Copa do Mundo 1986 - México

ESCOLHA DA SEDE 
A Colômbia foi a escolhida para sediar a Copa do Mundo de 1986. Mas desistiu. O presidente do país, Belisario Betancur, não aceitou todas as exigência da Fifa. E comunicou que o país abria mão de receber o torneio. México, Estados Unidos, Brasil, Canadá e Peru se candidataram como nações capazes de manter o desejo da entidade de ter uma sede no continente americano. O México, sede do Mundial de 16 anos antes, levou a melhor - em grande parte por já ter uma base estrutural para receber os jogos. 

OS ESTÁDIOS 
O México só construiu um estádio para a Copa - o La Corregidora, em Querétaro. Todos os demais estavam prontos. Doze campos receberam os jogos do Mundial em dez diferentes cidades. Monterrey e Cidade do México forneceram dois estádios.

AS ELIMINATÓRIAS 
A Holanda foi uma ausência bastante sentida no Mundial, por sua tradição e pelo ótimo futebol apresentado na década anterior. Por outro lado, todos os campeões mundiais se classificaram. Três países foram a uma Copa pela primeira vez: Canadá, Iraque e Dinamarca.

O MASCOTE 
Mascote Copa do Mundo 1986 - Pique (Foto: Reprodução)
Pique, mascote de 1986 (Foto: Reprodução)
Uma pimenta vestida de sombreiro foi a base de Pique, um dos mascotes mas curiosos da história das Copas. 

O CAMPEÃO 
Uma campanha quase impecável e a genialidade de Diego Armando Maradona deram à Argentina um título difícil de ser contestado. Foram seis jogos, com cinco vitórias e apenas um empate. Na primeira fase, o time de Carlos Bilardo bateu Coreia do Sul (3 a 1) e Bulgária (2 a 0) e empatou com a Itália (1 a 1). Depois, eliminou Uruguai (1 a 0), Inglaterra (2 a 1) e Bélgica (2 a 0) até chegar à final e superar a Alemanha (3 a 2). 

Maradona bola Copa do Mundo 1986 (Foto: Getty Images)
Maradona em lance emblemático contra a Inglaterra, no famoso gol da "Mão de Deus" (Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO 
A Inglaterra teve um prêmio de consolação em uma Copa marcada pela derrota para a Argentina: Gary Lineker foi o artilheiro, com seis gols. Três deles foram anotados no mesmo jogo, a vitória de 3 a 0 sobre a Polônia na primeira fase. Outros dois saíram nas oitavas de final, em novo triunfo de 3 a 0, desta vez sobre o Paraguai. Por fim, ele fez o gol de honra da eliminação para a Argentina, nas quartas de final, com derrota por 2 a 1. 

O CRAQUE 
Poucas Copas, talvez nenhuma, tiveram um craque tão exponencial, tão superior. Diego Armando Maradona não deixou pedra sobre pedra no Mundial. Cerebral, no auge da forma física, comandou a equipe, explodiu sua genialidade nos momentos mais decisivos e ainda fez gols. Foram cinco, incluindo os dois da histórica vitória sobre a Inglaterra nas quartas de final - o da "Mão de Deus" e aquele que é considerado o mais bonito da história dos Mundiais, no qual ele sai driblando desde o meio do campo. Também fez dois nas semifinais, contra a Bélgica. 

A SELEÇÃO BRASILEIRA 
A talentosa seleção brasileira de 1986 passou incólume pela primeira fase, com três vitórias em três jogos: 1 a 0 sobre a Espanha (gol de Sócrates), 1 a 0 sobre a Argélia (gol de Careca) e 3 a 0 na Irlanda do Norte (dois gols de Careca e um de Josimar). Nas oitavas de final, o Brasil atropelou a Polônia: 4 a 0, gols de Sócrates, Josimar, Edinho e Careca. Nas quartas, porém, a seleção treinada por Telê Santana caiu nos pênaltis para a França. No tempo normal, houve empate por 1 a 1. Careca fez o gol para o Brasil, Platini marcou para a França e zico desperdiçou uma penalidade. Nas cobranças finais, os europeus ganharam por 4 a 3. Sócrates e Júlio César erraram suas batidas. 


A DECEPÇÃO 
Uma das equipes que mais encantaram na Copa também foi aquela que mais decepcionou ao viver uma hecatombe nas oitavas de final. A Dinamarca, apelidada de Dinamáquina, arrasou seus adversários na primeira fase. Fez 6 a 1 no Uruguai, bateu a forte Alemanha por 2 a 0 e também superou a Escócia - 1 a 0. Naturalmente, criou-se até expectativa de título para a seleção nórdica. Pois veio o mata-mata, e a Dinamarca entrou em parafuso. Levou 5 a 1 da Espanha, de virada, e foi eliminada da competição. 

PARA A HISTÓRIA 
O duelo entre Argentina e Inglaterra, nas quartas de final da Copa de 1986, é mais lembrada do que boa parte das finais de Mundiais. Foi um encontro que transcendeu o futebol. Ali estavam duas nações que se tornaram inimigas depois da Guerra das Malvinas. O orgulho argentino estava ferido. E lá foi Maradona vingar seu povo, naquela que talvez seja a atuação mais emblemática de um atleta em todas as Copas. O camisa 10 fez dois gols: um de mão, naquilo que chamou de "Mão de Deus", e outro driblando metade do time da Inglaterra, partindo com a bola da metade do campo. A atuação, com posterior conquista do título, deu a Maradona a devoção eterna de seu povo. Virou Deus, ou D10S. 

A DECISÃO 
A Argentina chegou à final com evidente favoritismo, especialmente por causa de Maradona, mas pairava o alerta de que a Alemanha, com sua organização, poderia complicar. Os sul-americanos logo começaram a comprovar seu maior talento e abriram 2 a 0, gols de Brown e Valdano. Mas os germânicos reagiram e conseguiram empatar a partida com gols de Rummenigge e Völler. E aí Maradona desequilibrou ao encontrar uma assistência rara para Burruchaga fazer o gol do título. 

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