Qual a Diferença Entre Discípulo e Apóstolo?



A diferença entre discípulo e apóstolo é algo que gera curiosidade em muitos leitores da Bíblia. Especialmente pelo fato de alguns homens serem chamados de discípulos em determinados textos bíblicos, e depois, em outras partes da Bíblia, esses mesmos homens serem identificados como apóstolos, algumas pessoas ficam em dúvida sobre essa questão.

A primeira coisa a ser considerada é que realmente discípulos e apóstolos não são exatamente a mesma coisa. Inclusive, é fácil entender qual a diferença entre discípulo e apóstolo quando se busca o significado dos termos bíblicos traduzidos por essas duas palavras.


Os significados de “discípulo” e “apóstolo”

A palavra “discípulo” na Bíblia traduz o grego mathetes, que significa “aprendiz”, “aluno” ou “pupilo”. Esse termo grego é usado mais de duzentas vezes apenas nos cinco primeiros livros do Novo Testamento.

Então, basicamente um discípulo é uma pessoa que se dispõe a aprender de alguém, ou seja, um estudante que se submete ao ensino de um mestre. Uma coisa interessante é que nas epístolas bíblicas do Novo Testamento, outra palavra é empregada com o objetivo de transmitir um significado parecido a esse. A palavra em questão é o grego tnimetes, que identifica um seguidor ou imitador de alguém.

Já a palavra “apóstolo” também tem origem grega e indica uma pessoa que é enviada por alguém como um tipo de delegado ou mensageiro. Em outras palavras, o apóstolo é um representante de outra pessoa que age sob a ordem e a autoridade de quem o enviou.


Quem podia ser discípulo e apóstolo?

Uma coisa que muitas pessoas não sabem, é que as palavras “discípulo” e “apóstolo” são aplicadas na Bíblia tanto em seu sentido mais amplo como em seu sentido mais estrito.

No sentido mais amplo, a Bíblia fala de um grande número de pessoas que seguiam o Senhor Jesus. Essas pessoas eram seus discípulos. Inclusive, o Evangelho de Lucas registra uma ocasião em que Jesus deu uma tarefa a um grupo de setenta discípulos (Lucas 10). O membro do Sinédrio José de Arimatéia, por exemplo, eram discípulos secreto de Jesus (João 19:38). O mesmo pode ter ocorrido com o fariseu Nicodemos (cf. João 19:38-42).

Além disso, Jesus não era o único que tinha discípulos naquele tempo. Por exemplo: João Batista, os fariseus e outros grupos também tinham os seus discípulos (cf. Mateus 9:14; 22:16; etc.).

Também num sentido mais amplo, a palavra a “apóstolo” é empregada para falar de vários cristãos que se envolveram com a obra do Senhor no tempo da Igreja Primitiva. Esses crentes eram enviados pela liderança da Igreja com o propósito de desempenhar determinadas funções.

Então como representantes não apenas daqueles que exerciam o ministério de liderança nos primeiros anos da Igreja Cristã, mas também das próprias comunidades locais, esses cristãos que serviam basicamente como delegados, também são chamados de “apóstolos” no texto bíblico. É nesse sentido que a Bíblia se refere a Silas, Barnabé, Timóteo e outros, como apóstolos.

Mas no sentido estrito, nos textos bíblicos a palavra “discípulo” se refere especialmente cada um daqueles homens que foram chamados por Jesus para compor o grupo dos Doze. Por isso falamos em “doze discípulos de Jesus”.

Esses homens foram seguidores próximos e aprendizes de Jesus durante todo o seu ministério terreno. Nesse tempo, eles foram disciplinados, moldados e aperfeiçoados para que pudesse cumprir uma missão muito especial após a ascensão de Jesus ao Céu depois da ressurreição.

Em outras palavras, esses discípulos foram preparados por Cristo para serem suas testemunhas e continuarem o seu ministério na terra liderando sua Igreja. A aplicação estrita da palavra “apóstolo” tem a ver justamente com isso.

Discípulos que se tornaram apóstolos

Com exceção de Judas Iscariotes, o discípulo traidor, todos os outros discípulos se tornaram apóstolos. Então é assim que a palavra “apóstolo” é empregada em seu sentido estrito na Bíblia, designando então os onze discípulos originais e também a Matias — que foi escolhido posteriormente para compor o grupo dos Doze no lugar de Judas Iscariotes (Atos 1).

Esses homens foram escolhidos por Deus para lançarem os fundamentos da Igreja (Efésios 2:20). Ao lado deles, o Senhor também escolheu, chamou e comissionou o apóstolo Paulo que ficou conhecido como o “apóstolo dos gentios”. Então nesse sentido estrito, Paulo foi o último a ser chamado de apóstolo na Bíblia. Inclusive, o próprio Paulo sabia disso (1 Coríntios 15:8). Isso quer dizer não existem mais apóstolos no sentido estrito da palavra.
 

Aplicação prática da diferença entre discípulo e apóstolo

Então em resumo, o discípulo é um aprendiz, enquanto que o apóstolo é alguém preparado e enviado numa missão como representante de uma autoridade superior. Portanto, numa aplicação prática, antes de ser apóstolo é preciso ser discípulo. Primeiro é preciso aprender e ter o preparo adequado para desempenhar uma missão de forma apropriada.

Embora seja verdade que a Bíblia destaca o grupo daqueles que foram escolhidos pelo Senhor para serem os primeiros líderes de sua Igreja na terra como discípulos e apóstolos de um tipo que não se repete mais; também é verdade que, de forma geral, todos os cristãos somos chamados para as duas posições.

Nós somos chamados a seguir Jesus como seus fiéis discípulos; e consequentemente também somos chamados a servi-lo como seus apóstolos testemunhando diante do mundo a respeito das obras grandiosas d’Aquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1 Pedro 2:9).

 

Fonte: Extraído do site Estilo Adoração - Autor: Daniel Conegero

 

20 Frases do livro "O Pequeno Príncipe" para você se inspirar

 


O Pequeno Príncipe é um livro infanto-juvenil escrito por Antoine de Saint-Exupéry no ano de 1943, ou seja, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Apesar de ser categorizado como livro infantil, as frases do Pequeno Príncipe são profundas e carregadas de reflexões psicológicas.

O livro conta a história da amizade entre um homem adulto e frustrado, o próprio narrador. Que, um dia, acaba caindo do seu avião no meio do deserto do Saara e lá encontra o pequeno príncipe. Nasce então uma amizade entre os dois, e o pequeno príncipe acaba passando vários ensinamentos para o narrador.

