Grécia Antiga IV: Período Clássico - Guerras Médicas e Guerra do Peloponeso

O Período Clássico corresponde aos séculos VI - IV a.C. e é um dos períodos pelos quais se divide a Grécia Antiga; os outros são: período Pré-Homérico (séculos XX - XII a.C.), Homérico (séculos XII - VIII a.C.) e Arcaico (séculos VIII - VI a.C.).

Nesse período ocorre o ápice ateniense e um dos motivos terá sido o apogeu da filosofia grega.

Trata-se de uma importante fase para a Grécia, que foi marcada pelas disputas de domínio mediante duas guerras. Uma delas aconteceu no início e teve o nome de Guerras Médicas, em que venceram os gregos. A outra aconteceu no fim e teve o nome de Guerra de Peloponeso, em que os espartanos venceram os atenienses.

Pelo fato de o domínio ora estar nas mãos de um povo, ora nas mãos de outro, o período clássico é também conhecido como o Período das Hegemonias.

GUERRAS MÉDICAS
As Guerras Médicas, em que batalharam gregos contra persas, ocorreu na Grécia antiga no século V a.C. e é também conhecida como Guerras Persas, Pérsicas, Medas, Greco-Persas ou Guerras Greco- Pérsicas.

A causa da guerra se deveu ao fato de que os persas estavam expandindo o seu território, a conquistar colônias gregas e dominavam, assim, o comércio do Mar Egeu. Os gregos não aceitavam essa hegemonia e entraram na disputa pelas terras da Ásia Menor.

As Guerras Médicas são assim conhecidas não pelo fato de vários médicos terem participado nas batalhas, mas sim porque o povo persa era também chamado de medo-persa.

As Guerras Médicas podem ser divididas em dois períodos:

Primeira Guerra Médica
O primeiro período, ocorrido em 490 a.C., é também conhecido como Período de Dario.

Dário era o rei dos persas e deu ordens ao seu exército para invadir a Grécia.

É conhecida como Batalha de Maratona, porque esse era o nome da cidade onde a batalha aconteceu.

Os persas eram em maior número, mas mesmo assim foram surpreendentemente vencidos.

Surge daí o nome das corridas de maratona, pois, segundo é dito, um mensageiro do exército foi enviado à Atenas para avisar que os gregos tinham vencido os persas e, após ter percorrido uma grande distância morreu com um ataque cardíaco fulminante.

Segunda Guerra Médica
O segundo período, ocorrido em 480 a.C., é também conhecido como Período de Xerxes.

Com receio de que Pérsia voltasse ao ataque, é criada a Liga de Delos ou Confederação de Delos, que tinha como objetivo fortalecer as defesas das cidades gregas. Delos era o nome da cidade onde estava sedeada a Liga.

Xerxes era filho de Dario e deu continuidade à guerra entre persas e gregos, tendo sido derrotado, tal como seu pai, na Batalha de Salamina.

Nesta altura é assinado o Tratado de Susa, também conhecido como Paz de Kallias, em que os persas reconheceram o domínio grego na Ásia Menor e prometem não atacar mais o território grego.

Os gregos alcançam, assim, a hegemonia do comércio e o império Persa entra em decadência.

GUERRA DO PELOPONESO
A Guerra do Peloponeso foi uma guerra civil entre Atenas e Esparta, que ocorreu na Grécia Antiga entre 431 e 404 a.C. Esse conflito militar durou 27 anos e terminou com a vitória de Esparta.

Causas
Guerra do Peloponeso
Durante os conflitos das Guerras Médicas, havia sido criada a Liga de Delos a fim de proteger os gregos dos persas.

Esta aliança consistia, especialmente, no contributo monetário das cidades para a compra de material bélico. No entanto, a Liga começou a beneficiar Atenas em detrimento das outras cidades gregas.

Com os fundos obtidos da Liga de Delos, Atenas havia se tornado o centro político, econômico e cultural da Grécia.

Esparta não aceitava essa situação e entra na disputa pela hegemonia política e econômica da Grécia. Cria, então, outra liga com o objetivo de combater a liga comandada por Atenas – a Liga do Peloponeso.

Após 10 anos de duros combates entre Atenas, que liderava por mar, e Esparta, que liderava por terra, em 421 a.C. foi assinada a Paz de Nícias.

Este acordo estipulava uma trégua de 50 anos entre os adversários, porém, a paz só reinou durante oito anos.

Na batalha de Egospótamos, por fim, Esparta vence Atenas.

Consequências
Guerra do Peloponeso
A deusa Atenas (em pé, à direita) ajuda os soldados gregos durante o conflito entre Esparta e Atenas
Com a derrota, Atenas começa a perder o que havia conquistado nas Guerras Médicas e as cidades da Ásia Menor são devolvidas aos persas em troca de ouro.

Esparta, assim, conquista a hegemonia grega. O sistema de governo espartano era militar e as cidades gregas mudam o regime democrático para o autoritário. Este fenômeno fica conhecido como "Tirania dos Trinta".

Há uma desestabilização social e política e tem início a ruína da Grécia, o que permitiu a invasão dos macedônios um século mais tarde.

Curiosidade
Tucídides, historiador grego, foi testemunha desse conflito e escreveu A História da Guerra do Peloponeso.

A obra consiste em oito volumes que relatam com detalhes os acontecimentos dessa guerra considerados pelo historiadores como a mais importante da Grécia antiga.

FILOSOFIA CLÁSSICA
No período em que a cidade de Atenas alcança o imperialismo - no seguimento da criação da Liga de Delos - Atenas prende inúmeros militares, que passam a trabalhar para eles de forma escrava. Daqui resulta o tempo livre para os cidadãos atenienses.

Os atenienses passam a se dedicar à política, que era discutida em público na polis - cidade-estado grega. Todavia, com o passar do tempo não era somente de política que se tratava, mas todos os assuntos iam sendo discutidos, pensados e investigados.

Progressivamente, do uso do raciocínio decorreu a transição do pensamento mítico para o pensamento racional, surgindo assim a Filosofia - origem de todas as ciências.

A criação da polis foi fundamental para o desenvolvimento da Grécia. Saiba mais! Leia Polis Grega.

CULTURA GREGA
O período clássico foi salutar no campo das artes, quando a escultura grega, bem como a arquitetura passam pela sua fase mais abundante.

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