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Copa do Mundo 1974 - Alemanha Ocidental

ESCOLHA DE SEDE

Demorou para a Alemanha receber uma Copa do Mundo. Desde sempre uma das principais potências do esporte, o país foi prejudicado pelo regime nazista e seu consequente envolvimento na Segunda Guerra Mundial. Seria natural que recebesse uma Copa nas décadas de 40 e 50, mas o próprio conflito e depois a necessidade de reconstrução da nação germânica adiaram o objetivo. Acabou acontecendo em 1974. A Espanha chegou a concorrer com a Alemanha, mas retirou a candidatura em troca de apoio oito anos depois. 


OS ESTÁDIOS

Nove estádios, em nove diferentes cidades, receberam a Copa do Mundo de 1974. Alguns deles foram construídos para o Mundial - caso do Westfalenstadion, de Dortmund.


AS ELIMINATÓRIAS

Alemanha, por ser a sede, e Brasil, atual campeão, tiveram classificação direta. O Chile avançou na repescagem, batendo a União Soviética. Na Europa, equipes fortes, como Inglaterra, Espanha e França, ficaram fora, ao passo que Itália, Holanda, Alemanha Oriental e Bulgária tiveram caminhada sólida. Na América do Sul, Argentina e Uruguai confirmaram o favoritismo e asseguraram vaga.  


O MASCOTE
mascote Copa do Mundo 1974  Tip Tap (Foto: Reprodução)
Tip e Tap: união das Alemanhas (Foto: Reprodução)
Dois garotos, Tip e Tap, foram os mascotes da Copa de 1974, em gesto que foi encarado como um símbolo de união esportiva entre as duas Alemanhas, a Ocidental e a Oriental, na época separadas. 


O CAMPEÃO

A Alemanha Ocidental fez valer o fator local e uma geração talentosa, com craques como Franz Beckenbauer e Gerd Müller, para ganhar o Mundial. A caminhada começou trôpega, com derrota para a vizinha oriental na primeira fase, mas depois o time deslanchou. Na segunda etapa do torneio, venceu seus três jogos: 2 a 0 na Iugoslávia, 4 a 2 na Suécia e 1 a 0 na Polônia. Na final, superou a genial Laranja Mecânica, melhor Holanda de todos os tempos, com vitória por 2 a 1. 

Copa do Mundo 1974 - Alemanha e Holanda (Foto: Agência AP )
Alemanha supera Holanda na final da Copa e conquista o Mundial de 1974 (Foto: Agência AP )


O ARTILHEIRO

A Copa de 74 foi pródiga em grandes seleções, e uma delas foi a Polônia, de Grzegorz Lato, o artilheiro daquele Mundial, com sete gols. Extremamente rápido, muito difícil de marcar, o campeão olímpico de dois anos antes deixou sua tatuagem inclusive no Brasil, em que fez o gol que deu a sua equipe o terceiro lugar no torneio. Antes, marcara duas vezes na vitória de 3 a 2 sobre a Argentina, outras duas na goleada de 7 a 0 sobre o Haiti, uma no triunfo de 1 a 0 contra a Suécia e outra na vitória de 2 a 1 na Iugoslávia. 


O CRAQUE

Johan Cruyff virou um sinônimo daquela Holanda assombrosa. Técnico e tático, genial e disciplinado, o craque holandês ainda hoje é lembrado como o principal símbolo de um time que encantou o mundo. Era tão diferenciado que usou o número 14, fugindo da ordem numérica, e teve uma marca diferente em seu uniforme, visto que era patrocinado por uma empresa diferente da do restante do elenco. Ele foi o condutor máximo do Carrossel Holandês até a final contra a Alemanha. Fez três gols, espalhados em duas das vitórias mais impressionantes da Holanda: dois na goleada de 4 a 0 sobre a Argentina e outro no triunfo de 2 a 0 contra o Brasil. Na final, porém, não foi tão bem e acabou superado por outro craque daquela Copa, o alemão Franz Beckenbauer. 