Embora seja erroneamente apensa considerado um livro infantil, são muitos os Ensinamentos e as Lições para a Vida que encontradas nas entrelinhas do livro O Pequeno Príncipe.

O livro, como dito, contém muitas frases marcantes e trechos que podem ser tomados como verdadeiros ensinamentos de vida para os leitores. Nesse artigo, traremos as frases do Pequeno Príncipe que se tornaram mais marcantes e também um pouco do aprendizado que cada uma pode proporcionar. Confira abaixo:

 

1. “É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.”

Esta é uma citação do Pequeno Príncipe que reforça que a vida é feita de momentos. Momentos bons e ruins e precisamos aprender a passar por cada um deles. Pois, são os momentos difíceis que nos fortaleceram para que possamos aproveitar os bons momentos quando eles chegarem. De maneira que precisamos estar dispostos a enfrentar as dificuldades para alcançar nossos objetivos.

2. “A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar.”

O medo de sofrer ao estabelecer laços e relacionamentos, sejam eles de amizade ou amorosos, está sempre presente. Porém é preciso estar dispostos a correr riscos para que seja possível viver a vida por completo. Nunca poderemos saber se o outro vai ou não nos fazer sofrer, mas sabemos que para sermos cativados, devemos aprender a lidar com esse risco. Esta é uma das frases do Pequeno Príncipe que nos prova quanto vale a pena a beleza das relações humanas.

3. “Todas as pessoas grandes foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso.”

A seriedade da vida adulta acaba por aniquilar o pouco da essência infantil existente dentro de cada um. Essa é uma das frases do pequeno príncipe que nos incentiva a conservar esse lado criança sempre vivo dentro de nós. Ou seja, apesar da vida e responsabilidades de adultos, não devemos deixar os sonhos e a alegria da criança que há dentro de nós morrer.

4. “É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou.”

O medo de se magoar muitas vezes é paralisante. Opta-se então a não se envolver com ninguém para não correr esse risco, principalmente em relacionamentos amorosos. Isso pode gerar uma pessoa frustrada e infeliz. Cure seu coração e se permita sentir novamente! Cada ser é único no mundo, não devemos ter preconceitos.

5. “As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes.”

Como dito anteriormente, o medo pode se tornar uma barreira diante do convívio com o outro. Tal fator, pode gerar ou alimentar problemas, como a depressão, por isso, o isolamento nunca é a melhor saída. Os laços que criamos com outras pessoas podem ajudar e nos fortalecer em momentos de dificuldade.

6. “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar.”

Muitas das cobranças que fazemos podem ser exageradas não corresponder às condições do outro. Isso pode gerar frustração tanto para o que cobra e não é atendido, como para o que é cobrado e não consegue atender o que se espera dele. Esta frase do Pequeno Príncipe nos chama a atenção para o fato da necessidade de se evitar as relações interpessoais tóxicas.

7. “Quando a gente anda sempre para frente, não pode mesmo ir longe.”

A vida é cheia de altos e baixos e caminhos para serem seguidos. Quando tomamos decisões, surgem diante de nós diferentes e novas possibilidades. Portanto, é necessário arriscar novos caminhos e novas possibilidades, só assim é possível absorver conhecimento e bagagem de vida.

8. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

As relações que estabelecemos com o outro são de nossa responsabilidade. Sendo assim, é importante manter essas relações bem e saudáveis. Cultivando-as como uma flor para que as mesmas possam crescer cada dia mais. Sem dúvida, este é um dos trechos do Pequeno Príncipe mais recorrente em nossas conversas sobre o livro e de que mais nos lembramos.

9. “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”

Essa é uma das frases do pequeno príncipe que se tornou mais marcantes. É preciso enxergar além das aparências para que se veja aquilo que realmente importa. Seja para conhecer verdadeiramente alguém ou até a si mesmo.

10. “Se tu choras por ter perdido o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas.”

Os momentos difíceis existem, mas eles não podem fazer com que a vida pare. É preciso entender que esses momentos fazem parte da vida e que vão passar. Porém, para que eles passem é necessário que saibamos lidar com eles e seguir em frente.

11. “O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte”.

O amor, segundo o pequeno príncipe, é um ato de doação. A partir dessa doação o amor, então, se multiplica, ou seja, quanto mais se distribui amor, mais amor existirá para ser distribuído. A temática do amor está presente entre as mais tocantes frases do Pequeno Príncipe.

12. “O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.”

Como dito, o amor é doação. Portanto, para se amar de verdade é necessário se doar sem expectativas. Por exemplo: Uma mãe ama incondicionalmente seu filho recém-nascido sem esperar que ele a ame de volta. Ela o ama e esse sentimento lhe basta para fazê-la feliz.

13. “Não lhe direi as razões que tens para me amar, pois elas não existem. A razão do amor é o amor.”

Esta frase do Pequeno Príncipe reforça a ideia de que o amor existe apenas pelo amor. Não se pode, então, convencer alguém de que você é digno do seu amor. O amor existirá apenas por si próprio.

14. “Para enxergar claro, bastar mudar a direção do olhar.”

Quantas vezes você já tentou mudar a direção das coisas, mas focando apenas em um caminho?  Refletimos, anteriormente, que a vida é cheia de caminhos para trilhar. Sendo assim, às vezes é necessário apenas olhar para uma nova direção, tomar um novo rumo. Insistir naquilo que não está funcionando pode não ser a melhor solução.

15. Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.”

Essa citação pode ser ligada, num primeiro momento, às relações interpessoais, mas pensemos nela de modo diferente. Se entendermos a rosa como um problema, por exemplo, poderemos perceber que é a atenção e o tempo que dedicamos às coisas que dão a elas poder para nos atingir. É importante saber resolver os problemas da maneira correta e mais proveitosa para você.

16. “Para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores.”

Essa frase nos lembra do conceito de Narcisismo. O Narcisismo foi abordado pela Psicologia e se tornou um dos campos de estudos da Psicanálise. Freud escreveu o artigo “Sobre o narcisismo: Uma Introdução” totalmente dedicado a esse estudo. As frases do Pequeno Príncipe, muitas vezes, nos alertam para o fato de que o amor e a amizade só se nutrem a partir da empatia e da pureza de sentimentos.

17. “É bem mais difícil julgar a si mesmo do que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio.”

