A região Nordeste é composta por nove estados: Maranhão (MA), Piauí
(PI), Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB), Pernambuco
(PE), Alagoas (AL), Sergipe (SE) e Bahia (BA).
É conhecida como o
berço do Brasil, pois foi a primeira região do País a ser ocupada pelos
colonizadores. É também um lugar de grandes contrastes sociais,
conhecido pela diversidade do seu povo, rica cultura, clima quente e
belas praias.
ZONAS GEOGRÁFICAS
Em função de suas diferentes características físicas, a
região Nordeste é dividida em quatro zonas ou sub-regiões:
- Meio-Norte: É uma faixa de transição entre a Amazônia e o
Sertão nordestino. Engloba o estado do Maranhão e o oeste do estado do Piauí.
Esta zona geográfica também é conhecida como Mata dos Cocais. No litoral, chove
cerca de 2 000 mm anuais. Indo mais para o leste ou para o interior, esse
número cai para 1 500 mm anuais, e, no sul do Piauí, uma região mais parecida
com o Sertão, chove em média 700 mm por ano.
-
Sertão: Está localizado, em quase sua totalidade, no
interior da Região Nordeste, sendo sua maior zona geográfica. Possui clima
semiárido. Em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o
litoral, e, descendo mais ao sul, alcança a divisa entre Bahia e Minas Gerais.
As chuvas nesta sub-região são irregulares e escassas, ocorrendo constantes
períodos de estiagem. A vegetação típica é a caatinga.
-
Agreste: É uma faixa de transição entre o Sertão e a Zona da
Mata. É a menor zona geográfica da Região Nordeste. Está localizada no alto do
Planalto da Borborema, um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao
sertão. Estende-se do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Do lado leste do
planalto estão as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o
interior, o clima vai ficando cada vez mais seco (Sertão).
-
Zona da Mata: Localizada no leste, entre o Planalto da
Borborema e a costa, estende-se do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. As
chuvas são abundantes nesta região. Recebeu este nome por ter sido coberta pela
Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de
florestas. É a zona mais desenvolvida da Região Nordeste.
RELEVO
Algumas características do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o Borborema (uma das principais causas da seca do Sertão) e a bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a Chapada Diamantina, onde se localiza o ponto mais elevado da região, o Pico do Barbado com 2.033 metros de altitude, na Bahia, e a do Araripe, nas divisas entre os Estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e a Paraíba. Entre essas regiões ficam algumas depressões, nas quais está localizado o sertão, região de clima semiárido, podemos ver também planícies litorâneas.
Segundo o professor Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do Projeto Radam
(Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais
rica e subdivida em 21 unidades, no Nordeste ficam localizados os já
citados planalto da Borborema e planaltos e chapadas da bacia do rio Parnaíba, a depressão Sertaneja - São Francisco, também conhecida como Depressão Pernambucana, e parte dos planaltos e serras do leste-sudeste, além das planícies e tabuleiros litorâneos.
CLIMA
A região Nordeste do Brasil apresenta média de anual de
temperatura entre 20° e 28° C. Nas áreas situadas acima de 200 metros e no
litoral oriental as temperaturas variam de 24° a 26°C. As médias anuais
inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas da chapada Diamantina e
do planalto da Borborema. O índice de precipitação anual varia de 300 a 2000
mm. Quatro tipos de climas estão presentes no Nordeste:
- Equatorial Úmido:
presente no oeste do estado do Maranhão, na divisa com o Pará;
-
Litorâneo úmido:
presente do litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte;
-
Clima tropical:
presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí;
-
Clima semiárido:
presente em todo o sertão nordestino.
Com precipitação média de chuvas de menos de 300mm por ano,
às quais ocorrem durante no máximo três meses, dando vazão a estiagens que
duram às vezes mais de dez meses, Cabaceiras na Paraíba tem o título de
município mais seco do país.
