Crise dos refugiados na Europa pode ser um dos assuntos abordados na prova de Geografia do ENEM

Durante o primeiro semestre de 2015, houve uma grande leva de migrações de povos muçulmanos para países europeus. Essa leva continuou no ano de 2016. Mais de 350.000 pessoas deslocaram-se de países islâmicos, sobretudo da Síria e da Líbia, em direção à Europa. Os países que mais receberam esses imigrantes foram a Grécia (cerca de 235.000 indivíduos) e a Itália (cerca de 115.000 indivíduos). 

Corpo de criança refugiada síria afogada apareceu em praia de resort turco.


Além de se tratar de um assunto urgente, a atual crise migratória é um fenômeno bastante complexo, que se entrelaça com diversas questões contemporâneas. Os examinadores podem formular questões que relacionem o drama dos refugiados com alguns dos seguintes temas:

Demografia: A taxa de natalidade em muitos países na Europa está entre as mais baixas do mundo, o que deve gerar pressões demográficas no futuro. Com o envelhecimento da população e o baixo índice de fecundidade, a perspectiva é que, em países como a Alemanha, haja uma diminuição da população, o que também afetaria o número de trabalhadores ativos para manter a produção e sustentar a previdência. Diante dessa perspectiva, a chegada dos migrantes pode ajudar a reverter a queda populacional e manter a economia girando nos próximos anos.

Crise econômica: Muitos países europeus ainda não se recuperaram da crise econômica que atingiu o continente em 2008. A taxa de desemprego em países como Grécia e Espanha supera os 20%. Neste cenário, os migrantes são vistos pelos setores mais xenófobos da sociedade como concorrentes na disputa pelas poucas vagas no mercado de trabalho. Muitos partidos de extrema-direita vêm se apoiando neste discurso para ganhar eleitores insatisfeitos com a crise.

Choque cultural: A adaptação dos migrantes muçulmanos na sociedade europeia é outro tema relacionado à atual crise. Na França, o uso do véu islâmico em lugares públicos é vetado e a Suíça proíbe os minaretes (torres no alto das mesquitas para chamar os fieis para as orações). Sem conseguir integrar-se entre os europeus, muitos migrantes acabam vivendo de forma segregada, na periferia de grandes cidades como Paris. Além disso, o governo de países como a Hungria resiste em permitir o ingresso maciço de refugiados muçulmanos, alegando que é preciso defender as raízes e os valores cristãos da Europa.

Globalização e tecnologia: O tema da migração também pode ser explorado nos vestibulares a partir da ótica da globalização. O desenvolvimento tecnológico permitiu avanços nos meios de transporte e de comunicação que ajudou a intensificar os movimentos migratórios. A facilidade das transferências bancárias, por exemplo, permite a um imigrante africano que mora na Europa enviar parte de seu salário mensalmente para ajudar os familiares que vivem em sua terra natal.

Fontes: Brasil Escola e Guia do Estudante

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