Copa do Mundo 1994 - Estados Unidos

ESCOLHA DA SEDE 
Os Estados Unidos concorreram com Brasil e Marrocos pelo direito de sediar a Copa. O anúncio do vencedor da disputa aconteceu em 1988, em 4 de julho, data da independência americana, em um prenúncio de qual país levaria a melhor. A potência econômica teve o desafio de lotar seus estádios em um torneio que, inicialmente, poderia não seduzir a população local, dada a baixa popularidade do esporte bretão por lá. Mas os estádios ficaram lotados, e a Copa de 94 acabou sendo um sucesso em organização e presença de público. 

OS ESTÁDIOS 
A Copa do Mundo de 1994 teve nove estádios, todos construídos há décadas, em nove cidades diferentes. O principal foi o Rose Bowl, palco da final, em Pasadena, na Califórnia.

AS ELIMINATÓRIAS 
Dois campeões mundiais, o Uruguai e a Inglaterra, não conseguiram classificação para a Copa do Mundo. A França, que venceria em 98, também ficou fora. E outros tiveram trabalho para chegar lá - caso da Argentina, que precisou ir à repescagem contra o Paraguai, e do Brasil, que só se classificou no último jogo, com a histórica vitória de 2 a 0 sobre o Uruguai no Maracanã - dois gols de Romário. O Chile não teve o direito de disputar as eliminatórias como punição pela simulação do goleiro Rojas, que fingiu ter sido atingido por um foguete no Maracanã em 1989. A Iugoslávia, em guerra contra a Bósnia, também foi impedida de disputar o Mundial. 


O MASCOTE
Mascote 1994 (Foto: Reprodução)
Striker, o mascote de 1994 (Foto: Reprodução)

Striker, um cão sorridente, vestido com as cores da bandeira americana, foi o mascote da Copa de 1994, mas acabou não fazendo muito sucesso. Criado pela Warner, foi criticado por ser óbvio mas ganhou elogios por sua simplicidade. A ideia era que o cão-jogador representasse o esforço e a autossuperação do povo americano.

O CAMPEÃO 

O Brasil voltou a ser campeão mundial 24 anos depois do tricampeonato. Com um time sólido na marcação e fortalecido por uma dupla de ataque rara, com Bebeto e Romário, a Seleção superou a enorme desconfiança que a cercava e, pouco a pouco, ganhou corpo na briga pelo título. Teve grandes momentos, como a vitória de 3 a 2 sobre a Holanda nas quartas de final e a batalha final nos pênaltis contra a Itália. 

Copa do Mundo 1994 - Dunga  (Foto: Agência AP )
Jogadores do Brasil dão a volta olímpica após a conquista da Copa do Mundo de 1994 (Foto: Agência AP )


O ARTILHEIRO 
Dois jogadores dividiram a artilharia, cada um com seis gols: o búlgaro Hristo Stoichkov e o russo Oleg Salenko. A diferença é que o primeiro distribuiu sua marca ao longo do torneio, ajudando sua seleção a ir longe, ao passo que o segundo concentrou quase todos em uma mesma partida. Salenko marcou cinco vezes na goleada de 6 a 1 da Rússia sobre Camarões. Antes, marcara um contra a Suécia. Já Stoichkov, no caminho até as semifinais, anotou duas vezes contra a Grécia, uma diante da Argentina, uma no duelo com o México, já nas oitavas de final, mais uma frente à Alemanha, nas quartas, e outra na derrota para a Itália, nas semifinais. 

O CRAQUE 
Romário destruiu. Ignorado pela Seleção até cerca de um ano antes do Mundial, o atacante comprovou sua genialidade em uma Copa inesquecível. O Baixinho foi o suprassumo do talento necessário em uma equipe tão pragmática. Fez cinco gols: um em cada jogo da primeira fase, contra Rússia (2 a 0), Camarões (3 a 0) e Suécia (1 a 1), um nas quartas de final, diante da Holanda (3 a 2), e outro nas semifinais, na vitória de 1 a 0 sobre a Suécia, de cabeça. Passou em branco na decisão, contra a Itália, mas converteu seu pênalti na disputa final e saiu consagrado como um dos grandes craques da história dos Mundiais. 

A DECEPÇÃO 
Diego Armando Maradona poderia ter usado a Copa de 1994 para dar uma última prova de seu brilhantismo - já demonstrado em 1990 e muito especialmente em 1986. Mas acabou deixando o Mundial pela porta dos fundos. Caiu no exame antidoping na goleada de 4 a 0 sobre a Grécia - jogo no qual fez um gol. Sem ele, a seleção sul-americana acabou eliminada pela Romênia nas oitavas de final, e o genial camisa 10 nunca mais pisou em uma Copa do Mundo. 

PARA A HISTÓRIA 
O gol contra marcado pelo zagueiro Andrés Escobar, da Colômbia, contra os Estados Unidos, poderia ter sido apenas mais um lance de infortúnio na história das Copas. Mas acabou sendo muito mais grave quando o jogador, ao retornar a seu país, foi assassinado. Teria sido vingança de um grupo de apostadores que perdeu dinheiro com a derrota da Colômbia.

A DECISÃO 
A Itália passou por um fio pela primeira fase. Fez os mesmos quatro pontos de todos os demais integrantes do Grupo E. Graças aos critérios de desempate, acabou avançando com México e Irlanda, ao passo que a Noruega foi eliminada. E aí a Azzurra cumpriu sua marca: cresceu na disputa e foi até a final, avançando sempre com vitórias mínimas. Chegaram à decisão duas seleções que não eram brilhantes, mas tinham jogadores expressivos: Baresi e Baggio na Itália, Bebeto e Romário no Brasil. Em jogo muito equilibrado, tenso ao extremo, os finalistas empataram por 0 a 0 no tempo normal e depois na prorrogação. A briga pelo título foi aos pênaltis. E a seleção brasileira foi campeã depois de Baggio mandar sua cobrança por cima do travessão de Taffarel. 

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