Copa do Mundo 2006 - Alemanha

ESCOLHA DA SEDE 
O Brasil era um dos candidatos a receber o Mundial até dias antes da escolha. Mas percebeu que tinha chances mínimas. Estrategicamente, resolveu apoiar a África do Sul, que virou a favorita para ser sede do torneio. Acontece que a Nova Zelândia, em cima da hora, mudou seu voto e preferiu a Alemanha. Os europeus acabaram levando a melhor, em uma disputa que chegou a ter suspeita de compra de votos.

OS ESTÁDIOS
Foram 12 estádios em 12 cidades diferentes, com capacidade que variaram de 41 mil a 76 mil pessoas.

AS ELIMINATÓRIAS 
Pela primeira vez, o atual campeão teve que disputar as eliminatórias para chegar ao Mundial. Foi assim que o Brasil ganhou o direito de ir à Alemanha. Dos campeões mundiais, apenas o Uruguai ficou sem vaga. Destaque para a grande quantidade de estreantes: Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo, Trinidad e Tobago, República Tcheca e Ucrânia. 

O MASCOTE 

Mascote 2006 (Foto: Reprodução)
Mascote da Copa de 2006 (Foto: Reprodução)

Goleo, um leão, foi o mascote junto com Pille, uma bola falante. A diferença aqui é que Goleo não era um desenho, mas um bicho de pelúcia. Vestido de camiseta com as cores da Alemanha, tinha uma bola com quem conversava. Os movimentos de “Goleo”, de 2,30 metros de altura, foram controlados por manipulador de títeres em seu interior, que só podia ver o exterior do disfarce através de monitor LCD dentro do boneco. “Pille” era controlada por controle remoto e a distância por outra pessoa. 

O CAMPEÃO 
Com a Itália, costuma ser assim: chega discreta, passa por sustos, vai crescendo e de repente é campeã. O quarto título mundial da Azzurra fugiu pouco desse roteiro. A primeira fase até que foi tranquila, com duas vitórias e um empate, mas a classificação sofrida nas oitavas de final, por 1 a 0 contra a fraca Austrália, mostrou que sempre haverá um percalço no caminho italiano. Depois, a equipe cresceu: passou bem pela Ucrânia, teve classificação histórica na prorrogação contra a Alemanha e bateu a França na decisão. 

Fabio Grosso comemora título da Itália na Copa do Mundo 2006 (Foto: Getty Images)
Fabio Grosso comemora título da Itália na Copa do Mundo de 2006 (Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO 
O alemão Miroslav Klose foi o goleador da disputa, com cinco gols, e seguiu trilhando seu caminho, iniciado em 2002, para se tornar o maior artilheiro de Mundiais. Atualmente, soma 14 gols, um a menos que Ronaldo, mas deve participar da Copa de 2014. Em 2006, deixou sua marca contra Costa Rica (duas vezes) e Equador (duas vezes), na fase de grupos, e diante da Argentina, nas quartas de final. 

O CRAQUE 
Zinedine Zidane foi mais do que o craque da Copa de 2006: foi o protagonista, a figura mais emblemática, o nome mais eternizado pelo Mundial da Alemanha. Rodeado de dúvidas no início da disputa, o craque francês cresceu na etapa eliminatória. Fez gols nas oitavas de final, contra a Espanha, nas semifinais, diante de Portugal, e na histórica final contra a Itália, quando foi expulso por dar uma cabeçada em Materazzi, em um dos momentos mais marcantes da história das Copas. 

Copa do Mundo 2006 - Materazzi (Foto: Agência Reuters)
Um dos lances mais marcantes da história das Copas: o adeus de Zidane com cabeçada (Foto: Agência Reuters)


SELEÇÃO BRASILEIRA 
A seleção brasileira confirmou seu favoritismo e teve 100% de aproveitamento na primeira fase. Venceu a Croácia por 1 a 0 (gol de Kaká), a Austrália por 2 a 0 (gols de Adriano e Fred) e o Japão por 4 a 1 (gols de Ronaldo, duas vezes, Juninho Pernambucano e Gilberto). Nas oitavas de final, outro triunfo: 3 a 0 sobre Gana, com gols de Ronaldo, Adriano e Zé Roberto. Nas quartas, porém, a Seleção caiu para a França. Em jogo com grande atuação de Zidane, Henry fez o gol da eliminação do Brasil. 

A DECEPÇÃO 
Grande favorito a conquistar seu sexto título mundial, o Brasil foi a maior decepção da Copa. Com uma equipe talentosa, mas jogadores fora de forma, o time treinado por Carlos Alberto Parreira passou com 100% de aproveitamento pela fase de grupos e superou Gana nas oitavas de final. Mas aí sucumbiu nas quartas, novamente derrotado pela França, sua algoz em 1986 e 1998.

PARA A HISTÓRIA 
É curioso que um dos jogadores mais geniais que o futebol já criou tenha se despedido das Copas com uma explosão de raiva, uma agressão, uma cabeçada no peito de um rival. Zidane perdeu a calma ao ser provocado pelo zagueiro italiano. Foi expulso justamente na final e não teve como ajudar sua equipe na disputa por pênaltis. É emblemático o momento em que ele caminha para o vestiário e passa ao lado da taça que pretendia erguer naquele dia - e que não ficou em mãos francesas.

A DECISÃO
Um gol de Zidane. Um gol de Materazzi. Quase outro gol de Materazzi. Quase outro de Zidane. E aí a cabeçada do meia no zagueiro. Na prorrogação, o gênio francês foi expulso por agredir seu rival de um duelo histórico. Mesmo assim, o empate por 1 a 1 persistiu na prorrogação. Nos pênaltis, Trezeguet errou sua cobrança, e a Itália foi campeã do mundo. 

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