O Que Eram os Guetos e Porque as Autoridades Alemãs os Criaram Durante o Holocausto?
Os guetos eram
áreas de cidades ou aldeias onde os alemães invasores criaram e
obrigaram os judeus a viver em condições de superlotação e
insalubridade. As autoridades alemãs frequentemente fecharvam tais áreas
construindo muralhas ou outras barreiras a seu redor. Os guardas
impediam os judeus de sair sem permissão. Alguns guetos existiram
durante anos, mas outros existiram apenas durante meses, semanas, ou
mesmo dias como locais de detenção de judeus antes de sua deportação ou
assassinato imediato.
Os funcionários alemães criaram os guetos pela primeira vez em
1939-1940, na Polônia ocupada pela Alemanha. Os dois maiores deles foram
localizados nas cidades polonesas (ocupadas) de Varsóvia e
Lodz (Łódź). A partir de junho de 1941, após o ataque alemão contra a
União Soviética, os oficiais alemães também os estabeleceram em
territórios recentemente conquistados na Europa Oriental. As autoridades
alemãs e seus aliados e colaboradores também estabeleceram guetos em
outras partes da Europa. Em 1944, as autoridades alemãs e húngaras
criaram guetos temporários para centralizar e controlar os judeus antes
da sua deportação da Hungria.
O Objetivo dos Guetos
As autoridades alemãs estabeleceram originalmente os guetos para
isolar e controlar as grandes populações judaicas que viviam na área da
Europa Oriental ocupada pelos nazistas. Inicialmente, eles concentravam
os residentes judeus de uma cidade ou dass áreas ou regiões
circunvizinhas. No entanto, a partir de 1941, oficiais alemães também
passaram a deportar judeus de outras partes da Europa (incluindo da
Alemanha) para alguns desses guetos.
O trabalho escravo dos judeus tornou-se uma característica central da
vida de muitos guetos. Em teoria, tal era dito que seria para ajudar a
pagar a administração do gueto, assim como apoiar o esforço de guerra
alemão. Às vezes, fábricas e oficinas eram estabelecidas nas em
proximidade mútua apenas para explorar os judeus presos no gueto para
que efetuassem trabalho escravo. O trabalho era, frequentemente, manual e
extremamente debilitante.
A Vida nos Guetos
A vida nos guetos era miserável e perigosa. Havia pouca comida, além
do saneamento e dos cuidados médicos serem extremamente limitados.
Centenas de milhares de pessoas morreram de fome; de doenças
contagiosas; de exposição a temperaturas extremamente baixas; bem como
de exaustão pelo trabalho escravo. Os alemães também assassinaram os
judeus aprisionados nos guetos através de espancamentos brutais,
torturas, fuzilamentos arbitrários e com o uso de outras formas de
violência arbitrária.
Apesar de tudo, os judeus nos guetos procuravam manter um senso de
dignidade e comunidade. Eles criaram precárias escolas, bibliotecas,
serviços sociais comunitários e instituições religiosas proporcionavam
algum grau de ligação comunal entre os residentes. Tentativas de
documentar a vida nos guetos, como o arquivo Oneg Shabbat e a fotografia clandestina, foram poderosos exemplos de resistência espiritual. Muitos guetos também tinham movimentos secretos que criaram focos de resistência armada. O mais famoso deles foi a “Revolta do Gueto de Varsóvia”, em 1943.
A “Liquidação” dos Guetos
A partir de 1941-1942, os alemães e seus aliados locais assassinaram
em massa os prisioneiros nos guetos e dissolveram suas estruturas
administrativas. Eles denominaram a este processo como uma “liquidação”,
a qual fez parte da “Solução Final da Questão Judaica”. A maioria dos
judeus dos guetos foi assassinada através de fuzilamentos em massa em
campos de extermínio próximos ou, após a deportação, dentro dos mesmos
campos de extermínio. A maioria dos era deliberadamente localizada junto
aos grandes guetos da Polônia ocupada pela Alemanha ou junto a rotas
ferroviárias de fácil acesso.
Quem foi Responsável pela Realização do Holocausto e da Solução Final?
Muitas pessoas foram responsáveis pela concretização do Holocausto e da Solução Final.
No nível mais alto, Adolf Hitler inspirou,
ordenou, aprovou e apoiou o genocídio dos judeus da Europa. No entanto,
Hitler não agiu sozinho. Ele também não traçou diretamente um plano
exato para a implementação da Solução Final. Outros líderes nazistas
foram os que coordenaram, planejaram e implementaram diretamente o
assassinato em massa dos judeus. Entre eles, estavam Hermann Göring,
Heinrich Himmler, Reinhard Heydrich e Adolf Eichmann.
