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A PAIXÃO DE CRISTO



A expressão "paixão de Cristo" indica o intervalo de tempo entre a oração de Jesus no Getsêmani e a sua morte na cruz.


A origem da palavra paixão vem do latim que significa "sofrer" ou "suportar". O significado de paixão mais popular hoje, o de "emoção ou sentimento forte" só surgiu por volta do século XV.


Por isso, a paixão de Cristo se refere ao sofrimento de Jesus para salvar todos aqueles que acreditam no seu sacrifício na cruz.


Ele suportou a dor, a vergonha, a solidão e a traição, aguentando o peso do nosso pecado. Jesus era o único que não merecia morrer, mas era também o único que poderia nos salvar. A paixão de Cristo aconteceu graças ao Seu infinito e sublime amor!


"Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.


Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.


Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." [Isaías 53.3-5]



Hoje na História: 29 de junho de 67 - O dia da morte de Pedro e Paulo

Pedro e Paulo. Por El Greco, atualmente no Museu Hermitage, em São Petersburgo.


 

A morte de Pedro

Não encontramos citação bíblica que descreva a forma de morte do apóstolo Pedro. O evangelho de João 21,18 sugere que Pedro morreu na cruz de cabeça para baixo. no tempo da perseguição do Imperador Nero, por volta do ano 64.

Um dos padres da Igreja Clemente de Roma, que descrevendo a morte de Pedro indica que aconteceu no tempo do Imperador Nero, por volta do ano 64, na perseguição sangrenta contra os cristãos.

Existe uma tradição posterior que descreve que os romanos crucificaram Pedro de cabeça para baixo, a pedido do próprio apóstolo, que não queria morrer da mesma forma de seu Mestre Jesus.

 

A morte de Paulo

No último julgamento de Paulo em Roma no segundo Interrogatório Paulo é sentenciado a morte.

Levaram Paulo ao longo da Via Ostiense, seguindo pela Porta Trigemina, passaram pela Pirâmide de Céstio e pelo local onde hoje se encontra a Basílica de São Paulo Extramuros que foi o lugar da morte. A seguir o cortejo deixa a estrada e vão até o local onde ele foi executado. Hoje naquele lugar, existe a “Piazza Tre Fontane”. No local da execução, a cabeça do Apóstolo tombou por um golpe de espada.

 

De acordo com a opinião mais comum, Paulo sofreu o martírio no mesmo dia e no mesmo ano que o Apóstolo Pedro, mas em locais diferentes.

 

Qual a Diferença Entre Discípulo e Apóstolo?



A diferença entre discípulo e apóstolo é algo que gera curiosidade em muitos leitores da Bíblia. Especialmente pelo fato de alguns homens serem chamados de discípulos em determinados textos bíblicos, e depois, em outras partes da Bíblia, esses mesmos homens serem identificados como apóstolos, algumas pessoas ficam em dúvida sobre essa questão.

A primeira coisa a ser considerada é que realmente discípulos e apóstolos não são exatamente a mesma coisa. Inclusive, é fácil entender qual a diferença entre discípulo e apóstolo quando se busca o significado dos termos bíblicos traduzidos por essas duas palavras.


Os significados de “discípulo” e “apóstolo”

A palavra “discípulo” na Bíblia traduz o grego mathetes, que significa “aprendiz”, “aluno” ou “pupilo”. Esse termo grego é usado mais de duzentas vezes apenas nos cinco primeiros livros do Novo Testamento.

Então, basicamente um discípulo é uma pessoa que se dispõe a aprender de alguém, ou seja, um estudante que se submete ao ensino de um mestre. Uma coisa interessante é que nas epístolas bíblicas do Novo Testamento, outra palavra é empregada com o objetivo de transmitir um significado parecido a esse. A palavra em questão é o grego tnimetes, que identifica um seguidor ou imitador de alguém.

Já a palavra “apóstolo” também tem origem grega e indica uma pessoa que é enviada por alguém como um tipo de delegado ou mensageiro. Em outras palavras, o apóstolo é um representante de outra pessoa que age sob a ordem e a autoridade de quem o enviou.


Quem podia ser discípulo e apóstolo?

Uma coisa que muitas pessoas não sabem, é que as palavras “discípulo” e “apóstolo” são aplicadas na Bíblia tanto em seu sentido mais amplo como em seu sentido mais estrito.

No sentido mais amplo, a Bíblia fala de um grande número de pessoas que seguiam o Senhor Jesus. Essas pessoas eram seus discípulos. Inclusive, o Evangelho de Lucas registra uma ocasião em que Jesus deu uma tarefa a um grupo de setenta discípulos (Lucas 10). O membro do Sinédrio José de Arimatéia, por exemplo, eram discípulos secreto de Jesus (João 19:38). O mesmo pode ter ocorrido com o fariseu Nicodemos (cf. João 19:38-42).

Além disso, Jesus não era o único que tinha discípulos naquele tempo. Por exemplo: João Batista, os fariseus e outros grupos também tinham os seus discípulos (cf. Mateus 9:14; 22:16; etc.).

Também num sentido mais amplo, a palavra a “apóstolo” é empregada para falar de vários cristãos que se envolveram com a obra do Senhor no tempo da Igreja Primitiva. Esses crentes eram enviados pela liderança da Igreja com o propósito de desempenhar determinadas funções.

Então como representantes não apenas daqueles que exerciam o ministério de liderança nos primeiros anos da Igreja Cristã, mas também das próprias comunidades locais, esses cristãos que serviam basicamente como delegados, também são chamados de “apóstolos” no texto bíblico. É nesse sentido que a Bíblia se refere a Silas, Barnabé, Timóteo e outros, como apóstolos.

Mas no sentido estrito, nos textos bíblicos a palavra “discípulo” se refere especialmente cada um daqueles homens que foram chamados por Jesus para compor o grupo dos Doze. Por isso falamos em “doze discípulos de Jesus”.

Esses homens foram seguidores próximos e aprendizes de Jesus durante todo o seu ministério terreno. Nesse tempo, eles foram disciplinados, moldados e aperfeiçoados para que pudesse cumprir uma missão muito especial após a ascensão de Jesus ao Céu depois da ressurreição.

Em outras palavras, esses discípulos foram preparados por Cristo para serem suas testemunhas e continuarem o seu ministério na terra liderando sua Igreja. A aplicação estrita da palavra “apóstolo” tem a ver justamente com isso.

Discípulos que se tornaram apóstolos

Com exceção de Judas Iscariotes, o discípulo traidor, todos os outros discípulos se tornaram apóstolos. Então é assim que a palavra “apóstolo” é empregada em seu sentido estrito na Bíblia, designando então os onze discípulos originais e também a Matias — que foi escolhido posteriormente para compor o grupo dos Doze no lugar de Judas Iscariotes (Atos 1).

Esses homens foram escolhidos por Deus para lançarem os fundamentos da Igreja (Efésios 2:20). Ao lado deles, o Senhor também escolheu, chamou e comissionou o apóstolo Paulo que ficou conhecido como o “apóstolo dos gentios”. Então nesse sentido estrito, Paulo foi o último a ser chamado de apóstolo na Bíblia. Inclusive, o próprio Paulo sabia disso (1 Coríntios 15:8). Isso quer dizer não existem mais apóstolos no sentido estrito da palavra.
 

Aplicação prática da diferença entre discípulo e apóstolo

Então em resumo, o discípulo é um aprendiz, enquanto que o apóstolo é alguém preparado e enviado numa missão como representante de uma autoridade superior. Portanto, numa aplicação prática, antes de ser apóstolo é preciso ser discípulo. Primeiro é preciso aprender e ter o preparo adequado para desempenhar uma missão de forma apropriada.

Embora seja verdade que a Bíblia destaca o grupo daqueles que foram escolhidos pelo Senhor para serem os primeiros líderes de sua Igreja na terra como discípulos e apóstolos de um tipo que não se repete mais; também é verdade que, de forma geral, todos os cristãos somos chamados para as duas posições.

Nós somos chamados a seguir Jesus como seus fiéis discípulos; e consequentemente também somos chamados a servi-lo como seus apóstolos testemunhando diante do mundo a respeito das obras grandiosas d’Aquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1 Pedro 2:9).