A SELEÇÃO BRASILEIRA

Treinado novamente por Zagallo, a seleção brasileira iniciou a Copa de 1974 com dois empates por 0 a 0: contra a Iugoslávia e a Escócia. A primeira vitória veio apenas na terceira partida: 3 a 0 sobre o Zaire, gols de Jairzinho, Rivelino e Valdomiro. Foi o suficiente para garantir classificação. Na segunda fase, o Brasil largou com vitória de 1 a 0 sobre a Alemanha Oriental, gol de Rivelino. Em seguida, novo triunfo: 2 a 1 na Argentina, com mais um gol de Rivelino, acompanhado por Jairzinho. O jogo seguinte foi o último: derrota de 2 a 0 para a Holanda. 


A DECEPÇÃO

Vice-campeã na Copa anterior, a Itália não passou da primeira fase em 1974. Ficou em terceiro no Grupo D, atrás de Polônia e Argentina, com uma vitória (3 a 1 no Haiti), um empate (1 a 1 com a Argentina) e uma derrota (2 a 1 para a Polônia). 


PARA A HISTÓRIA

O dia 3 de julho de 1974 teve uma espécie de passagem de bastão entre duas seleções que viraram símbolo de futebol bonito: o Brasil, encantador no Mundial anterior, mas agora com uma equipe renovada e bem menos talentosa, e a Holanda, com um time revolucionário, de movimentação constante, de inversão de posições. Curiosamente, aquele encontro acabou sendo bastante violento, contrariando a vocação ofensiva das duas equipes. Fato é que a Laranja Mecânica era melhor. No primeiro tempo, o Brasil suportou bem a qualidade do adversário e até foi melhor em boa parte do tempo, mas depois sucumbiu na etapa final. Neeskens e Cruyff fizeram os gols que levaram a equipe europeia para a final. 


A DECISÃO

Beckenbauer 1974 copa do mundo alemanha (Foto: Agência Estado)
Beckenbauer, o Kaiser, primeiro a levantar a Taça Fifa (Foto: Agência Estado)
Foi impressionante. Na saída de bola, durante um minuto, a Holanda tocou a bola de pé em pé. Só parou quando Cruyff foi derrubado na área. Era apenas o início da partida, e a equipe laranja tinha um pênalti a seu favor sem que os alemães sequer tivessem tocado na bola. Neeskens bateu e fez 1 a 0. Parecia que a Holanda atropelaria a Alemanha e seria campeã mundial pela primeira vez. Só parecia. Os donos da casa equilibraram a partida, conseguiram controlar Cruyff e viraram o jogo. Breitner, também de pênalti, e Gerd Müller marcaram. Todos os gols saíram no primeiro tempo. Depois, Franz Beckenbauer, o Kaiser alemão, foi o primeiro a levantar o novo troféu, a Taça Fifa.

Copa do Mundo 1970 - México

ESCOLHA DA SEDE
Foi durante as Olimpíadas de Tóquio, em 1964, que a Fifa escolheu o México como sede da Copa de 1970, seguindo o rodízio entre continentes. A Argentina, outra candidata, teve que se contentar em ver o seu sonho adiado para 1978. Na votação, o resultado foi uma goleada - 56 a 32. O fato de a Cidade do México ser a sede dos Jogos de 1968 pesou favoravelmente - o país já teria estrutura suficiente para bancar uma Copa. A altitude quase atrapalhou o desejo mexicano.

OS ESTÁDIOS
Cinco cidades foram sede do Mundial: Cidade do México, Guadalajara, Puebla, León e Toluca. O estádio mais novo foi o de Cuauhtémoc, construído em 1968.

AS ELIMINATÓRIAS
Setenta países inscreveram-se para o Mundial. Houve desistência por problemas políticos. A Coreia do Norte, por exemplo, recusou-se a enfrentar Israel.  Portugal, França, Hungria, Argentina e Espanha não conseguiram se classificar. O Marrocos tornou-se a primeira seleção africana a participar de uma Copa desde a Segunda Guerra Mundial.