Entendemos que é muito mais simples e conveniente tapar os olhos para o nosso próprio eu. E enxergar apenas aquilo que o outro faz, quando nos disponibilizamos a prestar atenção e julgar nossas próprias atitudes, então, será possível enxergar a verdade de maneira mais ampla.

18. “O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção.”

Para o pequeno príncipe, o amor é sinônimo de companheirismo e união. Não sendo apenas o egoísmo de olhar para si mesmo ou a negligência de olhar apenas para o outro e esquecer-se de si.

19. “Só os caminhos invisíveis do amor libertam os homens.”

Pode-se fazer uma ligação dessa frase com o inconsciente. Sendo assim, é necessário que o homem conheça a si mesmo, as partes inconscientes do eu. Pois, apenas a partir desse conhecimento ele poderá alcançar o verdadeiro conhecimento sobre si, ou seja, a liberdade.

20. “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”

Por fim, temos uma das frases do pequeno príncipe que ressalta o que somos como fruto das experiências que vivemos e das relações que temos. Somos fruto daquilo que vivemos. Portanto, a cada dia, podemos crescer e aprender mais, assim  evoluiremos e amadureceremos durante a vida.

 

E você? Qual das frases do Pequeno Príncipe mais te marcou?

 

Fonte: PsicanaliseClinica.com

122 anos do nascimento de Antoine de Saint-Exupéry: saiba mais sobre a vida e obra do autor de "O Pequeno Príncipe"


 

Biografia de Antoine de Saint-Exupéry

Interessado em mecânica, estudou no colégio jesuíta de Notre-Dame, em Mans, de 1909 a 1914. Neste ano, juntamente com seu irmão François, transfere-se para o colégio dos Marianistas, na Suíça, onde permanece até 1917. Em abril de 1921, inicia o serviço militar no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo, depois de reprovado nos exames para admissão da Escola Naval.

Em 17 de junho, obtém em Rabat, para onde fora mandado, o brevê de piloto civil. Em 1922, já é piloto militar brevetado, com o posto de subtenente da reserva. Em 1926, recomendado por amigo, o Abade Sudour, é admitido na Sociedade Latécoère de Aviação, onde começa então sua carreira como piloto de linha, voando entre Toulouse, Casablanca e Dacar, na mesma equipe dos pioneiros Vacher, Mermoz, Guillaumet e outros. Foi por essa época, quando chefiou o posto de cabo Juby, no sul de Marrocos e uma colónia espanhola, que os mouros lhe deram o cognome de senhor das areias. Ficou 18 meses no Cabo Juby, durante os quais escreveu o romance Courrier sud ("Correio do Sul") e negociou com as tribos mouras a libertação de pilotos que tinham sido detidos após acidentes ou aterragens forçadas.
Monumento a Saint-Exupéry em Tarfaya (Cabo Juby), Marrocos, uma das escalas da Aéropostale

Após quase 25 meses na América do Norte, Saint-Exupéry retornou à Europa para voar com as Forças Francesas Livres e lutar com os Aliados num esquadrão do Mediterrâneo. E com 43 anos, ele era mais velho que a maioria dos homens designados para funções, e sofria de dores, devido às suas muitas fraturas. Ele foi designado com um grupo de pilotos para pilotar aviões P-38 Lightning.

A última tarefa de Saint-Exupéry foi recolher informação sobre os movimentos de tropas alemãs em torno do Vale do Ródano antes da invasão aliada do sul da França. Em 31 de julho de 1944, ele partiu de uma base aérea na Córsega e não retornou. Uma mulher relatou ter visto um acidente de avião em torno de meio-dia de 1 de agosto perto da Baía de Carqueiranne, Toulon. Um corpo não identificável ​​usando cores francesas foi encontrado vários dias depois a leste do arquipélago de Frioul, ao sul de Marselha, e enterrado em Carqueiranne em setembro.

O alemão Horst Rippert assumiu ser o autor dos tiros responsáveis pela queda do avião e disse ter lamentado a morte de Saint-Exupéry. Em 3 de novembro, em homenagem, recebeu as maiores honras do exército. Em 2004, os destroços do avião que pilotava foram achados a poucos quilômetros da costa de Marselha. Seu corpo não foi encontrado.

Em 1998, um pescador de Marselha, Jean Claude Bianco, pescou uma pulseira prateada, com o nome de Antoine de Saint Exupéry e da mulher inscritos. Luc Vanrell, arqueólogo submarino iniciou uma busca que duraria 10 anos e viria a revelar os destroços de dois aviões — um Messerschmitt do príncipe alemão zu Bentheim uns Steinfurt, e o P-38 Lightning de Saint-Exupéry. Uma parte do aparelho encontra-se hoje no Museu do Ar e do Espaço de Bourget.


Obras

As suas obras são caracterizadas por alguns elementos como a aviação e a guerra. Também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França.

Destaca-se Brasil: O Pequeno Príncipe / Portugal: O Principezinho de 1943, livro de grande sucesso de Saint-Exupéry. A obra vendeu mais de 200 milhões de exemplares em todo o mundo. O autor, no entanto, morreria um ano depois da publicação do livro e não testemunhou o seu sucesso.

Le Petit Prince pode parecer simples, porém apresenta personagens plenos de simbolismos: o rei, o contador, o geógrafo, a raposa, a rosa, o adulto solitário e a serpente, entre outros. O personagem principal vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranquilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem em busca de amigos, que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu repensar o que é realmente importante na vida.

O romance mostra uma profunda mudança de valores, e sugere ao leitor quão equivocados podem ser os nossos julgamentos, e como eles podem nos levar à solidão. O livro nos leva à reflexão sobre a maneira de nos tornarmos adultos, entregues às preocupações diárias, e esquecidos da criança que fomos e somos.


“     Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.     ”
“     A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado.     ”
“     Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.     ”


Livros

    L'Aviateur (O aviador) — 1926
    Courrier sud (Correio do Sul) — 1929
    Vol de nuit (Voo Noturno) — 1931
    Terre des hommes (Terra dos Homens) — 1939
    Pilote de guerre (Piloto de Guerra) — 1942
    Le Petit Prince (Brasil: O Pequeno Príncipe / Portugal: O Principezinho) — 1943
    Lettre à un otage (Carta a um refém) - 1943/1944
    Citadelle (Cidadela) — póstuma, 1948

 

Antoine de Saint-Exupéry – Wikipédia, a enciclopédia livre

Revolta de Filipe dos Santos (ou Revolta de Vila Rica)


 

Revolta de Filipe dos Santos

Também conhecida como Revolta de Vila Rica, este movimento nativista ocorreu no ano de 1720, na região das Minas Gerais, durante o período do Ciclo do Ouro.

