sexta-feira, 15 de junho de 2018

Copa do Mundo 1970 - México

ESCOLHA DA SEDE
Foi durante as Olimpíadas de Tóquio, em 1964, que a Fifa escolheu o México como sede da Copa de 1970, seguindo o rodízio entre continentes. A Argentina, outra candidata, teve que se contentar em ver o seu sonho adiado para 1978. Na votação, o resultado foi uma goleada - 56 a 32. O fato de a Cidade do México ser a sede dos Jogos de 1968 pesou favoravelmente - o país já teria estrutura suficiente para bancar uma Copa. A altitude quase atrapalhou o desejo mexicano.

OS ESTÁDIOS
Cinco cidades foram sede do Mundial: Cidade do México, Guadalajara, Puebla, León e Toluca. O estádio mais novo foi o de Cuauhtémoc, construído em 1968.

AS ELIMINATÓRIAS
Setenta países inscreveram-se para o Mundial. Houve desistência por problemas políticos. A Coreia do Norte, por exemplo, recusou-se a enfrentar Israel.  Portugal, França, Hungria, Argentina e Espanha não conseguiram se classificar. O Marrocos tornou-se a primeira seleção africana a participar de uma Copa desde a Segunda Guerra Mundial.

O MASCOTE
mascote Juanito copa 1970 (Foto: Reprodução)
Juanito, garoto vestido com o uniforme da seleção mexicana e um sombrero, foi o mascote do Mundial pioneiro na transmissão ao vivo para o Brasil. Pela primeira vez também foram usados cartões amarelos (advertência) e vermelhos (expulsão). Também foi a primeira Copa a permitir substituições - na época, duas para cada seleção.

O CAMPEÃO

Copa do Mundo 1970 - Seleção Brasileira (Foto: Divulgação / Site CBF)
Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo e Everaldo; Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivellino. Este é o Brasil tricampeão do mundo, um time mágico, que resgatou o futebol arte (Foto: Divulgação / Site CBF)
Na Copa que fez ressurgir o futebol arte, distante no pragmatismo inglês em 1966, a Seleção chegou ao tricampeonato mundial mostrando ao mundo ser possível jogar bonito e vencer. Do meio-campo para a frente, só tinha craque: Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé. O time ainda tinha no banco Paulo Cezar Caju e Edu. Na defesa, um capitão com a técnica, classe e liderança de Carlos Alberto Torres. Fora a saúde de Brito, a sobriedade de Piazza, a eficiência de Everaldo e Félix... Foram seis vitórias em seis partidas. Seis shows, com gols espetaculares e jogadas eternizadas como o gol de Carlos Alberto no 4 a 1 sobre a Itália, na grande final. Mas o que dizer do 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia, do 1 a 0 sobre a Inglaterra, do 3 a 2 sobre a Romênia, do 4 a 2 no Peru e do 3 a 1 no Uruguai, na semifinal? O Brasil comandado pelo técnico Zagallo mereceu e muito o titulo e a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

O ARTILHEIRO
Um dos melhores atacanfes de todos os tempos, o alemão Gerd Muller deixou sua melhor marca no México. O "Bombardeiro", como era conhecido, marcou 10 gols e fez uma dupla inesquecível com outro craque, Overath. Atacante habilidoso, forte, oportunista, tinha faro de gol. Preciso nos chutes e nas cabeçadas, era dífícil de ser marcado.

O CRAQUE
A terceira Copa conquistada, feito até hoje único de um jogador. Aos 29 anos, o Mundial do México foi de Pelé. O Rei do Futebol protagonizou alguns dos lances mais lindos da história do futebol. Seja nos quatro gols marcados - destaque para o de cabeça, na final contra a Itália -, seja pelos que não marcou: o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz, a cabeçada que o goleiro inglês Gordon Banks salvou, numa das mais difíceis defesas de todos os tempos. Foram jogadas de cinema, na despedida em Mundiais do maior artista da bola.

A DECEPÇÃO
Campeões do mundo,.os ingleses caíram no grupo do Brasil na primeira fase, coisa que evitaram quando foram os anfitriões na Copa. O jogo foi considerado o mais difícil para a seleção brasileira, que venceu suado, por 1 a 0.  O English Team, em segundo lugar no grupo, pegou a Alemanha nas quartas e foi eliminado por 3 a 2. Fora isso, ganhou o troféu antipatia desde o começo, quando afirmou que levaria água do próprio país para os jogadores beberem, com medo de a água mexicana contaminar.

PARA A HISTÓRIA
As duas semifinais da Copa foram emocionantes. Brasil x Uruguai teve sobre si o fantasma de 1950. Mas Alemanha x Itália ganhou no quesito drama  No tempo normal, a Azzurra vencia por 1 a 0, gol de Boninsegna, até os 44 do segundo tempo, quando Schnellinger empatou. Na prorrogação, mais surpresas. Gerd Müller virou para a Alemanha, Burgnich empatou para a Itália, e Riva fez 3 a 2 ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gerd Müller voltou a empatar. Mas, a dois minutos do fim, Rivera fez 4 a 3 e pôs a Azzurra na final. A batalha campal de 120 minutos teve cenas antológicas, como a de Beckenbauer jogando com a clavícula deslocada e o braço enfaixado no peito. Há quem diga que essa partida deixou os italianos exaustos para a final.

A DECISÃO
Brasil e Itália entraram em campo no lotado estádio Azteca na briga pelo tricampeonato mundial e, consequentemente, a posse em definitivo da Taça Jules Rimet. Em cabeçada sensacional, Pelé abriu o placar, mas Boninsegna empatou, ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gérson, em jogada individual, fez 2 a 1. Jairzinho, o Furacão, marcou o terceiro, e Carlos Alberto, em bola rolada pelo Rei do Futebol, completou o placar e a festa brasileira.

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