prova de Ciências Humanas do ENEM


Nascido em Montpellier, na França, em 1798, Auguste Comte desenvolveu sua filosofia e seus estudos sociais no contexto pós Revolução Francesa, pós primeira fase da Revolução Industrial e no contexto de surgimento da Ciência Moderna.

Auguste Comte considerava a estrutura social do momento em que vivia marcada pela desordem. O pensador afirmava que a sociedade encontrava-se em ebulição e em completo caos. Para que o estado de confusão e desordem acabasse, Comte defendia que era necessário estudar essa nova sociedade a partir do uso de fundamentos da razão.

Comte propôs um modelo racional para colaborar com a mudança no pensamento social e, a partir daí, criou a Filosofia Positiva. Por pensar em um novo modelo de observação e interpretação das relações sociais, Auguste Comte é considerado um dos precursores da Sociologia e seus trabalhos sobre a nova ordem social influenciaram a obra do sociólogo Èmile Durkheim.


Comte e o positivismo

A filosofia positivista adota critérios racionais, históricos e sistemáticos para entender as transformações sociais. Sendo assim, o uso exclusivo de elementos religiosos e naturais deve ser descartado por aqueles que desejam pensar a nova sociedade pós Revolução Francesa. A partir desse novo modelo de pensamento é possível, então, propor mudanças que gerem a ordem e coesão social.

A nova ciência fundada por Comte, primeiramente chamada de física social, posteriormente Sociologia, propõe o uso de observação, experimentação, estudos, comparação e de classificação a partir de métodos. Com isso, busca estabelecer que os fenômenos sociais devem ser explicados em termos sociais e não exclusivamente naturais e religiosos.

Pode-se afirmar que o modelo positivista de análise social busca conhecer para prever, prever para prover. O conhecimento racional positivista procura conhecer a realidade social para, com isso, prever acontecimentos gerados a partir da ação social do homem e, então, apresentar possíveis soluções racionais.

De acordo com Comte, a sociologia tem como um de seus objetivos a reconciliação entre pontos estáticos e dinâmicos na sociedade, e isso é caracterizado pela relação entre a ordem e o progresso.

O progresso está sempre subordinado à ordem, ou seja: para que exista progresso é preciso existir a ordem. O progresso é objetivo a ser atingido, sem que exista a necessidade de desordenar e abalar o sistema social.

O pensamento positivista de Comte influenciou o pensamento dos republicanos no Brasil e foi usado, inclusive, na bandeira nacional que contém a frase “Ordem e Progresso”.


Lei dos três estados de Comte

Com base nas ideias positivistas, Comte criou e fundamentou as três Leis dos estados. O autor afirmava que as sociedades passariam por três estados de pensamento, com algumas características fortes e dominantes.

Os três estados são: o teológico, o metafísico e o positivo.


Estado teológico

Os fenômenos sociais são explicados através de ações divinas. O estado teológico subdivide-se em três fases:

  • Animismo ou fetichismo: dar a seres naturais as mesmas características humanas;
  • Politeísmo: a vontade de vários deuses determina o acontecimento de todas as coisas no mundo;
  • Monoteísmo: a vontade de apenas um deus determina e controla todos os acontecimentos.



Estado Metafísico

Os acontecimentos são explicados a partir de abstrações teóricas. O estado metafísico é o intermediário entre o pensamento teológico e o pensamento positivista.


Estado Positivo

Estado científico, onde as explicações e pensamentos são elaborados com base na razão. Neste estado, os acontecimentos dependem somente da ação racional e evolução mental da racionalidade humana.

A partir do desenvolvimento da teoria dos três estados, Comte eleva a sociologia à categoria de evolução máxima entre as ciências, pois a considera a ciência do todo sobre os elementos e, portanto, a mais evoluída porque tem como objeto o homem e as relações que este estabelece.

 

Fonte: Manual do Enem

Sociologia: Karl Marx na prova de Ciências Humanas do ENEM



Quem foi Karl Marx

Você provavelmente já ouviu falar da importância do marxismo para se entender o funcionamento do capitalismo e pensar formas de organização alternativas. Também sabe da necessidade de aprender o assunto para a prova de Sociologia.

Afinal, quem foi Karl Marx? Nascido na Alemanha em 1818, Marx foi um filósofo e sociólogo que influenciou todas as áreas de estudo e organização do mundo humano. Até hoje, sua obra retrata de maneira sofisticada as relações de trabalho e as formas de exploração.

Nesse sentido, a grande importância de seu pensamento é a contribuição única que oferece para se compreender a sociedade capitalista. Como o sistema econômico da humanidade continua a seguir mais ou menos a mesma lógica, suas ideias permanecem atuais.

Também por esse motivo, a biografia, as obras e as teorias de Marx são sempre cobradas no Enem. Elas podem entrar na prova de Sociologia, mas também em questões de intertextualidade ou na redação. Estude com atenção e procure fontes diversas de informação, como os podcasts do Enem.

 

Quais são as bases de sua teoria

A melhor maneira de compreender pra valer a teoria de Karl Marx no Enem é destacar os seus conceitos mais importantes. Embora eles estejam conectados, é mais fácil entender separadamente o que são classes sociais, luta de classes, proletariado, mais-valia, alienação e força de trabalho.

 

Classes sociais

No pensamento de Marx, a palavra “classe” quer dizer um conjunto de pessoas que compartilha relações similares de trabalho e de acesso a meios de produção. De certa maneira, o termo é um ponto de partida, pois toda a sua obra busca analisar a distribuição desigual das classes no processo de produção.

 

Luta de classes

Segundo Marx, as classes seriam, também, resultado de uma divisão do trabalho e das forças produtivas que permite a uma classe ter lucro a partir da exploração de outra. Nesse ponto, começam a se desenhar conflitos que são chamados de luta de classes.

A classe que domina os meios de produção, conhecida como classe dominante, explora a classe operária do proletariado. Essa opressão resulta em uma luta política que busca basicamente reorganizar a estrutura da produção de uma maneira mais justa.

 

Proletariado

“O proletariado é a classe da sociedade que retira sua subsistência unicamente da venda de seu trabalho e não do lucro de um capital qualquer”. Essa frase de Engels, principal parceiro de Marx, define bem o que o termo significa.

Em outras palavras, o proletariado é aquela classe social que tem sua existência definida pela demanda de trabalho. É a massa de operários, explorada pela burguesia e pelos empresários que dominam os meios de produção.

 

Mais-valia

Segundo Marx, a dinâmica de exploração capitalista está integrada ao sistema econômico que regula o próprio processo de produção. O termo “mais-valia” significa, assim, o excedente daquilo que é produzido, que está acima do necessário para o patrão sobreviver.

O valor é medido em tempo de trabalho, logo a mais-valia pode ser entendida como a quantidade de tempo de trabalho roubada do trabalhador para que o capitalista lucre. Por exemplo, suponha que em duas horas de atividade o trabalhador produza o suficiente para pagar o seu salário. O tempo restante que ele fica trabalhando sem receber por isso é a mais-valia.

 

Alienação

É o processo pelo qual as pessoas de uma classe se tornam alheias ou estranhas ao mundo em que vivem. A alienação pode existir em muitos níveis. Por exemplo, as pessoas podem ser alienadas:

  • em relação às coisas que elas mesmas produzem;
  • em relação à natureza em que vivem;
  • em relação às outras pessoas;
  • em relação a si mesmas e às suas possibilidades humanas.