A região de Minas Gerais produzia muito ouro no século XVIII. A coroa portuguesa aumentou muito a cobrança de impostos na região. O quinto, por exemplo, era cobrado sobre todo outro extraído (20% ficavam com Portugal). Esta cobrança ocorria nas Casas de Fundição.

Era proibida a circulação de ouro em pó ou em pepitas. Quem fosse pego desrespeitando as leis portuguesas era preso e recebia uma grave punição (degredo para a África era a principal).


Causa e Objetivo

Os donos das minas estavam sendo prejudicados com as novas medidas da Coroa para dificultar o contrabando do ouro em pó. A Coroa Portuguesa decidiu instalar quatro casas de fundição, onde todo ouro deveria ser fundido e transformado em barras, com o selo do Reino (nessa mesma ocasião era recolhido o imposto de cada cinco barras, uma ficava para a Coroa portuguesa).

Assim, só poderia ser comercializado o ouro em barras com o selo real, acabando com o contrabando paralelo do ouro em pó e consequentemente, com o lucro maior dos donos das minas. Então, esses últimos organizaram essa revolta para acabar com as casas de fundição, com os impostos e com o forte controle em cima do contrabando.


O líder e suas ideias

Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro (dono de tropas de mulas para transporte de mercadorias). Com seus discursos e ideias atraiu a atenção das camadas mais populares e da classe média urbana de Vila Rica. Defendia o fim das Casas de Fundição e a diminuição da fiscalização metropolitana.


A Revolta

A revolta durou quase um mês. Os revoltosos pegaram em armas e chegaram a ocupar Vila Rica. Diante da situação tensa, o governador da região, Conde de Assumar, chamou os revoltosos para negociar, solicitando que abandonassem as armas.

Após acalmar e fazer promessas aos revoltosos, o conde ordenou às tropas para que invadissem a vila. Os líderes foram presos e suas casas incendiadas. Felipe dos Santos, considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento.



Consequências da Revolta

Como consequências, a Coroa procurou limitar as vias de acesso às Minas e o escoamento da produção, visando inibir o contrabando e a evasão fiscal. Para facilitar essa tarefa, foi criada a Capitania de Minas Gerais, separada da Capitania de São Paulo.

Os revoltosos realizaram uma marcha até a sede do governo da capitania em Mariana, e como o governador Conde de Assumar não tinha como barrar a força dos donos das minas, ele prometeu que as casas de fundição não seriam instaladas e que o comércio local seria livre de impostos. Os rebeldes voltaram então para Vila Rica, de onde haviam saído. Aproveitando a trégua, o conde mandou prender os líderes do movimento, cujas casas foram incendiadas. Muitos deles foram deportados para Lisboa, mas Filipe do Santos foi condenado e executado. Assim, essa revolta não conseguiu cumprir seus objetivos e foi facilmente sufocada pelo governo.

Felipe dos Santos foi morto porque ele e sua tropa demoliram as casas de fundição.

Por seu caráter nativista e de protesto contra a política metropolitana, muitos historiadores consideram este movimento como um embrião da Inconfidência Mineira (1789).

 

Fonte: Só História

Revoltas do Período Colonial Brasileiro



As Revoltas do Período Colonial Brasileiro se dividiram entre interesses nativistas e interesses separatistas.

O Brasil foi colonizado por Portugal a partir de 1500, mas a efetiva exploração do território não começou no mesmo ano. Inicialmente, os portugueses apenas extraíam das terras brasileiras o pau-brasil que era trocado com os indígenas. Na falta de metais preciosos, que demoraram ser encontrados, esse tipo de relação de troca, chamada escambo, permaneceu por algumas décadas. A postura dos portugueses em relação ao Brasil só se alterou quando a ameaça de perder a nova terra e seus benefícios para outras nacionalidades aumentou.

Com o desenvolvimento da exploração do Brasil em sentido colonial, ou seja, tudo que era produzido em território brasileiro iria para Portugal, a metrópole e detentora dos lucros finais. Esse tipo de relação estava inserido na lógica do Mercantilismo que marcava as ligações de produção e lucro entre colônias e suas respectivas metrópoles. O modelo que possui essas características é chamado de Pacto Colonial, mas as recentes pesquisas de historiadores estão demonstrando novas abrangências sobre a rigidez desse tipo de relação comercial. Ao que parece, o Pacto Colonial não era tão rígido como se disse por muitos anos, a colônia tinha certa autonomia para negociar seus produtos e apresentar seus interesses.

De toda forma, é certo que o tipo de relação entre metrópole e colônia envolveu a prática da exploração. O objetivo das metrópoles era auferir o máximo de lucros possíveis com a produção das colônias. No Brasil, antes do ouro ser encontrado e causar grande alvoroço, a cana-de-açúcar era o principal produto produzido, na região Nordeste.

A exploração excessiva que era feita pela metrópole portuguesa teve seus reflexos de descontentamento a partir do final do século XVII. Neste, ocorreu apenas um movimento de revolta, mas foi ao longo do século XVIII que os casos se multiplicaram. Entre todos esses movimentos, podem-se distinguir duas orientações nas revoltas: a de tipo nativista e a de tipo separatista. As revoltas que se encaixam no primeiro modelo são caracterizadas por conflitos ocorridos entre os colonos ou defesa de interesses de membros da elite colonial. Somente as revoltas de tipo separatista que pregavam uma independência em relação a Portugal.

Entre as revoltas nativistas mais importantes estão: Revolta de Beckman, Guerra dos Emboabas, Guerra dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos.

São revoltas separatistas: Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana.

A Revolta dos Beckman ocorreu no ano de 1684 sob liderança dos irmãos Manuel e Tomas Beckman. O evento que se passou no Maranhão reivindicava melhorias na administração colonial, o que foi visto com maus olhos pelos portugueses que reprimiram os revoltosos violentamente. Foi a única revolta do século XVII.

A Guerra dos Emboabas foi um conflito que ocorreu entre 1708 e 1709. O confronto em Minas Gerais aconteceu porque os bandeirantes paulistas queriam ter exclusividade na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, mas levas e mais levas de portugueses chegavam à colônia para investir na exploração. A tensão culminou em conflito entre as partes.

