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Copa do Mundo 2014 - Brasil

ESCOLHA DA SEDE
Em 3 de junho de 2003, a Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) havia anunciado que Argentina, Brasil e Colômbia se candidataram à sede do evento. Em 17 de março de 2006, as confederações da CONMEBOL votaram de forma unânime pela inscrição do Brasil como seu único candidato.

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, disse em 4 de julho de 2006 que, nesse caso, a Copa do Mundo de 2014 provavelmente seria sediada no país. Em 28 de setembro do mesmo ano, ele se encontrou com o então presidente Lula e disse que queria que o país provasse sua capacidade antes de tomar uma decisão. O dia 7 de fevereiro de 2007 seria a data final para as inscrições, mas a FIFA antecipou o prazo para 18 de dezembro de 2006. No último dia para as inscrições, a Colômbia também se candidatou a sediar a Copa de 2014; mas Blatter não apoiou a candidatura do país, e assim a Colômbia acabou por desistir de sediar o evento.

Em 30 de outubro de 2007 a FIFA ratificou o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014. A escolha das cidades-sede ficou para o fim de 2008, mas acabou acontecendo em 31 de maio de 2009, nas Bahamas.

ESTÁDIOS
Dezoito cidades candidataram-se para sediar as partidas da Copa, porém Maceió desistiu, restando dezessete cidades, todas capitais de estados. A FIFA limita o número de cidades-sedes entre oito e dez, entretanto, dada a dimensão continental do país sede, a organização cedeu aos pedidos da CBF e concedeu permissão para que se utilizem 12 sedes no mundial.

Após sucessivos adiamentos, finalmente no dia 31 de maio de 2009 foram anunciadas as sedes oficiais da Copa. A lista eliminou as candidaturas de Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia e Rio Branco. Dentre as 12 cidades escolhidas, seis delas receberam também a Copa das Confederações 2013, "evento teste" para a Copa. Uma das sedes, o Recife, construiu um estádio novo para seus jogos em outra cidade de sua região metropolitana, o município de São Lourenço da Mata.

Originalmente, o Estádio do Morumbi em São Paulo estava no projeto, mas por incompatibilidade financeira do projeto, a FIFA retirou o estádio como uma das sedes. O comitê organizador da copa em São Paulo estudava a construção de um novo estádio em Pirituba, zona noroeste da cidade de São Paulo, mas esta opção foi descartada devido ao tempo insuficiente, então o comitê organizador da Copa juntamente com a Prefeitura e o Governo de São Paulo decidiram que o estádio sede em São Paulo fosse o novo estádio do Corinthians em Itaquera. Posteriormente, Salvador anunciou estar na disputa para abrigar o jogo de abertura do evento, além de Brasília e Belo Horizonte.

Em 20 de outubro de 2011, enfim, a FIFA anunciou oficialmente que o estádio de São Paulo seria o palco da abertura do Mundial de 2014. Também conhecido como Itaquerão, o nome oficial do estádio é Arena Corinthians, embora na Copa tenha sido referido pela FIFA como Arena de São Paulo.

O primeiro estádio a ficar pronto para a Copa do Mundo foi o Castelão, em Fortaleza, sendo reinaugurado em 16 de dezembro de 2012. Em seguida foi entregue o Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, em 21 de dezembro de 2012. No dia 5 de abril de 2013, foi a vez da Arena Fonte Nova, em Salvador, ser reinaugurada, seguida pelo Maracanã, no Rio de Janeiro, em 27 de abril, e pelo Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, em Brasília, em 18 de maio. Finalmente, em 20 de maio de 2013, foi inaugurada a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. Os seis primeiros estádios entregues foram palco da Copa das Confederações FIFA de 2013. Nas cerimônias de reabertura desses estádios estiveram presentes diversas autoridades governamentais, entre elas a presidente Dilma Rousseff. Em maio de 2014, três dos estádios se encontravam incompletos: a Arena Corinthians, entregue para a FIFA ainda em obras; a Arena da Baixada, que teve sua data de entrega postergada após uma greve dos operários; e a Arena Pantanal, usada em um jogo inaugural com apenas metade das cadeiras instalada.

AS ELIMINATÓRIAS
Trinta e duas seleções participam na competição, e a brasileira não precisou disputar eliminatórias por ser a anfitriã. A distribuição das vagas pelas confederações continentais foi divulgada pelo Comitê Executivo da FIFA em março de 2011, sem alterações em relação à edição anterior. Assim continuaram treze vagas para a UEFA, cinco para a CAF, quatro para a CONMEBOL (sem incluir a vaga brasileira de anfitrião), quatro também para a AFC e três para a CONCACAF. Além disso, a repescagem intercontinental ocorreu entre uma seleção da AFC e da CONMEBOL e outra entre uma da CONCACAF e da OFC, que não possui vaga garantida direta ao mundial.

O MASCOTE
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Fuleco, nosso mascote!
A seleção do mascote da Copa do Mundo FIFA de 2014 ocorreu em março de 2012 com uma decisão da própria FIFA. Na disputa para ser mascote da Copa, estavam as seguintes opções: a Arara, o Saci Pererê, a Onça Pintada e o Tatu-bola. O tatu-bola, vencedor da disputa, foi apresentado ao público como mascote da Copa do Mundo de 2014 em 16 de setembro de 2012.

A ideia de candidatar o animal surgiu da ONG cearense Associação Caatinga. A campanha ganhou repercussão nas redes sociais e, em 29 de fevereiro de 2012, um dossiê foi entregue aos representantes do Ministério dos Esportes. O tatu-bola-da-caatinga é uma espécie endêmica do Brasil e, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), encontra-se ameaçada de extinção, com estado de conservação vulnerável.

A questão da preservação ambiental, simbolizada nos mascotes, começou a ser uma preocupação das comissões organizadoras dos torneios desde a Copa do Mundo FIFA de 2010, quando um leopardo (espécie que sofre com a caça predatória na África do Sul) batizado de Zakumi, foi o mascote da competição.

Na época da apresentação do mascote, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, disse que o tatu-bola era "perfeito" como mascote. "Um dos objetivos principais é usar a Copa como plataforma para comunicar a importância do meio ambiente e da ecologia. Todos esperavam por uma arara. Mas o tatu-bola significa mais. Não é somente o símbolo de uma competição. Representa o legado, que é proteger a natureza."

A identidade visual do mascote compõe-se do tatu-bola em amarelo, com a carapaça em azul, trajando um calção verde e uma camiseta branca na qual está grafado "Brasil 2014". Uma votação pública foi aberta para a decisão do nome. "Amijubi" (palavra formada pela fusão de amizade e júbilo), "Fuleco" (junção de futebol e ecologia) e "Zuzeco" (uma mistura de azul e ecologia) são os nomes postulantes. Com 48% dos 1,7 milhão de votos pela internet no Brasil e no mundo, "Fuleco" foi escolhido como nome oficial do mascote e anunciado em 25 de novembro de 2012. Zuzeco obteve 31% e Amijubi 21% dos votos.

O CAMPEÃO
A Alemanha conquistou o título pela quarta vez, a primeira após a reunificação, após vencer o jogo por 1–0 na prorrogação. Foi a primeira conquista de uma equipe europeia no continente sul-americano.
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Germany lifts the 2014 FIFA World Cup after beating Argentina 1-0. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O ARTILHEIRO
O colombiano James Rodríguez conquistou a chuteia de ouro, prêmio que recompensa o artilheiro da Copa do Mundo, por ter marcado seis gols na competição.

O camisa 10 colombiano estava sob a ameaça do alemão Thomas Müller, que balançou as redes cinco vezes, mas passou branco na final desde domingo, quando sua equipe venceu a Argentina por 1 a na prorrogação.

O CRAQUE
Apesar da derrota na prorrogação da grande final da Copa do Mundo, Messi foi eleito o melhor jogador do Mundial 2014.  A Argentina voltou a uma final de Copa após um regime de 24 anos. O retorno à decisão só foi possível graças ao craque Lionel Messi, eleito quatro vezes seguidas o melhor jogador do mundo (entre 2009 e 2012). O camisa 10 alviceleste brilhou na competição, marcando quatro gols decisivos. Entre eles, o da virada sobre a Bósnia e o único da vitória sobre o Irã, ambos na primeira fase. Assim, Messi conseguiu apagar o pífio desempenho apresentado na África do Sul, quando não conseguiu balançar as redes nenhuma vez e viu sua seleção ser eliminada nas quartas de final, após ser goleada por 4 a 0 pela Alemanha.

A DECEPÇÃO
Não faltaram alegria e empolgação à Copa do Mundo no Brasil. Festa nas ruas, torcedores de vários países se confraternizando em um festival de cores e bandeiras. Jogos cheios de emoção. E vitória da Alemanha, que merecidamente conquistou o tetra com um futebol muito mais parecido com aquele que consagrou a seleção brasileira em outras épocas: solto, fluente e envolvente. Sempre em busca do gol. E mais, como uma ironia do destino, conquistou o título no Maracanã, palco que se identifica com toda a tradição criativa do futebol brasileiro.