 

Força de trabalho

A combinação das capacidades físicas e mentais de um ser humano para realizar trabalho útil é conhecida como força de trabalho. Através dela, o operário agrega valor às mercadorias que produz. Quando o trabalhador não recebe por esse valor, configura-se a mais-valia.

 
O movimento Marxista

O marxismo é um movimento de ação crítica contra o capitalismo e sua exploração. Ao mesmo tempo, é uma corrente ampla da teoria social. Ele se origina com os trabalhos científicos e políticos de Marx e Engels, nos anos 1840.

É importante lembrar que Marxismo, Socialismo e Comunismo não são sinônimos. Em linhas gerais, o marxismo é um método de análise socioeconômica para compreender relações de classe e outros aspectos. Ele serve de inspiração para organizações políticas.

Como consequência, ele trouxe mobilizações de classes trabalhadoras na luta por melhores condições. De maneira geral, as principais influências do marxismo são o idealismo alemão de Hegel, a economia política de Adam Smith e a teoria política do socialismo utópico francês. São pilares conectados às provas de Filosofia e História no Enem.

 
Os impactos do movimento Marxista na atualidade

O mundo atual passou por grandes transformações e, em muitos sentidos, refletir sobre o trabalho e a exploração se tornou algo ainda mais complexo. Um gigante como a China, país com histórico comunista, hoje é a principal potência de um mundo capitalista.

China e outros governos, como Cuba e Rússia, trazem impactos do marxismo mas não se resumem a isso. Tudo deve ser entendido em um contexto global complexo. A história do mundo envolve disputas intensas de poder, guerras e embargos econômicos — como demonstram os interesses em torno do petróleo e a crise na Venezuela.

 

Fonte:  Dicas Vestibulares


Sociologia: Émile Durkheim na prova de Ciências Humanas do ENEM

 


Sabe-se que a prova do Enem cobra conteúdos de diversas áreas do conhecimento, uma delas é a sociologia: ciência humana caracterizada pelo estudo da sociedade. Sendo assim, o artigo de hoje será sobre Émile Durkheim (1858-1917), um dos autores clássicos da área e, também, o responsável por consolidar a Sociologia enquanto ciência, definindo uma metodologia e um objeto de estudo. Como o próprio sociólogo disse em sua obra O discurso do Método Sociológico: “se existe uma ciência das sociedades, cabe esperar que ela não consista em uma simples paráfrase dos preconceitos tradicionais, mas nos mostre as coisas diferentemente de como as vê o vulgo; pois o objeto de toda ciência é fazer descobertas, e toda descoberta desconcerta mais ou menos as opiniões aceitas”. Em vista disso, nota-se que ele buscou romper com o senso comum e propôs uma nova maneira de pensar o âmbito social, pautada em preceitos científicos como nas ciências naturais.

 

Principais conceitos

1. Fato social: pode ser definido como tudo aquilo que exerce uma força de coerção sobre os indivíduos. Sendo essa força exterior, isto é, que não depende das consciências individuais para existir, e social (não psicológica). Assim, o fato social é constituído de exterioridade, generalidade e coercibilidade, com isso, pode fazer com que os indivíduos sintam, pensem e ajam de uma determinada forma.

Como foi visto, os fatos sociais possuem caráter externo, sendo assim, precisam ser internalizados e esse processo ocorre a partir da socialização dos indivíduos, na qual são as instituições sociais que transmitem os valores, regras e formas de comportamento que padronizam a conduta individual. Nesse sentido, as instituições sociais também possuem uma certa realidade exterior aos indivíduos, pois elas existem independente da vontade isolada de cada um deles, já existiam antes de seus nascimentos e, possivelmente, permanecerão após suas mortes. Desse modo, elas acumulam contribuições e características de cada geração, alterando-se ou ganhando força, mas isso só é possível por meio da combinação de vários indivíduos que realizam ações para configurar um novo fato social.

Exemplo de fato social: a pandemia do Coronavírus pode ser analisada como um fato social, pois atua de um modo coercitivo sobre os indivíduos, fazendo com que estes ajam de uma forma específica. Além disso, ela também é generalizada, ou seja, vale para todos, o que colabora com seu caráter social.

2. Solidariedade mecânica e orgânica: para Durkheim, existem dois tipos de organização da sociedade:

  • Solidariedade Mecânica: típica de sociedades simples, tradicionais ou arcaicas, como sociedades tribais, nas quais o grau de divisão do trabalho é baixo. A solidariedade se baseia na identificação dos indivíduos, seja por meio da família, da religião, dos valores ou costumes. Nessas sociedades a coesão existe pautada na ausência de diferenciação entre os indivíduos.
  • Solidariedade Orgânica: surge em sociedades mais complexas e modernas, nas quais existe uma maior divisão do trabalho e, é justamente essa divisão, que gera uma maior individualidade, pois cada indivíduo exerce uma função social diferente. Assim, a sociedade pode ser entendida como um organismo humano, no qual cada órgão possui uma função específica, assim, todos precisam desempenhar bem seu papel para que o organismo funcione adequadamente.

 

3. Tipos de suicídio: para Durkheim o suicídio não é uma questão individual, mas social, é resultado da falta de solidariedade e do mal-estar da sociedade moderna. Assim, ele realizou uma análise de dados estatísticos e verificou uma certa regularidade na taxa de suicídio no decorrer de um determinado período. Esses dados foram cruzados com variáveis de idade, seco, lugar de residência, religião etc. Com essa pesquisa Durkheim estabeleceu três tipos de suicídio:

  • Suicídio egoísta: ato de individualismo extremo, no qual o ego individual se afirma demasiadamente em frente ao ego social. Predomina nas sociedades modernas, onde os laços sociais do indivíduo estão frouxos, o que produz uma sensação de ausência de integração.
  • Suicídio altruísta: diferentemente do egoísta, nesse tipo o indivíduo possui um excesso de pertencimento com determinado grupo, assim, ele prioriza o coletivo a sua própria vida. Um exemplo é o caso dos soldados japoneses que participaram da Segunda Guerra Mundial, conhecidos como camicases, os quais morriam em honra ao imperador.
  • Suicídio anômico: nesse caso, a situação de ausência de normas que mantinham a coesão social, decorrente da falta de pressupostos consolidados, levariam o indivíduo ao suicídio. Geralmente, é marcado por períodos de crises sociais, como o desemprego e as crises econômicas, ou processos de transformações na sociedade, como a modernização.

 

Questão

(ENEM 2016) A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.

DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na

a) Vinculação com a filosofia como saber unificado.

b) Reunião de percepções intuitivas para demonstração.

c) Formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.

d) Adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais.

e) Incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.

A alternativa correta é a letra D.

 

Fonte: InfoEnem


Sociologia: Max Weber na prova de Ciências Humanas do Enem



 
O alemão Max Weber foi um dos principais teóricos da Sociologia e compõe, juntamente com Émile Durkheim e Karl Marx, a tríade da sociologia clássica. Devido a essa importância, a compreensão de suas ideias é indispensável à resolução das questões de sociologia da prova do Enem.