A Guerra dos Mascates aconteceu logo em seguida, entre 1710 e 1711. O confronto em Pernambuco envolveu senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife. A elevação de Recife à categoria de vila desagradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. O embate chegou ao fim com a intervenção de Portugal e equiparação entre Recife e Olinda.

A Revolta de Filipe dos Santos aconteceu em 1720. O líder Filipe dos Santos Freire representou a insatisfação dos donos de minas de ouro em Vila Rica com a cobrança do quinto e a instalação das Casas de Fundição. A Coroa Portuguesa condenou Filipe dos Santos à morte e encerrou o movimento violentamente.

A Inconfidência Mineira, já com caráter de revolta separatista, aconteceu em 1789. A revolta dos mineiros contra a exploração dos portugueses pretendia tornar Minas Gerais independente de Portugal, mas o movimento foi descoberto antes de ser deflagrado e acabou sendo punido com rigidez pela metrópole. Tiradentes foi morto e esquartejado em praça pública para servir de exemplo aos demais do que aconteceria aos descontentes com Portugal.

A Conjuração Baiana, também separatista, ocorreu em 1798. O movimento ocorrido na Bahia pretendia separar o Brasil de Portugal e acabar com o trabalho escravo. Foi severamente punida pela Coroa Portuguesa.

Fontes:

Donato, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras. São Paulo: Ibrasa, 1987.

Hoje na História: 28 de junho de 1919 - O Tratado de Versalhes é assinado, terminando o estado de guerra entre a Alemanha e os Aliados da Primeira Guerra Mundial.

Tratado de Versalhes
 

O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial.

Após seis meses de negociações, em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de Novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos. O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente.


O Palácio de Versalhes à época da assinatura do tratado: firmado em 1919, acordo entre nações impôs à Alemanha dívidas que o país só terminou de pagar em outubro de 2010  – Foto: Domínio público via Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colônias sobre os oceanos e sobre o continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra.

A República de Weimar também aceitou reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann Muller, assinou o tratado em 28 de Junho de 1919. O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de Janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão do Nazismo.

No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das reparações que a Alemanha tinha de pagar. Em 1921, este valor foi oficialmente fixado em 33 milhões de dólares. Os encargos a comportar com este pagamento são frequentemente citados como a principal causa do fim da República de Weimar e a subida ao poder de Adolf Hitler, o que inevitavelmente levou à eclosão da Segunda Guerra Mundial apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes.


Manifestação na Alemanha contra o Tratado de Versalhes, chamado pelos alemães de “Ditado de Versalhes” – Foto: Domínio público via Wikimedia Commons

Algumas disposições do Tratado de Versalhes

  • Art. 45 – determinava que a Alemanha cederia o território do Sarre, rico em minas de carvão, por um prazo de quinze anos à França.
  • Art. 51 – estabelecia que a Alsácia e a Lorena voltariam à posse dos franceses.
  • Art. 102 – determinava que a cidade de Dantzig era considerada cidade livre e administrada pela Liga das Nações.
  • Art.119  – determinava que todas as colônias alemãs passariam às mãos dos aliados.
  • Art. 160 – estabelecia a quantidade máxima de tropas que a Alemanha poderia manter. No geral, só poderia ter 100 mil soldados voluntários.
  • Art. 168 – qualquer fabricação de armamentos deveria ter a aprovação dos aliados.
  • Art. 198 – determinava que a Alemanha não poderia ter aviação nem marinha militar.
  • Art. 231 – estabelecia o reconhecimento da culpa dos alemães pela guerra e por todas as perdas e danos dos aliados.


No dia 28 de junho de 1919, Alemanha é obrigada a assinar o Tratado de Versalhes – Foto: Domínio público via Wikimedia Commons

 

 

(Adaptado de MATTOSO, Kátia M. Queirós. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea. São Paulo: Hucitec/Edusp, 1977, p. 166-170.

Hoje na História: 28 de junho de 1914 - Assassinato do arquiduque austríaco Francisco Ferdinando e sua esposa foi o estopim da Primeira Guerra Mundial

 

Arquiduque Francisco Fernando da Áustria-Hungria e sua esposa Sofia

Em 28 de junho de 1914, um domingo, por volta de 10h45, Francisco Ferdinando e sua esposa foram mortos em Sarajevo, capital da província austro-húngara da Bósnia e Herzegovina, por Gavrilo Princip, à época com apenas 19 anos, membro da Jovem Bósnia e do grupo terrorista Mão Negra. O evento foi um dos fatores que desencadearam a Primeira Guerra Mundial.



Ferdinando e sua mulher, Sofia, deixam a Prefeitura de Sarajevo, em 28 de junho de 1914,
momentos antes do atentado que os matou.


O casal já havia sido atacado um pouco antes, quando uma granada foi atirada em seu carro. Ferdinando desviou-se do artefato e a granada explodiu atrás deles. Encolerizado, ele teria gritado às autoridades locais: "Então vocês recebem seus convidados com bombas?" Ferdinando e Sofia insistiram em visitar o hospital onde os feridos no atentado estavam sendo atendidos. Ao saírem de lá, seu motorista perdeu-se no caminho para o palácio onde estavam hospedados e, ao entrar em uma rua secundária, os ocupantes foram avistados por Princip. Quando o motorista fazia uma manobra, o jovem aproximou-se e disparou contra o casal, atingindo Sofia no abdome e Francisco Ferdinando na jugular. O arquiduque ainda estava vivo quando testemunhas chegaram para socorrê-lo, mas expirou pouco depois, dirigindo suas últimas palavras à esposa: "Não morra, querida, viva para nossos filhos". Assessores ainda tentaram abrir sua farda, mas perceberam que teriam que cortá-la com uma tesoura. Sofia morreu a caminho do hospital. Princip utilizou-se de uma 7,65 x 17 mm Browning, de potência relativamente baixa, e de uma pistola FN Model 1910 para cometer os assassinatos.


Francisco Ferdinando e sua mulher, Sofia, são levados de carro
após deixarem a Prefeitura de Sarajevo, em 28 de junho de 1914

 

Um relato detalhado do atentado foi descrito por Joachim Remak no livro Sarajevo:

“Uma bala perfurou o pescoço de Francisco Ferdinando, enquanto a outra perfurou o abdome de Sofia (...) Como o carro estava manobrando (para retornar à residência do governador), um filete de sangue escorreu da boca do arquiduque sobre a face direita do Conde Harrach (que estava no estribo do carro). Harrach usou um lenço para tentar conter o sangue. Vendo isso, a duquesa exclamou: "Pelo amor de Deus, o que aconteceu com você?" e afundou-se no assento, caindo com o rosto entre os joelhos de seu marido.”

