Esportes Olímpicos: Remo

História
Antes dos motores e das velas impulsionarem as embarcações pelas águas, o homem contava apenas com a própria força e um objeto para se locomover: o remo. Seguindo o destino natural de todas as atividades em que é possível competir, o remo se transformou em esporte.
Antigamente, até mesmo grandes barcos eram impulsionados por enormes e pesados remos, geralmente manuseados por escravos. Isso só foi mudar com o surgimento das velas, deixando os remos apenas para pequenas embarcações. Embora haja registros muito antigos da utilização do remo como meio de propulsão para balsas, as primeiras competições só foram disputadas no século 11, ainda em caráter festivo.
Aos poucos o esporte foi tomando maiores proporções. Em 1300, por exemplo, surgiu o termo regata, em Veneza, já tradicional pela disputa nas águas. Os venezianos também foram os responsáveis pela criação das provas com timoneiros. Depois, o remo só foi passar por mudanças significativas no fim do século 18, com o surgimento das regras que regem o esporte. Assim, em 1775 ocorreram as primeiras regatas oficiais.
A evolução dos barcos e dos próprios remos começou a fazer a diferença logo depois. Com barcos adaptados para a competição, surgiu em 1829 o tradicional desafio entre as universidades inglesas de Oxford e Cambridge, que até hoje é disputado. Em 1892, com a criação da Federação Internacional de Remo, a modalidade deu um passo fundamental para entrar no programa olímpico, estreando em Paris-1900 para nunca mais sair.

Curiosidades


Campeão desconhecido

Os Jogos de Paris-1900 — primeiros com a presença do remo — preservam até hoje um mistério que nunca foi e dificilmente será resolvido: quem foi o menino francês que conquistou a medalha de ouro ao lado dos remadores holandeses François Antoine Brandt e Roelof Klein?
Embora se tenha registro fotográfico do jovem campeão, não se sabe o nome ou a idade dele. A história do pequeno medalhista de ouro — talvez o mais jovem da história — é fruto de uma prática comum naquela edição dos Jogos. Favoritos ao título, os holandeses foram surpreendidos na fase de classificação ao ficarem quase nove segundos atrás dos franceses Martinet e Waleff. O motivo: enquanto o barco holandês tinha um timoneiro adulto — Hermanus Brockmann, de 60kg — os franceses colocaram como timoneiro uma criança, bem mais leve, para ganhar vantagem.
A tática deu certo na fase de classificação, mas abriu os olhos dos holandeses, que a imitaram na final. Daí surgiu o jovem campeão, escolhido como substituto de Brockamnn no momento decisivo – as regras da época permitiam incluir participante de outra nacionalidade. Os holandeses concluíram a prova em 7min34s2, contra 7min34s4 dos franceses, que ficaram com a prata.
Pai da estrela
O norte-americano John “Jack” Kelly venceu a prova do single skiff nas Olimpíadas da Antuérpia-1920 por apenas um segundo, em um duelo particular contra o britânico Jack Beresford. Famoso por ter mantido uma invencibilidade de 126 provas, Kelly veria sua família ficar ainda mais famosa.
Primeiro pelo filho, John Jr., que competiu em quatro Olimpíadas e venceu a tradicional regata Diamond Sculls duas vezes, em 1947 e 1949. Mas a família ficou ainda mais conhecida graças à filha de John Kelly, a atriz norte-americana Grace Kelly, que ainda se tornou princesa de Mônaco.
Acesse também
Confederação Brasileira de Remo (CBR)
Site: www.remobrasil.com
Federação Internacional de Remo (FISA): www.worldrowing.com

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