Karl Emil Maximilian Weber (1864–1920) foi um sociólogo, jurista e economista alemão. Ele viveu e desenvolveu seu trabalho no período pós unificação alemã, promovida por Otto von Bismarck. Antes da unificação o Estado alemão ainda não existia. A região correspondente à Alemanha era formada por pequenos reinos e ducados independentes oriundos da mesma raiz cultural, mas que não eram unificados politicamente. Assim, Bismarck promoveu uma política de integração desses reinos. O que acarretou no fortalecimento do povo alemão e da economia capitalista instaurada no país. Essa contextualização histórica é importante para compreender o desenvolvimento da obra de Weber, pois o capitalismo e o protestantismo fazem parte de seus objetos de estudo, levando o sociólogo a desenvolver uma sociologia da teologia.

A percepção weberiana do capitalismo enxergava-o como o fruto de um ideal, o ideal do capitalismo, o qual promovia uma espécie de racionalização do trabalho e do dinheiro, sustentada pela prosperidade e pela capacidade de gerar cada vez mais capital. Com essa percepção, Weber acreditava que o capitalismo se origina como um ideal (um espírito) e, posteriormente, é construído na prática. Sendo essa prática possível de ser aprimorada através do protestantismo.

 

Conceitos propostos por Weber

1. Ação social: segundo Weber, ela deveria ser o principal objeto de estudo da sociologia. Diferentemente de Durkheim, Weber estava mais preocupado com aspectos mais próximos ao indivíduo, justamente por acreditar que não era apenas a estrutura das instituições ou a situação econômica do indivíduo que motivaria suas ações. Para o sociólogo, as ideias, crenças e os valores eram os principais impulsionadores das mudanças sociais e os indivíduos dispunham de liberdade para agir e transformar sua realidade. Portanto, a ação social seria qualquer ação que possuísse uma finalidade e sentido determinados por seu autor em relação à resposta que deseja de seu interlocutor. Tais ações podem depender da tradição, emoção ou dos interesses racionais, sendo elas:

  • Ação social tradicional: determinada por costumes/tradição familiares ou sociais. São atitudes enraizadas culturalmente que são repetidas de forma quase inconsciente (utiliza-se a palavra “quase”, pois sempre existem exceções).
  • Ação social afetiva: condicionada pelas emoções individuais. Não possui um fim específico para ser alcançado, é uma ação espontânea. Ao invés de uma intenção, ela possui uma motivação.
  • Ação racional em relação a valores: se manifesta pela convicção racional em valores individuais. Esse tipo de ação diz respeito àqueles comportamentos entendidos como crenças ou deveres conscientes.
  • Ação racional em relação aos fins: é determinada pela possibilidade de se alcançar um determinado objetivo. Uma ação racional em relação a fins ocorre quando o indivíduo usa, racionalmente, do meio necessário mais adequado para atingir um fim almejado.

 

2. Racionalização do mundo social: a racionalização do trabalho e de várias outras esferas da vida apresentam-se como um dos traços mais marcantes do contexto histórico no qual Weber estava inserido. O modelo capitalista e o avanço científico foram responsáveis por moldar o mundo de uma forma que todos os espaços coletivos sejam burocratizados. Essa burocratização em termos weberianos significa a organização dos espaços coletivos com base na racionalidade e eficiência. Com isso, ocorre o chamado “desencantamento do mundo”, marcado pela crescente substituição das formas religiosas e místicas pelas formas racionais e burocráticas.

 

3. Dominação: para Weber o Estado consiste em uma relação de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento da violência legítima, sendo a obediência a condição para existência desse Estado. Desta forma, para que a dominação seja eficaz é necessário que os dominados aceitem o comando do dominador e essa aceitação ocorre por meio da crença na legitimidade, a qual, para o sociólogo, pode possuir três fundamentos: o carisma, a tradição e a legalidade. Assim, os tipos de dominação legítima são:

  • A dominação legal: é característico da sociedade moderna. A crença na legitimidade consiste na crença dos ornamentos jurídicos que definem a função do detentor do poder. Nesse caso, a obediência deriva das leis/regras.
  • A dominação tradicional: a fonte do poder é a tradição. É legitimada pela crença no caráter sagrado do poder. O conteúdo das ordens está fixado pela tradição, isto é, pelos hábitos/costumes que estão enraizados nos homens.
  • A dominação carismática: a autoridade se baseia na crença e no reconhecimento pessoal do líder. Os motivos para a obediência são afetivos. 

 

Questão do Enem – 2015

A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quisessémos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo.

WEBER, M. A ciência como vocação. ln: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidencia o(a)

a) Progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.

b) Extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.

c) Emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.

d) Afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.

e) Fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.

A alternativa correta é a letra D.

 

Fonte: InfoEnem

Sociologia no Enem: o que estudar

 


A matéria de Sociologia aparece dentro da prova de "Ciências humanas e suas tecnologias" que engloba também História, Geografia, e Filosofia.

Por isso, convém revisar os assuntos dessa área e fazer conexões com as demais disciplinas. Afinal, os pontos dessas questões podem garantir o acesso para a tão sonhada vaga na universidade.

O site Toda Matéria preparou uma lista com os tópicos que são mais cobrados em Sociologia para você se preparar para a prova.

 

1 - Cultura

As diferenças culturais entre os povos e o respeito entre as múltiplas culturas do planeta são temas que costumam ser cobrados no Enem.

Outro tópico abordado é a influência midiática da Indústria Cultural e as consequências para as diferentes tradições que existem na sociedade.

Dentro deste tópico, existe também a reflexão sobre como, por vezes, nos apropriamos indevidamente de objetos, festas ou expressões de uma cultura.

 

 2 - Cidadania

O tema cidadania engloba diversos pontos. Atualmente, o cidadão deve ser ativo na sociedade e por isso tem que conhecer seus direitos e deveres.

Desta maneira, temas como a importância do voto, da participação política através de associação de moradores são importantes para você fazer uma revisão.

Vale a pena sempre fazer uma conexão com a matéria de História que aborda esta questão ao longo das diferentes épocas da formação da sociedade brasileira.

 

3 - Movimentos Sociais

Existem movimentos sociais desde que o mundo é mundo. No entanto, os mais cobrados são aqueles que se iniciaram no século XX como o movimento agrário, o negro, LGBT, ambientalista, feminista, etc.

Lembre-se que sua opinião deve ser muito bem embasada, caso você concorde ou discorde de alguma das pautas que sejam defendidas por essas organizações.

Leia jornais e revistas para se informar das principais lutas sobre os movimentos sociais brasileiros.

 

4 - Política, Estado e Governo

Este campo do conhecimento é muito vasto e é o que mais influencia em nossa vida cotidiana.

As questões de Sociologia focam no contexto histórico e por isso, nas mudanças que os vários conceitos sociológicos sofreram ao longo do tempo. Por exemplo: na Antiga Grécia, a democracia era entendida de uma forma, enquanto no século XX este conceito tem outra interpretação.

Assim, temas como Direitos Humanos, Governo, Estado e Sociedade, foram se transformando. Identificar como estes conceitos eram entendidos é de vital importância para se fazer uma boa prova.

 

5 -  Revolução Científica e Industrial

As mudanças de paradigma de uma sociedade que privilegiava a religião, para outra que passa a acreditar a ciência tem seu lugar no Enem.