Foi uma Copa acima do que era esperado por muitos, com participação popular, hospitalidade do brasileiro, ótima receptividade do povo. A decepção foi a equipe nacional que, lamentavelmente, não correspondeu ao que dela se esperava.

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PARA A HISTÓRIA
Resultado de imagem para vexame brasileiro 7x1Para quem acreditava na ideia de que não iria haver Copa no Brasil, tamanhas as dificuldades estruturais do país, a Copa do Mundo de 2014 não só superou as expectativas como se consolidou realmente como a mais simpática e acolhedora Copa de todos os tempos.

Por outro lado, a certeza de que o futebol brasileiro não perderia a oportunidade de dar a volta por cima em relação à derrota na Copa de 1950, diante do Uruguai, não passou de ilusão daqueles que ainda acreditavam que a tradição da camisa amarela iria prevalecer.

A equipe canarinho viu ruir o sonho do hexa no Brasil e ainda amargou o maior vexame da sua história, ao ser goleada por 7 a 1 pela Alemanha, nas semifinais. Em vez do título, o futebol brasileiro como um todo recebeu a dura mensagem de que teria de se reinventar se quisesse reviver no futuro os velhos tempos de glória.





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A derrota rendeu muitos memes!

A DECISÃO
A final da Copa do Mundo FIFA de 2014 foi realizada em 13 de julho no estádio Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Foi a segunda final de mundial disputada no estádio após a definição da Copa do Mundo FIFA de 1950 entre Brasil e Uruguai, vencida pelos uruguaios por 2 a 1.

Foi disputada entre Alemanha e Argentina, em partida que repetiu decisões de duas edições anteriores de Copa do Mundo (em 1986 com vitória argentina e em 1990 com vitória alemã) e tornando-se a final mais repetida da história. Foi também a segunda vez que uma seleção se tornou finalista com mais do que o dobro do número de gols marcado pelo rival na campanha (a outra foi em 1990). No geral esta foi a oitava final da Alemanha e a quinta da Argentina. Por fim, Alemanha conquistou o seu tetracampeonato.


Fontes:

  1. Wikipédia
  2. R7 Esportes
  3. EBC
  4. Terceiro Tempo

Copa do Mundo 2010 - África do Sul

ESCOLHA DA SEDE
Dentro da ideia de rodízio entre continentes estabelecida pela Fifa, era a vez de a África sediar o Mundial pela primeira vez. Diferentes países se candidataram, mas estava claro que havia um favorito. Marrocos, Egito e Líbia até tentaram, sem sucesso, vencer a principal potência econômica da região, a África do Sul, que ganhou, em 2004, o direito de receber o Mundial de 2010. Na escolha, pesou a diversidade cultural do país, sua história política, seus atrativos turísticos e a figura histórica do ex-presidente Nelson Mandela. 

ESTÁDIOS
Foram nove cidades-sede e dez estádios, já que Joanesburgo ofereceu dois palcos, o Soccer City, local da decisão, e o Ellis Park. Também houve jogos na Cidade do Cabo, em Durban, em Port Elizabeth, em Nelspruit, em Polokwane, em Pretória, em Bloemfontain e em Rustenburg.

AS ELIMINATÓRIAS  
Todas as campeãs do mundo garantiram vaga na Copa. Algumas delas tiveram dificuldades - caso da Argentina, que só avançou na última rodada das eliminatórias, ao bater o Uruguai no Centenário por 1 a 0. A Eslováquia foi a única das classificadas a estrear em Copas na África. Outras sete só tinham uma edição no currículo - incluindo Coreia do Norte e Honduras, equipe de pouca presença no cenário mundial. 

O MASCOTE

O mascote Zakumi apresenta os ônibus das seleções (Foto: Zé Gonzalez  / GLOBOESPORTE.COM)
Zakumi, um leopardo, foi o mascote da Copa do Mundo de 2010 (Foto: Zé Gonzalez / GLOBOESPORTE.COM)


O CAMPEÃO  
A Espanha ganhou pela primeira vez uma Copa do Mundo. A Fúria chegou ao Mundial com a certeza de ter uma geração talentosa, responsável por conquistar a Euro de 2008, mas trazia na memória a lembrança de outras expectivas frustradas no passado. A estreia em 2010 foi um susto: derrota de 1 a 0 para a Suíça em Durban. Depois, porém, a Roja engrenou, com um futebol que tinha muito da mecânica do Barcelona: enorme posse de bola, troca de posições constantes e defesa sólida. Todos seus jogos nas etapas eliminatórias foram vencidos por 1 a 0: contra Portugal, Paraguai, Alemanha e, na final, Holanda. 

O ARTILHEIRO  
Quatro jogadores dividiram a artilharia, todos com cinco gols: David Villa, da Espanha, Diego Forlán, do Uruguai, Wesley Sneijder, da Holanda, e Thomas Müller, da Alemanha. 

O CRAQUE
O uruguaio Diego Forlán foi eleito o craque da Copa. Com talento e gols decisivos, ele comandou a Celeste na campanha que resultou na quarta colocação. Fez cinco gols, incluindo um nas quartas de final, contra Gana, e outro nas semifinais, na derrota para a Holanda. 

A DECEPÇÃO
A campeã da Copa anterior não passou da primeira fase e foi a grande decepção na África do Sul. Em três jogos, a Itália não conseguiu uma vitória sequer. Empatou duas vezes, com Paraguai (1 a 1) e Nova Zelândia (1 a 1), e acabou derrotada pela Eslováquia (3 a 2). O curioso é que a França, vice em 2006, também morreu na fase de grupos, com um empate e duas derrotas. 

PARA A HISTÓRIA  
A classificação do Uruguai nos pênaltis nas quartas de final, contra Gana, a equipe africana remascente no torneio, foi o episódio mais dramático da Copa de 2010. O tempo normal teve empate por 1 a 1. No último minuto da prorrogação, Gana teve um pênalti a seu favor - o atacante Suárez cortou bola com a mão sobre a linha e foi expulso. Asamoah Gyan, porém, desperdiçou a cobrança. Na disputa final, os sul-americanos ganharam por 4 a 2. 

A DECISÃO
Três seleções se sobressaíram no Mundial: Espanha, Holanda e Alemanha. As duas primeiras chegaram à final. A Fúria alcançou a decisão depois de eliminar justamente os alemães. Já a equipe laranja tinha a credencial de bater o Brasil nas quartas de final e depois passar pelo Uruguai. Em campo, deu Espanha, em jogo disputado, com vitória por 1 a 0, gol de Iniesta. 

Iniesta, chutando para o gol da espanha contra holanda (Foto: Reuters)
Iniesta chuta para fazer o gol da Espanha contra Holanda (Foto: Reuters)

Copa do Mundo 2006 - Alemanha

ESCOLHA DA SEDE 
O Brasil era um dos candidatos a receber o Mundial até dias antes da escolha. Mas percebeu que tinha chances mínimas. Estrategicamente, resolveu apoiar a África do Sul, que virou a favorita para ser sede do torneio. Acontece que a Nova Zelândia, em cima da hora, mudou seu voto e preferiu a Alemanha. Os europeus acabaram levando a melhor, em uma disputa que chegou a ter suspeita de compra de votos.

OS ESTÁDIOS
Foram 12 estádios em 12 cidades diferentes, com capacidade que variaram de 41 mil a 76 mil pessoas.

AS ELIMINATÓRIAS 
Pela primeira vez, o atual campeão teve que disputar as eliminatórias para chegar ao Mundial. Foi assim que o Brasil ganhou o direito de ir à Alemanha. Dos campeões mundiais, apenas o Uruguai ficou sem vaga. Destaque para a grande quantidade de estreantes: Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo, Trinidad e Tobago, República Tcheca e Ucrânia. 

O MASCOTE 

Mascote 2006 (Foto: Reprodução)
Mascote da Copa de 2006 (Foto: Reprodução)

Goleo, um leão, foi o mascote junto com Pille, uma bola falante. A diferença aqui é que Goleo não era um desenho, mas um bicho de pelúcia. Vestido de camiseta com as cores da Alemanha, tinha uma bola com quem conversava. Os movimentos de “Goleo”, de 2,30 metros de altura, foram controlados por manipulador de títeres em seu interior, que só podia ver o exterior do disfarce através de monitor LCD dentro do boneco. “Pille” era controlada por controle remoto e a distância por outra pessoa. 

O CAMPEÃO 
Com a Itália, costuma ser assim: chega discreta, passa por sustos, vai crescendo e de repente é campeã. O quarto título mundial da Azzurra fugiu pouco desse roteiro. A primeira fase até que foi tranquila, com duas vitórias e um empate, mas a classificação sofrida nas oitavas de final, por 1 a 0 contra a fraca Austrália, mostrou que sempre haverá um percalço no caminho italiano. Depois, a equipe cresceu: passou bem pela Ucrânia, teve classificação histórica na prorrogação contra a Alemanha e bateu a França na decisão. 