 

Fonte: Extraído do site Estilo Adoração - Autor: Daniel Conegero

 

14 de junho - Dia Mundial de Deus: Quem é Deus para você?


 

ORIGEM DA DATA

Ao longo da história da humanidade a ideia ou compreensão de Deus assumiu várias concepções em todas sociedades e grupos já existentes, desde as primitivas formas pré-clássicas das crenças provenientes das tribos da Antiguidade até os dogmas das modernas religiões da civilização atual.

Deus muitas vezes é expressado como o criador e Senhor do universo. Teólogos têm relacionado uma variedade de atributos para concepções de Deus muito diferentes.

Os mais comuns entre essas incluem onisciência, onipotência, onipresença, benevolência (bondade perfeita), simplicidade divina, zelo, sobrenatural, eternidade e de existência necessária.

Assim como acontece com outras importantes datas comemorativas, TODO DIA É DE DEUS ( TODO DIA É DIA DAS MÃES, DOS PAIS, DOS AVÓS, DA MULHER...) O Dia Universal de Deus, considerado um mistério para muitos, é uma ocasião que ajuda a pensar e refletir sobre a figura CONCRETA de Deus.

CONCRETO? Sim! Até a Gramática classifica a palavra "Deus", como SUBSTANTIVO CONCRETO!

 

DEUS AO LONGO DA HISTÓRIA

A existência de Deus sempre foi responsável por aquecer grandes discussões entre os povos e motivou a criação dos livros sagrados que ditam os ensinamentos das religiões, como é o caso da Bíblia (cristianismo), do Alcorão (islâmico) e da Torá (judaísmo).

Na Idade Média, período marcado pelo Teocentrismo e domínio da Igreja Católica, pensadores como Santo Agostinho e Tomás de Aquino elaboraram teorias defendendo a existência de um único Deus, supremo e sagrado.

Muitos filósofos medievais notáveis desenvolveram argumentos para a existência de Deus, tencionando combater as aparentes contradições implicadas por Seus muitos atributos.

 

QUEM É DEUS PARA VOCÊ?

Quem é Deus para você? Esta não é uma pergunta meramente filosófica ou de cunho especulativo. Considere os dias que temos vivido e pense: quem é Deus nos dias de hoje? Quem é Ele nos momentos de crise e desespero? Será que há algum tipo de mudança em seu caráter ao longo dos anos? A verdade, é que o Senhor mesmo nos afirma, que Ele é o que É, e N’Ele não há mudança alguma.

“Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês”. Êxodo 3.14

“De fato, eu, o Senhor, não mudo. Por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos.” Ml 3.6

Os sentimentos humanos são falíveis e mutáveis podendo nos transportar a grandes alturas, até o ponto de ficarmos empolgados e cheios de esperança. Em outros momentos, lutar contra certas emoções, é nosso maior embaraço, pois estes sentimentos podem nos levar a uma descida crescente de falta de fé, principalmente quando somos tentados ou passamos por algum tipo de deserto. Mas, o que podemos falar a respeito de Deus e seus atributos? Sim, querido amigo, Ele não é como nós, e podemos aprender com Seu caráter. Pois à medida que O conhecemos, nos tornamos mais parecidos com o Pai das Luzes.

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes.” Tiago, 1.17

É preciso que haja convicção em nós, nenhum mal procede de Deus. Não podemos lançar dúvidas sobre Seu caráter.  Não há inconstâncias em seu coração e nem mesmo em sua forma de agir. Dele não pode jorrar bondade para depois jorrar maldade. Champlin afirma: “O sol  e outros corpos celestes sofrem modificações, mudanças de relação uns para com outros – não são constantes. Deus, entretanto, desconhece a mínima variação em sua natureza e modo de tratar com os homens. Ele não pode ser a fonte do bem, para ser a fonte do mal, no instante seguinte”.

Tragamos a pauta para mais perto de nossa realidade. Temos vivido no Brasil dias de crise, corrupção e instabilidade econômica. E isso gera até mesmo desespero em muitas pessoas, diante de tudo o que pode acontecer, tantas incertezas. Mas, quais são as promessas de Deus quando somos abatidos? Qual deve ser nossa forma de olhar a realidade e como devemos nos posicionarmos como cristãos? Consideremos a Palavra de Deus e a direção do Senhor para nós.

Em quem podemos nos amparar e como devemos orar nesses momentos? Lembremo-nos de cada uma de Suas Promessas. No que se refere ao povo de Deus, podemos nos firmar ao fato de que quando Seu povo se levanta em favor da justiça, clama em arrependimento e confissão, seremos ouvidos. Então, diga-me: Quem é Deus? Qual é o tamanho de Seu poder? Ele ainda pode fazer milagres? Certamente!

Esta é nossa tarefa de casa a medida em que as coisas se tornem mais desafiadoras: buscar as promessas de Deus e nos levantarmos com autoridade que Jesus já nos deu. Ele já disse que “toda autoridade nos foi dada nos céus e na terra”. É tempo de continuarmos clamando pela nossa nação. É tempo de posicionamento.

e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” II Crônicas 7.14.

 

O texto "Quem é Deus para você" é de autoria da Missionária  Nayla Cintra e foi extraído do site FHOP.

Hoje na História: 08 de junho de 632 - Morte de Maomé, responsável pelo surgimento do islamismo, no século VII. Conheça a história e a vida do profeta islâmico.


 

 Maomé

"Muhammad, mais conhecido em português como Maomé, foi o profeta que recebeu a mensagem de Alá, dando início a pregações que resultaram no surgimento do islamismo, no século VII. Muhammad recebeu a primeira revelação em 610, quando o anjo Gabriel supostamente lhe trouxe a mensagem de Deus."


"Primeiros anos"

Maomé, mais chamado pelos muçulmanos de Muhammad, nasceu em Meca, atual Arábia Saudita, no ano de 570. Os muçulmanos afirmam que ele nasceu no mês de Rabi al-Awwal, o terceiro mês do calendário islâmico, e acredita-se que isso tenha sido no mês de abril do ano de 570. Muhammad pertencia ao clã dos haxemitas, que fizeram parte da tribo dos coraixitas."

"A tribo de que Muhammad fazia parte era a predominante na cidade de Meca, assumindo um papel muito importante na conservação da Caaba, um local sagrado na Arábia pré-islâmica (os muçulmanos também o consideram sagrado). Os coraixitas também cumpriam papel importante em garantir a segurança dos peregrinos que visitavam a cidade.

O pai de Muhammad, Abd-Allah ibn Abd al-Muttalib, faleceu antes de ver seu filho nascer. A mãe se chamava Amina bint Wahab, e faleceu por volta de 576, quando Muhammad tinha apenas seis anos de idade. Passou então a ser criado por seu avó paterno, Abdul Mutalib, que, no entanto, faleceu quando ele tinha oito anos de idade.


Ofício e casamento

Após o falecimento de seu avô, Muhammad passou para os cuidados do seu tio Abu Talib. O tio foi uma forte influência na vida do jovem Muhammad, ensinando-lhe o ofício por meio do qual o profeta do Islã sobreviveu durante muito tempo. Muhammad era um comerciante e tinha reputação de ser um dos mais honestos de Meca, participando de caravanas que foram até a Síria.

A reputação de Muhammad era tamanha que ele recebeu alcunhas como Al-Amin, que significa “digno de confiança”. Essa imagem fez com que seus serviços atraíssem o interesse de Khadija, uma viúva que tinha prósperos negócios. Depois de trabalhar para Khadija e demonstrar ser um homem de confiança, Muhammad recebeu uma proposta de casamento.

Khadija propôs a Muhammad o casamento quando ele tinha por volta de 25 anos. Muhammad aceitou e casou-se com ela, 15 anos mais velha que ele. Do casamento nasceram seis filhos, dois homens e quatro mulheres. Os dois filhos morreram na infância, e suas quatro filhas morreram na adolescência ou juventude."


