quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Resumo: Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

RESUMO
Brás Cubas escreve suas memórias já morto. Ele inicia a narração nos seus últimos momentos de vida, quando recebia visitas, ele viveu uma alucinação que o permitiu conhecer do primeiro ao último século. 

Brás Cubas vinha de uma família rica. Era um menino arteiro, mimado e protegido pelos pais. Sem nunca ter responsabilidades e culpas, passou a infância e chegou à mocidade. Foi nela que conheceu Marcela, uma espanhola, por quem se apaixonou. Conquistou-a e viveu um romance. Brás enchia-a de caros presentes e foi assim que gastou um pouco de sua herança. 

Seu pai, nessas circunstâncias, o mandou à Europa para cursar a faculdade. Ele acabou aceitando, mas pretendia partir levando Marcela, com quem tudo já estava ajustado. Porém, sua partida foi repentina e ele foi sozinho. Durante a viagem por muitos dias pensou em findar sua vida, no entanto, abandonou a idéia. 

Chegado à Europa fez faculdade, formou-se e ficou vivendo lá. Voltou a chamado de seu pai, falando que voltasse ou não veria sua mãe viva. Poucos dias após a chegada de Brás sua mãe faleceu. Depois disso ele se trancou em casa e ficou a se dedicar à leitura. Passado algum tempo seu pai esteve com ele. 

Tinha um plano para Brás. A carreira política e o casamento. Brás pensou por um tempo e acabou aceitando a proposta do pai. A noiva, Virgília, era bela e seu pai facilitaria a entrada na política. Mas antes de voltar para a casa do pai e seguir com os dois ideais, Brás fez uma visita à Dona Eusébia, conhecida da família ela cuidara de sua mãe antes da morte. Lá conheceu Eugênia, filha da senhora. Os dois viveram um breve romance, mas a moça era coxa, e assim como começou acabou. 

Brás finalmente foi ter com a noiva e o futuro cargo na política. Mas os dois planos deram errado e Virgília acabou casada com Lobo Neves. Após tais acontecimentos o pai de Brás faleceu, a morte dele acarretou uma briga entre Brás e Sabina, sua irmã, devido à herança.

Brás voltou a viver sozinho, escrevia versos algumas vezes e era por isso que recebia a visita de Luis Dutra. Foi por intermédio desse que recebeu a notícia da chegada de Virgília e seu marido. Talvez o momento em que os dois noivaram não era adequado, mas nesse momento era o tempo e assim os dois iniciaram um romance. No início eram só valsas, mas logo arrumaram uma casa onde se encontravam.

Foi nesses tempos que Brás encontrou-se com um amigo de infância, Quincas Borba, infelizmente ele tinha se tornado um desgraçado. Mas Brás seguiu. Em certo momento de seu romance com Virgília chegou até as mãos de Lobo Neves uma carta anônima denunciando o romance dos dois. O que só desencadeou mais paixão. Brás já tinha proposto que os dois fugissem, mas a ideia foi abandonada e seguiam com o romance às escondidas. 

Lobo Neves recebeu uma proposta de trabalho no ministério, na província, isso abalou o romance dos dois amantes. Mas Lobo convidou Brás para que fosse seu secretário e assim foi. Ganhada as eleições acabaram abandonando o cargo por pura superstição. 

Seguiram o romance, que era acobertado por D. Plácida, que zelava da casa dos encontros. Por esse tempo Virgília engravidou e Brás sentiu o prazer da paternidade, entretanto ela perdeu a criança. Também nesse tempo Brás tinha feito as pazes com sua irmã e ela lhe buscava uma noiva. 

Em uma vez, estando Virgília e Brás na casa onde se encontravam, apareceu por lá Lobo Neves sobre o pretexto de visitar D. Plácida. Brás se escondeu. Tudo acabou bem, mas daí para frente o romance dos dois amantes encerrou. Lobo acabou conquistando a presidência do ministério e eles partiram para a província. 

Brás se reencontrara novamente com Quincas Borba, mas desta vez ele tinha se transformado por virtude de uma herança, os dois entraram em um estudo filosófico sobre a filosofia Humanista de Quincas. Já nesses tempos, Sabina arrumara uma noiva para Brás. Eulália Damasceno. Depois de muito refletir, Brás estava quase a firmar compromissa com a donzela, quando ela veio a falecer por febre amarela. 

Daí pra frente, Brás se juntara a Quincas no praticar da filosofia Humanista, candidatou-se a político, cargo que logo perdeu, e criou um jornal que rapidamente morreu. Nos seus últimos dias viu Quincas morrer e ter o início de uma loucura, por fim morreu. 