Fabio Grosso comemora título da Itália na Copa do Mundo 2006 (Foto: Getty Images)
Fabio Grosso comemora título da Itália na Copa do Mundo de 2006 (Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO 
O alemão Miroslav Klose foi o goleador da disputa, com cinco gols, e seguiu trilhando seu caminho, iniciado em 2002, para se tornar o maior artilheiro de Mundiais. Atualmente, soma 14 gols, um a menos que Ronaldo, mas deve participar da Copa de 2014. Em 2006, deixou sua marca contra Costa Rica (duas vezes) e Equador (duas vezes), na fase de grupos, e diante da Argentina, nas quartas de final. 

O CRAQUE 
Zinedine Zidane foi mais do que o craque da Copa de 2006: foi o protagonista, a figura mais emblemática, o nome mais eternizado pelo Mundial da Alemanha. Rodeado de dúvidas no início da disputa, o craque francês cresceu na etapa eliminatória. Fez gols nas oitavas de final, contra a Espanha, nas semifinais, diante de Portugal, e na histórica final contra a Itália, quando foi expulso por dar uma cabeçada em Materazzi, em um dos momentos mais marcantes da história das Copas. 

Copa do Mundo 2006 - Materazzi (Foto: Agência Reuters)
Um dos lances mais marcantes da história das Copas: o adeus de Zidane com cabeçada (Foto: Agência Reuters)


SELEÇÃO BRASILEIRA 
A seleção brasileira confirmou seu favoritismo e teve 100% de aproveitamento na primeira fase. Venceu a Croácia por 1 a 0 (gol de Kaká), a Austrália por 2 a 0 (gols de Adriano e Fred) e o Japão por 4 a 1 (gols de Ronaldo, duas vezes, Juninho Pernambucano e Gilberto). Nas oitavas de final, outro triunfo: 3 a 0 sobre Gana, com gols de Ronaldo, Adriano e Zé Roberto. Nas quartas, porém, a Seleção caiu para a França. Em jogo com grande atuação de Zidane, Henry fez o gol da eliminação do Brasil. 

A DECEPÇÃO 
Grande favorito a conquistar seu sexto título mundial, o Brasil foi a maior decepção da Copa. Com uma equipe talentosa, mas jogadores fora de forma, o time treinado por Carlos Alberto Parreira passou com 100% de aproveitamento pela fase de grupos e superou Gana nas oitavas de final. Mas aí sucumbiu nas quartas, novamente derrotado pela França, sua algoz em 1986 e 1998.

PARA A HISTÓRIA 
É curioso que um dos jogadores mais geniais que o futebol já criou tenha se despedido das Copas com uma explosão de raiva, uma agressão, uma cabeçada no peito de um rival. Zidane perdeu a calma ao ser provocado pelo zagueiro italiano. Foi expulso justamente na final e não teve como ajudar sua equipe na disputa por pênaltis. É emblemático o momento em que ele caminha para o vestiário e passa ao lado da taça que pretendia erguer naquele dia - e que não ficou em mãos francesas.

A DECISÃO
Um gol de Zidane. Um gol de Materazzi. Quase outro gol de Materazzi. Quase outro de Zidane. E aí a cabeçada do meia no zagueiro. Na prorrogação, o gênio francês foi expulso por agredir seu rival de um duelo histórico. Mesmo assim, o empate por 1 a 1 persistiu na prorrogação. Nos pênaltis, Trezeguet errou sua cobrança, e a Itália foi campeã do mundo. 

Copa do Mundo 2002 - Coreia do Sul e Japão

ESCOLHA DA SEDE 
Pela primeira e até agora única vez, dois países dividiram o papel de sede do Mundial: o Japão e a Coreia do Sul. Também foi a primeira vez que o Mundial saiu do circuito Europa-América. O México era outro concorrente, mas pesou o interesse da Fifa em valorizar o mercado asiático e a boa estrutura dos dois países. 

OS ESTÁDIOS 
Foram 20 estádios em 20 cidades diferentes, dez em cada país.

AS ELIMINATÓRIAS 
Por dois países receberem juntos a Copa de 2002, três seleções já tinham vaga direta no torneio: Japão e Coreia do Sul, as sedes, mais a França, vencedora do Mundial anterior. Todas as campeãs mundiais garantiram classificação. Das principais seleções, a ausência mais sentida foi a Holanda. Mas o único país presente em todos os Mundiais quase ficou fora desse. O Brasil se classificou com a terceira posição na América do Sul, apenas três pontos à frente da Colômbia, a sexta, fora até da repescagem. 

O MASCOTE 

Mascote Copa do Mundo 2002 - Ato, Nik e Kaz (Foto: Reprodução)
Ato, Nik e Kaz, três mascotes (Foto: Reprodução)

Três bonecos futuristas, os Spheriks, chamados Kaz (de cor roxa), Ato (de cor laranja) e Nik (de cor azul), foram os mascotes da Copa do Mundo de 2002. Os Spheriks são três excêntricas personagens imaginárias que chegaram de um distante planeta no qual havia um esporte  semelhante ao futebol. Essas personagens moravam no planeta Atmozone, onde se praticava o Atmoball. 

O CAMPEÃO 
Pouco se esperava e tudo se conseguiu daquela seleção brasileira de 2002. A campanha foi impecável: sete jogos, sete vitórias. Alicerçado nos três Rs (Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho), o Brasil escondeu os temores que a caminhada trôpega nas eliminatórias deixara e foi campeão com sobras. A campanha teve vitórias sobre Turquia (2 a 1, gols de Ronaldo e Rivaldo), China (4 a 0, gols de Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo), Costa Rica (5 a 2, gols de Ronaldo, duas vezes, Edmílson, Rivaldo e Júnior), Bélgica (2 a 0, gols de Rivaldo e Ronaldo), Inglaterra (2 a 1, gols de Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho), novamente Turquia (1 a 0, gol de Ronaldo) e Alemanha (2 a 0, dois gols de Ronaldo). Foi o triunfo máximo de Luiz Felipe Scolari e seus comandados - a chamada Família Scolari. 

Luiz felipe scolari felipão copa do mundo 2002 brasil seleção brasileira (Foto: Getty Images)
Seleção brasileira surpreende e conquista a Copa do Mundo de 2002 (Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO 
Foi a Copa de Ronaldo, o Fenômeno. Recuperado de graves lesões no joelho, o atacante alcançou sua consagração máxima ao ser campeão, artilheiro e craque da seleção vencedora do Mundial. Fez oito gols, dois deles na final, contra a Alemanha, e outro nas semifinais, diante da Turquia. 

O CRAQUE 
Em uma decisão no mínimo discutível, o goleiro alemão Oliver Kahn foi eleito o craque da Copa do Mundo de 2002. Curiosamente, superou seu algoz, Ronaldo, autor de dois gols sobre ele na final - um deles em visível falha do arqueiro. A grande questão é que os votos foram dados antes da decisão.   

A DECEPÇÃO
O título conquistado em 1998 parecia ter impulsionado a França para novas conquistas. Só parecia. Em 2002, os campeões do mundo fizeram um Mundial trágico. Foram eliminados sem fazer um gol sequer. Perderam para Senegal (1 a 0) e Dinamarca (2 a 0) e empataram com o Uruguai (0 a 0). 

PARA A HISTÓRIA 
Um gol quase no fim da prorrogação classificou a Coreia do Sul para as quartas de final e eliminou a Itália, atual campeã, no Mundial de 2002. A vitória por 2 a 1 foi muito polêmica. Os italianos reclamam de um pênalti sobre Totti no tempo extra. O lance não foi assinalado, e o jogador acabou expulso por simulação. O presidente do Perugia, da Itália, anunciou que rescindiria o contrato do sul-coreano Ahn Jung-Hwan, por "arruinar o futebol italiano".

A DECISÃO 
Com a segurança de Marcos, o talento de Rivaldo e a genialidade de Ronaldo Nazário, o Brasil venceu a Alemanha por 2 a 0 na grande final. Os dois gols foram marcados pelo Fenômeno, em uma vitória incontestável da seleção canarinho. 

Oliver Kahn bola copa do mundo 2002 (Foto: Getty Images)
Ronaldo vence Kahn, e Brasil supera Alemanha na final da Copa do Mundo de 2002 (Foto: Getty Images)

Copa do Mundo 1998 - França

ESCOLHA DA SEDE 
Três países chegaram à reta final da disputa por sediar o Mundial. A Suíça desistiu perto da votação, e restaram França e Marrocos. Os europeus levaram a melhor e garantiram o direito de receber sua segunda Copa do Mundo. 

ESTÁDIOS 
Dez estádios, em dez diferentes cidades, foram usados no Mundial de 1998. O principal foi o Stade de France, em Saint-Dennis, com capacidade para 80 mil pessoas.

AS ELIMINATÓRIAS 
Pela primeira vez, a Copa do Mundo teve 32 seleções. Foram 15 europeus, cinco sul-americanos, cinco africanos, quatro asiáticos e três representantes das Américas Central e do Norte. Dos campeões mundiais, apenas o Uruguai não se fez presente. 

O MASCOTE 
Mascote Copa do Mundo 1998 - Footix (Foto: Reprodução)
Mascote da Copa: Footix (Foto: Reprodução)

O galo Footix foi o mascote do Mundial. O animal é um símbolo do país, e seu nome foi uma mistura de football com Asterix, a famosa personagem de quadrinhos. 

