O Período Pré-Homérico representa o período no qual ocorreram as invasões dos povos indo-europeus na ilha de Creta e na região da Hélade. A miscigenação com a cultura da Civilização Minóica denota a fase relativamente pacífica da invasão dos novos povos e mais tarde uma violenta invasão geraria a Primeira Diáspora Grega.
Durante muitos anos se estabeleceu na ilha de Creta a civilização minóica, caracterizada pelo comércio em grande quantidade que realizava no Mar Egeu. Entretanto três momentos de invasão ocorreram na ilha e na região continental da Grécia, mudando os hábitos, a cultura em geral e principalmente o povo dominante. Todo este período de invasões e constituição de uma nova cultura marca uma fase prematura da história da Grécia Antiga chamada de Período Pré-Homérico.
O primeiro povo a invadir a ilha de Creta neste período foram os aqueus. Em torno de 1400 a.C. os aqueus dominaram a cidade de Knossos, a mais importante da civilização minóica, desarticularam a cultura existente e fundaram a cidade de Micenas. Entretanto a cultura cretense não foi extinta, foi incorporada em grande parte. A novo civilização que se estabelecia na ilha de Creta carregava uma cultura creto-micênica. Os aqueus se aproveitaram da hegemonia dos cretenses no Mar Egeu para conquistar um grande comércio e as colônias criadas anteriormente pelos minóicos. A cidade de Micenas se tornou o principal centro político, econômico e cultural dos aqueus. Estes se desenvolveram e fundaram, através da sedentarização, os núcleos urbanos de Tirinto e Argos. O poderio externo aumentou quando conquistaram a cidade de Tróia em 1150 a.C., possibilitando o acesso às terras do litoral do Mar Negro.
O segundo grupo que ocupou as terras da Antiga Grécia era formado por jônios e eólios, os quais se integraram pacificamente aos aqueus. Todos os grupos interagiam e se expandiam pela Ásia através da sociedade Micênica que estava estabelecida na ilha de Creta. O último grupo ocupou a Grécia foi o dos dórios, os quais invadiram com extrema violência. Durante o século XII a.C. os dórios invadiram e destruíram os centros urbanos da Hélade. O novo grupo estava habituado com o manuseio de armamentos feitos com metal e tinha uma tradição ligada à militarização, o ataque desses indo-europeus recém chegados forçou a população da Grécia Continental a migrar para sobreviver, os fugitivos se dirigiram para o interior do continente, a Ásia Menor e outras regiões do Mar Mediterrâneo. Este processo praticamente encerrou a cultura micênica, mas acabou favorecendo na formação de colônias gregas em outros territórios. A dispersão populacional e a colonização ocorrida nessa fase é chamada de Primeira Diáspora Grega.
A nova circunstância criou uma nova realidade no mundo grego, todo o grande comércio que havia se estabelecido nos séculos anteriores e a estruturação dos núcleos urbanos foram alterados. A população começou a viver baseando-se em pequenos grupos familiares que viviam da agricultura de subsistência, o sofisticado artesanato que havia sido desenvolvido cedeu espaço para peças mais simples e funcionais. Consequentemente a política deixou de ser centralizada como outrora e passou a ser exercida localmente pelos chefes familiares. No âmbito cultural, a consequência foi a simplificação dos ritos funerários.
Fonte: InfoEscola
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