Copa do Mundo 1990 - Itália

ESCOLHA DA SEDE 
A União Soviética era a principal concorrente da Itália na briga pela Copa de 90. Mas a escolha da sede ocorreu poucos dias depois da decisão do bloco comunista de não participar das Olimpíadas de 1984, em Los Angeles. Como outros candidatos fortes já haviam abandonado a candidatura - casos de Alemanha, França e Inglaterra -, a Itália ficou com o caminho quase livre. Recebeu 11 votos, contra cinco da União Soviética. 

OS ESTÁDIOS 
A Copa do Mundo de 1990 foi distribuída em 12 cidades. Apenas dois deles foram construídos para a Copa: o Delle Alpi, em Turim, e o San Nicola, em Bari.

AS ELIMINATÓRIAS 
Três seleções foram pela primeira vez a um Mundial em 1990: Costa Rica, Irlanda e Emirados Árabes. Outras três, por divisões territoriais e mudanças políticas, se despediram das Copas na Itália: Tchecoslováquia (que seria desmembrada), Alemanha Ocidental (que voltaria a se unir com a Oriental, ausente em 90) e União Soviética. O Chile, punido pela Fifa depois de o goleiro Rojas simular ser atingido por um foguete no Maracanã, foi proibido de disputar o Mundial. Das principais seleções, a maior ausência foi a França, semifinalista quatro anos antes. 

O MASCOTE 
Mascote 1990 (Foto: Reprodução)
Ciao, o mascote de 1990 (Foto: Reprodução)
Um boneco feito com pequenas divisões retangulares e uma bola na cabeça, chamado, Ciao, pintado com as cores da bandeira da Itália, foi o mascote da Copa de 1990. 

O CAMPEÃO 
a participação como nação dividida, a Alemanha, com seu time ocidental, conquistou a Copa do Mundo de 1990. Foi uma equipe lendária, sustentada por craques como Matthaus, Völler e Klinsmann e treinada por Franz Beckenbauer. Em um torneio de baixo nível técnico, os alemães tiveram campanha sólida, de vitórias precisas, sem grande brilho. Na primeira fase, golearam a Iugoslávia (4 a 1) e os Emirados Árabes (5 a 1) e empataram com a Colômbia (1 a 1). Depois, passaram pela Holanda (2 a 1), pela Tchecoslováquia (1 a 0) e pela Inglaterra (4 a 3 nos pênaltis, após empate por 1 a 1). Na final, bateram a Argentina por 1 a 0. 

Andreas Brehme bola da copa do mundo 1990 (Foto: Getty Images)
Andreas Brehme bate o pênalti que dá à Alemanha o título mundial de 1990 (Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO 
O italiano Salvatore Schilacci, o Totó Schilacci, foi o goleador da Copa do Mundo de 90, com seis gols. Dois saíram na primeira fase, nas vitórias de 1 a 0 sobre a Áustria e de 2 a 0 sobre a Tchecoslováquia. Os outros quatro aconteceram na etapa final do torneio: um nas oitavas de final, diante do Uruguai (vitória de 2 a 0), um nas quartas, frente à Irlanda (vitória de 1 a 0), um nas semifinais, contra a Argentina (empate por 1 a 1, seguido de derrota por 4 a 3 nos pênaltis) e outro na disputa do terceiro lugar, em duelo com a Inglaterra (vitória de 2 a 1).

O CRAQUE 
Schilacci também levou o prêmio da Fifa de melhor jogador do torneio, em decisão, como de costume, controversa. Para muitos, o símbolo máximo daquela Alemanha campeã, Lothar Matthäus, merecia a distinção. O jogador acabou com o segundo lugar na disputa individual, e Maradona foi o terceiro. 

A DECEPÇÃO 
O Brasil encantou em 1982, mostrou bom futebol também em 1986, mas não conseguiu ser campeão em nenhum dos dois Mundiais. A esperança foi renovada para 1990, especialmente depois da conquista da Copa América. Mas a Seleção acabou decepcionando. Com um futebol pobre e vitórias burocráticas, alcançou as oitavas de final, onde teve sua melhor atuação contra a Argentina, mas foi eliminado com derrota por 1 a 0 - em passe de Maradona para Caniggia. Na primeira fase, o time treinado por Sebastião Lazaroni, formado no esquema 3-5-2, bateu Suécia (2 a 1), Costa Rica (1 a 0) e Escócia (1 a 0). 

PARA A HISTÓRIA 
Camarões encantou com um futebol ofensivo, rápido, vistoso. Conforme foi avançando no torneio, passou a ganhar mais e mais simpatia dos torcedores mundo afora. Nas oitavas de final, a seleção africana passou pela Colômbia em um jogo que entrou para o folclore dos Mundiais, com gol de Roger Milla após falha grosseira do goleiro Higuita, autoconfiante em excesso ao tentar driblar o adversário fora da área. Com a vitória, Camarões ganhou o direito de enfrentar a Inglaterra nas quartas, naquele que talvez tenha sido o jogo mais marcante da Copa de 90. Platt abriu o placar para os britânicos, mas os africanos viraram em cinco minutos no segundo tempo. Parecia aberto o caminho para as semifinais. Mas a Inglaterra devolveu a virada. E com dois gols de pênalti, ambos de Lineker.

DECISÃO 
Alemanha e Argentina chegaram à decisão. Foi um jogo parelho, sem grande brilho técnico - em uma espécie de resumo do que foi o Mundial. O ponto de desequilíbrio acabou sendo o pênalti de Sensini em Völler, em lance duvidoso. O normal seria Matthäus cobrar, mas o capitão tinha um corte no pé. Brehme assumiu a responsabilidade de encarar o goleiro Goycochea, notável pegador de pênaltis. Bateu forte, no canto do adversário, e tornou a Alemanha tricampeã mundial. 

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