Para isso, entenda como as mudanças científicas vão atingir todos os setores sociais. Desde os trabalhadores até os governos, passando pela forma de encarar o mundo.

Esteja atento às aulas de História e Geografia, e também à realidade. Afinal, também nós estamos vivendo uma revolução na comunicação, nos direitos dos trabalhadores e no modo de produção econômico.

 

6 - Sociedade Contemporânea

Formação de identidade, comportamento nas redes sociais, individualidade x coletividade, relações líquidas (efêmeras) são os mais pedidos dentro do tópico sociedade contemporânea.

Para isto, preste atenção às aulas de Geografia que abordam as mudanças sociais dentro do território e também às discussões para se fazer uma boa redação.

Lembre-se que você pode utilizar argumentos sociológicos para valorizar ainda mais o seu texto dissertativo.

 

7 - Teorias Sociológicas

Nomes como Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber devem ser familiares para quem, como você, deseja passar no Enem. As teorias sociológicas destes pensadores são cobradas para serem identificadas e comparadas.

Por isso, é importante que o candidato saiba um pouco sobre a biografia desses intelectuais que estudaram temas como a sociedade, o Estado e a própria disciplina sociológica.

 

CLIQUE E CONFIRA: Fique Atento! Sociólogos que podem estar na prova do ENEM.

 Fonte: Toda Matéria

O QUE É LIBERDADE DE EXPRESSÃO?


 

 Liberdade de expressão é um direito fundamental do homem que garante a manifestação de opiniões, ideias e pensamentos sem retaliação ou censura por parte de governos, órgãos privados ou públicos, ou outros indivíduos.

No Brasil, ela é garantida pelo artigo 5° da Constituição. Também é um direito estabelecido mundialmente pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.

A doutrina jurídica entende a liberdade de expressão enquanto um direito que não pode ser vendido, renunciado, transmitido ou revogado.

O limite da liberdade de expressão está em ultrapassar os demais direitos fundamentais. Ao cometer preconceito ou proferir palavras racistas, por exemplo, não é liberdade de expressão, e sim um crime contra outra pessoa que tem os mesmos direitos assegurados e é considerada igual a todos aos demais perante a lei. Se a liberdade de expressão de um fere a liberdade do outro, então torna-se opressão.

A relação entre a liberdade de expressão e a mídia é marcada principalmente pela censura. Entre os preceitos de um país democrático estão justamente a liberdade de expressão de seus cidadãos e a liberdade de imprensa. Se não há liberdade para opinar na mídia, seja por repressão de governos ou de grupos econômicos, não há um estado democrático de direito.

A liberdade de expressão na internet segue as mesmas regras da liberdade de expressão em qualquer veículo de comunicação, e o mesmo se aplica quando estamos falando fora da mídia: em casa ou na rua. E deve manter mesmas garantias e limites. Assim como não se fala palavras racistas por ser crime, também não se usa internet para promover racismo ou xenofobia.

A contribuição da internet para a liberdade de expressão é fundamental, pois democratiza informação, abre novos canais de divulgação e dá voz a inúmeras pessoas cujas posições ficariam de fora da mídia tradicional.

Mas também a internet abre espaço para disseminação de pensamentos opressores e antidemocráticos, sob pretexto do anonimato e proteção de se estar atrás da tela do computador. Embora existam leis contra isto, estão sendo desenvolvidas normas para regulamentar crimes cometidos no ambiente virtual.

 

 

 

 

A Relação entre os Três Poderes no Brasil

 



A relação entre os Três Poderes na Esfera Federal


O conceito da separação dos poderes, também referido como princípio de trias politica, é um modelo de governar cuja criação é datada da Grécia Antiga. A essência desta teoria se firma no princípio de que os três poderes que formam o Estado (poder legislativo, executivo e judiciário) devem atuar de forma separada, independente e harmônica, mantendo, no entanto, as características do poder de ser uno, indivisível e indelegável.


O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única pessoa, para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por exemplo, em que todo o poder concentrava-se na mão do rei. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal caracterizou-se justamente pela separação de Poderes, denominada Tripartição dos Poderes Políticos.


A composição dos poderes do Estado brasileiro funciona da maneira tripartite: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e harmônicos entre si.


Cada um desses Poderes tem sua atividade principal e outras secundárias. Por exemplo, ao Legislativo, cabe, principalmente, a função de produzir leis e fiscalizá-las, e administrar e julgar em segundo plano. Ao Judiciário, cabe a função de dizer o direito ao caso concreto, pacificando a sociedade, em face da resolução dos conflitos, sendo, sua função atípica, as de administrar e legislar. Ao Executivo, cabe a atividade administrativa do Estado, é dizer, a implementação de o que determina a lei, atendendo às necessidades da população, como infraestrutura, saúde, educação, cultura. Sendo sua função secundária as de legislar e julgar.


Qual sua opinião sobre a relação entre os Três Poderes no #BRASIL? Comenta aí!

Os Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário

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Os três poderes, independentes e coesos entre si, são categorias dos poderes políticos presentes na democracia de um país.

Assim, quando pensamos na Política de um Estado, em sua estrutura e organização existem três poderes políticos que norteiam suas ações, são eles:
  • Poder Executivo
  • Poder Legislativo
  • Poder Judiciário


Respectivamente, esses poderes são destinados a: executar as resoluções públicas, produzir as leis e julgar os cidadãos.

História
Desde a antiguidade muitos estudiosos, pensadores e filósofos discutiam questões sobre a Política e sua organização.

Entretanto, foi o filósofo, político e escritor francês Charles-Louis de Secondat (1689-1755), mas conhecido por Montesquieu, quem desenvolveu, no século XVIII, a “Teoria da Separação dos Poderes”.

Essa Teoria relatada em sua obra “O Espírito das Leis”, apresentava a divisão dos poderes políticos e seus respectivos campos de atuação.

Vale lembrar que, antes de Montesquieu outros grandes filósofos já haviam feito referência sobre a importância desse modelo de Estado. Como exemplo notório temos o filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) e sua obra intitulada “Política”.

Desde aquela época, o objetivo central da divisão dos poderes no campo político era o de descentralizar o poder. Isso porque ele estava concentrados nas mãos de um pequeno grupo.

A ideia central era de favorecer um Estado mais justo, democrático e igualitário para todos os cidadãos.

Os Três Poderes e Suas Funções

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Cada categoria de poder político possui seu campo de atuação, a saber:

Poder Executivo
O Poder Executivo, como o próprio nome já pressupõe, é o poder destinado a executar, fiscalizar e gerir as leis de um país.

No âmbito deste poder está a Presidência da República, Ministérios, Secretarias da Presidência, Órgãos da Administração Pública e os Conselhos de Políticas Públicas.

Sendo assim, essa escala do poder decide e propõe planos de ação de administração e de fiscalização de diversos Programas (social, educação, cultura, saúde, infraestrutura) a fim de garantir qualidade e a eficácia dos mesmos.

É válido destacar que no município, o Poder Executivo é representado pelo Prefeito enquanto a nível estatal é representado pelo Governador.

Poder Legislativo
O Poder Legislativo é o poder que estabelece as Leis de um país. Ele é composto pelo Congresso Nacional, ou seja, a Câmara de Deputados, o Senado, Parlamentos, Assembleias, cuja atribuição central é de propor leis destinadas a conduzir a vida do país e de seus cidadãos.