"Profeta do Islã"

"Muhammad é conhecido por ter sido o profeta do islamismo, uma das maiores religiões da atualidade. Os muçulmanos acreditam que ele foi o escolhido para receber e pregar a mensagem de Alá. Isso fez de Muhammad um dos homens mais poderosos de toda a Península Arábica.

Sua trajetória como profeta do Islã se iniciou em 610, quando ele estava retirado de Meca. Na ocasião, Muhammad estava em uma gruta, no monte Jabl al-Mour, quando teve uma visão sobrenatural. Nesse momento, ele foi questionado a recitar um texto sagrado, e assim ele fez [1]:


Em nome de Deus, Muito Bom e Misericordioso:

Recita em nome do teu Senhor que criou:

Que criou o homem de um grumo de sangue coagulado.

Recita: Teu Senhor é Muito Generoso

que ensinou graças ao junco para escrever,

que ensinou ao homem o que este não sabia.


A tradição islâmica afirma que o evento deixou Muhammad atônito e temeroso. Ele compartilhou o acontecimento com sua esposa, que o levou à presença de Waraqah ibn Nawfal, considerado um sacerdote cristão. Nawfal teria dito a Muhammad que ele tivera a visão de um anjo enviado por Deus. O anjo que apareceu para Muhammad teria sido Gabriel, e, nessa revelação, o que estava sendo revelado para o profeta era o Alcorão.

Muhammad seguiu por um período sem que novos episódios do tipo tivessem acontecido, mas eventualmente as visões retornaram. Isso aconteceu em 613, e, a partir daí, Muhammad deu início às pregações da mensagem de Alá. As pessoas mais próximas dele, como sua esposa e seu primo Ali (filho de Abu Talib), converteram-se.


Fuga para Medina

Entretanto, Muhammad encontrou muita resistência durante as suas pregações. A cidade de Meca era um centro de peregrinação que lucrava consideravelmente com o fluxo de pessoas atraídas pela fé pagã e politeísta que existia naquela cidade. Sendo assim, o surgimento de uma nova fé, que prejudicaria esse fluxo de peregrinos, não foi bem-aceito pelos comerciantes locais.

Aos poucos, Muhammad conquistou alguns adeptos na cidade de Meca, e isso, somado às críticas que ele fazia aos ídolos adorados na cidade, começou a irritar os comerciantes. Eles, então, decidiram convencer o profeta a apostatar, mas Muhammad rejeitava tudo que lhe era oferecido. Assim, os seus seguidores começaram a ser perseguidos."


"Em 615, alguns adeptos do islamismo decidiram fugir de Meca devido à perseguição e foram para Aksum, um reino cristão que havia se estabelecido no território da atual Etiópia. A perseguição se voltou contra Muhammad, uma vez que seu clã passou a ser boicotado por outros clãs de Meca. O objetivo do boicote era forçar haxemitas a expulsarem Muhammad.

Entretanto, isso aconteceu somente a partir de 619, quando Abu Talib faleceu, e o clã foi assumido por Abu Lahab, forte opositor do profeta. Com isso, Muhammad foi expulso do clã dos haxemitas, encontrando-se em uma situação muito delicada. Assim, ele estava exposto e qualquer um poderia assassiná-lo sem que ninguém pudesse reivindicar vingança por ele. Outro duro golpe que o profeta sofreu nesse período foi a morte de sua esposa.

Isso o forçou a partir à procura de proteção em outras cidades árabes. Eventualmente, a cidade de Yathrib (futuramente conhecida como Medina) tornou-se o novo lar do profeta. Nela havia uma grande comunidade de judeus, e acreditava-se que o apoio a Muhammad contribuiria para o enfraquecimento de Meca, cidade rival de Yathrib.

A fuga de Muhammad para Medina se deu em 622 e ficou conhecida como Hégira, evento que inaugura a contagem do calendário islâmico. Sendo assim, o ano de 622 do calendário gregoriano corresponde ao ano 1 do calendário islâmico. A fuga também se deu porque ele soube que um plano para assassiná-lo estava em curso.


Auge do poder

Em Medina, Muhammad encontrou pessoas dispostas a ouvirem e converterem-se à nova fé que ele trazia. Logo ele se tornou uma grande autoridade na cidade de Medina, e usou de seu poder para lançar-se em guerra contra Meca. A ida do profeta para Medina também fez com que inúmeros de seus seguidores se mudassem para lá.

Em Medina, Muhammad instruiu seus seguidores sobre a necessidade da oração ritual. Isso foi ensinado ao profeta em 620, quando o anjo Gabriel supostamente apareceu para ele e o transportou para Jerusalém. Depois disso, Muhammad foi transportado para o céu, onde encontrou outros profetas, como Moisés e Jesus.

Além disso, Muhammad aproveitou de sua posição para promover reformas nas leis de Medina e para mobilizar as forças da cidade para a guerra. Medina começou a atacar caravanas que saíam de Meca. Os comerciantes de Meca uniram forças para resistir ao assédio de Medina, o que resultou em uma grande batalha no ano de 624.

Essa foi a Batalha de Badr, quando 1000 guerreiros de Meca foram derrotados por cerca de 300 soldados muçulmanos enviados por Medina. Esse embate aumentou a reputação de Muhammad e, até hoje, é bastante lembrado pelos muçulmanos. Uma celebração à vitória acontece no dia 17 do mês de Ramadã, data em que a luta ocorreu no calendário islâmico.

Em 627, a cidade de Meca uniu forças com outras tribos árabes e com os judeus expulsos de Medina para lutar contra Muhammad. Isso resultou na formação de um exército de cerca de 10 mil soldados, que foram enviados para lutar contra os três mil soldados que protegiam Medina. Essa luta recebeu o nome de Batalha do Fosso ou Batalha da Trincheira.

As forças que cercaram Medina foram derrotadas, e Muhammad vingou-se dos judeus que haviam se voltado contra ele. Os judeus que se converteram ao islamismo foram poupados, mas todos os homens que tomaram parte na luta foram executados, e as mulheres e crianças, vendidas à escravidão.

Em 629, Muhammad assinou um acordo de paz com Meca, mas o acordo foi rompido quando Meca apoiou um ataque contra aliados de Medina. Em 630, Muhammad formou um exército de milhares de soldados e marchou na direção de Meca. A cidade não ofereceu resistência, e Muhammad entrou nela, oferecendo anistia a todos que se convertessem ao islamismo. Meca havia sido conquistada.

Depois disso, Muhammad procedeu com a destruição dos ídolos de Meca, consolidando a cidade como adepta do islamismo. A Caaba continuou sendo um centro de peregrinação, mas foi convertida à fé islâmica.


Morte

Depois disso, Muhammad procurou expandir seu poder por outras regiões da Península Arábica. Ele estava no auge da sua atuação, quando contraiu uma doença que resultou no seu falecimento, em 8 de junho de 632. Depois da morte do profeta, o poder foi transmitido para Abu Bakr, amigo de Muhammad, fazendo dele o primeiro califa. A partir daí, o islamismo seria expandido pela Ásia, África e Europa.

Nota

|1| JOMIER, Jacques. Islamismo: história e doutrina. Rio de Janeiro: Vozes, 1992. p. 19."

Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/maome.htm

Fonte: Brasil Escola

Autor: "Daniel Neves - Professor de História"

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Maomé"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biografia/maome.htm. Acesso em 08 de junho de 2022.



5 fatos da Bíblia que a Ciência confirma

Apesar de ser considerado um livro sagrado pelos cristãos, muitos fatos da Bíblia não são levados à sério pelos mais cético. Nem mesmo a comunidade científica, como historiados, arqueólogos e outros especialistas relacionados, costumam dar bola para algumas descrições que as Sagradas Escrituras dão de alguns fenômenos, lugares e personagens do mundo antigo.

Há algum tempo, no entanto, isso tem começado a mudar. Isso porque, ao contrário a expectativa dos ateus ou agnósticos, alguns fatos da Bíblia estão se mostrando reais há alguns anos, especialmente quanto aos lugares descritos em seus ensinamentos.

Um bom exemplo disso, como você vai ver, é a possibilidade, comprovada pela física, de a arca de Noé realmente ter existido um dia. Da mesma forma é com a existência do personagem Pôncio Pilatos, que se tornou, na década de 60, mais um dos fatos Bíblicos confirmados pela Ciência, depois que evidências físicas foram descobertas em uma escavação.