O MASCOTE
mascote Juanito copa 1970 (Foto: Reprodução)
Juanito, garoto vestido com o uniforme da seleção mexicana e um sombrero, foi o mascote do Mundial pioneiro na transmissão ao vivo para o Brasil. Pela primeira vez também foram usados cartões amarelos (advertência) e vermelhos (expulsão). Também foi a primeira Copa a permitir substituições - na época, duas para cada seleção.

O CAMPEÃO

Copa do Mundo 1970 - Seleção Brasileira (Foto: Divulgação / Site CBF)
Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo e Everaldo; Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivellino. Este é o Brasil tricampeão do mundo, um time mágico, que resgatou o futebol arte (Foto: Divulgação / Site CBF)
Na Copa que fez ressurgir o futebol arte, distante no pragmatismo inglês em 1966, a Seleção chegou ao tricampeonato mundial mostrando ao mundo ser possível jogar bonito e vencer. Do meio-campo para a frente, só tinha craque: Clodoaldo, Gérson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé. O time ainda tinha no banco Paulo Cezar Caju e Edu. Na defesa, um capitão com a técnica, classe e liderança de Carlos Alberto Torres. Fora a saúde de Brito, a sobriedade de Piazza, a eficiência de Everaldo e Félix... Foram seis vitórias em seis partidas. Seis shows, com gols espetaculares e jogadas eternizadas como o gol de Carlos Alberto no 4 a 1 sobre a Itália, na grande final. Mas o que dizer do 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia, do 1 a 0 sobre a Inglaterra, do 3 a 2 sobre a Romênia, do 4 a 2 no Peru e do 3 a 1 no Uruguai, na semifinal? O Brasil comandado pelo técnico Zagallo mereceu e muito o titulo e a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

O ARTILHEIRO
Um dos melhores atacanfes de todos os tempos, o alemão Gerd Muller deixou sua melhor marca no México. O "Bombardeiro", como era conhecido, marcou 10 gols e fez uma dupla inesquecível com outro craque, Overath. Atacante habilidoso, forte, oportunista, tinha faro de gol. Preciso nos chutes e nas cabeçadas, era dífícil de ser marcado.

O CRAQUE
A terceira Copa conquistada, feito até hoje único de um jogador. Aos 29 anos, o Mundial do México foi de Pelé. O Rei do Futebol protagonizou alguns dos lances mais lindos da história do futebol. Seja nos quatro gols marcados - destaque para o de cabeça, na final contra a Itália -, seja pelos que não marcou: o chute do meio de campo contra a Tchecoslováquia, o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkiewicz, a cabeçada que o goleiro inglês Gordon Banks salvou, numa das mais difíceis defesas de todos os tempos. Foram jogadas de cinema, na despedida em Mundiais do maior artista da bola.

A DECEPÇÃO
Campeões do mundo,.os ingleses caíram no grupo do Brasil na primeira fase, coisa que evitaram quando foram os anfitriões na Copa. O jogo foi considerado o mais difícil para a seleção brasileira, que venceu suado, por 1 a 0.  O English Team, em segundo lugar no grupo, pegou a Alemanha nas quartas e foi eliminado por 3 a 2. Fora isso, ganhou o troféu antipatia desde o começo, quando afirmou que levaria água do próprio país para os jogadores beberem, com medo de a água mexicana contaminar.

PARA A HISTÓRIA
As duas semifinais da Copa foram emocionantes. Brasil x Uruguai teve sobre si o fantasma de 1950. Mas Alemanha x Itália ganhou no quesito drama  No tempo normal, a Azzurra vencia por 1 a 0, gol de Boninsegna, até os 44 do segundo tempo, quando Schnellinger empatou. Na prorrogação, mais surpresas. Gerd Müller virou para a Alemanha, Burgnich empatou para a Itália, e Riva fez 3 a 2 ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gerd Müller voltou a empatar. Mas, a dois minutos do fim, Rivera fez 4 a 3 e pôs a Azzurra na final. A batalha campal de 120 minutos teve cenas antológicas, como a de Beckenbauer jogando com a clavícula deslocada e o braço enfaixado no peito. Há quem diga que essa partida deixou os italianos exaustos para a final.