O CAMPEÃO 
Um time sólido, o apoio local e a genialidade de Zinedine Zidane tornaram a França campeã mundial pela primeira vez em 1998. A campanha teve altos e baixos: uma primeira fase impecável, com três vitórias em três jogos, sofrimentos no mata-mata até a final, com vitória na prorrogação sobre o Paraguai e nos pênaltis contra a Itália, e a grande atuação na decisão, com vitória de 3 a 0 sobre o Brasil. Zidane fez dois gols. 

Copa do Mundo 1998 - Zidane França (Foto: Agência AP )
Zidane comanda França em vitória histórica sobre o Brasil na final da Copa do Mundo de 1998 (Foto: Agência AP )


O ARTILHEIRO 
Davor Suker personificou a ótima Copa que a Croácia fez em 1998. O atacante anotou seis gols e carregou sua equipe para as semifinais do Mundial. Deixou sua marca nos jogos mais decisivos. Foram quatro nas quatro últimas partidas: contra a Romênia, nas oitavas de final (vitória por 1 a 0), diante da Alemanha, nas quartas (triunfo de 3 a 0), frente à França, nas semis (derrota de 2 a 1), e na disputa do terceiro lugar, contra a Holanda (vitória de 2 a 1). Voltou a jogar uma Copa em 2002, mas sem o mesmo sucesso. Disputou apenas uma partida e não fez gols. 

O CRAQUE 
Apesar dos acontecimentos da final, com o triunfo máximo de Zidane e a maior derrota de Ronaldo, o atacante brasileiro foi eleito o craque da Copa do Mundo. Ele teve trajetória mais sólida no torneio. Fez quatro gols, três deles nas etapas eliminatórias: dois na goleada de 4 a 1 sobre o Chile nas oitavas de final e outro no empate por 1 a 1 com a Holanda nas semifinais, com posterior vitória nos pênaltis. Na decisão, porém, teve um mal-estar antes do jogo, quase não foi a campo e acabou tendo atuação apática. 

SELEÇÃO BRASILEIRA

Rivaldo contra o Chile (Foto: agência Getty Images)

A seleção brasileira deixou o Mundial como vice-campeã, mas sem ter uma campanha brilhante. Foram quatro vitórias, duas derrotas e um empate. Na primeira fase, o time comandado por Zagallo bateu a Escócia por 2 a 1 (gols de César Sampaio e Boyd, contra), aplicou 3 a 0 em Marrocos (gols de Ronaldo, Rivaldo e Bebeto) e perdeu para a Noruega por 2 a 1 (Bebeto marcou). No mata-mata, o Brasil passou por Chile (4 a 1, dois gols de César Sampaio e dois de Ronaldo), Dinamarca (3 a 2, dois gols de Rivaldo e um de Bebeto) e Holanda (4 a 2 nos pênaltis após empate por 1 a 1 no tempo normal, com gol de Ronaldo). Na final, levou 3 a 0 da França. 

A DECEPÇÃO 
Campeã europeia dois anos antes, a Alemanha até que começou bem a Copa, classificando-se em primeiro no Grupo F e superando o México nas oitavas de final. Nas quartas, porém, foi vítima de uma das maiores surpresas do torneio. Levou de 3 a 0 da Croácia e perdeu a chance de lutar pelo tetracampeonato mundial. 

PARA A HISTÓRIA 
Os gritos motivacionais de Zagallo antes das cobranças de pênaltis contra a Holanda, nas semifinais, marcaram um momento extremamente emotivo daquela Copa. E funcionaram. Com Taffarel novamente brilhando, a exemplo do que fizera na final quatro anos antes, o Brasil foi à decisão. 

A DECISÃO 
A final da Copa do Mundo de 1998 começou antes de a bola rolar. Ronaldo passou mal no hotel. O que efetivamente aconteceu com ele ainda é um mistério - teria sido um princípio de convulsão. O maior craque do Brasil correu sério risco de não jogar a decisão. Edmundo estava pronto para atuar. Mas Ronaldo se recuperou - pelo menos o suficiente para ir a campo. A atuação, porém, foi apática. E a França, muito superior, ganhou por 3 a 0, com dois gols de Zidane e um de Petit. 

Copa do Mundo 1994 - Estados Unidos

ESCOLHA DA SEDE 
Os Estados Unidos concorreram com Brasil e Marrocos pelo direito de sediar a Copa. O anúncio do vencedor da disputa aconteceu em 1988, em 4 de julho, data da independência americana, em um prenúncio de qual país levaria a melhor. A potência econômica teve o desafio de lotar seus estádios em um torneio que, inicialmente, poderia não seduzir a população local, dada a baixa popularidade do esporte bretão por lá. Mas os estádios ficaram lotados, e a Copa de 94 acabou sendo um sucesso em organização e presença de público. 

OS ESTÁDIOS 
A Copa do Mundo de 1994 teve nove estádios, todos construídos há décadas, em nove cidades diferentes. O principal foi o Rose Bowl, palco da final, em Pasadena, na Califórnia.

AS ELIMINATÓRIAS 
Dois campeões mundiais, o Uruguai e a Inglaterra, não conseguiram classificação para a Copa do Mundo. A França, que venceria em 98, também ficou fora. E outros tiveram trabalho para chegar lá - caso da Argentina, que precisou ir à repescagem contra o Paraguai, e do Brasil, que só se classificou no último jogo, com a histórica vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai no Maracanã - dois gols de Romário. O Chile não teve o direito de disputar as eliminatórias como punição pela simulação do goleiro Rojas, que fingiu ter sido atingido por um foguete no Maracanã em 1989. A Iugoslávia, em guerra contra a Bósnia, também foi impedida de disputar o Mundial. 


O MASCOTE
Mascote 1994 (Foto: Reprodução)
Striker, o mascote de 1994 (Foto: Reprodução)

Striker, um cão sorridente, vestido com as cores da bandeira americana, foi o mascote da Copa de 1994, mas acabou não fazendo muito sucesso. Criado pela Warner, foi criticado por ser óbvio mas ganhou elogios por sua simplicidade. A ideia era que o cão-jogador representasse o esforço e a autossuperação do povo americano.

O CAMPEÃO 

O Brasil voltou a ser campeão mundial 24 anos depois do tricampeonato. Com um time sólido na marcação e fortalecido por uma dupla de ataque rara, com Bebeto e Romário, a Seleção superou a enorme desconfiança que a cercava e, pouco a pouco, ganhou corpo na briga pelo título. Teve grandes momentos, como a vitória de 3 a 2 sobre a Holanda nas quartas de final e a batalha final nos pênaltis contra a Itália. 

Copa do Mundo 1994 - Dunga  (Foto: Agência AP )
Jogadores do Brasil dão a volta olímpica após a conquista da Copa do Mundo de 1994 (Foto: Agência AP )


O ARTILHEIRO 
Dois jogadores dividiram a artilharia, cada um com seis gols: o búlgaro Hristo Stoichkov e o russo Oleg Salenko. A diferença é que o primeiro distribuiu sua marca ao longo do torneio, ajudando sua seleção a ir longe, ao passo que o segundo concentrou quase todos em uma mesma partida. Salenko marcou cinco vezes na goleada de 6 a 1 da Rússia sobre Camarões. Antes, marcara um contra a Suécia. Já Stoichkov, no caminho até as semifinais, anotou duas vezes contra a Grécia, uma diante da Argentina, uma no duelo com o México, já nas oitavas de final, mais uma frente à Alemanha, nas quartas, e outra na derrota para a Itália, nas semifinais. 

O CRAQUE 
Romário destruiu. Ignorado pela Seleção até cerca de um ano antes do Mundial, o atacante comprovou sua genialidade em uma Copa inesquecível. O Baixinho foi o suprassumo do talento necessário em uma equipe tão pragmática. Fez cinco gols: um em cada jogo da primeira fase, contra Rússia (2 a 0), Camarões (3 a 0) e Suécia (1 a 1), um nas quartas de final, diante da Holanda (3 a 2), e outro nas semifinais, na vitória de 1 a 0 sobre a Suécia, de cabeça. Passou em branco na decisão, contra a Itália, mas converteu seu pênalti na disputa final e saiu consagrado como um dos grandes craques da história dos Mundiais. 

A DECEPÇÃO 
Diego Armando Maradona poderia ter usado a Copa de 1994 para dar uma última prova de seu brilhantismo - já demonstrado em 1990 e muito especialmente em 1986. Mas acabou deixando o Mundial pela porta dos fundos. Caiu no exame antidoping na goleada de 4 a 0 sobre a Grécia - jogo no qual fez um gol. Sem ele, a seleção sul-americana acabou eliminada pela Romênia nas oitavas de final, e o genial camisa 10 nunca mais pisou em uma Copa do Mundo. 

PARA A HISTÓRIA 
O gol contra marcado pelo zagueiro Andrés Escobar, da Colômbia, contra os Estados Unidos, poderia ter sido apenas mais um lance de infortúnio na história das Copas. Mas acabou sendo muito mais grave quando o jogador, ao retornar a seu país, foi assassinado. Teria sido vingança de um grupo de apostadores que perdeu dinheiro com a derrota da Colômbia.