Mas, controversas à parte, a verdade é que fatos da Bíblia estão sendo desvendados e comprovados. Isso, com certeza, se mostra uma vitória para os religiosos e uma riqueza imensurável para os historiadores. Ou seja, todos ganham, não é mesmo?

Confira, abaixo, 5 fatos da Bíblia que a Ciência confirma:

1.  Arca de Noé
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Esse talvez, seja um dos fatos da Bíblia mais chocantes a serem confirmados pela Ciência até agora. Bom, não foi exatamente a existência da arca que eles encontraram, mas cientistas conseguiram provar a viabilidade física de a arca ter existido e conseguido flutuar por águas turbulentas enquanto carregava um par de animais de cada espécie do planeta.

Para chegar a esse resultado positivo, em 2014, quatro alunos de Física, da Universidade de Leicester, na Inglaterra, começaram a testar, etapa por etapa, o processo de construção da arca descrito na Bíblia.

Para isso eles começaram convertendo os cúbitos, uma unidade de medida usada no livro sagrado, em centímetros. Logo de cara, eles conseguiram dimensionar a arca de Noé, que teria 145 metros de comprimento, 24 metros de largura e 14 de altura.

Além disso, o “manual de instruções” de Noé dizia para usar madeira de gofer, cuja densidade é parecida com a madeira do cipreste, utilizada pelos estudantes para os cálculos. Com isso, eles descobriram também o peso da arca vazia: 1,2 milhão de quilos.

Finalizando os estudos de probabilidades, os estudantes descobriram que a arca poderia carregar 51 milhões de quilos, o suficiente para carregar um casal de bichos de cada espécie, sem deixar com que a arca afundasse, já que ela precisava, apenas, de ter sua densidade menor que a da água.

2. Pedra de Pôncio Pilatos
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E, para quem pensa que muitos personagens, assim com os fatos da Bíblia, são apenas invenções ou simbolismos usados pelos apóstolos de Jesus, fique sabendo que esse é um grande engano. Em 1961, por exemplo, arqueólogos descobriram a primeira evidência física de que o personagem Pôncio Pilatos existiu no passado.

Uma pedra, que ficou conhecida depois como a Pedra de Pôncio Pilatos, foi encontrada durante as escavações de um teatro construído por Herodes, em Cesareia, Israel. Conforme os estudiosos, as inscrições da pedra diziam: “Pôncio Pilatos, prefeito da Judeia, a dedica”.

3. Reservatório de Siloé
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Em 2005, encanadores acabaram encontrando, em Jerusalém, uma reserva de água. Estudiosos, notificados do achado, tomaram parte da escavação e concluíram, no final das contas, que se tratava do Reservatório de Siloé.

Para quem não sabe, esse é o reservatório citado no livro de João, e é dele que Jesus Cristo coleta água para curar os olhos de um cego de nascença. Até alguns anos atrás, a Ciência não acreditava que esse poderia ser um lugar real, apenas mais um simbolismo bíblico, mas o Reservatório de Siloé estava exatamente no local descrito por João.

4. Parede do rei Salomão
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A parede do rei Salomão, mencionada no primeiro livro dos reis, ainda no Antigo Testamento, fala sobre uma muralha, construída por ordem do rei Salomão, em Jerusalém. Esse é um dos fatos da Bíblia que se confirmaram verdadeiros, recentemente, pela Ciência.

A descoberta aconteceu em 2010, quando uma parte dessa gigantesca construção foi encontrada, durante as escavações conduzidas pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Conforme os registros da descoberta, a muralha conta com um guarita de segurança e tem 70 metros de comprimento por 6 metros de altura.

5. Cidadela da Primavera
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Uma dos fatos da Bíblia já confirmados pela Ciência é a existência da Cidadela da Primavera. No livro sagrado, ela é mencionada na passagem de Samuel, como conquistada pelo rei Davi, e é  o local onde Salomão foi ungido rei.

Na vida real, a cidadela bíblica foi encontrada na Cidade de Davi, principal sítio arqueológico de Jerusalém, e que já vinha sendo escavado há 20 anos. Segundo os arqueólogos, o local foi construído para proteger a água da Fonte do Giom de possível conquistadores e para proteger as pessoas que iam até ali para beber água.


Fonte: Galileu

500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE


Há exatos 500 anos um monge alemão, Martinho Lutero, levantou-se veementemente contra desvios teológicos na Igreja oficial. A mais provável fagulha de sua revolta foi a venda de “indulgências”, noção de que o perdão divino poderia ser obtido por meios financeiros. Consta que em 31 de outubro de 1517 ele pregou na porta da igreja do castelo de Wittenberg uma lista contendo 95 teses, nas quais propunha uma reforma na Igreja, um retorno às Escrituras. Podemos resumir sua posição em cinco expressões, conhecidas como “5 solas”. “Sola” é uma expressão em latim que significa “somente”. Aqui estão elas:
Sola fide (somente a fé):
As obras podem ser boas evidências da nova vida em Cristo, mas todas as boas obras do mundo serão insuficientes para a reconciliação com Deus, que só possível pela fé em Jesus.

Sola scriptura (somente as Escrituras):
Em oposição ao conceito de que a Palavra só poderia ser devidamente interpretada à luz da tradição da igreja, a Palavra de Deus é suficiente e não depende de interpretação fora de si mesma.

Solus Christus (só Cristo):
Ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Não há qualquer outra pessoa, por melhor que seja, que possa oferecer-se para essa mediação.

Sola gratia (somente a graça):
Jamais alguém poderá acercar-se de Deus alegando méritos próprios. A graça, isto é, o favor divino concedido a nós apesar de não merecermos coisa alguma, é a única razão pela qual podemos dele nos aproximar pela fé, por meio de Jesus.

Soli Deo gloria (glória somente a Deus):
Mesmo as pessoas mais merecedoras de nossos elogios não são dignas de glória. Somos todos apenas servos do Altíssimo. Toda a obra da salvação, desde o sacrifício na cruz até a fé colocada nos corações por ação do Espírito Santo, é obra exclusiva do Senhor. – MHJ

É sempre bom voltar a verificar se não estou precisando, eu também, de uma reforma!
…debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos (At 4.12).
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8 Provas da Ressurreição de Jesus Cristo


1. O próprio Jesus testificou de sua iminente ressurreição dos mortos.
Jesus falou abertamente sobre o que lhe aconteceria: crucificação e então ressurreição dos mortos. “O Filho do Homem deve sofrer muitas coisas e ser rejeitado pelos anciãos e principais sacerdotes, e pelos escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitar” (Marcos 8:31; veja também Mateus 17:22; Lucas 9:22). Aqueles que consideram ser impossível acreditar na ressurreição de Cristo, provavelmente dirão que Jesus estava enganado ou (o mais provável) que a igreja primitiva colocou essas declarações em sua boca para fazê-lo ensinar a falsidade que eles próprios conceberam. Mas aqueles que lêem os Evangelhos e chegam a uma forte convicção de que aquele que fala de forma tão compelida através desses testemunhos não é a invenção de uma imaginação tola, ficarão insatisfeitos com esse esforço em explicar o testemunho próprio de Jesus de sua ressurreição dos mortos.

Isto é especialmente verdade em vista do fato que as palavras que predisseram a ressurreição não são apenas as simples palavras diretas citadas acima, mas também palavras muito implícitas e indiretas que são muito menos prováveis de serem a simples invenção de discípulos enganados. Por exemplo, duas testemunhas separadas testificam de dois modos bastante diferentes sobre as declarações de Jesus durante sua existência que, se seus inimigos destruíssem o templo (do seu corpo), ele o reconstruiria em três dias (João 2:19; Marcos 14:58; cf. Mateus 26:61). Ele também falou de forma figurada sobre o “Sinal de Jonas” – três dias no coração da terra (Mateus 12:39; 16:4). E ele sugeriu isso de novo em Mateus 21:42 – “A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular”. No topo de seu testemunho próprio da iminente ressurreição, seus acusadores disseram que isso era parte da declaração de Jesus: “Senhor, lembramo-nos como aquele impostor disse, quando ele ainda vivia, ‘Depois de três dias ressuscitarei'” (Mateus 27:63).