A DECISÃO
Brasil e Itália entraram em campo no lotado estádio Azteca na briga pelo tricampeonato mundial e, consequentemente, a posse em definitivo da Taça Jules Rimet. Em cabeçada sensacional, Pelé abriu o placar, mas Boninsegna empatou, ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Gérson, em jogada individual, fez 2 a 1. Jairzinho, o Furacão, marcou o terceiro, e Carlos Alberto, em bola rolada pelo Rei do Futebol, completou o placar e a festa brasileira.

Copa do Mundo 1966 - Inglaterra

ESCOLHA DA SEDE
Era o inglês Arthur Drewry o presidente da Fifa no 32ª Congresso da entidade, em 22 de agosto de 1960, que decidiria onde seria realizada a Copa de 1966. E deu Inglaterra, que concorria com Espanha e Alemanha - os espanhóis desistiram antes de a votação começar, e viram os alemães perderam por um placar até apertado: 34 a 27. O motivo alegado para a escolha dos inventores do futebol foi a comemoração do centenário.

OS ESTÁDIOS
Quatro estádios construídos no século 19 e outros quatro no começo do século 20 foram utilizados no Mundial. O mais novo era o de Wembley, com 43 anos de vida.

AS ELIMINATÓRIAS
Dos 110 países filiados, 71 se candidataram para disputar o Mundial. Desses, dois foram  suspensos por motivos políticos: Coreia do Sul e África do Sul (pelo apartheid, racismo). Os outros 18 países africanos resolveram não participar também por protesto contra o fato de o continente ainda não ter uma vaga - o melhor colocado tinha que disputá-la com o melhor de outro continente. A boa novidade foi a estreia de Portugal em Mundiais.

O MASCOTE
mascote Willie copa 1966 (Foto: Reprodução)
O leão World Cup Willie foi o primeiro mascote da história das Copas. O leão é um símbolo típico do Reino Unido. E Willie vestia camisa com a Union Flag inscrita com as palavras "World Cup".

O CAMPEÃO
Não foi certamente a Copa do melhor futebol. Mas foi, certamente, a mais polêmica. O English Team até tinha grandes jogadores, como o goleiro Gordon Banks, o zagueiro Bobby Moore, o meia Bob Charlton, o destemido Hurst... Mas jogava futebol pragmático e acabou campeão pela primeira vez sendo beneficiado pela arbitragem. Principalmente nas quartas, no duelo com a Argentina, em que o meia Rattin foi expulso, e na decisão contra a Alemanha Ocidental.

O ARTILHEIRO
Estreante, Portugal acabou sendo uma das grandes sensações, terminando a Copa em 3º lugar. O maior responsável foi, sem dúvida, um certo moçambicano... Eusébio da Silva Ferreira era um dos jogadores nascidos em ex-colônias africanas que aportaram em terras portuguesas na década de 1960. Atacante com uma técnica notável e força física incomum, foi o grande algoz do Brasil na primeira fase, no jogo que marcou a eliminação dos bicampeões mundiais. E o goleador da competição, com nove gols. Em clubes também teve carreira brilhante no Benfica, onde foi campeão europeu em 1962 - também faturou o bicampeonato português.

O CRAQUE
Para dividir os louros de grande astro da Copa com Eusébio, só mesmo o meia Bobby Charlton. O maior jogador inglês de todos os tempos parecia ter em seu destino essa conquista. Afinal, escapou de um acidente aéreo que matou quase todo o elenco do Manchester United. E depois, em 1966, com 29 anos, vivia o auge de sua carreira durante a disputa do Mundial. Jogador rápido, elegante como poucos no toque de bola, tinha como uma das maiores virtudes o potente tiro de longa distância, como o desferido contra Portugal, em um de seus três gols marcados na campanha vitoriosa do English Team.

