09 de junho - Dia Nacional da Imunização: com queda na cobertura vacinal, data reforça importância da prevenção
O Dia Nacional da Imunização é comemorado nesta quinta-feira (9). A data foi criada com o objetivo de lembrar do papel das vacinas na prevenção de doenças.
"O
princípio de qualquer vacina é não deixar que o paciente morra em razão
da doença. Mas existem vários tipos de vacina. Tem a vacina que impede
que o paciente seja contaminado pela doença, e tem vacina que impede que
você pegue uma doença da forma grave. Mas o princípio é evitar a
morte", diz a infectologista Ana Helena Germóglio.
Com a queda na cobertura vacinal nos últimos anos, principalmente entre as crianças, o dia ganha ainda mais importância. Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde mostra que o índice médio de vacinação no país está em 67%, abaixo do ideal, que é entre 90% e 95%.
A vacina é uma tecnologia antiga. Os primeiros imunizantes surgiram na
China há mais de mil anos. No ocidente, as vacinas são mais recentes,
com pouco mais de 200 anos e, no Brasil, elas começaram a ser adotadas
na primeira metade do século XIX.
Após virarem política pública de saúde, o Brasil acumulou experiência e se tornou referência internacional pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que colocou o país no primeiro lugar do mundo, na oferta de vacinas gratuitas para toda a população.
Ao todo, 45 imunizantes diferentes são oferecidos para diversas faixas etárias no país.
Pesquisadores investigam motivos para queda na cobertura vacinal de crianças brasileiras
Campanhas de vacinação
Atualmente, o Brasil conta com três campanhas de vacinação em andamento: gripe, sarampo e Covid-19 (veja mais abaixo).
Todas as crianças de seis meses até menos de 5 anos devem ser vacinadas
contra o sarampo.
Já a vacinação contra gripe, protege contra as formas graves da
infecção pelo vírus influenza.
Índice das vacinas obrigatórias nos primeiros 24 meses de crianças brasileiras — Foto: Reprodução/Jornal Nacional
Quem deve se vacinar?
Influenza
Pessoas com 60 anos ou mais
Trabalhadores da saúde
Crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias)
Gestantes e puérperas
Povos indígenas
Professores
Pessoas com comorbidades
Pessoas com deficiência permanente
Forças de segurança e salvamento e Forças Armadas
Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso
Trabalhadores portuários
Funcionários do sistema prisional
Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas
População privada de liberdade
Sarampo
Trabalhadores da saúde
Crianças de 6 meses a menores de 5 anos
Queda na cobertura vacinal
Milhares de crianças é vacinada contra sarampo no Dia D de vacinação — Foto: NSC TV/Reprodução
Segundo dados do Ministério da Saúde, há seis anos a cobertura vacinal vem caindo no Brasil.
Em 2019, pela primeira vez, o país não conseguiu alcançar a meta mínima
de cobertura de vacinação de crianças de até um ano, que varia entre 90
e 95%, dependendo do imunizante.
Para especialistas, o cenário, que já era crítico, ficou ainda mais
grave com a pandemia de Covid-19, que afastou as pessoas das unidades de
vacinação. Em 2020, a tríplice viral, por exemplo, que protege contra o
sarampo, a rubéola e a caxumba, e tem meta de cobertura de 95%,
imunizou menos de 56% das crianças.
De acordo com a infectologista Ana Helena Germóglio, isso faz com que
doenças que já estavam sob controle voltem a nos incomodar. "A exemplo
do sarampo, que em 2019 chegou novamente ao Brasil, e fez com que o país
perdesse o certificado de erradicação da doença", afirma. "
"A
vacinação é uma forma barata de lutar contra doenças. É muito mais
fácil e mais barato vacinar do que medicar uma pessoa, quando ela já
está doente. É preciso investir em entender o porquê da população não
estar vacinando. Precisamos investir em divulgação e em busca ativa",
diz a médica.
Para o infectologista José David Urbaez Brito, a vacinação é uma ação
de saúde pública e pilar no cuidado geral da população. "A partir da
implementação dos programas de vacinação, houve um aumento na
expectativa de vida de toda a população mundial", afirma.
Segundo o médico, não há perigo quanto a segurança das vacinas.
"Antes de serem autorizadas para uso humano, as vacinas passam por uma
série de etapas. Além disso, órgãos de vigilância sanitária de cada país
ainda precisam aprovar as imunizações. No Brasil, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) segue uma série de critérios para garantir a eficácia da vacina e a segurança da população.
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