Esta matéria foi postada originalmente no site UOL: https://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/11/real-vs-ficcao-o-que-a-novela-novo-mundo-tem-de-historico.htm
Exibida originalmente em 2017, "Novo Mundo" foi recentemente reprisada na TV Globo na faixa das 18h, no lugar de "Éramos Seis". A decisão, inédita, foi tomada após a paralisação das gravações na emissora devido à pandemia coronavírus. O que você lembra da novela?
O folhetim histórico escrito por Theresa Falcão e Alessandro Marson narra um conto de amor em tempos de independência do Brasil, desde a viagem da austríaca Maria Leopoldina (Letícia Colin) ao país para se casar com o futuro imperador Dom Pedro 1º (Caio Castro).
Tudo ali aconteceu de verdade? Não. Estamos falando de uma mais história alternativa da televisão, que serviu de mote para mais um capítulo da série do site UOL "Real vs. Ficção". Veja abaixo.
Os protagonistas existiram?
Não. Anna Millman (Isabelle Drummond), uma referência à protagonista do livro "Anna e o Rei", e Joaquim Martinho (Chay Suede) são fictícios. Isabelle já afirmou em entrevista, no entanto, que Anna, professora de português de Leopoldina que escreve o diário da independência na novela, é inspirada na tutora das filhas da monarca.
Maria Leopoldina foi atacada por piratas na viagem ao Brasil?
Não. Na novela, a arquiduquesa tem a embarcação atacada pelo bando do pirata Fred Sem Alma (Leopoldo Pacheco) e é salva por Joaquim (Chay Suede). Na realidade, ela foi escoltada por uma esquadra de guerra. Outro fato não mencionado na novela: o embarque na Itália atrasou devido à Revolução Pernambucana. É igualmente fictícia a passagem da nau por Salvador, mostrada no folhetim.
Leopoldina era viciada em bilhar?
Não há registro de que ela fosse viciada em jogos, nem de que o navio em que viajou tivesse uma mesa de sinuca. Em "Novo Mundo", a princesa austríaca não só tinha o hábito de se distrair com a sinuca como era uma jogadora habilidosa.
Leopoldina ganhou uma festa antes do embarque para o Brasil?
Sim, mas ela não aconteceu na véspera, como é mostrado na novela. Segundo historiadores, o evento aconteceu meses antes, já que não havia tempo hábil para a jovem viajar de Viena à Florença, onde embarcaria, com os meios de transporte disponíveis na época.
Foi Leopoldina quem assinou a Independência do Brasil?
Sim. No dia 2 de setembro de 1822, quando era princesa regente do Brasil. E Dom Pedro estava de fato em São Paulo quando as ordens de Portugal chegaram. Com o incentivo de José Bonifácio, ela acionou ministros, votou e assinou o decreto. A maior parte do processo de independência também é bastante fiel aos livros de História.
Leopoldina e Dom Pedro perderam um filho bebê?
Sim. Depois da primogênita Maria 2ª de Portugal, o casal teve dois filhos homens que herdariam a coroa, mas que morreram prematuramente: Miguel, que morreu no parto, e João Carlos, que viveu por menos de 1 ano e é mostrado na novela —mas como segundo herdeiro, não terceiro.
E eles foram vítima de uma maldição?
Não que seja verdade, mas a lenda explorada na trama de fato existia e tinha nome: "Maldição dos Braganças". Teria começado no reinado de Dom João 4º, quando ele supostamente agrediu um franciscano que havia lhe pedido esmola. O frade então teria jogado uma praga ao rei, dizendo que jamais um primogênito viveria o bastante para chegar ao trono.
Domitila (Agatha Moreira) teve um caso com Chalaça (Romulo Estrela)?
Não. Trata-se apenas de uma uma especulação que circulou por causa de um romance dos anos 1920 sobre a personagem. Na novela, a futura marquesa de Santos, que era amante de Dom Pedro, tem um affair com Chalaça, amigo do monarca. Ela, por sinal, conheceu Dom Pedro seis meses depois do que é mostrado na novela.
Domitila foi o único caso extraconjugal de Dom Pedro?
Não. Diferentemente do que é mostrado no roteiro de "Novo Mundo", o príncipe teve várias amantes. Com a futura marquesa de Santos, inclusive, chegou a trocar cartas eróticas.
Já existiam óculos escuros naquela época?
Sim. Obviamente, Thomas, vilão interpretado por Gabriel Braga Nunes, não era um viajante no tempo. Segundo historiadores, europeus já usavam o acessório para se proteger do sol forte do clima tropical.
Fonte: UOL
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