Eusebio e Lev Yashin - Portugal e Russia - Copa 1966  (Foto: Getty Images)
Eusébio enfrenta o sensacional goleiro soviético Lev Yashin, o Aranha Negra: na disputa pelo terceiro lugar, o Pantera Negra, artilheiro da Copa de 1966, com nove gols, marca um na vitória por 2 a 1. (Foto: Getty Images)

SELEÇÃO BRASILEIRA
Para se ter uma ideia do frisson em torno dos bicampeões mundiais, no sorteio que definiu os quatro grupos com quatro seleções da primeira fase uma das preocupações era não permitir que Brasil e Inglaterra caíssem na mesma chave. Nunca a Seleção chegou a uma Copa tão favorita. Pelé tinha 25 anos e vivia uma das melhores fases. Garrincha já não era mais o mesmo fisicamente, mas o time ainda tinha outras peças de valor, como os então garotos Gerson, Tostão e Jairzinho. Só que a preparação foi confusa: 45 jogadores chegaram a ser convocados. No campo, o resultado foi desastroso. Na estreia, até foi boa a vitória sobre a Bulgária por 2 a 0, gols de Pelé e Garrincha. Mas ficou por aí. Depois, sem Pelé, a derrota para a Hungria (3 a 1). Na última partida da primeira fase, nova derrota, para Portugal (3 a 1) com o Rei do Futebol caçado em campo. E o Brasil voltou para casa.

A DECEPÇÃO
Não foi só a seleção brasileira que decepcionou no Mundial de 1966. A Itália também foi eliminada na primeira fase, e de uma forma surpreendente: perdeu por 1 a 0 em Middlesbrough para a Coreia do Norte, que terminou em segundo lugar no Grupo 4. Foi uma das maiores zebras de todas as Copas. Com o resultado, a Azzurra deixou a Inglaterra com uma vitória e duas derrotas. E quando desembarcou em seu país, ganhou uma chuva de tomates podres.

PARA A HISTÓRIA
O jogo em que o Brasil venceu a Bulgária por 2 a 0 foi o último de Pelé e Garrincha juntos na Seleção.

A DECISÃO
A rainha Elizabeth e o primeiro-ministro Harold Wilson estavam entre os mais de 120 mil torcedores no mítico Wembley que, em 30 de junho, viram o English Team ganhar a mais polêmica das Copas. Afinal, foi beneficiado por um erro do bandeirinha soviético Tofik Bakhramov. O jogo foi emocionante. Haller abriu o placar para os alemães aos 12 minutos, e Hurst empatou aos 18. No segundo tempo, Peters virou para os ingleses aos 33, mas Weber, quase de carrinho, empatou aos 44 e levou a partida para a prorrogação. Aí houve o lance fatal. Aos 11 do 1º tempo, o oportunista Hurst mandou um balaço, a bola bateu no travessão, tocou no chão e voltou. O alemão Hottges, de cabeça, mandou para fora, e os ingleses levantaram os braços pedindo gol. Na dúvida, o árbitro consultou o auxiliar, para quem a bola ultrapassou a linha, o que não aconteceu. Aos 15 do 2º tempo, quando houve até invasão de torcedores considerando a partida encerrada, Hurst, livre, fez o quarto gol. E a discussão passou para a eternidade.