A DECISÃO 
A Itália passou por um fio pela primeira fase. Fez os mesmos quatro pontos de todos os demais integrantes do Grupo E. Graças aos critérios de desempate, acabou avançando com México e Irlanda, ao passo que a Noruega foi eliminada. E aí a Azzurra cumpriu sua marca: cresceu na disputa e foi até a final, avançando sempre com vitórias mínimas. Chegaram à decisão duas seleções que não eram brilhantes, mas tinham jogadores expressivos: Baresi e Baggio na Itália, Bebeto e Romário no Brasil. Em jogo muito equilibrado, tenso ao extremo, os finalistas empataram por 0 a 0 no tempo normal e depois na prorrogação. A briga pelo título foi aos pênaltis. E a seleção brasileira foi campeã depois de Baggio mandar sua cobrança por cima do travessão de Taffarel. 

Copa do Mundo 1990 - Itália

ESCOLHA DA SEDE 
A União Soviética era a principal concorrente da Itália na briga pela Copa de 90. Mas a escolha da sede ocorreu poucos dias depois da decisão do bloco comunista de não participar das Olimpíadas de 1984, em Los Angeles. Como outros candidatos fortes já haviam abandonado a candidatura - casos de Alemanha, França e Inglaterra -, a Itália ficou com o caminho quase livre. Recebeu 11 votos, contra cinco da União Soviética. 

OS ESTÁDIOS 
A Copa do Mundo de 1990 foi distribuída em 12 cidades. Apenas dois deles foram construídos para a Copa: o Delle Alpi, em Turim, e o San Nicola, em Bari.

AS ELIMINATÓRIAS 
Três seleções foram pela primeira vez a um Mundial em 1990: Costa Rica, Irlanda e Emirados Árabes. Outras três, por divisões territoriais e mudanças políticas, se despediram das Copas na Itália: Tchecoslováquia (que seria desmembrada), Alemanha Ocidental (que voltaria a se unir com a Oriental, ausente em 90) e União Soviética. O Chile, punido pela Fifa depois de o goleiro Rojas simular ser atingido por um foguete no Maracanã, foi proibido de disputar o Mundial. Das principais seleções, a maior ausência foi a França, semifinalista quatro anos antes. 

O MASCOTE 
Mascote 1990 (Foto: Reprodução)
Ciao, o mascote de 1990 (Foto: Reprodução)
Um boneco feito com pequenas divisões retangulares e uma bola na cabeça, chamado, Ciao, pintado com as cores da bandeira da Itália, foi o mascote da Copa de 1990. 

O CAMPEÃO 
a participação como nação dividida, a Alemanha, com seu time ocidental, conquistou a Copa do Mundo de 1990. Foi uma equipe lendária, sustentada por craques como Matthaus, Völler e Klinsmann e treinada por Franz Beckenbauer. Em um torneio de baixo nível técnico, os alemães tiveram campanha sólida, de vitórias precisas, sem grande brilho. Na primeira fase, golearam a Iugoslávia (4 a 1) e os Emirados Árabes (5 a 1) e empataram com a Colômbia (1 a 1). Depois, passaram pela Holanda (2 a 1), pela Tchecoslováquia (1 a 0) e pela Inglaterra (4 a 3 nos pênaltis, após empate por 1 a 1). Na final, bateram a Argentina por 1 a 0. 

Andreas Brehme bola da copa do mundo 1990 (Foto: Getty Images)
Andreas Brehme bate o pênalti que dá à Alemanha o título mundial de 1990 (Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO 
O italiano Salvatore Schilacci, o Totó Schilacci, foi o goleador da Copa do Mundo de 90, com seis gols. Dois saíram na primeira fase, nas vitórias de 1 a 0 sobre a Áustria e de 2 a 0 sobre a Tchecoslováquia. Os outros quatro aconteceram na etapa final do torneio: um nas oitavas de final, diante do Uruguai (vitória de 2 a 0), um nas quartas, frente à Irlanda (vitória de 1 a 0), um nas semifinais, contra a Argentina (empate por 1 a 1, seguido de derrota por 4 a 3 nos pênaltis) e outro na disputa do terceiro lugar, em duelo com a Inglaterra (vitória de 2 a 1).

O CRAQUE 
Schilacci também levou o prêmio da Fifa de melhor jogador do torneio, em decisão, como de costume, controversa. Para muitos, o símbolo máximo daquela Alemanha campeã, Lothar Matthäus, merecia a distinção. O jogador acabou com o segundo lugar na disputa individual, e Maradona foi o terceiro. 

A DECEPÇÃO 
O Brasil encantou em 1982, mostrou bom futebol também em 1986, mas não conseguiu ser campeão em nenhum dos dois Mundiais. A esperança foi renovada para 1990, especialmente depois da conquista da Copa América. Mas a Seleção acabou decepcionando. Com um futebol pobre e vitórias burocráticas, alcançou as oitavas de final, onde teve sua melhor atuação contra a Argentina, mas foi eliminado com derrota por 1 a 0 - em passe de Maradona para Caniggia. Na primeira fase, o time treinado por Sebastião Lazaroni, formado no esquema 3-5-2, bateu Suécia (2 a 1), Costa Rica (1 a 0) e Escócia (1 a 0). 

PARA A HISTÓRIA 
Camarões encantou com um futebol ofensivo, rápido, vistoso. Conforme foi avançando no torneio, passou a ganhar mais e mais simpatia dos torcedores mundo afora. Nas oitavas de final, a seleção africana passou pela Colômbia em um jogo que entrou para o folclore dos Mundiais, com gol de Roger Milla após falha grosseira do goleiro Higuita, autoconfiante em excesso ao tentar driblar o adversário fora da área. Com a vitória, Camarões ganhou o direito de enfrentar a Inglaterra nas quartas, naquele que talvez tenha sido o jogo mais marcante da Copa de 90. Platt abriu o placar para os britânicos, mas os africanos viraram em cinco minutos no segundo tempo. Parecia aberto o caminho para as semifinais. Mas a Inglaterra devolveu a virada. E com dois gols de pênalti, ambos de Lineker.

DECISÃO 
Alemanha e Argentina chegaram à decisão. Foi um jogo parelho, sem grande brilho técnico - em uma espécie de resumo do que foi o Mundial. O ponto de desequilíbrio acabou sendo o pênalti de Sensini em Völler, em lance duvidoso. O normal seria Matthäus cobrar, mas o capitão tinha um corte no pé. Brehme assumiu a responsabilidade de encarar o goleiro Goycochea, notável pegador de pênaltis. Bateu forte, no canto do adversário, e tornou a Alemanha tricampeã mundial. 

Copa do Mundo 1986 - México

ESCOLHA DA SEDE 
A Colômbia foi a escolhida para sediar a Copa do Mundo de 1986. Mas desistiu. O presidente do país, Belisario Betancur, não aceitou todas as exigência da Fifa. E comunicou que o país abria mão de receber o torneio. México, Estados Unidos, Brasil, Canadá e Peru se candidataram como nações capazes de manter o desejo da entidade de ter uma sede no continente americano. O México, sede do Mundial de 16 anos antes, levou a melhor - em grande parte por já ter uma base estrutural para receber os jogos. 

OS ESTÁDIOS 
O México só construiu um estádio para a Copa - o La Corregidora, em Querétaro. Todos os demais estavam prontos. Doze campos receberam os jogos do Mundial em dez diferentes cidades. Monterrey e Cidade do México forneceram dois estádios.

AS ELIMINATÓRIAS 
A Holanda foi uma ausência bastante sentida no Mundial, por sua tradição e pelo ótimo futebol apresentado na década anterior. Por outro lado, todos os campeões mundiais se classificaram. Três países foram a uma Copa pela primeira vez: Canadá, Iraque e Dinamarca.

O MASCOTE 
Mascote Copa do Mundo 1986 - Pique (Foto: Reprodução)
Pique, mascote de 1986 (Foto: Reprodução)
Uma pimenta vestida de sombreiro foi a base de Pique, um dos mascotes mas curiosos da história das Copas. 

O CAMPEÃO 
Uma campanha quase impecável e a genialidade de Diego Armando Maradona deram à Argentina um título difícil de ser contestado. Foram seis jogos, com cinco vitórias e apenas um empate. Na primeira fase, o time de Carlos Bilardo bateu Coreia do Sul (3 a 1) e Bulgária (2 a 0) e empatou com a Itália (1 a 1). Depois, eliminou Uruguai (1 a 0), Inglaterra (2 a 1) e Bélgica (2 a 0) até chegar à final e superar a Alemanha (3 a 2). 

Maradona bola Copa do Mundo 1986 (Foto: Getty Images)
Maradona em lance emblemático contra a Inglaterra, no famoso gol da "Mão de Deus" (Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO 
A Inglaterra teve um prêmio de consolação em uma Copa marcada pela derrota para a Argentina: Gary Lineker foi o artilheiro, com seis gols. Três deles foram anotados no mesmo jogo, a vitória de 3 a 0 sobre a Polônia na primeira fase. Outros dois saíram nas oitavas de final, em novo triunfo de 3 a 0, desta vez sobre o Paraguai. Por fim, ele fez o gol de honra da eliminação para a Argentina, nas quartas de final, com derrota por 2 a 1. 

