Juscelino Kubitschek – Senhor simpatia
É testamento vivo de seu carisma que um presidente que assumiu o poder há quase 60 anos, cuja maior realização é uma cidade que não está exatamente em alta conta no imaginário popular, e que deixou o país em situação complicada para seus sucessores, consiga se manter como o mais amado da História do Brasil. Em 2001, numa pesquisa similar entre seus leitores, ele foi eleito pela revista Época como o “brasileiro do século”.
Boêmio, amante das coisas boas da vida e famoso por seu gosto por dançar, Juscelino assumiu a cadeira presidencial no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, em 31 de janeiro de 1956. Já tinha fama de “grande modernizador, responsável pela busca do futuro, em detrimento do passado”, como define Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Sua promessa de campanha era fazer o Brasil avançar “50 anos em 5”, e a principal peça desse plano era a nova capital. A ideia vinha desde tempos coloniais, por considerações estratégicas – evitar um ataque naval à capital – e também como forma de levar parte da população para o centro do país, praticamente desabitado.
Quando JK deixou a cadeira, em 1961, sem possibilidade de reeleição pelas leis da época, o fez do Palácio do Planalto, em Brasília. Deixava também uma “herança maldita” a seus sucessores, na forma de dívidas acumuladas na construção da capital e uma inflação galopante.
A outra parte de seu plano era trazer a modernidade capitalista para o Brasil, construindo obras para resolver os gargalos de infraestrutura – o famoso “custo Brasil” que ainda hoje aparece no noticiário econômico. Isso consistia na criação de hidroelétricas, como o complexo de Furnas, e inauguração de estradas, como a Fernão Dias, de São Paulo a Belo Horizonte. As obras se davam em paralelo à abertura do país para o capital estrangeiro, com a chegada de montadoras de automóveis, além do corte de impostos para importações de máquinas. As novas oportunidades deram início ao ciclo de migração do Nordeste para os polos industriais do sul do país.
O Brasil avançou menos de 50 anos, mas a mística de JK tem mais a ver com seu tempo do que com suas realizações. JK assumiu após o suicídio de Getúlio Vargas, enfrentou tentativas de impedir sua posse e conseguiu governar por um período de paz e liberdade. O Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo em 1958 e a Bossa Nova fez sucesso no exterior. Brasília era uma cidade de ficção científica, inteiramente planejada. Parecia a quem viveu então que finalmente se cumpriria a profecia do escritor alemão Stefan Zweig, que “o Brasil é o país do futuro”. A era JK ficou conhecida como os “Anos Dourados” – ainda mais pelo contraste com o que viria a seguir, uma crise institucional que só terminou no golpe de 1964. Durante a ditadura, em 1966 ele se aliou ao ex-adversário Carlos Lacerda e ao presidente deposto João Goulart, que havia sido vicepresidente em seu governo, na Frente Ampla pela Redemocratização. Morreu em um acidente na Via Dutra em 1976, um fato que ainda é colocado em dúvida por muita gente. A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo concluiu que sua morte foi uma conspiração de militares.
Boêmio, amante das coisas boas da vida e famoso por seu gosto por dançar, Juscelino assumiu a cadeira presidencial no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, em 31 de janeiro de 1956. Já tinha fama de “grande modernizador, responsável pela busca do futuro, em detrimento do passado”, como define Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Sua promessa de campanha era fazer o Brasil avançar “50 anos em 5”, e a principal peça desse plano era a nova capital. A ideia vinha desde tempos coloniais, por considerações estratégicas – evitar um ataque naval à capital – e também como forma de levar parte da população para o centro do país, praticamente desabitado.
Quando JK deixou a cadeira, em 1961, sem possibilidade de reeleição pelas leis da época, o fez do Palácio do Planalto, em Brasília. Deixava também uma “herança maldita” a seus sucessores, na forma de dívidas acumuladas na construção da capital e uma inflação galopante.
A outra parte de seu plano era trazer a modernidade capitalista para o Brasil, construindo obras para resolver os gargalos de infraestrutura – o famoso “custo Brasil” que ainda hoje aparece no noticiário econômico. Isso consistia na criação de hidroelétricas, como o complexo de Furnas, e inauguração de estradas, como a Fernão Dias, de São Paulo a Belo Horizonte. As obras se davam em paralelo à abertura do país para o capital estrangeiro, com a chegada de montadoras de automóveis, além do corte de impostos para importações de máquinas. As novas oportunidades deram início ao ciclo de migração do Nordeste para os polos industriais do sul do país.
O Brasil avançou menos de 50 anos, mas a mística de JK tem mais a ver com seu tempo do que com suas realizações. JK assumiu após o suicídio de Getúlio Vargas, enfrentou tentativas de impedir sua posse e conseguiu governar por um período de paz e liberdade. O Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo em 1958 e a Bossa Nova fez sucesso no exterior. Brasília era uma cidade de ficção científica, inteiramente planejada. Parecia a quem viveu então que finalmente se cumpriria a profecia do escritor alemão Stefan Zweig, que “o Brasil é o país do futuro”. A era JK ficou conhecida como os “Anos Dourados” – ainda mais pelo contraste com o que viria a seguir, uma crise institucional que só terminou no golpe de 1964. Durante a ditadura, em 1966 ele se aliou ao ex-adversário Carlos Lacerda e ao presidente deposto João Goulart, que havia sido vicepresidente em seu governo, na Frente Ampla pela Redemocratização. Morreu em um acidente na Via Dutra em 1976, um fato que ainda é colocado em dúvida por muita gente. A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo concluiu que sua morte foi uma conspiração de militares.
Fonte: Aventuras na História
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