Pernambucano que representou o Estado no revezamento vive dias de fama no Recife

Marquinhos caminhou com a tocha olímpica pelas ruas da comunidade de Chão de Estrelas, no Recife 
Desde que chegou de Liverpool, na Inglaterra, onde representou Pernambuco no revezamento da tocha olímpica, no último dia 01 de junho, Marcos André França da Silva, mais conhecido como Marquinhos, ainda não teve um só minuto de descanso. Foram centenas de fotos tiradas, autógrafos distribuídos e várias histórias para contar. Da breve passagem pela Terra dos Beatles, só ficarão guardadas ótimas recordações e a sensação de um sonho realizado: levar o nome da comunidade de Chão de Estrelas do Recife para o mundo. “É uma honra muito grande podermos valorizar mais o nosso estado, as nossas raízes”, explica.

Apesar do batalhão de câmeras que o cercava, momentos antes de carregar a tocha, a ficha demorou a cair. “Só caiu quando vi aquela imensidão de gente, e que ali estava um pernambucano representando o Estado. Foi bastante gratificante e até hoje isso me vem mente e me emociona bastante, por conta de tanto apoio”, relembra Marquinhos, de 28 anos, que é instrutor e ex-aluno do Projeto Coletivo no Centro de Organização Comunitária de Chão de Estrelas, no Recife, onde a Coca-Cola capacita jovens.

Mesmo com o condicionamento físico não estando em dia, Marquinhos conta que correria quantos quilômetros fossem necessários com a tocha. Porém, antes de segurar o objeto, o pensamento não era bem esse. “Um dia antes do revezamento, pensei que era muito longo e que não ia aguentar o percurso, principalmente pelo meu porte físico. Mas, quando cheguei lá e me passaram a tocha, aí eu não me aguentei. Queria correr 2 km”. Logo depois, o nervosismo se transformou em alegria. “Até pude frevar em homenagem a Pernambuco. Deu para fazer umas tesouras”, brinca.

Sobre o assédio dos moradores, recebido após a chegada no Recife, desde a madrugada do último domingo, quando retornou à capital pernambucana, ele conta que ficou surpreendido. “Esses dias foram um tanto conturbados. Muitas pessoas querendo tirar foto e saber como é a tocha olímpica. É uma honra trazer para Pernambuco algo tão simbólico. A comunidade tem valorizado muito isso. A tocha é da comunidade e fez com que Chão de Estrelas pudesse aparecer é uma gratificação muito grande”. A tocha ficará exposta no Centro Comunitário para que os moradores conheçam o objeto. Ao todo, foram fabricadas 10 mil réplicas iguais a que Marquinhos carregou, sendo que 2 mil serão leiloadas.

Junto com o pernambucano, representaram o Brasil Rene Silva dos Santos, Eduarda Cristina Hubner Cavalcante e Sebastião Carlos dos Santos (Tião), que é presidente da Associação dos Catadores do lixão de Gramacho. Ele ficou conhecido após participação no documentário “Waste Land”. Cada participante correu 300 metros com a tocha. Marcos disse que fez o percurso em cerca de 5 minutos.
Fonte: Folha de Pernambuco

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