ESCOLHA DA SEDE
Não foi difícil para a Suíça ganhar o direito de organizar o Mundial no 26º Congresso da Fifa, em 1948. Dois fortes motivos pesaram na escolha: primeiro, o cinquentenário da entidade máxima do futebol, cuja sede ficava em Zurique. O segundo é que o país foi um dos poucos a escapar ileso da Segunda Guerra Mundial.
OS ESTÁDIOS
Apenas um estádio, o St. Jabkob, do FC Basel, foi construído para o Mundial. Dos outros cinco usados, o Olympique La Pontaise passou por reforma.
AS ELIMINATÓRIAS
Houve 38 países inscritos - na época, um recorde. E deles, só a Polônia e a República Popular da China desistiram da competição. Pela primeira vez o Brasil precisou jogar para garantir sua vaga. E ganhou os quatro jogos contra Chile e Paraguai (ida e volta). Junto com o Uruguai (classificado automaticamente por ter sido campeão do mundo em 1950), representou a América do Sul entre os 16 participantes. A Argentina não conseguiu a vaga para o Mundial.
O MASCOTE
Somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes.
O CAMPEÃO
Antes e durante a competição, a Hungria era a grande aposta. Invicta por quatro anos, justificava todo o favoritismo com o futebol ofensivo e envolvente de Puskas, Kocsis, Czibor & Cia. Após ter aplicado 8 a 3 na Alemanha, no seu segundo jogo (aplicara 9 a 0 na Coreia do Sul), ninguém acreditava mais que perderia o título. Eliminou o Brasil (4 a 2) e os campeões do mundo, os uruguaios (4 a 2), até reencontrarem os alemães na final... E foi aí que o pragmatismo venceu o futebol arte pela primeira vez. Com uma campanha em que venceu a Turquia duas vezes (4 a 1 e 7 a 2), a Iugoslávia (2 a 0) e a Áustria nas semifinais (6 a 1), a Alemanha do técnico Sepp Herberger surpreendeu ao derrotar os favoritos por 3 a 2.
O ARTILHEIRO
Com 11 gols, o húngaro Sandor Kocsis foi o goleador da competição Bom nas bolas aéreas, ganhou o apelido de "Cabeça de Ouro". Ao lado de Puskas, Bozsik, Hidegkuti e Czibor, formava a base do timaço que marcou época nos anos 50. Nascido em Budapeste, deixou o país em 1956, após a invasão de Budapeste por tropas soviéticas. Passou pelo futebol suíço até chegar ao Barcelona, onde permaneceu até o fim da carreira, aos 37 anos.
O CRAQUE
A campeã Alemanha tinha jogadores como Fritz Walter, Morlock, Schäefer... Mas os craques húngaros eram melhores. Nenhum, no entanto, foi tão marcante quando Ferenc Puskas. Mesmo sem ter sido campeão, o Major Galopante ficou com o título de melhor do Mundial. Capitão, genial no passe, perfeito nos chutes de canhota, comandou a Hungria e o Honved, melhor time do país que encantou a Europa. Dois anos depois da Copa da Suíça, deixou o pais por causa da intervenção soviética e parou no Real Madrid. Ao lado de Di Stéfano e outros craques, fez parte daquele considerado o maior time do mundo e grande papão de títulos.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Depois da perda do Mundial de 1950, a Seleção recomeçou. Trocou o técnico Flávio Costa por Zezé Moreira. Até o uniforme mudou: o branco, considerado azarado, deu vez à camisa amarela com detalhes em verde e calções azuis (usado até hoje, tornou-se o mais temido do planeta). No Grupo A, a equipe estreou contra o México com goleada de 5 a 0 e empatou por 1 a 1 com a Iugoslávia. Nas quartas, caiu justamente contra o adversário mais temido: a Hungria de Puskas. E a derrota por 4 a 2 fez o time, que tinha craques como Didi, Nilton Santos, Djalma Santos e Castilho, voltar cedo para casa.
A DECEPÇÃO
Os campeões mundiais tiveram, na semifinal, um osso duro. Tal como o Brasil nas quartas, o Uruguai acabou eliminado também pela temida Hungria. Até aí tudo bem. Pior foi ver a Celeste Olímpica perder também a disputa do terceiro lugar para a Áustria, por 3 a 1.
PARA A HISTÓRIA
Pela primeira vez num Mundial os jogadores entraram em campo com as camisas numeradas. Também foi a primeira Copa transmitida pela TV, e os números até hoje de maior média de gols por partida (5,38, com 140 em 26 jogos).não foram batidos.
A DECISÃO
O jogo foi sensacional. Os alemães armaram uma arapuca para os húngaros: dessa vez com o time completo (no duelo na primeira fase usara um time misto): o técnico Sepp Herberger colocou Fritz Walter, um dos destaques de sua equipe, colado em Hidegkuti, o garçom adversário, e pediu que o contra-ataque fosse em bloco. Após estar perdendo por 2 a 0, a Alemanha virou para 3 a 2 e conquistou seu primeiro Mundial. Puskas, aos 6, e Czibor, aos 8 minutos, abriram o placar ainda no primeiro tempo. Mas a reação surgiu logo com aos 10 e 18 minutos com Morlock e Rahn, autor também do gol do título, aos 39 minutos do segundo tempo, quando os húngaros davam visíveis sinais de problemas físicos no lotado estádio Wankdorf, em Berna - 60 mil pessoas vibraram com o jogaço.
Alemanha supreende a Hungria e o mundo e fatura primeira Copa em 1954 por 3 a 2, dois gols de Rahn(Foto: Getty Images) |
Fonte: Globo Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário