Muitos organismos são facilmente classificados como um ser vivo logo assim que os vemos, como as plantas e os animais. No entanto, alguns elementos podem ser confundidos com seres vivos, principalmente por estudantes mais jovens, como as nuvens e o Sol. Isso acontece porque esses elementos movem-se e modificam-se com o passar do tempo, sugerindo que possuem vida. Mas o que distingue um ser vivo de um não vivo?
Definir vida de uma forma simples e breve é algo desafiador. Os seres vivos são assim classificados de acordo com algumas características apresentadas. Da mesma forma, os organismos não vivos são assim classificados por não apresentarem tais características.
Características dos seres vivos
Os seres vivos apresentam algumas características específicas, que estão listadas a seguir:
1. Composição química
Os seres vivos apresentam uma composição química particular, sendo constituídos principalmente de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, podendo apresentar outros elementos químicos em menor quantidade, como enxofre e fósforo.
2. Organização celular
Os seres vivos são constituídos por células. Alguns apresentam apenas uma célula (seres unicelulares) e outros possuem muitas células (seres multicelulares). As células podem ser de dois tipos:
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Eucarióticas: são células que apresentam um núcleo delimitado por uma membrana, denominada carioteca, onde se encontra seu material genético. Além do núcleo, apresentam outras organelas membranosas, como as mitocôndrias.
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Procarióticas: não apresentam núcleo delimitado, assim, seu material genético encontra-se disperso no citoplasma. As células procarióticas não apresentam organelas membranosas.
Para saber mais sobre o assunto, leia: Células eucarióticas e procarióticas.
3. Metabolismo e energia
Todos os seres vivos apresentam metabolismo (conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo). Para realizar metabolismo, os seres vivos precisam de energia. Essa energia é proveniente do processo de fotossíntese, realizado pelos organismos produtores, como plantas e algas, e passada para os demais organismos por meio da cadeia alimentar.
4. Reprodução
Os seres vivos são capazes de gerar outros seres vivos por meio de um processo conhecido como reprodução, que pode ocorrer de duas formas:
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Reprodução assexuada: não há a participação de gametas e um ser vivo produz uma cópia geneticamente idêntica a ele (clone);
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Reprodução sexuada: há a participação de gametas e ocorre a combinação de material genético, aumentando, assim, a variabilidade genética.
5. Material genético
Os seres vivos apresentam DNA. O DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula constituída por inúmeros genes, onde estão contidas a informações genéticas do indivíduo.
6. Irritabilidade
Os seres vivos são capazes de responder a estímulos, como mudanças no meio. A essa capacidade damos o nome de irritabilidade. Um exemplo de irritabilidade pode ser observado nas plantas, cujo crescimento ocorre em resposta a estímulos, como a luz (fototropismo).
7. Evolução
Os seres vivos modificam-se ao longo do tempo. Os seres vivos atuais descendem de um ancestral comum, que sofreu mudanças genéticas, passadas a cada geração.
Essas mudanças genéticas decorrem principalmente da mutação, um processo natural que ocorre no material genético e que pode dar origem a novas características no indivíduo.
Classificação dos seres vivos
É impossível dizer em números exatos quantas espécies de seres vivos existem atualmente, pois, além das espécies já conhecidas pelo homem, ainda há muito o que se descobrir. Assim, para estudar esses organismos, criou-se um sistema de classificação para separar esses organismos em grupos, facilitando o estudo. Já foram elaborados vários sistemas de classificação para os seres vivos. Veja dois desses sistemas:
1. Cinco reinos
Nesse sistema os organismos são classificados em cinco reinos de acordo com algumas características:
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Reino Monera: constituído por organismos unicelulares e procariontes, como bactérias e cianobactérias.
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Reino Protista: constituído por organismos unicelulares e eucariontes, como protozoários e algumas algas.
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Reino Fungi: constituídos por organismos unicelulares e pluricelulares. Os representantes desse grupo são os fungos.
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Reino Plantae ou Mataphyta: constituído por organismos pluricelulares e autótrofos fotossintetizantes. Os representantes desse grupo são algumas algas e plantas.
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Reino Animalia ou Metazoa: constituído por organismos pluricelulares e heterótrofos, como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
2. Três domínios
Esse é o sistema de classificação mais atual e divide os organismos em três domínios:
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Domínio Bacteria: nesse domínio estão incluídos organismos procariontes diversos, como as bactérias e cianobactérias.
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Domínio Archaea: nesse domínio estão organismos procariontes que habitam desde ambientes extremos, como fontes termais e lagos salgados, a ambientes moderados, como o solo.
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Domínio Eukaria: nesse domínio estão incluídos todos os organismos eucariontes, como os protistas, fungos, plantas e animais.
Vírus são seres vivos?
Os vírus são agentes causadores de diversas doenças, mas são estruturas vivas ou não? Os vírus já foram considerados por alguns cientistas como as formas de vida mais simples existentes, no entanto, anos depois, foi observado que os vírus não apresentavam sistemas essenciais para a realização de metabolismo.
Esses seres necessitam de uma célula hospedeira para a obtenção de energia e matéria-prima para as atividades bioquímicas que permitem a sua multiplicação, bem como sua disseminação, como a realização da síntese de proteínas e ácidos nucleicos.
Pesquisadores estabeleceram então que os vírus consistem, na verdade, de ácidos nucleicos, que podem ser DNA ou RNA, envoltos por uma cápsula proteica e, em alguns casos, com um envelope viral membranoso. Embora as atividades bioquímicas realizadas dentro da célula hospedeira estejam sob o comando dos vírus, eles não possuem autonomia para realizar essas atividades fora de um hospedeiro.
Essa autonomia para a realização de metabolismo é uma das características essenciais na maior partes das definições sobre seres vivos. Assim, para grande parte dos cientistas, os vírus não são seres vivos. Alguns autores consideram que os vírus levam uma espécie de “vida emprestada”, em razão de sua dependência de uma célula hospedeira.
É importante destacar, todavia, que os vírus apresentam material genético e evoluem, características importantes dos seres vivos. A evolução dos vírus pode ser observada, por exemplo, por meio dos vírus H1N1 e do vírus HIV-1, causadores da gripe H1N1, ou gripe A, e da aids, respectivamente.
As transformações que ocorrem nesses vírus dificultam a busca de uma prevenção e tratamento eficazes para essas doenças. Tendo isso em vista, alguns pesquisadores atualmente consideram os vírus como seres vivos. Acima da discussão de ser ou não vivo, é importante que pesquisas continuem a ser feitas para esclarecer mais sobre os vírus e sua influência sobre os mais diversos organismos.
Fonte: Escola Kids
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