O CRAQUE 
Poucas Copas, talvez nenhuma, tiveram um craque tão exponencial, tão superior. Diego Armando Maradona não deixou pedra sobre pedra no Mundial. Cerebral, no auge da forma física, comandou a equipe, explodiu sua genialidade nos momentos mais decisivos e ainda fez gols. Foram cinco, incluindo os dois da histórica vitória sobre a Inglaterra nas quartas de final - o da "Mão de Deus" e aquele que é considerado o mais bonito da história dos Mundiais, no qual ele sai driblando desde o meio do campo. Também fez dois nas semifinais, contra a Bélgica. 

A SELEÇÃO BRASILEIRA 
A talentosa seleção brasileira de 1986 passou incólume pela primeira fase, com três vitórias em três jogos: 1 a 0 sobre a Espanha (gol de Sócrates), 1 a 0 sobre a Argélia (gol de Careca) e 3 a 0 na Irlanda do Norte (dois gols de Careca e um de Josimar). Nas oitavas de final, o Brasil atropelou a Polônia: 4 a 0, gols de Sócrates, Josimar, Edinho e Careca. Nas quartas, porém, a seleção treinada por Telê Santana caiu nos pênaltis para a França. No tempo normal, houve empate por 1 a 1. Careca fez o gol para o Brasil, Platini marcou para a França e zico desperdiçou uma penalidade. Nas cobranças finais, os europeus ganharam por 4 a 3. Sócrates e Júlio César erraram suas batidas. 


A DECEPÇÃO 
Uma das equipes que mais encantaram na Copa também foi aquela que mais decepcionou ao viver uma hecatombe nas oitavas de final. A Dinamarca, apelidada de Dinamáquina, arrasou seus adversários na primeira fase. Fez 6 a 1 no Uruguai, bateu a forte Alemanha por 2 a 0 e também superou a Escócia - 1 a 0. Naturalmente, criou-se até expectativa de título para a seleção nórdica. Pois veio o mata-mata, e a Dinamarca entrou em parafuso. Levou 5 a 1 da Espanha, de virada, e foi eliminada da competição. 

PARA A HISTÓRIA 
O duelo entre Argentina e Inglaterra, nas quartas de final da Copa de 1986, é mais lembrada do que boa parte das finais de Mundiais. Foi um encontro que transcendeu o futebol. Ali estavam duas nações que se tornaram inimigas depois da Guerra das Malvinas. O orgulho argentino estava ferido. E lá foi Maradona vingar seu povo, naquela que talvez seja a atuação mais emblemática de um atleta em todas as Copas. O camisa 10 fez dois gols: um de mão, naquilo que chamou de "Mão de Deus", e outro driblando metade do time da Inglaterra, partindo com a bola da metade do campo. A atuação, com posterior conquista do título, deu a Maradona a devoção eterna de seu povo. Virou Deus, ou D10S. 

A DECISÃO 
A Argentina chegou à final com evidente favoritismo, especialmente por causa de Maradona, mas pairava o alerta de que a Alemanha, com sua organização, poderia complicar. Os sul-americanos logo começaram a comprovar seu maior talento e abriram 2 a 0, gols de Brown e Valdano. Mas os germânicos reagiram e conseguiram empatar a partida com gols de Rummenigge e Völler. E aí Maradona desequilibrou ao encontrar uma assistência rara para Burruchaga fazer o gol do título. 

Copa do Mundo 1982 - Espanha

ESCOLHA DA SEDE 
A Espanha já gostaria de ter sediado a Copa do Mundo em 1974, mas abriu mão da disputa para que a Alemanha Ocidental vencesse - em troca, teria o apoio dela oito anos depois. Com o acordo diplomático, o país não teve problemas para vencer a disputa e receber um Mundial pela primeira vez. 

OS ESTÁDIOS 
Dezessete estádios em 14 diferentes cidades receberam jogos e fizeram com que a Copa se espalhasse por todos os cantos da Espanha. O Camp Nou, do Barcelona, foi o que sediou mais partidas: cinco.

AS ELIMINATÓRIAS 
Para mundializar mais a Copa, a Fifa decidiu que o torneio passaria a ter 24 seleções em 1982 - eram 16 até então. Cinco delas fizeram sua estreia em Mundiais: Argélia, Camarões, Nova Zelândia, Honduras e Kuwait. Pela primeira vez todos os continentes foram representados na competição. O Uruguai, bicampeão mundial, não conseguiu vaga. Equipes fortes da Europa, casos de Holanda e Portugal, também não marcaram presença.

O MASCOTE 
Mascote Copa do Mundo 1982 - Naranjito (Foto: Reprodução)
Naranjito, uma laranja com as cores da Espanha, o mascote da Copa de 1982 (Foto: Reprodução)

Naranjito, laranja vestida com as cores da Espanha, uma das forças de exportação do país, foi o mascote da Copa de 1982. A laranja na Espanha é uma fruta típica da Comunidade Valenciana e Andaluzia. 

O CAMPEÃO 
A Itália fez o de sempre em títulos: começou discreta, passou raspando de fase, foi crescendo e acabou campeã. Na primeira etapa de grupos, a Azzurra teve três jogos. Empatou os três - 0 a 0 com a Polônia, 1 a 1 com o Peru e 1 a 1 com Camarões. Na segunda fase, caiu em um triangular dificílimo, com Argentina e Brasil. E venceu os dois jogos (2 a 1 e 3 a 2, respectivamente). Com isso, foi à semifinal. Despachou a Polônia: 2 a 0. Na final, atropelou a Alemanha Ocidental: 3 a 1. Com grandes jogadores, como o goleiro Dino Zoff e o defensor Claudio Gentile, a equipe do técnico Enzo Bearzort teve o goleador Paolo Rossi como maior expoente. 

O ARTILHEIRO 
Paolo Rossi, com seis gols, foi o goleador da Copa. O mais impressionante é que todos foram marcados nos últimos três jogos da Azzurra no Mundial: três contra o Brasil, na segunda fase, dois diante da Polônia, nas semifinais, e outro na decisão, frente à Alemanha. Foi a volta por cima do atacante após ser acusado de envolvimento em um esquema de compra de resultados. 

O CRAQUE 
O grande carrasco do Brasil, Paolo Rossi também acabou eleito craque da Copa, mesmo que seu brilho só tenha aparecido na reta final da competição. A bola de prata ficou com Falcão, e Rummenigge, da Alemanha, teve o terceiro posto. 

junior brasil paolo rossi itália copa do mundo 1982 (Foto: Agência Getty Images)
Junior persegue Paolo Rossi, destruidor na partida, com três gols (Foto: Agência Getty Images)

SELEÇÃO BRASILEIRA
A Seleção venceu seus três jogos na primeira fase: 2 a 1 na União Soviética (gols de Sócrates e Éder), 4 a 1 na Escócia (marcaram Zico, Oscar, Éder e Falcão) e 4 a 0 na Nova Zelândia (Zico, duas vezes, Falcão e Serginho Chulapa). No triangular da segunda fase, o Brasil passou bem pela Argentina, com vitória por 3 a 1, gols de Zico, Serginho Chulapa e Junior, mas depois perdeu por 3 a 2 para a Itália, com três gols de Paolo Rossi - Sócrates e Falcão fizeram para a equipe verde-amarela. 

A DECEPÇÃO 
Campeã mundial na Copa anterior, a Argentina não conseguiu manter o posto e teve desempenho cambaleante na Espanha. Em um momento de mudança de gerações, já com Maradona e ainda com Passarella, perdeu na estreia, para a Bélgica, por 1 a 0, mas depois se recuperou: fez 4 a 1 na Hungria, com dois gols do camisa 10, e 2 a 0 em El Salvador. Assim, conseguiu se classificar. Mas perdeu as duas partidas seguintes no triangular da segunda fase: 2 a 1 para a Itália e 3 a 1 para o Brasil. 

PARA A HISTÓRIA 
Gentile marca Zico na partida do Sarriá: craque tem até camisa rasgada (Foto: Agência Getty Images)
Aquilo que os brasileiros chamam de "Tragédia do Sarriá" foi o jogo mais marcante da Copa do Mundo de 1982. A Itália, com três gols de Paolo Rossi, venceu o Brasil por 3 a 2 e conseguiu um lugar nas semifinais. Foi quase um duelo particular entre a equipe verde-amarela e o atacante adversário. Ele fez 1 a 0 para a Itália, e o Brasil empatou com Sócrates; ele fez 2 a 1, e o Brasil voltou a empatar, desta vez com Falcão; e aí ele fez 3 a 2. Aquela derrota impediu que um dos times mais talentosos da história dos Mundiais fosse campeão.

A DECISÃO 
A Itália chegou à final com a confiança nas alturas. E poderia ter goleado a Alemanha, que avançara à decisão com campanha longe de ser brilhante e ainda desgastada pela prorrogação e pela tensão dos pênaltis nas semifinais, contra a França. Todos os gols do clássico decisivo saíram no segundo tempo. Rossi abriu o placar, Tardelli ampliou, Altobelli fez o terceiro. Logo depois, a Alemanha fez seu gol de honra com Breitner. O 3 a 1 deu o tricampeonato à Azzurra.

