Tratamento consiste no monitoramento periódico da doença.
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A vigilância ativa é um tipo de tratamento seguro para o câncer de próstata que se popularizou nos últimos anos. Caracterizada pelo acompanhamento periódico do tumor, sem que se faça uma cirurgia para sua retirada ou radioterapia, mas mantendo a possibilidade de um tratamento curativo quando for preciso, a vigilância ativa é indicada para tumores pequenos e de baixo risco (pouco agressivos).
Para entender melhor a vigilância ativa, o Portal da Urologia conversou com o urologista de Belo Horizonte e ex-presidente da SBU Dr. Carlos Corradi. Veja:
– O que é vigilância ativa?
A vigilância ativa consiste no monitoramento do câncer de baixo risco e pouco volume por meio de exames e consultas periódicas, normalmente a cada seis meses. Essa classificação é baseada no toque retal, PSA, métodos de imagem como a ressonância multiparamétrica e principalmente na biópsia da próstata.
Um tratamento definitivo, como a prostatectomia radical (retirada da próstata) ou radioterapia (método capaz de destruir células tumorais com radiação ionizantes), somente será indicado caso haja progressão da doença em pacientes com expectativa de vida maior que dez anos. Esse tratamento depende muito da aderência/comprometimento do paciente.
– Desde quando a vigilância ativa começou a ser adotada como tratamento para o câncer de próstata?
Os estudos iniciais começaram há cerca de 15 anos com o Prof. Laurence Klotz, do Canadá, e foi mais popularizada nos últimos anos.
– Há algum risco de se adiar o início do tratamento do câncer porque se optou inicialmente pela vigilância ativa?
Desde que o paciente faça os exames periodicamente, conforme seu urologista determina, nos tumores de baixo risco, a possibilidade é pequena.
– Homens jovens podem fazer esse tratamento?
Estudos recentes mostraram os mesmos resultados oncológicos de sobrevida, independentemente da idade do paciente. Portanto, a idade não é fator importante na vigilância ativa, somente os critérios de baixo risco.
– Quais os benefícios de se ficar em vigilância ativa?
Os benefícios são evitar os efeitos adversos derivados de um tratamento radical, como incontinência urinária e disfunção erétil, que são raros, mas podem acontecer com a prostatectomia radical ou radioterapia.
– Há algum estudo que apresente a porcentagem de sobrevida de quem opta por esse tratamento?
Os estudos mostram que naqueles pacientes que não tiveram progressão da doença, isto é, em torno de 70% dos pacientes que ficaram em vigilância ativa em 15 anos, a taxa de mortalidade por câncer de próstata foi menor que 5%.
– No Brasil e no mundo, qual o número estimado de pacientes em vigilância ativa?
Não se tem a porcentagem de pacientes brasileiros que estão em vigilância ativa. Nos EUA estima-se que estão no protocolo em torno de 40% dos pacientes com doença de baixo risco.
– A vigilância ativa é oferecida no SUS?
Sim. Em diversos serviços do SUS a vigilância ativa é realizada da mesma forma que nos pacientes privados, dependendo muito da aderência do paciente a esse tratamento.
Fonte: Portal da Urologia
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