Ao fim, Brás Cubas se vangloria por não ter tido um pão compro com o suor de seu trabalho e não ter dado continuidade à humanidade.

CONTEXTO
Sobre o autor
Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da literatura nacional. Primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, foi também um dos fundadores. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado apresenta um estilo novo, rompendo com a tradicional narração linear e dando início ao realismo brasileiro. Os críticos da época perceberam que a narrativa apresentou elementos modernistas e de realismo mágico. Na obra, o narrador suspende seu relato para desenvolver reflexões paralelas a ele. Outras obras importantes do escritor são: “Dom Casmurro” e “Quincas Borbas”. 

Importância do livro
A publicação desse romance, em 1881, é precedida pela formato em folhetim da obra, publicado na “Revista Brasileira” entre março e dezembro de 1880. Memórias Póstumas de Brás Cubas é o marco inaugural do realismo no Brasil. Como fica explícito no título, quem narra as memórias já está morto, o que estabelece um diálogo crítico com a estética realista. Noções como verdade, ciência e razão são colocadas em discussão e relativizadas por Brás Cubas. O narrador vê o mundo com ceticismo e desprezo e, dirigindo sua crítica ao gênero humano, transforma o próprio leitor em uma das vítimas das ironias do livro.

Período histórico
A ação do romance abarca a segunda metade do século XIX, período que corresponde ao governo de D. Pedro II. A juventude de Brás coincide com a Independência do Brasil, em 1822. Assim, sua chegada à idade adulta pode simbolizar a maturidade social brasileira.

ANÁLISE
Memórias póstumas de Brás Cubas se enquadra no gênero literário conhecido como sátira menipéia, no qual um morto se dirige aos vivos para criticar a sociedade humana. É exatamente o que faz o narrador, ao contar a história de sua vida após o próprio falecimento. A leitura do romance deve levar em conta a dupla condição do protagonista: há o Brás vivo e o Brás morto. 

O Brás vivo é personagem da narrativa e vive uma existência marcada pelas futilidades sociais, pela volubilidade sentimental e pelo desprezo que manifesta pelos outros. O Brás morto é o narrador, que é capaz de expor sem nenhum pudor os próprios defeitos. Em primeiro lugar, porque já está morto e não pode mais ser atingido pela ira de seus contemporâneos. Em segundo, porque a condição em que está lhe dá a sabedoria necessária para perceber que seu modo de agir é semelhante ao de todos os seres humanos. 

A sociedade é caracterizada como o espaço do jogo entre aparência e essência, onde as pessoas interpretam papéis e fingem ser o que realmente não são. A impossibilidade de conhecer as profundezas da alma não impede o narrador de reconhecer a miséria moral da humanidade. 

Essa descoberta é sustentada sem problemas pelo Brás vivo, embasado na filosofia do humanitismo, que afirma que toda atitude humana, boa ou má, é justificável como um ato de preservação da espécie. O Brás morto, de sua parte, é capaz de olhar com ceticismo a própria teoria, chegando a uma conclusão que nada tem de otimista: por ele, a espécie humana termina ali, já que não deixa herdeiros da “nossa miséria”.

PERSONAGENS
- Brás Cubas: narrador e protagonista, é o “defunto autor” de sua própria biografia, na qual avalia com ceticismo a existência humana. 

- Virgília: esposa do político Lobo Neves e amante de Brás Cubas, sustenta o caso adúltero para manter as aparências do casamento. 

- Quincas Borba: amigo de Brás, formula a filosofia do humanitismo. 

- Eugênia: jovem manca de quem Brás rouba um beijo, abandonando-a em seguida. 

- Marcela: prostituta de luxo com quem o narrador se envolve na juventude. 

- Cotrim: cunhado de Brás pelo casamento com a irmã deste, Sabina, trata-se de um homem de hábitos rudes no trato com escravos. 

- Nhã Loló: parenta de Cotrim, é a noiva arranjada por Sabina para o irmão; o casamento não se realiza em função da morte da pretendente. 

- Dona Plácida: ex-empregada de Virgília, acoberta os encontros amorosos entre Brás e sua antiga ama. 

- Prudêncio: ex-escravo de Brás; depois de alforriado, torna-se dono de um escravo, no qual se vinga das violências recebidas na infância.

FONTES: BRASIL ESCOLA (POR REBECA CABRAL) E GLOBO EDUCAÇÃO (POR FERNANDO MARCÍLIO)

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