Nossa primeira evidência de ressurreição, portanto, é que o próprio Jesus falou dela. A extensão e natureza da declaração torna improvável que uma igreja enganada tenha feito isso. E o caráter do próprio Jesus, revelado nesses testemunhos, não foi julgado pela maioria das pessoas como o de um lunático ou enganador.

2. A tumba estava vazia na Páscoa.

Os documentos mais antigos declaram isso: “Quando eles entraram não encontraram o corpo do Senhor Jesus” (Lucas 24:3). E os inimigos de Jesus confirmaram isso quando declararam que os discípulos tinham roubado o corpo (Mateus 28:13). O corpo de Jesus não pôde ser encontrado. Existem quatro possíveis explicações para isso.

2.1 Seus inimigos roubaram o corpo. Se eles fizeram isso (e eles nunca declararam te-lo feito), certamente iriam produzir o corpo para acabar com a bem sucedida divulgação da fé cristã logo na cidade onde aconteceu a crucificação.
2.2 Seus amigos roubaram o corpo. Esse foi um rumor inicial (Mateus 28:11-15). Isso é provável? Teriam eles conseguido passar pelos guardas na tumba? Mais importante, teriam eles começado a pregar com tamanha autoridade que Jesus ressuscitou, sabendo que ele não tinha? Teriam eles colocado em risco suas vidas e aceitado espancamentos por uma coisa que eles sabiam ser uma fraude?
2.3 Jesus não estava morto, apenas inconsciente quando eles o colocaram na tumba. Ele acordou, removeu a pedra, passou pelos soldados, e desapareceu da história depois de alguns encontros com seus discípulos nos quais ele os convenceu que havia ressuscitado da morte. Mesmo os inimigos de Jesus não tentaram essa linha. Ele estava obviamente morto. Os Romanos viram aquilo. A pedra não podia ser removida por dentro por um homem que tinha acabado de ser apunhalado ao lado por uma lança e passado seis horas pregado numa cruz.
2.4 Deus ressuscitou a Jesus dos mortos. Isso é o que ele disse que aconteceria. Isso é o que os discípulos disseram que aconteceu. Mas como existe uma remota possibilidade de explicar a ressurreição de uma forma natural, as pessoas modernas dizem que não deveríamos pular para uma explicação sobrenatural. Isso é razoável? Eu não acho que seja. É claro, nós não queremos ser ingênuos. Mas tampouco queremos rejeitar a verdade apenas porque é estranha. Nós precisamos estar cientes que nossos comprometimentos a esse ponto são muito afetados por nossas preferências – tanto para situações que surgiriam da verdade da ressurreição, quanto para situações que surgiriam da falsidade da ressurreição. Se a mensagem de Jesus tem te aberto para a realidade de Deus e a necessidade de perdão, por exemplo, então o dogma anti-sobrenatural pode perder o poder sobre sua mente. Poderia ser que essa abertura não fosse um preconceito para a ressurreição, mas liberdade do preconceito contra ela?

3. Os discípulos foram quase que imediatamente transformados de homens sem esperança e amedrontados depois da crucificação (Lucas 24:21, João 20:19) em homens que foram testemunhas confiantes e corajosas da ressurreição (Atos 2:24, 3:15, 4:2).
A explicação deles para essa mudança foi que eles tinham visto o Cristo ressuscitado e tinham sido autorizados a serem suas testemunhas (Atos 2:32). A explicação concorrente mais popular é que a confiança deles era devida a alucinações. Há inúmeros problemas com tal ideia. Os discípulos não eram ingênuos, mas céticos equilibrados tanto antes quanto depois da ressurreição (Marcos 9:32, Lucas 24:11, João 20:8-9, 25). Além disso, seria o ensinamento nobre e profundo daqueles que testemunharam a ressurreição de Cristo o tipo de coisa de que alucinações são feitas? E quanto à grandiosa carta de Paulo aos Romanos? Eu pessoalmente acho difícil imaginar esse intelecto gigante de alma profundamente transparente como enganado ou enganador, e ele declarou ter visto o Cristo ressuscitado.

4. Paulo declara que não apenas ele viu o Cristo ressuscitado, mas 500 outras pessoas também o viram, e muitos ainda estavam vivos quando ele fez essa declaração pública.
“Então ele apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, a maioria deles ainda viva, embora alguns já tenham falecido” (1 Coríntios 15:6). O que torna isso relevante é que isto foi escrito para gregos que eram céticos para esse tipo de declaração, quando muitas testemunhas estavam ainda vivas. Então essa era uma declaração arriscada já que podia ser contestada com uma pequena pesquisa de primeira mão.

5. A pura existência de uma igreja primitiva cristã próspera e conquistadora de impérios suporta a verdade da declarada ressurreição.
A igreja difundiu-se no poder do testemunho que Jesus ressuscitou dos mortos e de que Deus assim o fez Senhor e Cristo (Atos 2:36). O senhorio de Cristo sobre todas as nações é baseado na sua vitória sobre a morte. Essa é a mensagem que se propagou por todo o mundo. Seu poder de cruzar culturas e criar um novo povo de Deus foi um forte testemunho de sua verdade.

6. A conversão do Apóstolo Paulo suporta a verdade da ressurreição.
Ele debate com um público parcialmente insensível em Gálatas 1:11-17 que seu evangelho vem de Jesus Cristo ressuscitado, não de homens. Seu argumento é que antes da sua experiência na Estrada de Damasco quando ele viu Jesus ressuscitado, ele era violentamente oposto à fé cristã. Mas agora, para espanto de todos, ele está arriscando sua vida pelo evangelho (Atos 9:24-25). Sua explicação: O Jesus ressuscitado lhe apareceu e autorizou-o a liderar a missão dos gentios (Atos 26:15-18). Podemos dar crédito a tal testemunho? Isto encaminha-nos para o próximo argumento.

7. As testemunhas do Novo Testamento não carregam o rótulo de ingênuos ou enganadores.
Como você dá crédito a uma testemunha? Como você decide se acredita no testemunho de uma pessoa? A decisão de dar crédito a uma pessoa não é a mesma coisa que resolver uma equação matemática. A exatidão é de um tipo diferente, ainda que seja de igual firmeza (eu confio no testemunho de minha esposa de que ela é fiel). Quando uma testemunha é morta nós podemos basear nosso julgamento dela somente pelo conteúdo de seus escritos e o testemunho de outros a seu respeito. Como Pedro e João e Mateus e Paulo se comparam?

Em meu julgamento (e nesse ponto nós podemos viver autenticamente somente por nosso próprio julgamento – Lucas 12:57), os escritos desses homens não se lêem como as obras de homens ingênuos, facilmente enganados ou enganadores. O discernimento que eles têem da natureza humana é profundo. O comprometimento pessoal é sóbrio e cuidadosamente declarado. Seus ensinamentos são coerentes e não se parecem com a invenção de homens instáveis. O padrão moral e espiritual é alto. E as vidas desses homens são totalmente devotadas à verdade e à honra de Deus.

8. Existe uma glória evidente no evangelho da morte e ressurreição de Cristo como narrado pelas testemunhas bíblicas.
O Novo Testamento ensina que Deus enviou o Espírito Santo para glorificar Jesus como o Filho de Deus. Jesus disse: “Quando o Espírito da verdade vier, ele vos guiara em toda a verdade… Ele vai glorificar-me” (João 16:13). O Espírito Santo não faz isso dizendo-nos que Jesus ressuscitou dos mortos. Ele faz isso abrindo nossos olhos para ver a evidente glória de Cristo na narrativa de sua vida e morte e ressurreição. Ele nos habilita a ver Jesus como ele realmente foi, de modo que ele é irresistivelmente verdadeiro e belo. O apóstolo explicou o problema de nossa cegueira e a solução dessa maneira: “O deus desse mundo cegou as mentes dos incrédulos para que eles não enxerguem a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus… Porque Deus, que disse, ‘Deixe a luz resplandecer das trevas’, resplandeceu em nossos corações para dar a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo” (2 Coríntios 4:4,6).