O Poder Legislativo, além de desempenhar o papel de elaboração das leis que regerão a sociedade, também fiscaliza o Poder Executivo.

Poder Judiciário
O Poder Judiciário atua no campo do cumprimento das Leis. É o Poder responsável por julgar as causas conforme a constituição do Estado.

É composto por juízes, promotores de justiça, desembargadores, ministros, representado por Tribunais, com destaque para o Supremo Tribunal Federal – STF.

Essencialmente, o Poder Judiciário tem a função de aplicar a lei, julgar e interpretar os fatos e conflitos, cumprindo desta forma, a Constituição do Estado.

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Curiosidades
  • A “Teoria dos Três Poderes” do Filósofo Montesquieu, influenciou na criação da Constituição dos Estados Unidos. Com isso, a divisão dos três poderes da esfera política, tornou-se a base de qualquer Estado Democrático Contemporâneo.
  • O mais antigos dos três poderes é o Poder Judiciário, uma vez que na cidade Grega de Atenas existiam tribunais formados pelo povo. Além de possuírem suas funções legislativas, tinham como principal intuito julgar as causas dos cidadãos atenienses.
  • A Constituição Brasileira adotou a Tripartição de Poderes — Legislativo, Executivo e Judiciário — na Constituição de 1891.
  • No Brasil, o Poder Executivo e o Poder Legislativo são definidos a partir de votação direta, enquanto o Poder Judiciário é direcionado por ministros indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado.

O que é misoginia?

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Texto por: Livia Deodato

Misoginia é nome dado para a antipatia, o desprezo ou a aversão às mulheres. A palavra tem origem na junção dos termos gregos miseo, que significa ódio, e gyne, que se refere à mulher. O termo é antigo, mas ganhou destaque nos últimos anos nas redes sociais com as crescentes discussões sobre os direitos das mulheres e debate sobre questões de gênero e valores do feminino.

Para especialistas, é justamente esse ódio que sustenta o machismo e a crença de que os homens são melhores e mais capazes do que as mulheres. A misoginia também está por trás do grande número de crimes cometidos contra as mulheres: Das agressões verbais e físicas ao feminicídio, termo usado quando o homicídio praticado contra a mulher tem motivação no simples fato de a vítima ser do sexo feminino.

Muito além da aversão às mulheres, a misoginia também pode ser percebida no desprezo aos valores ligados ao feminino, como sensibilidade, acolhimento, compreensão, escuta - qualidades raras na sociedade atual e que começam a ser resgatadas. As mulheres são o principal alvo da misoginia, mas todos saímos perdendo quando não encaramos o problema. Subestimar os próprios sentimentos, deixar de escutar a si mesmo e ao outro ou só se preocupar em trabalhar e produzir, esquecendo as atividades que preenchem, relaxam ou trazem prazer, são ações que se tornaram comuns no cotidiano e podem ser apontadas como a causa de mal-estar emocional e físico.

A misoginia na História
O historiador Leandro Karnal, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), define misoginia como preconceito contra a mulher. E diz que é um dos antigos e mais arraigados da espécie humana. Em uma avaliação da representação da mulher na figura da Vênus, em diferentes períodos da História da Arte, ele conclui o quanto na visão dos artistas – todos homens – o corpo sempre foi o que mais importava na mulher.

O filósofo destaca também a misoginia e a aversão ao feminino no pensamento de importantes intelectuais dos séculos 19 e 20. Como o alemão Arthur Schopenhauer, que dizia que “a mulher, por natureza, deve obedecer” e que “as mulheres são naturalmente inimigas”. O filósofo alemão Nietzsche disse que "ao sair para o encontro com uma mulher, não se esqueça de levar o chicote", em um de seus aforismos. Erasmo de Rotterdam, importante nome do Humanismo, disse que “a mulher é um animal inépito e estúpido, embora agradável e gracioso”.

A misoginia e a ideia de inferiorização da mulher foram divulgadas com naturalidade durante séculos e serviram de base para o pensamento ocidental, fincada em valores patriarcais. A atenção para a forma como as mulheres e o feminino eram abordadas na sociedade acontece com força somente na metade do século 20, com obras de feministas como Simone de Beauvoir, que escreveu “O Segundo Sexo” em 1949. O questionamento da representação da mulher e o alerta para essa aversão ao feminino é uma luta ainda recente. Atualmente, a inserção e popularização do termo misoginia e o resgate de valores do feminino são provas de que as discussões se aprofundam e avançam para um nível de mais igualdade.

Ciências Humanas: Trabalho e Sociedade nas questões de Sociologia do Enem

A principal forma de trabalho nos dias de hoje são os serviços. Nesse caso, o produto vendido é o serviço prestado.

O trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz sua própria existência. Essa afirmação condiz com a definição dada por Karl Marx quanto ao que seria o trabalho. A ideia não é que o ser humano exista em função do trabalho, mas é por meio dele que produz os meios para manter-se vivo. Dito isso, o impacto do trabalho e do seu contexto exercem grande influência na construção do sujeito. Assim, existem áreas do conhecimento dedicadas apenas a estudar as diferentes formas em que se constituem as relações de trabalho e seus desdobramentos na vida de cada um de nós.

Não seria difícil, então, de se imaginar que, quando as relações de trabalho alteram-se no fluxo de nossa história, as nossas estruturas sociais também são alteradas, principalmente a forma como se estruturavam nossas relações, posições na hierarquia social, formas de segregação e, em grande parte, aspectos culturais erguidos em torno das relações de trabalho.

O trabalho no decorrer da história

Tomemos como exemplo o rápido processo de mudança que atingiu os países europeus no início do século XVIII, o qual hoje chamamos de Primeira Revolução Industrial. As relações de trabalho, anteriormente, eram fortemente agrárias, constituídas dentro do âmbito familiar. O ofício dos pais era geralmente passado aos filhos, o que garantia a construção de uma forte identidade ligada ao labor a que o sujeito se dedicava. O indivíduo estava ligado à terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A economia baseava-se na troca de serviços ou de produtos concretos, e não no valor fictício agregado a uma moeda. Da mesma forma, o trabalho também estava agregado à obtenção direta de bens de consumo, e não a um valor variável de um salário pago com uma moeda de valor igualmente variável. A estrutura social era rígida, com pouca ou nenhuma mobilidade para os sujeitos, ou seja, um camponês nascia e morria camponês da mesma forma que um nobre nascia e morria nobre.

As mudanças trazidas pelo surgimento da indústria alteraram profundamente o sentido estabelecido para o trabalho e para a relação do sujeito com ele. A impessoalidade nas linhas de montagem que a adoção do Fordismo trouxe, em que milhares de pessoas amontoavam-se diante de uma atividade repetitiva em uma linha de montagem, sem muitas vezes nem ver o resultado final de seu esforço, passou a ser a principal característica do trabalho industrial.