“Harrach e Potoriek (...) acharam que ela havia desmaiado (...) só o marido parecia ter ideia do que estava acontecendo. Virando-se para a esposa, apesar da bala em seu pescoço, Francisco Ferdinando implorou: "Sopherl! Sopherl! Sterbe nicht! Bleibe am Leben für unsere Kinder!" ("Querida Sofia! Não morra! Fique viva para os nossos filhos!!!"). Dito isto, ele curvou-se para a frente. Seu chapéu de plumas (...) caiu e muitas de suas penas verdes foram encontradas em todo o assoalho do carro. O conde Harrach puxou o colarinho do uniforme do arquiduque para segurá-lo. Ele perguntou: "Leiden Eure Kaiserliche Hoheit sehr?" ("Vossa Alteza Imperial está sentindo muita dor?") "Es ist nichts..." ("Não é nada..."), disse o arquiduque com voz fraca, mas audível. Ele parecia estar a perder a consciência durante seus últimos minutos mas, com voz crescente embora fraca, repetiu esta frase, talvez, seis ou sete vezes mais.”

“Um ronco começou a brotar de sua garganta, diminuindo quando o carro parou em frente ao Konak bersibin (Câmara Municipal). Apesar dos esforços médicos, o arquiduque morreu pouco depois de ser levado para dentro do prédio, enquanto sua amada esposa morreu de hemorragia interna antes da comitiva chegar ao Konak.”

 

O terrorista sérvio Gavrilo Princip, à direita, é preso
momentos após matar a tiros Francisco Ferdinando, em Sarajevo

 

Os assassinatos, juntamente com a corrida armamentista, o imperialismo, o nacionalismo, o militarismo e o sistema de alianças contribuíram para a eclosão da Primeira Guerra Mundial, que começou menos de dois meses após a morte de Francisco Ferdinando, com a declaração de guerra da Áustria-Hungria à Sérvia. O assassinato do arquiduque é considerado a causa mais imediata da Primeira Guerra Mundial. 

 

Arquiduque Francisco Fernando, sua esposa Duquesa Sofia, e seus filhos:
Sofia de Hohenberg, Maximiliano de Hohenberg e Ernesto de Hohenberg

 


Imagens: Acervo Sue Woolmans, Reuters/JU Muzej Sarajevo e AP

Fontes: G1 e Wiki

O Assassinato do Arquiduque (Cultrix, 2014), os autores Greg King e Sue Woolmans

Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno

Região integrada de desenvolvimento é uma área análoga às regiões metropolitanas brasileiras, porém, situada em mais de uma unidade federativa.


A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno é uma região integrada de desenvolvimento econômico, criada pela Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998 e regulamentada pelo Decreto nº 2.710, de 4 de agosto de 1998, alterado pelos Decreto nº 3.445, de 4 de maio de 2000 e Decreto nº 4.700, de 20 de maio de 2003. O Decreto nº 7.469, de 5 de maio de 2011 revogou os anteriores e deu novas interpretações legais à RIDE do Distrito Federal e Entorno. A Lei Complementar nº 163, de 14 de junho de 2018, incluiu mais 12 municípios.

É constituída pelo Distrito Federal, e pelos municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Norte, Barro Alto, Cabeceiras, Cavalcante, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Flores de Goiás, Formosa, Goianésia, Luziânia, Mimoso de Goiás, Niquelândia, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, São João d’Aliança, Simolândia, Valparaíso de Goiás, Vila Boa e Vila Propício, no Estado de Goiás, e de Arinos, Buritis, Cabeceira Grande e Unaí, no Estado de Minas Gerais. Ocupa uma área de 94.570,39 quilômetros quadrados, sendo pouco maior que a Hungria e sua população é de aproximadamente 4,5 milhões de habitantes, um pouco menos que a Nova Zelândia.

No centro do território está a área mais densa, composta pelo Distrito Federal, detentor de 66% da população da RIDE do Distrito Federal e Entorno. Há uma grande área conurbada na direção sul BR-040, incluindo-se nessa região os municípios de Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental, Novo Gama e Luziânia que representam 11,7% da população da RIDE. Outros municípios bastante populosos são Águas Lindas de Goiás (margens da BR-070), Formosa (margens da BR-020), Planaltina (BR-010) e Santo Antônio do Descoberto (BR-060). Esses municípios com o Distrito Federal somam uma população de aproximadamente 4 milhões de pessoas.


Histórico

Em 1972 foi criada a região geoeconômica de Brasília através da Política de Integração Nacional (PIN). Já em 1975 é criado o Programa Especial da Região Geoeconômica de Brasília (PERGEB) com cinco áreas de aplicação de recursos: eixo Ceres-Anápolis, área da BR-040/050, área de mineração, área do Paranã e área de Paracatu.

Em 1979, é criada a Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB) pelos próprios municípios para coordenar ações e medidas comuns, promover a cooperação intermunicipal e intergovernamental, prestar assessoria administrativa, financeira, tributária e de planejamento aos municípios, promover estudos regionais, representar os municípios e realizar promoção social.

A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno foi criada com a Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998, e composta pelo Distrito Federal, por 19 municípios do estado de Goiás e 2 do estado de Minas Gerais. Com a publicação da lei complementar nº 163, de 14 de junho de 2018, foram incorporados mais 12 municípios, 10 goianos e 2 mineiros.

Em 2009, é recriada a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) pela Lei Complementar nº 129 e em 4 maio de 2011, com o Decreto Presidencial nº 7.471, a Sudeco volta a existir. A administração da RIDE passa a ser realizada por essa autarquia.

 

Economia

Em 2015 a RIDE do Distrito Federal e Entorno teve um produto interno bruto de R$ 239,8 Bilhões, dados do IBGE/2015. Pode-se dizer que é a terceira região mais rica do Brasil, ainda que a região não siga os mesmo parâmetros técnicos de organização espacial de outras regiões do país. Não é uma região metropolitana, nem mesorregião, tampouco pode ser classificada como uma microrregião, quando na verdade é composta por vinte municípios da Microrregião do Entorno do Distrito Federal, três municípios da Microrregião da Chapada dos Veadeiros, três municípios da Microrregião do Vão do Paranã, dois municípios da Microrregião de Ceres e um município da Microrregião de Porangatu, microrregiões do estado de Goiás, de quatro municípios da Microrregião de Unaí, no estado de Minas Gerais e do próprio Distrito Federal. Somente o Distrito Federal, independentemente dos municípios que compõem essa RIDE, só tem PIB menor que a Mesorregião Metropolitana de São Paulo e a Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro.