Um conhecimento salvador do Cristo crucificado e ressuscitado não é o mero resultado de um raciocínio correto sobre fatos históricos. É o resultado de iluminação espiritual para enxergar esses fatos para o que eles realmente são: uma revelação da verdade e glória de Deus na face de Cristo – que é o mesmo ontem, hoje e sempre.

Autor: John Piper
Fonte: eJesus.com

SAGRADO: Qual o papel da religião no mundo contemporâneo?

Sagrado fez uma releitura do mundo contemporâneo sob a ótica da diversidade religiosa. Representantes de religiões e atores, como Tony Ramos, Christiane Torloni e Juliana Paes, participaram da série.
A diversidade religiosa teve espaço na programação da TV Globo e do Canal Futura com a estreia do programa Sagrado, uma coprodução das duas emissoras. A série discutiu um tema atual por semana, mostrando a visão e o entendimento de cada religião a respeito de assuntos muitas vezes polêmicos como violência urbana, liberdade de expressão, sexualidade, novas famílias, entre outros.
A partir de hoje você poderá conferir os programas aqui no Blog Super Reforço. É mais uma oportunidade de conhecermos um pouco mais da diversidade religiosa de nosso país.

Deus não tem assessores!

Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou como seu conselheiro o ensinou? Com quem tomou ele conselho para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho do entendimento? ISAIAS 40. 13-14

Para entendermos o papel de um assessor, basta olharmos para a vida de um político em atividade, o assessor é aquele que conversa, que ouve as petições do povo e as leva ao seu chefe, seja ele o vereador, prefeito ou presidente. O assessor é uma espécie de mediador entre o político e as pessoas; muito difícil é pedir alguma coisa a um político pessoalmente, salvo em época de eleições, assim sendo, o assessor torna-se um conselheiro, um orientador e na maioria dos casos é ele quem determina quais petições deverão ser atendidas. Essa é resumidamente a função de uma pessoa que assessora alguém.

A Bíblia, todavia, nos diz claramente através dos versículos acima citados que o nosso Deus não tem assessores e nem conselheiros, que não há ninguém tentando fazer a cabeça dele, ele é livre e sabe o que faz. O fato é que muitos pensam de modo contrário à palavra de Deus, acham que Deus necessita de “assessores”, de instrutores no juízo e na justiça. É grande o número de religiosos e líderes que creem que para que possamos receber alguma coisa do Senhor temos que conversar primeiro com um assessor, alguém que pensa exercer alguma influência sobre ELE. Segundo a concepção dessas pessoas, Deus tem muitos assessores, e tais assessores também têm uma vontade caprichosa. Para que a petição chegue até Deus, por exemplo, é necessário que se cumpra toda uma liturgia, um rito especial.

Sem falar ainda, que tais “mediadores” não são como clínicos gerais, não, eles obedecem a uma especificidade enorme, uns só devem ser solicitados quando a causa for realmente impossível, outros somente quando alguém deseja se casar, enfim, poderíamos preencher uma lista infindável com todas as suas especialidades, porque são muitas. Então, segundo alguns, não se deve sair pedindo coisas a qualquer “mediador”, tem que ser aquele que atua naquela área específica. Que complicação, que distorção da verdade.

Creio com base na Bíblia, que Deus se entristece ao ver que as pessoas podem conversar diretamente com ele e não o fazem, preferem crer em um mediador inexistente, em um conselheiro irreal e em uma fábula criada para iludir e desviar do caminho verdadeiro.

Autor: Daniel Alves de Almeida
Estudante de Ciências Contábeis - UNICENTRO/PR
Colunista - Brasil Escola
Fonte: Brasil Escola

A Religião dos Índios Brasileiros - Parte 2



Grupo Tupi-Guarani

Segundo uma lenda muito antiga, Tupi e Guarani eram dois irmãos que, viajando sobre o mar, chegaram ao Brasil e com seus filhos povoaram o nosso território; mas um papagaio falador fez nascer a discórdia entre as mulheres dos dois irmãos, donde surgiram a desavença e a separação, ficando Tupi naterra, enquanto Guarani e sua família emigraram para a região do Prata.

No entanto, a pesquisa científica afirma que o grupo Tupi-Guarani é originário da região hoje chamada de Rondônia, donde o ramo Guarani emigrou para o sul, penetrando no Paraguai, enquanto o ramo Tupi penetrava no Brasil, estendendo-se por todo o seu litoral, desde o Rio Grande do Sul até o atual território do Amapá.

Esta notável movimentação dos Tupi-Guarani prende-se à busca de uma espécie de Paraíso, onde os homens poderiam refugiar-se quando chegasse o fim do mundo, e que estaria colocado na direção leste, além do grande mar (Atlântico). Por isso, cada vez que a situação se tornava calamitosa, os Tupi, sob o comando de um pajé ou de um profeta, empreendiam a longa caminhada em busca da "terra-sem-mal". O Mito, recolhido entre os Apapocuva, guaranis originários do Mato Grosso mas estabelecidos no Estado de São Paulo, diz o seguinte: Nyanderuvusu, "nosso pai grande", ser principal da mitologia apapocuva, criou o mundo e a primeira mulher, Nyandesy, "nossa mãe", que concebeu dois gêmeos, mas foi devorada por uma onça, que respeitou as duas crianças, Nanderykey e Tyvyry, identificados com o sol e a lua. Nyandesy sobrevive na "terra-sem-mal", onde os homens vivem eternamente felizes. Pode-se pensar em uma influência da escatologia cristã, mas o mito motivou já antes da vinda dos portugueses as grandes emigrações do grupo Tupi-Guarani.

Como se vê neste mito, a concepção de um Ser Supremo não é muito clara, mas muitos outros mitos falam de um formador do mundo (da terra, do sol, dalua, dos homens, dos animais...) e fundador dos costumes humanos, de modo que não se pode duvidar da crença geral em um monoteísmo implícito. Muitas vezes o Ser Supremo dá existência, diretamente ou por meio de uma "Grande Mãe", a dois gêmeos, que assumem as funções de "heróis civili- zadores", identificados, como vimos acima, com o sol, a lua. Aliás, o solarização (fenômeno da identificação do Ser Supremo com o sol) é uma constante em toda amitologia dos indígenas brasileiros.

Entre os Mundurucu, tupis do Tapajós, Caro Sacaibu é um deus criador onisciente e herói civilizador, pois ensinou aos homens a caça e a agricultura. Maltratado pelos mundurucu retirou-se ao mais alto do céu, onde se confunde com a cerração. No fim do mundo, queimará os homens no fogo. Mas é benévolo e atende as preces dos que a ele recorrem (antes da caça, da pesca, nas doenças). Castiga os maus e acolhe benignamente os bons.

Entre os Tupinambás (Estado da Bahia), Monan é um Ser Superior que criou o céu, a terra, os pássaros, os animais. Mas os homens mostraram-se maus e, por isso, Monan enviou Tatá (Tatá-manha = Mãe-Fogo) que consumiu tudo. Só se salvou Irin-Magé, que Monan tinha levado ao céu, e que se tornou o "herói civilizador" da nova geração de homens, com o nome de Maire-Monan, do qual descende Sumé, o grande pajé, que gerou os dois gêmeos Tamendonaré (Tamandaré) e Aricute, que se odiavam de morte, donde a constante rivalidade entre as duas tribos que deles descendem, Tupinambá e Tomimi.

Segundo Couto de Magaiháes (O Selvagem, 1874), os Tupi faziam descender de um Ser Superior antigo as três grandes divindades: Guaraci, o sol; Jaci, alua; e Ruda, o amor. Guaraci criou os homens e dominava sobre as seguintes entidades sobrenaturais: Guairapuru,protetor dos pássaros; Anhangá protetor da caça dos campos; Caapora, protetor da caça da floresta. Jaci criou os vegetais e dominava sobre as seguintes entidades sobrenaturais: Saci Cererê, espírito zombeteiro; Mboitatá, a serpente de fogo; Urutau, pássaro de mau agouro; Curupira, guardião da floresta. De Ruda, guerreiro que reside nas nuvens, dependem Cairê, a lua cheia, e Catiti, a lua nova.

