Greve dos caminhoneiros entra no 11º dia com menos manifestações; distribuição de alimentos começa a normalizar

Na Zona Oeste do Recife, movimento vai voltando à normalidade no Ceasa, com fila de caminhões para descarregar nesta quinta-feira (31) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Na Zona Oeste do Recife, movimento vai voltando à normalidade no Ceasa, com fila de caminhões para descarregar nesta quinta-feira (31)
(Foto: Reprodução/TV Globo)
No 11º dia de greve dos caminhoneiros, a maioria dos estados amanheceu nesta quinta-feira (31) sem bloqueios ou protestos nas estradas. Ainda há manifestações de caminhoneiros autônomos no Ceará, Pará, Rio Grande do Sul e no Porto de Santos. Exército e Marinha estão no porto para fazer a escolta de quem quer seguir viagem.

Em entrevista coletiva no início da noite da quarta-feira, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que havia 197 "pontos de aglomeração" de caminhoneiros à margem de rodovias federais em razão da greve de caminhoneiros. O número foi confirmado pela PRF. Até as 9h desta quinta, a polícia não havia atualizado a informação.

Segundo levantamento do G1, no Ceará e no Pará, há apenas um ponto de protesto. No Rio Grande do Sul, são ao menos 21.

Com a redução dos atos, o abastecimento de comida e combustível de muitas cidades já melhorou. É o caso das capitais de Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Pernambuco, além do Distrito Federal.

O presidente Michel Temer sancionou a lei que prevê a reoneração da folha de pagamento de setores da economia. Ele vetou o trecho que eliminava a cobrança de PIS-Cofins sobre o óleo diesel até o fim deste ano, conforme aprovado pelo Congresso, e editou três medidas provisórias (MPs) para garantir o acordo com caminhoneiros e reduzir em R$ 0,46 o preço do litro do diesel.

Combustível
Em Pernambuco, após a desobstrução do Porto de Suape e a chegada de combustível em muitos postos do Grande Recife, as filas para abastecer começaram a diminuir. Os caminhões que distribuem gasolina, álcool e diesel estão trabalhando 24 horas por dia, mas a venda de combustível ainda está limitada.

No Distrito Federal, 32 caminhões-tanque carregados de álcool anidro, usado na mistura com a gasolina pura (tipo A), que foram abastecidos em Quirinópolis (GO) chegaram às distribuidoras de Brasília por volta de 1h30 de quinta , segundo o Exército, responsável pela escolta. O carregamento – de 1,9 milhão de litros – será suficiente para garantir o abastecimento de toda a cidade durante, pelo menos, uma semana, de acordo com estimativa do governo do Distrito Federal.

No Paraná, a cidade de Curitiba amanheceu sem filas de veículos para abastecer nos postos de combustíveis. No Tocantins, abastecimento de combustível também está normalizando aos poucos. Já em Minas Gerais, vários postos estão com filas gigantes para abastecimento de veículos em Belo Horizonte. Em Mato Grosso, a cidade de Cuiabá, tem postos que ainda estão fechados por falta de combustível.

Alimentos
A Ceasa, em Irajá, principal central de abastecimento do Rio de Janeiro, está aberta desde as 4h30. Produtos cujos preços dispararam durante os dias de protesto começam a voltar aos valores habituais. A caixa de banana, que chegou a custar R$ 100, está sendo vendida a R$ 18. E 30 dúzias de ovos, que chegaram a custar R$ 180, já estão sendo vendidos por R$ 120.

A Ceagesp, que abastece São Paulo, também começa a receber alimentos do interior nesta quinta-feira.

O movimento está normalizando no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco, na Zona Oeste do Recife. Dentro do centro, caminhões fazem fila para descarregar produtos. Nesta quinta-feira, seis caminhões de batata inglesa chegaram no local e o preço, que chegou a custar R$ 10 o quilo, baixou para R$ 6.

Na Ceasa-DF, a movimentação de produtores, vendedores e clientes passou de uma queda de 70% na segunda (28) para 30% nesta quinta. A caixa de tomate, que chegou a custar R$ 150, caiu para R$ 60. A batata inglesa, que foi encontrada com preço 500% acima do usual – sacos de 20 kg eram vendidos a R$ 300 – está custando R$ 150. O preço médio é R$ 50.

Em Minas Gerais, a Ceasa foi aberta excepcionalmente para receber produtos. A comercialização não estava toda normalizada, mas havia banana, maçã, batata-doce, abacaxi, mamão havaí, tomate e cebola, por exemplo, para a venda.

No Rio Grande do Norte, ainda há escassez de produtos.

Gás
Algumas distribuidoras da Região Metropolitana do Recife já possuem gás de cozinha para vender, mas ainda há pontos em que não chegaram botijões. No Agreste e Sertão de Pernambuco, o gás deve chegar em até sete dias.

Na Paraíba, cerca de 20 mil botijões de gás chegaram nesta quinta-feira, segundo o sindicato. Desde as 7h, as distribuidoras do produto começaram a fazer o repasse para as revendedoras.

O DF amanheceu com os estoques de gás de cozinha reabastecidos. Sete carretas, trazendo 12 mil botijões de 13 quilos (modelo residencial), chegaram à capital no fim da tarde desta quarta (30).

Aeroportos
Segundo o Bom Dia Brasil, cinco dos aeroportos administrados pela Infraero ainda estão sem combustível: Palmas, Cuiabá, Imperatriz (MA), Juazeiro do Norte (CE) e Protásio de Oliveira (PA).

Fonte: G1

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