O Distrito Federal concentra 89,90% do PIB, sobretudo no setor de serviços, mas tem participação expressiva também nos demais setores, apresentando o 10° maior PIB industrial e o 16° maior PIB agropecuário entre os municípios brasileiros segundo dados do IBGE/2015

 

Agropecuária

Em 2015 Cristalina teve um PIB agropecuário de R$ 726 milhões, o 13º maior PIB agropecuário entre os municípios brasileiros, e representando 18,03% do PIB Agropecuário da RIDE e com 41,02% do PIB Municipal desse setor, predominando a cultura de soja e milho. O Distrito Federal de R$ 627 milhões, representando 15,57% do PIB Agropecuário da RIDE, mas apenas 0,34% do PIB Distrital desse setor, e Unaí de R$ 517 milhões com 12,83% do PIB Agropecuário da RIDE e 23,30% do PIB Municipal desse setor, segundo dados do IBGE/2015,[3] Luziânia e Buritis também apresentam valores significativos, com 7,30% e 5,27% do PIB Agropecuário da RIDE, respectivamente.

 

Indústria

Em 2015 o Distrito Federal teve um PIB Industrial de quase R$ 10 bilhões, correspondendo a 71,32% de todo o PIB Industrial da RIDE e 5,37% do PIB Distrital, segundo dados do IBGE/2015[3]. A grande força industrial da região é a construção civil. Esse nicho corresponde a 56,6% do setor industrial IBGE/2008.

Luziânia é o principal município do entorno que tem um parque industrial de destaque, sobretudo devido à indústria de alimentos. Em 2015 teve movimentação industrial de aproximadamente R$ 892 milhões, correspondendo a 6,36% do PIB Industrial da RIDE e 29,13% do PIB Municipal, segundo dados do IBGE/2015.

Com a inclusão de Barro Alto, Cavalcante e Niquelândia, a RIDE do Distrito Federal e Entorno incorporou importantes polos de indústria extrativa. Niquelândia contribui com 3,22% do PIB Industrial da RIDE, logo após o Distrito Federal e Luziânia, e 39,83% do PIB Municipal é devido à indústria.

Com relação ao perfil industrial, os municípios de Barro Alto, com 66,28% do PIB Municipal devido ao setor industrial e predomínio da indústria extrativa do níquel, Cavalcante, com 66,28% do PIB Municipal devido ao setor industrial, também indústria extrativa e Cabeceira Grande, com 45,73% do PIB Municipal devido ao setor industrial são os que apresentam maior proporção, seguidos de Niquelândia.
 

Serviços

O setor de serviços no Distrito Federal responde por 94,30% do PIB Distrital, com R$ 175,7 bilhões, sendo R$ 83,3 bilhões referentes a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social e o restante, R$ 92,4 bilhões. Com relação à totalidade da RIDE, o Distrito Federal responde por 92,22% de todo o PIB de serviços da RIDE, logo em seguida, vêm Luziânia, com 0,98% e Valparaíso de Goiás, com 0,89%.

A Administração Pública tem grande peso na formação do Produto Interno Bruto do Distrito Federal, 44,7% do PIB em 2015, e por vezes promove um falso julgamento de que toda a economia do Distrito Federal se resume a esse nicho. Na verdade, no Distrito Federal o setor público funciona como estímulo e outros serviços se desenvolveram fortemente, destacando-se serviços financeiros, serviços de informação, atividades imobiliárias, serviços prestados a empresas e comércio de uma forma geral, que em 2015 chegaram a 49,6% do PIB conforme dados do IBGE/2015. Na realidade, o integrante da RIDE em que o setor público possui maior peso na formação do PIB Municipal é Santo Antônio do Descoberto, com 47,31% e, em seguida, o Distrito Federal, com 44,7%.

Os municípios da RIDE em que o peso relativo do setor de serviços na formação do PIB Municipal supera os 90% são Novo Gama, com 91,18%, Santo Antônio do Descoberto, com 90,60%, e Águas Lindas de Goiás, com 90,11%. No entanto, Valparaíso de Goiás é o que possui maior peso relativo do setor de serviços excluídos administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, com 59,65% do PIB Municipal.
 

Comércio Exterior

Com a inclusão do município de Barro Alto, esse se tornou o maior Exportador da RIDE do Distrito Federal e Entorno, ocupando em 2017 a 133ª posição no Ranking Nacional de acordo com publicação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, totalizando US$ 309,18 milhões de dólares em 2017. O principal produto exportado foi ferro-ligas, com 100% de participação nas exportações, principalmente para a China, com 35% das exportações, seguidos da Holanda, com 15% e dos Estados Unidos, com 10%.

Luziânia destaca-se também como grande exportador, ocupando em 2017 a 161ª posição no Ranking Nacional, totalizando US$ 246,73 milhões de dólares em 2017. Os principais produtos exportados foram a soja, 83%, e o milho, 8,4%, principalmente para a China com 51% das exportações.

Em terceiro lugar vem Unaí, ocupando em 2017 a 213ª posição, totalizando US$ 172,85 milhões de dólares. O principal produto exportado foi a soja com 98%, principalmente para a China com 84% das exportações.
 

Expansão Imobiliária

Os altos preços de moradia no Distrito Federal levaram à valorização das terras das áreas do entorno e geraram um processo especulativo de investimentos imobiliários. Municípios mais acessíveis pelas rodovias foram os mais afetados, como Luziânia e seus municípios que foram desmembrados, Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama, Valparaíso de Goiás e Cidade Ocidental. Já o município de Águas Lindas de Goiás cresceu ao longo da BR-070. O mesmo processo se deu em Planaltina e Formosa.
 

Investimentos

O primeiro projeto industrial de larga escala na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e do Entorno foi elaborado em 2017 pela Sudeco para a construção de uma fábrica de cimento no município de Formosa, no valor de R$ 270 milhões. Estima-se que obra possa gerar até 2 mil empregos diretos e indiretos no período de instalação.

 

Fonte: Wiki

Sociologia: Auguste Comte na prova de Ciências Humanas do ENEM


Nascido em Montpellier, na França, em 1798, Auguste Comte desenvolveu sua filosofia e seus estudos sociais no contexto pós Revolução Francesa, pós primeira fase da Revolução Industrial e no contexto de surgimento da Ciência Moderna.