Infelizmente, os sábios deram em geral mais atenção aos costumes dramáticos dos indígenas do que aos seus ritos secretos, do que resulta conhecermos muito bem os costumes canibalescos dos Tupi, mas muito pouco as suas verdadeiras crenças religiosas.

No entanto, uma coisa é certa: Os Tupi-Guarani possuíam na figura do pajé um elemento religioso de primeira plana, como o xamã dos mongóis siberianos. Estruturalmente, o fenômeno é o mesmo: assim como o xamã siberiano, o pajé é ao mesmo tempo médico, sacerdote, psiquiatra, pois ele cura, dirige as preces, aconselha, empregando não só ervas medicinais como também o transe extático, no qual entra em contato com os espíritos em benefício de seus clientes. Notemos que o pajé não se deixa possuir dos espíritos, como no Candomblé africano, mas, como no xamanismo siberiano, apossa-se dos espíritos e às vezes sai em busca da alma do enfermo, que o abandonara, causando-lhe o estado doentio, para fazê-la retornar ao corpo e restituir-lhe a saúde.

Certamente, podemos encontrar entre os pajés a esperteza dos charlatães e a maldade dos feiticeiros, mas estes elementos são antes deturpações do verdadeiro significado da pajelança, pois esta tem por intento precípuo ajudar o indígena em suas aflições.

Outro elemento típico do xamanismo é a crença na "alma" humana, como entidade espiritual, a qual não se extingue com a morte corporal, mas, transformando-se em "anguera", empreende uma longa viagem em busca da "terra-sem-mal".

Afora os ritos de dança, que serviam para comemorar todos os acontecimentos sociais, como o casamento, a guerra, a morte, o que mais impressionou osantigos autores foi o "canibalismo ritual" dos Tupi-Guarani. Referimo-lo aqui para esclarecer que não se trata de um fenômeno religioso, como acontece entre os Astecas, mas de um rito puramente social, muitas vezes ligado ao rito da iniciação dos jovens guerreiros, os quais, sacrificando um prisioneiro, mostravam a sua maturidade tribal.

Aliás, alguém já sustentou que o canibalismo é um fenômeno socioeconômico, pois aparece sempre onde falta a caça abundante para suprir o grupo de proteínas. De fato, nas Américas o fenômeno está mais ou menos restrito aos Astecas, que não dispunham de grande caça, e aos Tupis, que se estendiam pelo litoral brasileiro.

Grupo Gé (Tapuias)

Outro grande grupo de indígenas do Brasil é o chamado grupo Gê, constituído pelos indígenas que habitavam o planalto brasileiro, desde o Estado de São Paulo até o Pará. Culturalmente, era o mais atrasado, pois vivia da coleta de frutos, da pesca, da caça e só esporadicamente, por influência dos Tupi, praticavam uma agricultura de subsistência. Em conseqüência, os seus utensílios caseiros eram os mais primitivos e pobres.

O nome Gê quer dizer: chefe - pai - ascendente, enquanto o nome Oran, que também é dado a este grupo, significa: filho - descendente. Os Tupi chamavam-no de Tapuia, que quer dizer: inimigo.

Quanto à religião, podemos encontrar a idéia generalizada de um Ser Supremo, muitas vezes com características de herói civilizador, e não raro identificado com o sol. Assim, os antigos Aimorés, estabelecidos no Estado do Espírito Santo, acreditavam no "pai de cabeça branca" (Yekankreen Yrung), que habitavano céu. Nunca fora visto, a não ser por alguns homens da era primitiva. Era benévolo e invocado pelo pajé em casos de doença e caristia com cantos e preces, intervindo nas coisas humanas por meio dos "maret" (espíritos), de que se achava cercado. Punia os maus, mandava a chuva, matava os inimigos com flechas, produzia as fases da lua etc.

Os Apinagé, do rio Tocantins, cultuavam o sol, que era objeto de preces e de danças nas ocasiões do plantio e da colheita. Era o autor da organização dual da tribo. Era representado pela forma circular com que a aldeia era construída, pela cor vermelha com que os guerreiros se pintavam. Ao lado do sol, estava alua, e ambos criaram os antepassados dos Apinagé, mas em grupos separados, e por isso ao norte da vida ficavam os homens do sol e no sul os homens dalua. Também entre os Xavantes se encontra o culto do sol, que é chamado "nosso criador". O mesmo entre os Canela e os Xerente.

São numerosos os mitos sobre o sol, a lua e o dilúvio, bem como a atividade dos irmãos gêmeos.

É geral, igualmente, a crença nas almas dos homens, dos animais, das plantas etc. As almas dos homens não sobem ao céu, depois da morte, mas vivem na terra, nos lugares em que os corpos foram enterrados, transformando-se em outros seres ou em fantasmas.

Os ritos são mais simples do que entre os Tupi, mas não faltam os ritos de passagem e os funerários. Os pajés têm funções semelhantes como entre os Tupi, curando doenças com ervas, mas também com transes extáticos, nos quais vão em busca da alma que abandonou o enfermo.

Grupo Aruaque

Ao norte do Brasil, encontramos o grupo Aruaque (arwak), oriundo da Venezuela e das Guianas. Essencialmente agrícolas, atribui à lua, astro por excelência das culturas agrícolas, característica de força cósmica, impessoal, existindo antes de todas as coisas e manifestando-se por uma série de emanações. Na origem, porém, está o ar, que assopra nas nuvens provocando a chuva e fecundando a terra. Reina sobre os homens, punindo-os com os elementos desencadeados. Não é invocando pessoalmente, mas por meio dos seres intermediários: vento, fogo, terremoto, trovão... Assume vários nomes e mesmo funções diversas, segundo os vários povos do grupo aruaque. Nas margens do rio Negro, tem o nome de Poré; entre os Maipuri, chama-se Puramínari; entre os Waica, do curso superior do Orinoco, chama-se Omana etc. Entre os Pareci do Mato Grosso, tem o nome de Enoré e entre os Nambiquara, é o Trovão.

São numerosos os mitos que se referem aos elementos agrícolas, como o aparecimento da mandioca.

Mas o mito característico deste grupo é o do Jurupari (aruaque do rio Negro). Jurupari (nascido junto ao rio) foi concebido por uma mulher assexuada depois que ela tomou caxiri (licor de mandioca), e nasceu quando a mulher foi mordida por um peixe enquanto se banhava. Cresceu rapidamente e, adulto, convida todos a beber caxiri, mas como as mulheres não o quisessem preparar, amaldiçoou-as. E como os seus filhos tivessem comido do fruto da árvore uacu, que lhe era consagrada, devorou-os todos. Irritados, os homens aprisionaram-no e atearam-lhe fogo, mas das cinzas nasceu a palmeira paxiuba, de cujos ramos (seus ossos) os homens fizeram flautas, que não podem ser vistas pelas mulheres, sob pena de morte. Este mito tem importância capital nos ritos de iniciação e representa o domínio dos homens sobre as mulheres.


Grupo Caraíba
Os Caraíba estão estabelecidos no Estado do Pará à margem esquerda do Amazonas, com alguns grupos disseminados ao longo do rio Madeira (Arara) e outros nas cabeceiras dos rios Tapajós e Xingu (Nahuque e Bacairi).

Inserido no território dos Gê, existia ainda o grupo Pimenteira. O núcleo originário, porém, está nas Guianas e na Venezuela. Adversários implacáveis dosAruaque, os Caraíba adotaram, porém, muitos de seus costumes, inclusive a religião.

A idéia de um Ser Supremo é muito difusa entre os diversos povos deste grupo, com tendência ao henoteísmo, ou seja, ao culto de uma divindade determinada com sentido de único deus, sem descartar-se das outras divindades.

Entre os Arikens, do Pará, o Ser Supremo é Purá, identificado com o sol, enquanto o seu companheiro, Murá, se identifica com a lua. Ambos moram namontanha do céu, donde observam todas as coisas: não morrem, não envelhecem, não têm pais nem parentes. Purá criou os homens, esculpindo-os em madeira. Fê-los imortais, mas como não quiseram seguir suas ordens, foram consumidos por um incêndio, do qual só poucos escaparam. Sobre estes, Purá mandará no fim do mundo um incêndio total.

