quarta-feira, 6 de março de 2024

Revolução Pernambucana de 1817


A Revolução Pernambucana de 1817

Para sustentar o luxo da corte portuguesa no Rio de Janeiro, o governo aumentava os impostos. Em Pernambuco, o sentimento nativista crescia e com ele, o desejo de que houvesse um governo brasileiro para substituir o governo português.

Para agravar ainda mais a situação, em 1816 ocorreu uma grande seca em Pernambuco que afetou a lavoura de cana de açúcar e do algodão. Se antes disso já era difícil pagar os impostos exigidos pelo governo, agora era impossível. Era preciso fazer uma revolução para promover a libertação da dominação portuguesa.

A ideologia iluminista também havia se espalhado pelo mundo e provocado revoluções como a Revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos e a independência de algumas colônias espanholas na América do Sul. Todos esses fatores acabaram por influenciar e a provocar a Revolução Pernambucana de 1817 que ultrapassou a fase de conjuração e chegou a atingir o poder.

Na Revolução Pernambucana houve a participação de sociedades secretas, intelectuais, padres e militares; no entanto os escravos estavam excluídos. O objetivo era proclamar uma república brasileira e expulsar o governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro.

O movimento eclodiu em março de 1817 e obrigou o governador a buscar refúgio no Forte do Brum que, por não oferecer condições de defesa, levou o governador a render-se.

Os revoltosos permitiram que ele partisse para o Rio de Janeiro e, em seguida formaram o governo provisório que apresentou as seguintes propostas: proclamar a República, abolir alguns impostos e elaborar uma constituição que permitisse liberdade religiosa e a igualdade de todos perante a lei.

Em relação aos escravos, a Revolução Pernambucana estabeleceu que a abolição seria “lenta, regular e legal”, para não prejudicar os interesses dos senhores de engenho. Essa parte não era compatível com as idéias iluministas.

O governo provisório durou 75 dias, isto é, até que D. João mandasse suas tropas para cá com grande quantidade de armas, munições e navios. Os revolucionários renderam-se e seus líderes, como Domingos José Martins, padre Miguelinho, Domingos Teotônio Jorge, o padre João Ribeiro Pessoa e José Luís de Mendonça foram condenados à morte. Portugal mantinha seu poder a qualquer custo. Mesmo assim, outras revoltas surgiram em Pernambuco, mais tarde.

A Revolução Pernambucana de 1817, que tanto lutou contra o colonialismo, teve centros de debates políticos de onde partiram os ideais revolucionários. Um deles foi o Areópago de Itambé dirigido pelo padre Arruda Câmara que proibia a presença de estrangeiros nos seus debates internos. Outro importante foco divulgador das idéias emancipacionistas foi o Seminário de Olinda onde um de seus principais membros era o padre Miguel Joaquim de Almeida Castro, conhecido como padre Miguelinho que participou da Revolução de 1817, sendo fuzilado pelas tropas do rei.

Pela presença dos membros da Igreja, a Revolução Pernambucana é também conhecida como Revolução dos Padres.

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