Copa do Mundo 1978 - Argentina

ESCOLHA DA SEDE 

A Argentina muito tentou até conseguir convencer a Fifa de que poderia ser sede de uma Copa. Outros três países sul-americanos já haviam tido o privilégio: o Uruguai em 30, o Brasil em 50 e o Chile em 62. O problema é que a escolha ocorreu em meio ao período ditatorial argentino, uma decisão delicada do ponto de vista diplomático. 


OS ESTÁDIOS 

Apenas cinco cidades receberam jogos do Mundial, sendo que Buenos Aires teve duas sedes. Três deles foram construídos para a Copa: os de Córdoba, Mendoza e Mar del Plata.


AS ELIMINATÓRIAS

Foi a última Copa com apenas 16 seleções. Dois campeões mundiais, Uruguai e Inglaterra, ficaram fora. A França cogitou boicotar a competição como protesto contra a morte de freiras francesas, supostamente a mando da ditadura argentina, mas acabou desistindo.


O MASCOTE
Mascote Copa do Mundo 1978 - Guachito (Foto: Reprodução)
Guachito, mascote da Copa (Foto: Reprodução)

Um menino vestido com a camisa argentina e usando adereços típicos do campo (um chapéu e uma faca), chamado Gauchito, foi o mascote da Copa de 1978. 


O CAMPEÃO

A Argentina aproveitou como poucos o fator local e foi campeã do mundo pela primeira vez em 1978 - feito que repetiria oito anos depois, no México. A campanha não foi exatamente brilhante. Na primeira fase, os hermanos tiveram duas vitórias (2 a 1 na Hungria e 2 a 1 na França) e uma derrota (1 a 0 para a Itália). Na segunda, só avançaram no saldo de gols, depois de golear o Peru por 6 a 0 - indo a campo sabendo da quantidade de gols de que precisavam para avançar, em jogo que ainda hoje gera suspeitas. A final contra a Holanda também foi um sufoco, com empate por 1 a 1 no tempo normal, seguido de dois gols na prorrogação. 

Mario Kempes bola da Copa do Mundo 1978 (Foto: Getty Images)
Mario Kempes: decisivo, campeão, artilheiro e craque em 1978 (Foto: Getty Images)



O ARTILHEIRO

O título da Argentina foi consequência direta dos gols de Mario Kempes. Ele foi o artilheiro do Mundial. Deixou suas marca seis vezes, todos a partir da segunda fase: dois contra a Polônia (vitória de 2 a 0), outros dois contra o Peru (goleada de 6 a 0) e mais dois na final (triunfo de 3 a 1 sobre a Holanda). 


O CRAQUE

Foi o último Mundial sem a eleição de um Bola de Ouro. Mas o ótimo desempenho e os gols acumulados na reta final da Copa também podem fazer Kempes ser considerado o craque do Mundial. 


SELEÇÃO BRASILEIRA

A primeira fase do Brasil, dirigido por Cláudio Coutinho, foi não mais que regular, com empate por 1 a 1 com a Suécia (gol de Reinaldo), igualdade por 0 a 0 com a Espanha e vitória de 1 a 0 sobre a Áustria (gol de Roberto Dinamite). Na segunda etapa do torneio, o começo foi bom, com vitória de 3 a 0 sobre o Peru (dois gols de Dirceu e um de Zico). Depois, a Seleção chegou a dominar a Argentina, mandante do torneio, mas empatou por 0 a 0. Encerrou sua participação com triunfo de 3 a 1 sobre a Polônia (gols de Nelinho e Dinamite, duas vezes). Não foi à final por causa do saldo de gols, favorável à Argentina. Na disputa do terceiro lugar, bateu a Itália por 2 a 1, gols de Nelinho e Dirceu, e terminou a competição invicta, mas com críticas à convocação, que deixou de fora jogadores como Falcão e Junior.

Seleção brasileira na Copa do Mundo de 1978: eliminada no saldo de gols (Foto: Agência Estado)


A DECEPÇÃO 

Esperava-se mais da Alemanha, campeã da Copa anterior. A seleção germânica passou raspando pela primeira fase, em segundo no Grupo 2, com uma vitória (6 a 0 no México) e dois empates (0 a 0 com Tunísia e mesmo placar contra a Polônia). Depois, morreu na segunda etapa do torneio, ao empatar com Itália (0 a 0) e Holanda (2 a 2) e perder para a Áustria (3 a 2). 


PARA A HISTÓRIA 

A Argentina precisava vencer o Peru por quatro gols de diferença para ir à final da Copa. De uma Copa na Argentina. Em uma Argentina sustentada no patriotismo de um regime militar. E pior: caso não conseguisse, seria o Brasil quem avançaria. Resultado: 6 a 0, vaga na decisão e posterior título para os donos da casa. O jogo ainda hoje gera suspeitas. A atuação da equipe peruana foi muito abaixo do aceitável para uma seleção que se classificara em primeiro lugar em sua chave. Teria ocorrido um acordo financeiro? Ou um pacto entre os dois países? Ou mero futebol? Seja como for, Kempes (duas vezes), Tarantini, Luque (duas vezes) e Houseman fizeram os gols da classificação argentina. E o goleiro peruano Quiroga teve atuação muito contestada


A DECISÃO

Mesmo sem Cruyff e Neeskens, a talentosa geração da Holanda nos anos 70 chegou à sua segunda final seguida de Mundial em 1978. E, de novo, quase ganhou. A missão parecia impossível: vencer a Argentina na casa dela. Mas a equipe laranja encarou bem o adversário. Saiu perdendo, com gol de Kempes no primeiro tempo, mas buscou o empate na etapa final e ainda acertou o travessão sul-americano, com o craque Rensenbrick, no último minuto do período normal. Na prorrogação, porém, a Argentina se sobressaiu. Kempes, em bela jogada individual, fez o segundo. E participou da jogada do terceiro, anotado por Bertoni. 

Copa do Mundo 1974 - Alemanha Ocidental

ESCOLHA DE SEDE

Demorou para a Alemanha receber uma Copa do Mundo. Desde sempre uma das principais potências do esporte, o país foi prejudicado pelo regime nazista e seu consequente envolvimento na Segunda Guerra Mundial. Seria natural que recebesse uma Copa nas décadas de 40 e 50, mas o próprio conflito e depois a necessidade de reconstrução da nação germânica adiaram o objetivo. Acabou acontecendo em 1974. A Espanha chegou a concorrer com a Alemanha, mas retirou a candidatura em troca de apoio oito anos depois. 


OS ESTÁDIOS

Nove estádios, em nove diferentes cidades, receberam a Copa do Mundo de 1974. Alguns deles foram construídos para o Mundial - caso do Westfalenstadion, de Dortmund.


AS ELIMINATÓRIAS

Alemanha, por ser a sede, e Brasil, atual campeão, tiveram classificação direta. O Chile avançou na repescagem, batendo a União Soviética. Na Europa, equipes fortes, como Inglaterra, Espanha e França, ficaram fora, ao passo que Itália, Holanda, Alemanha Oriental e Bulgária tiveram caminhada sólida. Na América do Sul, Argentina e Uruguai confirmaram o favoritismo e asseguraram vaga.  


O MASCOTE
mascote Copa do Mundo 1974  Tip Tap (Foto: Reprodução)
Tip e Tap: união das Alemanhas (Foto: Reprodução)
Dois garotos, Tip e Tap, foram os mascotes da Copa de 1974, em gesto que foi encarado como um símbolo de união esportiva entre as duas Alemanhas, a Ocidental e a Oriental, na época separadas. 


O CAMPEÃO

A Alemanha Ocidental fez valer o fator local e uma geração talentosa, com craques como Franz Beckenbauer e Gerd Müller, para ganhar o Mundial. A caminhada começou trôpega, com derrota para a vizinha oriental na primeira fase, mas depois o time deslanchou. Na segunda etapa do torneio, venceu seus três jogos: 2 a 0 na Iugoslávia, 4 a 2 na Suécia e 1 a 0 na Polônia. Na final, superou a genial Laranja Mecânica, melhor Holanda de todos os tempos, com vitória por 2 a 1. 

Copa do Mundo 1974 - Alemanha e Holanda (Foto: Agência AP )
Alemanha supera Holanda na final da Copa e conquista o Mundial de 1974 (Foto: Agência AP )


O ARTILHEIRO

A Copa de 74 foi pródiga em grandes seleções, e uma delas foi a Polônia, de Grzegorz Lato, o artilheiro daquele Mundial, com sete gols. Extremamente rápido, muito difícil de marcar, o campeão olímpico de dois anos antes deixou sua tatuagem inclusive no Brasil, em que fez o gol que deu a sua equipe o terceiro lugar no torneio. Antes, marcara duas vezes na vitória de 3 a 2 sobre a Argentina, outras duas na goleada de 7 a 0 sobre o Haiti, uma no triunfo de 1 a 0 contra a Suécia e outra na vitória de 2 a 1 na Iugoslávia. 