Para os Caraíba do Suriname (Guiana Holandesa), a divindade central é Amana, deusa-mãe, virgem, com cauda de serpente. É o símbolo do tempo e a raiz de todas as coisas: não nasceu, nem morre, porque se renova constantemente. Gerou dois gêmeos: um na aurora, Tamusi, e outro no crepúsculo, Yolokan-tamulu. Tamusi criou todas as coisas boas, é o antepassado dos Calma, mora na luz fria da lua, é o senhor do Paraíso, ao qual vão os bons, que, porém, não o poderão contemplar por causa de seu esplendor. Tamusi combate todas as forças negativas. Yolokan-tamulu (yolokan = natureza; tamulo = avô) é o senhor dos espíritos da natureza, criou a escuridão e o mal, mora no deserto do céu, em uma ilha chamada "país-sem-manhã": não é propriamente o opositor do bem, mas a face destruidora da natureza.

Os Caraíba do rio Barama, ao norte das Guianas, creem em um "deus ocioso", cujo nome é ignorado. É o criador do universo, teve trato com os homens, mas depois afastou-se deles. Seu auxiliar, Komakoto, intervém no universo e nas coisas humanas.

Os Caraíba das nascentes do Xingu crêem no "senhor dos animais", Kagatopuri, que é a mais sutil das almas humanas, a qual, separando-se do corpo pela morte, tornou-se um espírito (kadopa) e, depois de longa peregrinação, chegou à vila do herói civilizador Nakoeri, transformando-se então em "iamura" (verdadeiro senhor dos animais).

Os ritos agrícolas são numerosos: danças com sentido orgiástico, oferta de bebidas inebriantes (caxiri) etc. Há também ritos de caça, com danças de máscaras, que representam os espíritos dos animais.

Mas a figura central é o pajé, cuja função exige treinamento ascético, técnicas de êxtase, contato com o mundo celeste, conhecimento das ervas medicinais etc. Até o vôo extático, que é próprio do xamanismo siberiano, encontra-se na pajelança dos Caraíba. Os mitos são também numerosos, principalmente com referência aos irmãos gêmeos, Keri e Kame, nomes de origem aruaque, significando sol e lua. São heróis civilizadores.

Mas o mito mais notável é o de Macunaíma, deus criador dos Macuxi, Arecuna, Acavais, da Venezuela. Macunaíma quer dizer, literalmente, "aquele que trabalha bem à noite". Para vingar a mãe, morta por uma onça, mete-se em muitas aventuras, transformando-se em herói astuto e desinibido.

Afora estes quatro grandes grupos lingüísticos, há outros grupos menores, como os Borôro do Mato Grosso e os Caigangues do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os quais, porém, afinam mais ou menos pelas mesmas idéias religiosas e pelos mesmos ritos.

Fonte: Morte Súbita

A Religião dos Índios Brasileiros - Parte 1

Não é fácil definir o sistema religioso dos indígenas do Brasil, primeiro porque se trata de vários povos, com culturas diversas, segundo porque, devido à grande movimentação destes povos pelo vasto território brasileiro, os seus costumes e, portanto, também a sua religião sofreram contínuas e profundas modificações através do tempo.

Os antropólogos admitem em geral que se trata de povos de origem mongólica (mongóis siberianos), que teriam atravessado do estreito de Behring, povoando o continente americano desde o Canadá até a Terra do Fogo. É possível que algumas levas de semitas, talvez de fenícios, tenham navegado até o México, e mesmo que povos da Melanésia tenham abordado a costa do Pacífico, penetrando no interior da América do Sul. Mas trata-se de hipóteses sem fundamento consistente, e, em todo o caso, não foram tão importantes que alterassem de modo sensível a etnia mongólica de nossos indígenas.

As aparentes diferenças de cor da pele e de estatura corporal podem muito bem ser explicadas pelo ambiente em que os nossos indígenas viveram e ao regime alimentar que adotaram. Assim, os indígenas protegidos pela densa floresta conservaram-se mais claros do que os dos cerrados, mais expostos ao sol, e os que se alimentaram de caça se desenvolveram fisicamente mais do que os que só tinham peixe por dieta.

Os etnólogos admitem também quatro grandes áreas culturais: a Andina, que se desenvolveu a partir do Paraná, com intensa agricultura, produzindo a urbanização, a arquitetura, a indústria de tecidos e cerâmica, cujo expoente máximo é o Império dos Incas; a do Círculo das Caraíbas (Antilhas, Colômbia, Venezuela), de agricultura menos intensa e de organização social menos refinada, mas com uma cerâmica expressiva; a da Grande Floresta, com agricultura de subsistência, caça e pesca; a dos Cerrados, a mais pobre culturalmente, caracterizada pela coleta de frutos, raízes, pequenos animais. A arqueologia, por sua vez, admite que os primitivos habitantes da América do Sul se tenham concentrado, primeiramente, em certas áreas verdes das cabeceiras dos grandes rios, e só aos poucos povoaram o resto do continente sul-americano, à medida em que a floresta progredia pelas savanas e pelas margens fluviais. Este fato esclarece até certo ponto que os indígenas da América do Sul, em particular do Brasil, tenham formado desde tempos remotos grandes grupos lingüísticos distintos, pois os primitivos habitantes destas regiões tiveram de viver milênios segregados em suas ilhas verdes, criando costumes próprios. Esclarece igualmente o fato de nos últimos milênios se terem dado a uma grande movimentação pelo território brasileiro, a ponto de o grupo Tupi-Guarani, originário do território da atual Rondônia brasileira, se ter espalhado por todo o território brasileiro atual, desde o Estado do Rio Grande do Sul até o atual Amapá.

Acresce que o estudo da religião de nossos indígenas foi bastante descurado pelos sábios e mesmo frontalmente mal interpretado. Os antigos missionários católicos, no afã de reduzir os indígenas à fé cristã, interpretavam apressadamente as suas figuras míticas nos padrões da teologia católica, identificando, por exemplo, Tupã com Javé e Anhangá com o demônio. De sua parte, os antropólogos modernos, interpretam freqüentemente as crenças dos nossos indígenas dentro de padrões socioeconômicos atuais, que tira todo o sentido original da religião de nossos aborígines.

Os Sistemas Religiosos Indígenas

Desta forma, é muito difícil definir, como foi dito, o sistema religioso de nossos indígenas, e só muito por alto podemos enquadrá-lo nas formas estereotipadas de animismo, totemismo, xamanismo. Preferimos, por isso, descrever os elementos religiosos que mais chamam a atenção dos estudiosos, sem lhes dar uma interpretação definitiva. No entanto, não podemos deixar de ressaltar os elementos xamãnicos, como a crença em um Ser Superior, de caráter celeste, em espíritos também celestes, que intervêm na vida dos homens e nas atividades do pajé, lembrando de perto as atividades do xamã siberiano (transes extáticos, invocação e domínio dos espíritos).

Os ritos são de tipo socioeconômico (ritos de caça, de pesca, de guerra), notando-se a ausência de um culto especifico a alguma figura divina, a não ser entre os Aruaque e Caraíba, talvez por influência de povos vizinhos, como os Chibcha, de cultura superior.

Resumindo, podemos dizer que os grupos indígenas, que povoaram o Brasil antes do advento dos portugueses, não chegaram a um conceito claro da divindade, menos ainda a cultuar publicamente um deus único, mas certamente tenderam a um monoteísmo implícito na figura de um Ser Superior.

A menor ou maior manifestação deste monoteísmo primitivo está condicionada ao sistema de vida que os diversos grupos tiveram de adotar conforme o ambiente em que viveram: a de simples colhedores, em plena floresta tropical; a de caçadores, nos cerrados; e a de incipiente agricultura nas regiões mais férteis.

A vida errante, a que foram compelidos pelas condições adversas do clima e pelas continuas lutas entre os grupos, impediram a elaboração mais refinada de suas crenças e o desenvolvimento de um culto específico.

Fonte: Morte Súbita