Entretanto, milhões de alemães e outros europeus também participaram
da execução do Holocausto. Sem o envolvimento deles, o genocídio do povo
judeu na Europa não teria sido possível. Os líderes nazistas se
apoiaram nas instituições e organizações alemãs; em outras potências do
Eixo; na burocracia local e em instituições idem; bem como em
indivíduos.
Instituições, Organizações e Indivíduos Alemães
Os líderes nazistas se apoiaram em muitas instituições e organizações
alemãs para ajudá-los a levar a cabo o Holocausto. Membros de
organizações nazistas iniciaram e realizaram muitas ações antissemitas
antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Estas organizações incluíam o
Partido Nazista, as SA (Stormtroopers ou Brownshirts), e as SS através do (Schutzstaffel
, o Esquadrão de Proteção). Quando a Guerra começou, as SS e seus
afiliados policiais se tornaram especialmente letais. Membros dos Sicherheitsdienst (SD), da Gestapo, da Polícia Criminal (Kripo) e do Polícia
da Ordem desempenharam papéis particularmente ativos e mortais no
processo de assassinato em massa dos judeus europeus. Outras
instituições alemãs envolvidas na execução da Solução Final incluíam os o
sistema militar alemão; os sistemas ferroviários e de saúde nacionais
alemães; os sistemas de serviço público e justiça criminal alemães; bem
como empresas, companhias de seguros e bancos alemães.
Como membros destas instituições, inúmeros soldados alemães, policiais, funcionários públicos, advogados, juízes, empresários, engenheiros, médicos e enfermeiros optaram
por ajudar a implementar as políticas assassinas do regime. Os alemães
comuns também participaram do Holocausto de diversas formas. Alguns
alemães aplaudiam quando os judeus eram espancados ou publicamente
humilhados; outros denunciavam os judeus quando eles descumpriam às leis
e regulamentos racistas. Muitos alemães compraram a preços ínfimos,
tomaram ou saquearam os pertences e propriedades dos seus vizinhos
judeus. A participação desses alemães no Holocausto foi motivada pelo
entusiasmo pessoal, pela preocupação com sua carreira, pelo medo, pela
ganância, por interesse próprio, pelo antissemitismo e pelos ideais
políticos nazistas dentre outros fatores.
Governos e Instituições Não-Alemães
A Alemanha nazista não perpetrou o Holocausto sozinha. Ela contou com
a ajuda de seus aliados e colaboradores. Neste contexto, “aliados”
referem-se aos países do Eixo oficialmente aliados à Alemanha nazista, e
“colaboradores” refere-se a regimes e organizações que cooperaram com
as autoridades alemãs em caráter oficial ou semi-oficial. Os aliados e
colaboradores da Alemanha nazista incluíam:
- As Potências do Eixo Europeu e outros regimes colaboracionistas (como a França de Vichy). Estes governos aprovaram sua própria legislação antissemita e cooperaram com os objetivos alemães.
- Burocracias locais apoiadas pela Alemanha, especialmente as forças policiais locais. Estas
organizações ajudaram a reunir, internar e deportar judeus, mesmo em
países não aliados com a Alemanha, tais como foi o caso da Holanda.
- Unidades auxiliares locais compostas por oficiais militares, policiais, e civis. Estas
unidades, apoiadas pela Alemanha, participaram de massacres contra
judeus na Europa Oriental (frequentemente de forma voluntária).
Os termos “aliados” e “colaboradores” também podem se referir a indivíduos afiliados a tais governos e organizações.
Indivíduos em Toda a Europa
Por toda a Europa, indivíduos que não tinham filiação governamental
ou institucional, e que não participavam diretamente do assassinato de
judeus, também contribuíram para o Holocausto.
Uma das coisas mais letais que os vizinhos, conhecidos, colegas e até
“amigos” podiam fazer era denunciar os judeus às autoridades alemãs
nazistas. Um número desconhecido escolheu fazer exatamente isto. Eles
revelavam os esconderijos dos judeus, desmascaravam as identidades dos
judeus que se passavam por cristãos e identificavam quem era judeu aos
oficiais nazistas. Ao fazer isso, eles os condenavam à morte. As
motivações desses indivíduos eram abrangentes: medo, interesse próprio,
ganância, vingança, antissemitismo e crenças políticas e ideológicas.
Muitos indivíduos também lucraram com o Holocausto. Muitos não judeus
invadiam as casas dos israelitas, tomavam controle dos seus negócios, e
também roubavam seus bens e objetos de valor. Estes atos fizeram parte
do roubo e saque generalizado que acompanhou o processo de genocídio.
Na maioria das vezes, os indivíduos contribuíram para o Holocausto
através da inação e indiferença para com a situação dos seus vizinhos
judeus. Às vezes, estes indivíduos são denominados como “espectadores”.
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Fonte: Enciclopédia do Holocausto
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