Em PE, casos de conjuntivite aumentam mais de 1.000%

Em PE, casos de conjuntivite aumentam mais de 1.000%
Foto: Pablo Kennedy/CEV
De janeiro a abril deste ano, a Fundação Altino Ventura (FAV), hospital de referência que oferece atendimento gratuito no Recife, recebeu 33.448 pessoas com conjuntivite. Isto representa um aumento de mais de 1.000% em relação ao mesmo período de 2017, quando foram realizados 2.715 atendimentos de pacientes com esta doença.

Se levado em consideração apenas os quatro meses deste ano, percebe-se que os casos vêm aumentando gradativamente. Em janeiro, 4.846 pessoas com conjuntivite foram atendidas na FAV, em fevereiro teve uma queda para 3.666. Porém, em março voltou a subir, chegando a 7.783 atendimentos e em abril chegou ao pico de 15.153 – 94% a mais do que o mês anterior.

Sobre o município de origem do paciente, entre janeiro e março de 2018, 51,25% foram do Recife (8.466), 16,54% de Jaboatão dos Guararapes (2.732), 13,16% de Olinda (2.174) e 6,85% de Paulista (1.131), todos na Região Metropolitana. Para tentar descentralizar o atendimento, a FAV fez uma capacitação específica para conjuntivite com 120 médicos de outras unidades de saúde.

Mesmo se prevenindo, o atendente de telemarketing Jailson Lima, de 24 anos, acabou pegando conjuntivite com o namorado. "Cerca de uma semana depois que os sintomas apareceram nele eu também desenvolvi a doença. Durante este tempo tive alguns cuidados, como lavar sempre as mãos e trocar fronhas e toalhas com freqüência, mas não adiantou", comenta o rapaz, que precisou ficar alguns dias sem trabalhar.

A recomendação dos médicos é que as pessoas evitem locais com aglomeração, como escolas, creches e locais de trabalho ou clubes, quando acometido pela doença. Entre as medidas de prevenção e controle também estão lavar com frequência, com água e sabão, as mãos e o rosto; evitar coçar os olhos; utilizar travesseiros individuais. Crianças com conjuntivite requerem cuidados especiais com higiene, principalmente das mãos. Devem ser afastadas de escolas, creches, etc.

O pedreiro Geovanne Santos, 46 anos, acredita que foi contagiado pela mulher. "Ela pegou com a irmã. As duas trabalham no mesmo local. Antes de ela se curar eu percebi alguns sintomas em mim, como se tivesse areia nos olhos e dores", relata, acrescentando que um dia após os primeiros sintomas procurou logo atendimento médico na Fundação Altino Ventura para iniciar o tratamento.

Tratamento dura de cinco a sete dias
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Em geral, acomete os dois olhos, pode durar de uma semana a 15 dias e não costuma deixar sequelas. O tratamento dura de cinco a sete dias e é feito com colírio. Para limpeza, é importante usar lenços descartáveis que evitam a contaminação.

As principais causas de conjuntivite são: alérgenos (substâncias que provocam reação alérgica), traumas, irritação química e infecções por vírus, bactérias ou fungos. Contudo, as causas mais frequentes são as alérgicas, infecções por vírus e bactérias. Ela é mais frequente no período de verão, já que a disseminação é favorecida pelo calor e umidade.

A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções oculares de pessoas infectadas e pela forma indireta, na qual o contágio ocorre por meio de objetos, superfícies e instrumentos contaminados (toalhas, travesseiros, lenços, lápis, copos, entre outros). Os principais sintomas são olhos vermelhos e lacrimejamento; coceira, irritação e sensação de desconforto nos olhos; secreção purulenta ou esbranquiçada; pálpebras grudadas ao despertar; fotofobia e sensação de areia ou ciscos nos olhos.

Conjuntivite não é uma doença de notificação compulsória pelos serviços de saúde, mas, diante da evidência do aumento de casos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) está em contato com os serviços oftalmológicos de urgência para que eles fiquem vigilantes e comuniquem ao Estado qualquer mudança no padrão do atendimento.

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