VEGETAÇÃO
A vegetação nordestina vai desde a Mata Atlântica no litoral
até a Mata dos Cocais no Meio Norte, com ecossistemas como os manguezais, a
caatinga, o cerrado, as restingas, dentre outros, que possuem fauna e flora
exuberantes, diversas espécies endêmicas e animais ameaçados de extinção.
- Mata Atlântica: também chamada de Floresta tropical úmida de
encosta, a mata atlântica estendia-se originalmente do Ceará até o Rio Grande
do Sul, porém, em consequência dos desmatamentos que ocorreram em função
principalmente da indústria açucareira, hoje só restam cerca de 5% da vegetação
original, dispersos em "ilhas". Foi na mata atlântica nordestina que
começou o processo de extração do pau-brasil; existem também florestas
semideciduais e úmidas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e
Bahia, que constituem encraves de Mata Atlântica de forma não contínua como no
litoral, ocorrendo somente em serras e chapadas do interior desses territórios
e caracterizando o chamado brejo de altitude.
-
Mata dos cocais: formação vegetal de transição entre os
climas semiárido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e
a carnaúba, além do buriti. Ocorre em parte do Maranhão, do Piauí, do Ceará, do
Rio Grande do Norte e do Tocantins na região Norte. Representa menos de 3% da
área do Brasil.
-
Cerrado: ocupa 25% do território brasileiro, mas no Nordeste
só abrange o sul do estado do Maranhão, o sudoeste do Piauí, o oeste da Bahia,
áreas interioranas das regiões Sul e Centro-Sul do Ceará (nestas, ilhadas pela
caatinga), Microrregião de Araripina em Pernambuco e algumas áreas da faixa
litorânea que vai do Piauí até Sergipe. Apresenta árvores de baixo porte, com
galhos retorcidos, com o chão coberto por gramíneas e solos de alta acidez; no
Cariri cearense também existe a formação do cerradão, um cerrado com árvores
mais altas.
-
Caatinga: vegetação típica do sertão, tem como principais
espécies o pereiro, a aroeira, as leguminosas e as cactáceas. É uma formação de
vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é rica ecologicamente.
Ocorre em todos os estados nordestinos exceto no Maranhão.
-
Vegetações litorâneas e matas ciliares: na categoria de
vegetação litorânea, pode-se incluir os mangues, um rico ecossistema local de
moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios e
lagoas. Também pode-se incluir as restingas e as dunas. As matas ciliares ou
matas de galeria são comuns em regiões de cerrados, mas também podem ser vistas
na Zona da Mata. São pequenas florestas que acompanham as margens dos rios,
onde existe maior concentração de materiais orgânicos no solo, e funcionam como
uma proteção para os rios e mares.
HIDROGRAFIA
As bacias hidrográficas do Nordeste são:
- Bacia do São Francisco: é a principal da região, formada
pelos rios São Francisco e seus afluentes. As principais atividades econômicas
são: agricultura irrigada, pesca, piscicultura, navegação e produção de energia
elétrica pelas hidrelétricas de Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso, Luiz
Gonzaga e a de Xingó. A bacia delimita as divisas naturais de Bahia com
Pernambuco e também de Sergipe e Alagoas, que é onde está localizada sua foz.
-
Bacia do Parnaíba: é a segunda mais importante, ocupando uma
área de cerca de 344 112 km² (3,9% do território nacional) e drena quase todo o
estado do Piauí, parte do Maranhão e Ceará. O rio Parnaíba é um dos poucos no
mundo a possuir um delta em mar aberto, com uma área de manguezal de
aproximadamente, 2 700 km².
-
Bacia do Atlântico Nordeste Oriental: ocupa uma área de 287
384 km², abrangendo seis estados: Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraíba e
Rio Grande do Norte . Os rios principais são o Jaguaribe, Piranhas-Açú, Apodi,
Acaraú, Curimataú, Mundaú, Paraíba, Capibaribe, Ipojuca e Una (esses três
últimos no estado de Pernambuco).
