Praticar "cancelamento" contra a Rússia é injustiça contra seu povo.




Desde que Putin ordenou a invasão da Ucrânia, a Rússia vem sofrendo sanções econômicas, culturais e esportivas pelo ocidente. Países prometem seguir com punições até que o presidente russo anuncie um cessar-fogo.

A lista de punições no âmbito cultural é extensa, passando pela anulação de um curso gratuito sobre Dostoiévski pela Universidade de Milão, na Itália, até o cancelamento da exibição de filmes no país por parte da Warner, Sony e Disney. 'Punições' simbólicas também aparecem a todo momento, como o caso de um restaurante no Brasil que decidiu 'banir' o strogonoff do cardápio.

Artistas russos também estão sendo prejudicados, ainda que não sejam apoiadores de Putin. No esporte, a Rússia foi suspensa de todas as competições internacionais de futebol e pode perder a chance de ir à Copa do Mundo da FIFA. As punições, porém, acabam atingindo a população russa como um todo sem que os responsáveis pelo conflito sejam afetados.

Para Vicente Ferraro, mestre em Ciência Política pela Escola Superior de Economia de Moscou e pesquisador do Laboratório de Estudos da Ásia da USP, tais represálias têm traços xenofóbicos e podem ter o efeito contrário do esperado pelo Ocidente.

"Caracterizam xenofobia no sentido de que há uma punição coletiva, a responsabilização de um povo inteiro por decisões de alguns políticos. Esse tipo de sanção, que atinge a sociedade diretamente, pode dar mais substância para o discurso do Putin de que há uma tentativa de sufocar o país."

"A guerra é uma 'desculpa' para que seja praticada essa russofobia. Desde a Guerra Fria, russos são retratados na indústria cultural com esteriótipos negativos: Mulheres hipersexualizadas, homens alcoólatras ou mafiosos… Representações que não correspondem à realidade".

Estudantes que há anos protestam contra Putin tiveram suas bolsas canceladas. Isso tende a fazer com que, os mesmos grupos de oposição, fiquem indignados em relação a essa situação. Isso contribui para Putin se fortalecer recorrendo a esse argumento mais nacionalista, culminando em um efeito contrário ao que o Ocidente esperava." (Adaptado do iG)



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