Auguste Comte considerava a estrutura social do momento em que vivia marcada pela desordem. O pensador afirmava que a sociedade encontrava-se em ebulição e em completo caos. Para que o estado de confusão e desordem acabasse, Comte defendia que era necessário estudar essa nova sociedade a partir do uso de fundamentos da razão.

Comte propôs um modelo racional para colaborar com a mudança no pensamento social e, a partir daí, criou a Filosofia Positiva. Por pensar em um novo modelo de observação e interpretação das relações sociais, Auguste Comte é considerado um dos precursores da Sociologia e seus trabalhos sobre a nova ordem social influenciaram a obra do sociólogo Èmile Durkheim.


Comte e o positivismo

A filosofia positivista adota critérios racionais, históricos e sistemáticos para entender as transformações sociais. Sendo assim, o uso exclusivo de elementos religiosos e naturais deve ser descartado por aqueles que desejam pensar a nova sociedade pós Revolução Francesa. A partir desse novo modelo de pensamento é possível, então, propor mudanças que gerem a ordem e coesão social.

A nova ciência fundada por Comte, primeiramente chamada de física social, posteriormente Sociologia, propõe o uso de observação, experimentação, estudos, comparação e de classificação a partir de métodos. Com isso, busca estabelecer que os fenômenos sociais devem ser explicados em termos sociais e não exclusivamente naturais e religiosos.

Pode-se afirmar que o modelo positivista de análise social busca conhecer para prever, prever para prover. O conhecimento racional positivista procura conhecer a realidade social para, com isso, prever acontecimentos gerados a partir da ação social do homem e, então, apresentar possíveis soluções racionais.

De acordo com Comte, a sociologia tem como um de seus objetivos a reconciliação entre pontos estáticos e dinâmicos na sociedade, e isso é caracterizado pela relação entre a ordem e o progresso.

O progresso está sempre subordinado à ordem, ou seja: para que exista progresso é preciso existir a ordem. O progresso é objetivo a ser atingido, sem que exista a necessidade de desordenar e abalar o sistema social.

O pensamento positivista de Comte influenciou o pensamento dos republicanos no Brasil e foi usado, inclusive, na bandeira nacional que contém a frase “Ordem e Progresso”.


Lei dos três estados de Comte

Com base nas ideias positivistas, Comte criou e fundamentou as três Leis dos estados. O autor afirmava que as sociedades passariam por três estados de pensamento, com algumas características fortes e dominantes.

Os três estados são: o teológico, o metafísico e o positivo.


Estado teológico

Os fenômenos sociais são explicados através de ações divinas. O estado teológico subdivide-se em três fases:

  • Animismo ou fetichismo: dar a seres naturais as mesmas características humanas;
  • Politeísmo: a vontade de vários deuses determina o acontecimento de todas as coisas no mundo;
  • Monoteísmo: a vontade de apenas um deus determina e controla todos os acontecimentos.



Estado Metafísico

Os acontecimentos são explicados a partir de abstrações teóricas. O estado metafísico é o intermediário entre o pensamento teológico e o pensamento positivista.


Estado Positivo

Estado científico, onde as explicações e pensamentos são elaborados com base na razão. Neste estado, os acontecimentos dependem somente da ação racional e evolução mental da racionalidade humana.

A partir do desenvolvimento da teoria dos três estados, Comte eleva a sociologia à categoria de evolução máxima entre as ciências, pois a considera a ciência do todo sobre os elementos e, portanto, a mais evoluída porque tem como objeto o homem e as relações que este estabelece.

 

Fonte: Manual do Enem

África

A África é um grande continente, com pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados. É cercada pelos oceanos Atlântico no oeste e Índico no leste, também é banhada pelos mares Mediterrâneo no norte e o mar Vermelho no nordeste.

É o único continente do mundo cortado por três importantes paralelos, o Equador e os trópicos de Câncer e de Capricórnio, apresentando grande diversidade climática e botânica. Seu extenso litoral, com mais de 27 mil quilômetros, é muito regular, com poucos recortes e ilhas.

A base geológica do relevo africano é muito antiga, o que explica as pequenas altitudes, é um dos mais baixos continentes do mundo, com uma altitude média de cerca de 350 metros. Predominam os planaltos. A hidrografia do continente é pobre, devido à presença de extensas áreas com climas áridos e semi-áridos. Destacam-se poucos rios de grandes extensões, dentre eles o Nilo é o mais importante, há numerosos rios temporários nas regiões áridas.

O clima do continente é bem diversificado e é determinado principalmente pelas baixas altitudes e pela predominância de baixas latitudes, as médias térmicas mantêm-se elevadas durante todo o ano, exceto nos extremos norte e sul, e nos picos das mais elevadas montanhas. Algumas correntes marítimas interferem no clima das áreas litorâneas.

Costuma-se dizer que a vegetação africana é um espelho do clima, já que as paisagens organizam-se e distribuem-se pelo espaço geográfico de forma muito parecida com os tipos climáticos. Partindo do Equador, encontramos a floresta equatorial, que ocupa a parte central do continente, é uma formação densa e diversificada, sempre verde, semelhante à Amazônia brasileira. Em seguida, vêm as savanas, compostas por arbustos e árvores de pequeno porte, as estepes ficam entre savanas e os desertos, são constituídas essencialmente por gramíneas e arbustos ressecados. Nos desertos, pode haver oásis onde se desenvolvem palmáceas, arbustos e gramíneas, e por último nos extremos do continente, há maquis e garrigues, são formadas por plantas xerófilas, gramíneas e arbustos.

O continente africano enfrenta alguns problemas ambientais, agravados pelo crescimento da população, pelo alto grau de pobreza e pela urbanização acelerada, o problema que mais se destaca é a escassez de água causada pela grande extensão de áreas com climas áridos e pela pobreza da hidrografia. Em quase todo continente africano é difícil obter água potável, isso é observado em locais de muita pobreza, aspecto que caracteriza quase todo o continente, em geral, a população tem acesso a água sem tratamento, mesmo nas grandes cidades, o que contribui para a disseminação de doenças.

Outro grave problema ambiental é o uso de técnicas agrícolas ultrapassadas, como as queimadas. A maior parte da população da África que pratica a pecuária e a agricultura de subsistência usam as queimadas para limpar os terrenos antes de plantar. Alem de destruírem os nutrientes do solo e seus microrganismos, as queimadas o ressacam, retirando sua umidade natural.

Fonte: InfoEscola