Construção
Foi no século passado, mais precisamente no ano de 1823, que se falou pela primeira vez em Brasília, uma nova capital para o Brasil situada no centro da país. O autor da mesma? José Bonifácio, um revolucionário inconfidente.
Cinquenta anos depois, 1983, Dom Bosco, santo italiano fundador da ordem dos salesianos da Igreja Católica, sonhou com uma depressão larga e comprida entre os paralelos 15° e 20° a partir das margens de um lago - "Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai largo que partiva di un punto che formava un lago. Allora una voce disse ripetutamente, quando si verrano a scavare le miniere nascoste in mezzo a questi monti di quel seno apparirà quila terra promessa fluente latte e miele, sarà una ricchezza inconcepibilie"(Memorie Biografiche, XVI, 385-394).
Décadas depois, o governo de um homem a frente de seu tempo, trouxe à tona essa possibilidade e inúmeras foram as discussões acerca de tamanha mudança, histórica, política, econômica e social, para o Brasil. Até que em 15 de março de 1956, decidiu o presidente Juscelino Kubitschek, construir a nova Capital Federal – Brasília.
Em setembro do mesmo ano o Congresso aprovou, por unanimidade a Lei n° 2.874, e foi lançado o edital do concurso do Plano Piloto, no mês seguinte foram iniciadas as obras da residência oficial provisória do presidente, o atual Catetinho, concluída em apenas nove dias.
O vencedor do concurso foi o urbanista Lúcio Costa, que aproveitou o relevo da região e adequou todo o projeto ao já existente projeto do Lago Paranoá que foi elaborado pela Missão Cruls em 1893.
"Sobrevoando o Planalto é que se tinha uma visão de conjunto dos trabalhos que ali estavam sendo realizados. Caminhões iam e vinham, levando ou trazendo material de construção. Tratores, às dezenas, revolviam a terra, abrindo clareiras no cerrado. Estacas eram fincadas, para ereção dos andaimes que emprestavam à paisagem o aspecto de um gigantesco canteiro de obras. Aqui e ali, já se viam as torres metálicas das estações de telecomunicações, através das quais centenas de mensagens eram enviadas, pedindo cimento, cobrando remessas de material elétrico, exigindo jipes, caixas-d'água, tambores de gasolina, gêneros enlatados, peças de veículos.
Era um mundo que despertava no cerrado, ressoante de sons metálicos e estuante de energia humana. Os guinchos bracejavam junto aos andaimes, erguendo pedras e assentando vigas. Crateras eram abertas por toda parte, e, por elas, desapareciam toneladas de concreto. Martelos batiam, sirenas soavam, motores roncavam, enchendo o chapadão de ruídos estranhos. Ao longo das estradas de chão, ainda vermelhas da terra recém-cortada, enfileiravam-se as armações de pinho que iriam receber ou já haviam recebido os vergalhões de ferro que dariam consistência às vigas de cimento armado. Por toda parte, homens trabalhando, engenheiros consultando plantas, veículos despejando material" disse JK.
O primeiro prefeito de Brasília, nomeado quatro dias de sua inauguração, foi Israel Pinheiro. Ele prometeu que se Dom Bosco, santo, o ajudasse a construir Brasília em dois anos faria uma homenagem à ele, com uma capela. E construiu com o primeiro material de construção chegado à nova terra a Ermida Dom Bosco, localizada exatamente sobre o paralelo 15°.
A terceira capital do Brasil foi inaugurada em 21 de abril de 1960, por JK, que revolucionou a história do Brasil transferindo para o Centro-Oeste, gradativamente, toda a administração federal e as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais.
Brasília ganhou seu primeiro governador, Hélio Prates, em 1987, quando conquistou sua autonomia política e declarada pela Unesco “Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade”.
Fonte: brasilia50anos.com
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