O trabalho presente e futuro

As transformações de nossas relações de trabalho não pararam na Revolução Industrial, pois ainda hoje o caráter de nossas atividades modifica-se. Contudo, as forças que motivam essas mudanças são outras. A globalização é um dos fenômenos mais significativos da história humana e, da mesma forma que modificou nossas relações sociais mais íntimas, modificou também nossas relações de trabalho. A possibilidade de estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias e alongou nosso período de trabalho. O trabalho formal remunerado, que antes estava recluso entre as paredes das fábricas e escritórios, hoje nos persegue até em casa e demanda parte de nosso tempo livre, haja vista a crescente competitividade inerente ao mercado de trabalho.

A grande flexibilidade e a exigência por uma mão de obra cada vez mais especializada fazem com que o trabalhador dedique cada vez mais tempo de sua vida para o aperfeiçoamento profissional. Essa é uma das origens das grandes desigualdades sociais da sociedade contemporânea, uma vez que apenas aqueles que dispõem de tempo e dinheiro para dedicar-se ao processo de formação profissional, caro e exigente, conseguem subir na hierarquia social e econômica.

A introdução da automação na produção de bens de consumo tornou, em grande parte, a mão de obra humana obsoleta, aumentando o tamanho do exército de trabalhadores e diminuindo o valor da força de trabalho nos países que dispõem de grande população, mas com baixa especialização. Como resultado, a situação do trabalho só piora, pois se preocupar com o bem-estar do empregado é algo caro e, na concepção que prioriza o lucro monetário, não é um investimento que garanta renda imediata.

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Trabalho e Sociedade: Meios de Produção, Forças Produtivas e Relações de Produção



Fonte: Brasil Escola
Autor: Lucas Oliveira - Graduado em Sociologia

Trabalho e Sociedade: Meios de Produção, Forças Produtivas e Relações de Produção

--> Pra que existe o trabalho?

O trabalho existe para satisfazer as mais diversas necessidades humanas, das mais simples (comida, abrigo) às mais complexas (lazer, crença); enfim, necessidades físicas e espirituais.

A História mostra que o trabalho é visto de formas diferentes e valorizado de acordo com a relação que cada sociedade estabelece com esta atividade.

--> O trabalho nas diferentes sociedades

Sociedade greco-romana: A escravidão era fundamental para manter os cidadãos comuns longe do trabalho braçal, discutindo os assuntos que proporcionariam o bem-estar de seus semelhantes;

Sociedade feudal: Quem de fato trabalhavam eram os servos, os aldeões e os camponeses livres. Os senhores feudais e o clero exploravam e viviam do trabalho destes primeiros.

Sociedades tribais: Nas sociedades tribais o trabalho é uma atividade vinculada às outras, bem diferente das outras sociedades. A produção (trabalho) está vinculada a mitos e ritos, ligada ao parentesco, às festas, às artes, enfim a toda a vida do grupo.

-->O trabalho na sociedade capitalista

O capitalismo se constituiu a partir da decadência do Feudalismo na Europa Ocidental. Com ele o trabalho se transforma em uma mercadoria que pode ser comprada e vendida – a força do trabalho.

Weber - Relacionou o Capitalismo ao Protestantismo. A Reforma Protestante deu ao trabalho a condição de se obter êxito material como expressão de bênção divina, ao contrário da igreja cristã do sistema feudal;

Marx - Quando os trabalhadores percebem que estão trabalhando demais e recebendo de menos, os conflitos começam a ocorrer. Procurou demonstrar os conflitos entre trabalhadores e capitalistas, cujo lucro se dava através da “mais-valia”, diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador. Seria a base da exploração no sistema capitalista;

Durkheim - A divisão do trabalho seria uma forma de solidariedade e não um fator de conflito. A solidariedade orgânica une os indivíduos em funções sociais nas quais cada pessoa depende da outra. Assim, a ebulição pela qual passava a sociedade era uma questão moral, pois faltavam normas e instituições para integrar a sociedade.

--> Transformações no mundo do trabalho

Fordismo - No início do século XX, a partir do desenvolvimento das fábricas, surgem as linhas de montagem, com a divisão do trabalho mais aperfeiçoada e detalhada.

Taylorismo - Propõem a organização do trabalho de forma científica, racionalizando a produção. Surge na indústria o planejamento ajustado para controlar a execução das tarefas e os especialistas em administração. Os trabalhadores eram recompensados ou punidos de acordo com a sua produtividade na indústria.

Pós-fordismo ou acumulação flexível - A partir dos anos de 1970. Flexibilização dos processos de produção (automação); flexibilização dos mercados de trabalho (subemprego); flexibilização dos produtos e dos padrões de consumo – a durabilidade dos produtos é pequena e a mídia estimula a troca.


--> Os Meios de Produção, As Forças Produtivas e As Relações de Produção

Segundo a teoria marxista, meios de produção são o conjunto formado por meios de trabalho e objetos de trabalho - ou tudo aquilo que medeia a relação entre o trabalho humano e a natureza, no processo de transformação da natureza em si.
  • Os meios de trabalho incluem os instrumentos de produção: instalações prediais (fábricas, armazéns, silos etc), infraestrutura (abastecimento de água, fornecimento de energia, transportes, telecomunicações, etc), máquinas, ferramentas, etc.
  • Os objetos de trabalho são os elementos sobre os quais é aplicado o trabalho humano - recursos naturais (terra, matérias-primas).
Segundo a teoria marxista, a força de trabalho humana e os meios de produção constituem as forças produtivas, as quais, juntamente com as relações de produção (sociais e técnicas), constituem o modo de produção - comunista primitivo, escravagista, feudal, capitalista ou socialista. A cada modo de produção corresponde uma estrutura social - ou seja, um modo de organização da sociedade - e um determinado padrão de relações entre os membros da sociedade. Ao modo de produção capitalista, corresponde uma estrutura de classes, na qual a propriedade dos meios de produção determina a posição da burguesia como classe dominante.

Fonte: Sociologia de Plantão

As Regras do Método Sociológico – Emile Durkheim

O site Sociologia se dirigiu até a França, mais especificamente até a cidade de Bordeaux, onde o sociólogo Emile Durkheim trabalhou e viveu, a fim de conhecer um pouco mais sobre este sociólogo que tanto contribuiu para as ciências sociais . O portal teve a honra de falar com Lea Mougeolle, cidadã francesa que atualmente estuda na mesma universidade onde Durkheim estudou, a Universidade de Bordeaux. Aproveitamos o encontro para pedir que Lea falasse um pouco a respeito do pensador.

Segundo a socióloga Lea, Émile Durkheim nasceu em 1858, em Epinal, França e, de acordo com o intelectual, a filosofia clássica não leva em conta a vida social, então acabou se dirigindo para a sociologia. Emile Durkheim chegou à Sociologia depois de Augusto Comte e permitiu desenvolver uma estratégia para legitimar a disciplina (social, acadêmica e científica).

O texto: “As regras do método sociológico” permite legitimar a sociologia. Emile Durkheim é o autor de “A partir da divisão social do trabalho”, 1893, “As Regras do Método Sociológico” 1895, “suicídio” de 1897 e “As Formas Elementares da Vida Religiosa” de 1912.