O CRAQUE

Johan Cruyff virou um sinônimo daquela Holanda assombrosa. Técnico e tático, genial e disciplinado, o craque holandês ainda hoje é lembrado como o principal símbolo de um time que encantou o mundo. Era tão diferenciado que usou o número 14, fugindo da ordem numérica, e teve uma marca diferente em seu uniforme, visto que era patrocinado por uma empresa diferente da do restante do elenco. Ele foi o condutor máximo do Carrossel Holandês até a final contra a Alemanha. Fez três gols, espalhados em duas das vitórias mais impressionantes da Holanda: dois na goleada de 4 a 0 sobre a Argentina e outro no triunfo de 2 a 0 contra o Brasil. Na final, porém, não foi tão bem e acabou superado por outro craque daquela Copa, o alemão Franz Beckenbauer. 


A SELEÇÃO BRASILEIRA

Treinado novamente por Zagallo, a seleção brasileira iniciou a Copa de 1974 com dois empates por 0 a 0: contra a Iugoslávia e a Escócia. A primeira vitória veio apenas na terceira partida: 3 a 0 sobre o Zaire, gols de Jairzinho, Rivelino e Valdomiro. Foi o suficiente para garantir classificação. Na segunda fase, o Brasil largou com vitória de 1 a 0 sobre a Alemanha Oriental, gol de Rivelino. Em seguida, novo triunfo: 2 a 1 na Argentina, com mais um gol de Rivelino, acompanhado por Jairzinho. O jogo seguinte foi o último: derrota de 2 a 0 para a Holanda. 


A DECEPÇÃO

Vice-campeã na Copa anterior, a Itália não passou da primeira fase em 1974. Ficou em terceiro no Grupo D, atrás de Polônia e Argentina, com uma vitória (3 a 1 no Haiti), um empate (1 a 1 com a Argentina) e uma derrota (2 a 1 para a Polônia). 


PARA A HISTÓRIA

O dia 3 de julho de 1974 teve uma espécie de passagem de bastão entre duas seleções que viraram símbolo de futebol bonito: o Brasil, encantador no Mundial anterior, mas agora com uma equipe renovada e bem menos talentosa, e a Holanda, com um time revolucionário, de movimentação constante, de inversão de posições. Curiosamente, aquele encontro acabou sendo bastante violento, contrariando a vocação ofensiva das duas equipes. Fato é que a Laranja Mecânica era melhor. No primeiro tempo, o Brasil suportou bem a qualidade do adversário e até foi melhor em boa parte do tempo, mas depois sucumbiu na etapa final. Neeskens e Cruyff fizeram os gols que levaram a equipe europeia para a final. 


A DECISÃO

Beckenbauer 1974 copa do mundo alemanha (Foto: Agência Estado)
Beckenbauer, o Kaiser, primeiro a levantar a Taça Fifa (Foto: Agência Estado)
Foi impressionante. Na saída de bola, durante um minuto, a Holanda tocou a bola de pé em pé. Só parou quando Cruyff foi derrubado na área. Era apenas o início da partida, e a equipe laranja tinha um pênalti a seu favor sem que os alemães sequer tivessem tocado na bola. Neeskens bateu e fez 1 a 0. Parecia que a Holanda atropelaria a Alemanha e seria campeã mundial pela primeira vez. Só parecia. Os donos da casa equilibraram a partida, conseguiram controlar Cruyff e viraram o jogo. Breitner, também de pênalti, e Gerd Müller marcaram. Todos os gols saíram no primeiro tempo. Depois, Franz Beckenbauer, o Kaiser alemão, foi o primeiro a levantar o novo troféu, a Taça Fifa.

Copa do Mundo 1970 - México

ESCOLHA DA SEDE
Foi durante as Olimpíadas de Tóquio, em 1964, que a Fifa escolheu o México como sede da Copa de 1970, seguindo o rodízio entre continentes. A Argentina, outra candidata, teve que se contentar em ver o seu sonho adiado para 1978. Na votação, o resultado foi uma goleada - 56 a 32. O fato de a Cidade do México ser a sede dos Jogos de 1968 pesou favoravelmente - o país já teria estrutura suficiente para bancar uma Copa. A altitude quase atrapalhou o desejo mexicano.

OS ESTÁDIOS
Cinco cidades foram sede do Mundial: Cidade do México, Guadalajara, Puebla, León e Toluca. O estádio mais novo foi o de Cuauhtémoc, construído em 1968.

AS ELIMINATÓRIAS
Setenta países inscreveram-se para o Mundial. Houve desistência por problemas políticos. A Coreia do Norte, por exemplo, recusou-se a enfrentar Israel.  Portugal, França, Hungria, Argentina e Espanha não conseguiram se classificar. O Marrocos tornou-se a primeira seleção africana a participar de uma Copa desde a Segunda Guerra Mundial.

O MASCOTE
mascote Juanito copa 1970 (Foto: Reprodução)
Juanito, garoto vestido com o uniforme da seleção mexicana e um sombrero, foi o mascote do Mundial pioneiro na transmissão ao vivo para o Brasil. Pela primeira vez também foram usados cartões amarelos (advertência) e vermelhos (expulsão). Também foi a primeira Copa a permitir substituições - na época, duas para cada seleção.

O CAMPEÃO

Copa do Mundo 1970 - Seleção Brasileira (Foto: Divulgação / Site CBF)
Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo e Everaldo; Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivellino. Este é o Brasil tricampeão do mundo, um time mágico, que resgatou o futebol arte (Foto: Divulgação / Site CBF)
Na Copa que fez ressurgir o futebol arte, distante no pragmatismo inglês em 1966, a Seleção chegou ao tricampeonato mundial mostrando ao mundo ser possível jogar bonito e vencer. Do meio-campo para a frente, só tinha craque: Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé. O time ainda tinha no banco Paulo Cezar Caju e Edu. Na defesa, um capitão com a técnica, classe e liderança de Carlos Alberto Torres. Fora a saúde de Brito, a sobriedade de Piazza, a eficiência de Everaldo e Félix... Foram seis vitórias em seis partidas. Seis shows, com gols espetaculares e jogadas eternizadas como o gol de Carlos Alberto no 4 a 1 sobre a Itália, na grande final. Mas o que dizer do 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia, do 1 a 0 sobre a Inglaterra, do 3 a 2 sobre a Romênia, do 4 a 2 no Peru e do 3 a 1 no Uruguai, na semifinal? O Brasil comandado pelo técnico Zagallo mereceu e muito o titulo e a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

O ARTILHEIRO
Um dos melhores atacanfes de todos os tempos, o alemão Gerd Muller deixou sua melhor marca no México. O "Bombardeiro", como era conhecido, marcou 10 gols e fez uma dupla inesquecível com outro craque, Overath. Atacante habilidoso, forte, oportunista, tinha faro de gol. Preciso nos chutes e nas cabeçadas, era dífícil de ser marcado.

O CRAQUE
A terceira Copa conquistada, feito até hoje único de um jogador. Aos 29 anos, o Mundial do México foi de Pelé. O Rei do Futebol protagonizou alguns dos lances mais lindos da história do futebol. Seja nos quatro gols marcados - destaque para o de cabeça, na final contra a Itália -, seja pelos que não marcou: o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz, a cabeçada que o goleiro inglês Gordon Banks salvou, numa das mais difíceis defesas de todos os tempos. Foram jogadas de cinema, na despedida em Mundiais do maior artista da bola.

A DECEPÇÃO
Campeões do mundo,.os ingleses caíram no grupo do Brasil na primeira fase, coisa que evitaram quando foram os anfitriões na Copa. O jogo foi considerado o mais difícil para a seleção brasileira, que venceu suado, por 1 a 0.  O English Team, em segundo lugar no grupo, pegou a Alemanha nas quartas e foi eliminado por 3 a 2. Fora isso, ganhou o troféu antipatia desde o começo, quando afirmou que levaria água do próprio país para os jogadores beberem, com medo de a água mexicana contaminar.

PARA A HISTÓRIA
As duas semifinais da Copa foram emocionantes. Brasil x Uruguai teve sobre si o fantasma de 1950. Mas Alemanha x Itália ganhou no quesito drama  No tempo normal, a Azzurra vencia por 1 a 0, gol de Boninsegna, até os 44 do segundo tempo, quando Schnellinger empatou. Na prorrogação, mais surpresas. Gerd Müller virou para a Alemanha, Burgnich empatou para a Itália, e Riva fez 3 a 2 ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gerd Müller voltou a empatar. Mas, a dois minutos do fim, Rivera fez 4 a 3 e pôs a Azzurra na final. A batalha campal de 120 minutos teve cenas antológicas, como a de Beckenbauer jogando com a clavícula deslocada e o braço enfaixado no peito. Há quem diga que essa partida deixou os italianos exaustos para a final.

A DECISÃO
Brasil e Itália entraram em campo no lotado estádio Azteca na briga pelo tricampeonato mundial e, consequentemente, a posse em definitivo da Taça Jules Rimet. Em cabeçada sensacional, Pelé abriu o placar, mas Boninsegna empatou, ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gérson, em jogada individual, fez 2 a 1. Jairzinho, o Furacão, marcou o terceiro, e Carlos Alberto, em bola rolada pelo Rei do Futebol, completou o placar e a festa brasileira.