-
Bacia do Atlântico Nordeste Ocidental: situada entre o
Nordeste e a região Norte, fica localizada, quase que em sua totalidade, no
estado do Maranhão. Algumas de suas sub-bacias constituem ricos ecossistemas,
como manguezais, babaçuais e várzeas. Os rios principais são o Gurupi, Turiaçu,
Mearim, e Itapecuru.
-
Bacia do Atlântico Leste: compreende uma área de 364 677
km², dividida entre dois estados do Nordeste (Bahia e Sergipe) e dois do
Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo). Na bacia, a pesca é utilizada como
atividade de subsistência.
DEMOGRAFIA
Assim como acontece em todo o território brasileiro, a
população nordestina é mal distribuída. Cerca três quintos dela fica
concentrada na faixa litorânea e nas principais capitais. No sertão e interior,
os níveis de densidade populacional são mais baixos, principalmente por causa
do clima semiárido. Ainda assim, a densidade demográfica no semiárido
nordestino é uma das mais altas do mundo para esse tipo de área climática.
Segundo dados do IBGE, a região possui mais de 49 milhões de
habitantes, quase 30% da população brasileira. É a segunda região mais populosa
do país, depois da região Sudeste, e a terceira quanto à densidade demográfica,
com 32 hab./km². As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são:
Salvador, Fortaleza, Recife, São Luís, Natal, Teresina, Maceió, João Pessoa,
Feira de Santana, Jaboatão dos Guararapes, Aracaju, Olinda, Campina Grande,
Caucaia, Paulista, Vitória da Conquista, Caruaru, Petrolina, Mossoró,
Parnamirim, Juazeiro do Norte, Itabuna e Juazeiro, todas com mais de duzentos
mil habitantes.
De acordo com os dados do IBGE (2004), 71,5% da dos nordestinos
estão em áreas urbanas. A urbanização do Nordeste foi mais lenta em relação ao
resto do país, mas se acelerou nas últimas décadas. No período 1991-1996, a
população rural no total da população teve queda de 45,8%.
AGRICULTURA
A região é grande produtora de
castanha de caju, cana-de-açúcar, cacau, algodão e frutas tropicais em geral
(principalmente coco, mamão, melão, banana, manga, abacaxi e guaraná). Possui
também produções relevantes de soja, milho, feijão, mandioca, laranja, café e
uva.
PECUÁRIA
Na região se cria principalmente
gado. Os maiores rebanhos bovinos estão na Bahia (10.229.459 cabeças), seguido
por Maranhão (5.592.007), Ceará (2.105.441), Pernambuco (1.861.570) e Piauí
(1.560.552).
A região Nordeste abrigou 93,2%
do rebanho de caprinos (8.944.461 cabeças) e 64,2% do rebanho de ovinos
(11.544.939 cabeças) do Brasil em 2017.
Acerca da carne suína, o Brasil
tinha quase 42 milhões de suínos em 2017. O Nordeste tinha 13% do total (5,4
milhões). Já na avicultura, o Brasil tinha em 2017 o total de 1,4 bilhão de
galináceos. O Nordeste tinha 11,6% do total (164 milhões). Na produção de
leite, o Brasil produziu 33,5 bilhões de litros em 2017. O Nordeste produziu
11,6% do total (3,9 bilhão de litros). Na produção de ovos, o Brasil produziu
4,2 bilhão de dúzias em 2017. O Nordeste produziu 16,1% (683 milhões de
dúzias).
O Nordeste foi o 2º maior
produtor de mel do país em 2017, perdendo para a região Sul. O total produzido
no país foi de 41,6 mil toneladas. O Nordeste produziu 30,7% (12,7 mil
toneladas).
Em 2017 o Nordeste foi o maior
produtor de camarão do país. A produção nacional foi de 41 mil toneladas. Rio
Grande do Norte (37,7%) e Ceará (28,9%) foram os maiores produtores. Aracati-CE
foi o município com maior participação.