O que é um fato social?
Segundo Lea, Emile Durkheim diz que “temos de considerar fatos sociais como coisas.” Segundo ele, um fato social é o conjunto de ações, pensamentos e sentimentos exteriores do indivíduo impostos ao indivíduo pela sociedade. Um fato social existe fora da consciência individual, o que não significa que não estamos cientes disso. A ordem social é imposta ao indivíduo. Pode ser que o indivíduo não viva bem, mas o poder de coerção está presente (pressão sanção, social).
Emile Durkheim estabelece uma ligação entre fato social e educação dos filhos. Na verdade, a criança não vê dessa forma, mas a criança internaliza modelos que a sociedade impõe. Por exemplo, a criança integra os modelos culturais das sociedades. Os indivíduos são livres para pensar e operar.

“O crime é normal, necessário e útil”
De acordo com Durkheim, o crime é normal porque ele existe em todas as sociedades, em todos os tipos sociais, sem exceção. Uma vez que não há um aumento ou diminuição da taxa de crime, na verdade, o fato social não pode ser considerado como sendo patológico. Este fato social é algo normal. Além disso, de acordo com o autor, o crime é necessário e útil, porque é “indispensável para a evolução normal da moral e da lei.”

Instituições Sociais

É um conjunto de regras e procedimentos padronizados, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade e que tem grande valor social. A instituição não existe isolada das outras. Todas elas possuem uma interdependência mútua, de tal forma que uma modificação numa determinada instituição pode acarretar mudanças maiores ou menores nas outras.

As instituições sociais servem como um meio para a satisfação das necessidades da sociedade. Nenhuma instituição surge sem que tenha surgido antes uma necessidade. Mas, além desse papel, as instituições sociais cumprem também o de servir de instrumento de regulação e controle das atividades do homem.

As principais instituições sociais são: família, religião, econômica, política, educação e recreação.

• Família: primeiro grupo social a que pertencemos. É um tipo de agrupamento social cuja estrutura varia no tempo e no espaço. Essa variação pode ser quanto ao número de casamentos, quanto à forma, relações de parentesco, relação sexual e dos componentes básicos da sociedade.
• Religião: todas as sociedades conhecem alguma forma de religião. A religião é um fato social universal. Não resta dúvida de que a religião é uma das instituições mais importantes para a organização social, pelo seu conteúdo moral. A religião inclui crença ao sobrenatural, ritos e cerimônias. É inegável a tendência moderna de dar mais ênfase aos valores sociais do que religiosos, prova disso, é o surgimento de doutrinas mais modernas como a Teologia da Libertação.
• Econômica: As atividades econômicas são institucionalizadas à medida que são explicadas por crenças, valores e reguladas por normas. Nas sociedades modernas a instituição econômica apresenta um grau de importância bem mais elevado que nas sociedades tribais, resultado do desenvolvimento tecnológico visando uma divisão mais diversificada do trabalho social.
• Política: são instituições políticas fundamentais a autoridade, o governo, o Estado (com os três poderes), partidos políticos e as constituições. Classificamos também os sistemas políticos como o anarquismo, ditadura, democracia e a pseudodemocracia.
• Educação: constitui uma instituição universal pelo fato de que em todas as sociedades é necessário garantir a estrutura educacional como processo de transmissão de conhecimentos e valores presentes na sociedade.
• Recreação: em todas as sociedades, existem modos culturalmente estabelecidos para o alívio das tensões acumuladas nos indivíduos em decorrência das frustrações geradas pelas restrições da vida social. Todas as sociedades possuem instituições recreativas, como no Brasil, o carnaval e futebol.

Fonte: Blog Estudos Sociológicos (Sociologia Aplicada ao Aluno)

Os três tipos de dominação segundo Max Weber

É notável que em todo grupo dentro de qualquer sociedade, que seja baseado em regras e hierarquias, se encontrem indivíduos dominantes e dominados. E nesse contexto Weber nos fala que dentro da sociedade é preciso que haja elementos que detenham o poder ou que possuam formas de autoridades legitimamente reconhecidas, e elementos que não detenham o poder.

No Estado, por exemplo, Weber nos diz, que é necessário que as pessoas obedeçam à autoridade dos detentores do poder, sempre que esta autoridade seja legitimamente reconhecida, para que o mesmo funcione e/ou exista. E dessa forma percebe-se que a dominação sempre foi e, é uma presença marcante dentro da sociedade.

O sociólogo Max Weber apresentou, em um de seus estudos mais importantes, três tipos puros de dominação legítima, cada um deles gerando diferentes categorias de autoridade. São classificados como puros porque só podem ser encontrados isolados no nível da teoria, combinando-se quando observados em exemplos concretos. São formas de dominação, segundo Weber, dominação legal, tradicional e carismática, como é apresentado a seguir.

DOMINAÇÃO LEGAL

A dominação legal tem como idéia base a existência de um estatuto que pode criar e modificar normas, desde que seu processo (forma) esteja previamente estabelecido. Portanto, constitui uma relação desprovida de sentimentos, ou seja, baseia-se unicamente no profissionalismo e na hierarquia da empresa.

Para Weber, o dever da obediência está graduado numa hierarquia de cargos, com subordinação dos inferiores aos superiores, onde aquele que ordena é o superior. Também quem ordena obedece. Essa forma de dominação é sustentada por regras, regulamentos e leis. Quando elas falham, valem pontos de vista de conveniência, "sem consideração da pessoa”.

Apesar das condições do mercado de trabalho, o ingresso numa empresa é livre, estando-se, a partir de então, submetido às suas regras; no entanto, sua renúncia é igualmente livre. O admitido terá a sua submissão regulada por um contrato, configurando-se, assim, como legal.

Como exemplo de dominação legal pode-se citar o Estado, o município, uma empresa capitalista privada, numa associação com fins utilitários ou qualquer união em que haja uma hierarquia regulada por um estatuto. Sendo assim, a forma mais pura de dominação legal é a burocracia, e todo o elemento burocrático é essencial para o trabalho rotineiro.

Os princípios fundamentais da burocracia, segundo Weber são a hierarquia funcional, a administração baseada em documentos, a demanda pela aprendizagem profissional, as atribuições são oficializadas e há uma exigência de todo o rendimento do profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.

Weber faz uma analogia entre o desenvolvimento de um Estado Moderno e o da moderna burocracia; também entre a evolução do capitalismo moderno e a burocratização crescente das empresas econômicas.

DOMINAÇÃO TRADICIONAL

É a forma mais antiga de dominação. Basicamente é aceita em nome da tradição e dos níveis de hierarquias, onde o exercício da autoridade se dá através, por exemplo, do comando do rei aos súditos, do pai aos filhos, dentre outros.

Segundo Weber a dominação tradicional ocorre devido a fatores como: afetividade, respeito, admiração, crença, e até no prazer de ver o “senhor” feliz ou satisfeito. Assim, com uma inexplicável legitimidade, determina-se que tal hierarquia é inflexível a mudanças. Essa dominação se estrutura de duas formas distintas, uma quando há obediência devido a dependência dos indivíduos aos senhores ou quando a hierarquia é estabelecida devido a privilégios de alguns sobre outros.

Weber relaciona a “fidelidade tradicional” para explicar, por exemplo, a dominação patriarcal, onde o respeito e a admiração em virtude da tradição levam a obediência. Isso leva a entender que existe uma forma de lei moral entre os indivíduos. Assim a dominação está relacionada diretamente aos costumes, ações cotidianas e valores pessoais.

Weber ainda ressalta a dominação tradicional como sendo uma dominação estável, devido à solidez do meio social e à dependência direta que a tradição tem com a consciência coletiva. E essa cultura já está enraizada a muito tempo na sociedade e estima-se que perdure ainda por muito mais.

DOMINAÇÃO CARISMÁTICA

A dominação carismática é influenciada diretamente pelos fatores emocionais e afetivos, e a obediência não é estabelecida por regra ou cargo, mas sim pela crença nas qualidades do líder, ao caráter sagrado, à força heróica, ao valor exemplar ou ao poder da palavra que distingue de modo especial e, é aceita devido a devoção afetiva por parte dos dominados. Esta devoção deve-se ao reconhecimento que os heróis e demagogos alcançam, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que devem ser seguidos pelos governados.

A dominação carismática se opõe às bases da legitimidade da ordem estabelecida e institucionalizada, onde o líder carismático, em certo sentido, é sempre revolucionário, na medida em que se coloca em oposição consciente a algum aspecto estabelecido da sociedade em que atua. Mas para que a autoridade seja estabelecida, é necessário que os seguidores considerem o apelo do líder como legítimo, estabelecendo-se assim, uma lealdade de tipo pessoal.

Como a obediência a um líder deve-se às suas qualidades pessoais, não há nenhum procedimento ordenado para a nomeação ou substituição deste e, sendo assim não há carreiras e nem é necessário formação profissional para se obter o carisma. Contudo, a fonte do poder é estabelecida em cima do novo, do que nunca existiu, carecendo da existência previa de vínculos predeterminados. Tratando-se de um fenômeno excepcional, a dominação carismática não pode estabilizar-se sem sofrer profundas mudanças estruturais e, dependendo dos padrões de sucessão que adotar e com a evolução do corpo administrativo, tornar-se-á ou racional-legal ou tradicional, em algumas de suas configurações básicas.

A Instituição Escolar

A educação é por natureza social e tem a função de desenvolver as competências e capacidades necessárias para preservar a sociedade. Vê a sociedade como um todo e não da importância as ações dos membros individuais. Durkheim atribui à educação duas funções simultâneas, a de homogeneizar e a de diferenciar. Afirma, que a sociedade só se poderá perpetuar se renovar continuamente às condições da sua própria existência, e que essa renovação é feita através da educação, em que as gerações adultas atuam sobre as mais jovens. Homogeneíza transmitindo valores e normas básicas e comuns; diferencia especializando para as diversas tarefas no mundo do trabalho. Durkheim vê a educação essencialmente tendo como função à integração e a conservação.

Muitos estudantes, especialmente os mais pobres, percebem intuitivamente o que a escola faz por eles. Ela os escolariza para confundir processo com substância. Alcançado isto, uma nova lógica entra em jogo: quanto mais longa a escolaridade, melhores os resultados; ou, então, a graduação leva ao sucesso. O aluno é, desse modo, “escolarizado” a confundir ensino com aprendizagem, obtenção de graus com educação, diploma com competência, fluência no falar com capacidade de dizer algo novo. Sua imaginação é “ escolarizada” a aceitar serviço em vez de valor. Identifica erroneamente cuidar da saúde com tratamento médico, melhoria de vida comunitária com assistência social, segurança com proteção policial, segurança nacional com aparato militar, trabalho produtivo com concorrência desleal. Saúde, aprendizagem, dignidade, independência e faculdade criativa são definidas como sendo um pouquinho mais que o produto das instituições que dizem servir a esses fins; e sua promoção está em conceder maiores recursos para a administração de hospitais, escolas e outras instituições semelhantes.

ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA QUE CONHECEMOS


  • a preocupação em separar os alunos em classes seriadas, de acordo com a faixa etária;
  • a divisão sistemática dos programas de acordo com cada série; os níveis de estudos passam a ter um encadeamento: a escola elementar (ler, escrever e contar), com a escola média ou profissional e os estudos superiores;
  • o tempo para o estudo e para o cumprimento dos programas para uma determinada série também passam a ser preestabelecidos.
  • Não será mais o ritmo de aprendizado do aluno que dirá de quanto tempo ele necessita para aprender, mas sim o ritmo imposto pela instituição.

QUE FATORES CONTRIBUÍRAM PARA O SURGIMENTO DA ESCOLA

• As revoluções burguesas, principalmente a inglesa (séc.XVIl) e a francesa (séc. XVIIl);

• Os ideais liberalistas:


  1. O individualismo: coloca no esforço individual toda a responsabilidade para que as pessoas atinjam o sucesso ou o progresso, desconsiderando as condições econômicas e sociais nas quais estejam vivendo.
  2. A propriedade: significa que todos têm direito à propriedade desde que se esforcem e trabalhem para isso.
  3. Liberdade e a igualdade: não se refere à igualdade social, mas sim à igualdade perante a lei. Pois é, mas em relação às desigualdades sociais, a conversa é outra. Os liberais consideram natural que existam pobres e ricos.
  4. A democracia: democracia representativa, isto é, o direito de todos escolherem seus representantes políticos.

• Os ideais racionalistas:

Supervalorização do pensamento racional e científico.

Isolamento Social

Segundo o poeta inglês John Donne, “Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado; todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo“. Sobre os seus versos, cientistas têm atestado que a falta de interação social causa males à saúde do ser humano, sendo a solidão uma das principais causadoras do alcoolismo, obesidade e sedentarismo.

Não somente pela poesia ou pelos estudos da medicina, mas segundo as ciências humanas sabe-se que o homem é um ser social e essa característica é inerente a sua natureza. Estar vinculado aos demais depende de uma prática de se viver em sociedade.

Geralmente, o ser humano nasce pertencente de uma  família, de um grupo que se estende conforme o seu desenvolvimento e sua capacidade de construir novos laços. Esses laços podem ser afetivos, fraternos, amorosos, acadêmico, religioso, regional, entre outros.

O ser humano para sobreviver tem como condição viver em sociedade, seja na questão social ou biológica. Em sociedade, o ser humano também desenvolve a sua personalidade e possibilidades.

A falta de interação social, também reconhecida como isolamento social retira do homem a possibilidade de se construir uma consciência coletiva e convivência coletiva. O isolamento social pode ser causado por bloqueios emocionais, psicológicos e sociais. Geralmente, há casos de interesse que geradores desse quadro, como pessoas politicamente ou economicamente ‘poderosas’ que se isolam para proteger a sua reputação, vantagem, autoridade sobre os demais, segurança e sentimento de superioridade.

Por outro lado estar socializado pode beneficiar o ser humano:
  • Individualmente: estimulação a inteligência e desenvolvimento de personalidade, libertação de costumes cristalizados; auxilio para a solução de problemas;
  • Coletivamente : interação entre os povos, costumes, instituições sociais e mudanças sociais;
O contato entre pessoas e as diversas maneiras de relacionamento podem ser especificadas das seguintes maneiras:
  • Contato físicos: baseado em percepções sensitivas; por meio da visão, olfato, audição e tato.
  • Plano psíquico: praticada por uma troca de idéias ou emoções entre os indivíduos;
  • Plano psicofísico: são aqueles contatos humanos que abrangem também os contatos psíquicos.
  • Diretos: contato efetuado de indivíduo para indivíduo, sem intermediários;
  • Indiretos: contato de indivíduo para indivíduo feito por intermediários ou suportes técnicos de comunicação.
Fonte: InfoEscola