MINERAÇÃO
Na mineração da Região Nordeste,
destaca-se a Bahia, com 1,68% da participação mineral nacional (4º lugar no
país). Em 2017, no ouro, produziu 6,2 toneladas, a um valor de R$ 730 milhões.
No cobre, produziu 56 mil toneladas, a um valor de R$ 404 milhões. No cromo,
produziu 520 mil toneladas, a um valor de R$ 254 milhões. No vanádio, produziu
358 mil toneladas, a um valor de R$ 91 milhões.
Na extração de pedras preciosas e
semipreciosas, a Bahia tem produções em pequena ou média escala de ametista,
ágata, diamante, esmeralda, granada, opala, rubi, turmalina e turquesa. Também
há produção de água-marinha no Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e Paraíba;
granada em Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte; opala no Piauí e Ceará;
turmalina no Ceará e Turmalina Paraíba na Paraíba e no Rio Grande do Norte.
INDÚSTRIA
Em 2017, a Região Nordeste tinha
perto de 13% do PIB industrial do país. A Bahia tem 4,4%, Pernambuco 2,7%,
Ceará 1,9%, Maranhão 1,1%, Rio Grande do Norte 0,9%, Paraíba 0,7%, Sergipe 0,6%,
Alagoas 0,5% [123] e Piauí 0,4%.[124]
É a região menos industrializada
do país, em proporção por habitante (apenas 13% da indústria do Brasil em 2017,
embora tivesse 27,6% da população).
TURISMO
O imenso litoral com praias
belíssimas, muitas intocadas, que são comparadas apenas às do Caribe, colocam o
Nordeste entre as grandes rotas de turismo mundial. Milhões de turistas
desembarcam nos modernos aeroportos nordestinos todos os anos. Há alguns anos
os estados vêm investindo intensamente na melhoria da infraestrutura, criação
de novos polos turísticos, e alguns no desenvolvimento do ecoturismo.
Segundo a pesquisa "Hábitos
de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pelo Vox Populi em
novembro de 2009, a Bahia é o destino turístico preferido dos brasileiros, já
que 21,4% dos turistas optaram pelo estado. Pernambuco, com 11,9%, e São Paulo,
com 10,9%, estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares nas categorias
pesquisadas. Entre as praias mais procuradas do Nordeste estão: Arraial d'Ajuda
e Morro de São Paulo, na Bahia; Atalaia e Pirambu, em Sergipe; Pajuçara e Maragogi,
em Alagoas; Porto de Galinhas e Itamaracá, em Pernambuco; Cabedelo e Tambaba,
na Paraíba; Genipabu e Pipa, no Rio Grande do Norte; Jericoacoara e Canoa
Quebrada, no Ceará; Coqueiro e Pedra do Sal, no Piauí; e Curupu e Atins, no
Maranhão.
O arquipélago de Fernando de
Noronha está ganhando destaque nacional e mundial. Pelas ilhas é possível
avistar os golfinhos saltadores. Outro lugar de destaque é o Parque Nacional
dos Lençóis Maranhenses, um complexo de dunas, rios, lagoas e manguezais. Na
Bahia, encontram-se a Costa do Sauípe, maior complexo turístico do Brasil, e o
Arquipélago dos Abrolhos, que possui excelente área para mergulho autônomo e
livre além de atrações como a temporada das baleias jubarte, que se inicia no
mês de julho. No Piauí, encontram-se os parques nacionais Sete Cidades, Serra
das Confusões e da Serra da Capivara com formação rochosa e pinturas rupestres;
além de seu litoral possuir o Delta do Parnaíba. Outros destaques são o maior
cajueiro do mundo e o Forte dos Reis Magos, ambos no Rio Grande do Norte.
FONTES:
Geografia: Homem e Espaço. 7º Ano · Autores: Anselmo Lazaro Branco, Elian Alabi Lucci (Editora Saraiva)
Lições de Geografia. As Regiões do Brasil. 7º Ano · Autores:
Helio Carlos Garci ,
Tito Marcio Garavello (Editora Scipione)