Copa do Mundo 1962 - Chile

ESCOLHA DA SEDE
Foram quatro os candidatos a ser a sede da Copa de 1962: Espanha, Alemanha, Argentina e Chile. A Fifa deixou logo claro que, depois de dois Mundiais seguidos na Europa, era a vez da América do Sul. Com isso, sobraram Argentina e Chile, considerado por muitos um país pobre. Mas com o apoio de Carlos Dittborn Pinto, filho de diplomata chileno, 32 dos 56 países-membros votaram no Chile como sede - 11 cravaram Argentina e 13 se abstiveram - no Congresso de 1956. Quatro anos depois, em 1960, após terremoto no país que deixou mais de dois milhões de vítimas, entre mortos, feridos e desabrigados, a Fifa quase mudou de ideia. Dittborn, contudo, garantiu a realização do Mundial. Pena que, um mês antes do começo, o dirigente morreu. Recebeu a homenagem no nome do estádio em Arica.

OS ESTÁDIOS
Apenas um estádio foi construído para a Copa do Chile - o Carlos Dittborn, em Arica, para 13 mil pessoas. Os outros três utilizados no Mundial passaram por reformas. O país teve apenas quatro sedes - Santiago, Viña del Mar, Arica e Rancagua.

AS ELIMINATÓRIAS
Quarenta e nove países disputaram as eliminatórias e outros cinco - Canadá, Egito, Indonésia, Romênia e Sudão - desistiram. Quatro países americanos e 10 europeus se classificaram, juntando-se ao Brasil, com vaga assegurada por ter sido o campeão mundial, e o Chile, por ser a sede, para formar os 16 que disputariam a competição. Colômbia e Bulgária faziam seu début em Mundiais.

O MASCOTE
Somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes.

O CAMPEÃO
O Brasil mudou muito pouco para chegar ao bicampeonato. A principal troca foi no comando técnico: saiu Vicente Feola, entrou Aymoré Moreira. O que ninguém imaginava é que Pelé sofresse séria contusão na segunda partida. Mas Garrincha foi Pelé e foi Garrincha. A Copa foi do Mané e do Brasil. E a Seleção, de novo com Didi, Nilton Santos, Djalma Santos, Vavá, Zagallo... Com Mauro e Zózimo na defesa e um Amarildo Possesso no lugar do Rei no ataque, voltou a encantar o planeta. A campanha foi de cinco vitórias e um empate, contra a Tchecoslováquia, que voltou a enfrentar na final e venceu por 3 a 1, gols de Amarildo, Zito e Vavá.

O ARTILHEIRO
Quando a Copa terminou, eram seis os artilheiros: Vavá e Garrincha, do Brasil, Leonel Sánchez, do Chile, Albert, da Hungria, Valentin Ivanov, da União Soviética, e Jerkovic, da Iugoslávia, todos com quatro gols. Mas, em 1993, 31 anos depois, uma revisão no filme do jogo desvendou confusão do árbitro do jogo Iugoslávia x Colômbia. Na súmula, o terceiro gol da goleada de 5 a 0 tinha sido dado a Galic, mas foi de Jerkovic. O iugoslavo passou a ter cinco gols e ficou isolado na artilharia.

Copa do Mundo 1962 - Garrincha (Foto: Agência estado)
Sem Pelé, Garrincha chama holofotes e é o grande craque da Copa do Mundo de 1962 - Garrincha (Foto: Agência Estado)

O CRAQUE
Se Maradona carregou a Argentina nas costas em 1986, Garrincha fez isso muito antes, em 1962, com o Brasil. Sem Pelé, contundido, foi o camisa 7, aos plenos 28 anos, que tomou conta do Mundial. E o cardápio não foi só de dribles impossíveis de ser contidos: o Mané fez gols, cruzamentos perfeitos, cobrou faltas magistrais, escanteios perigosíssimos... Foi um craque completo, a ponto de arrancar a seguinte manchete do jornal chileno "El Mercurio": "Garrincha, de que planeta vienes?"

A DECEPÇÃO
Campeão mundial em 1958, o Brasil chegou favorito em 1962. Mas outra seleção despertava a curiosidade. A União Soviética tinha sido campeã europeia em 1960 e contava com uma equipe poderosa, a começar pelo goleiro Yashin. Na primeira fase, bateu seleções poderosas como Iugoslávia e Uruguai. Mas, nas quartas de final, caiu para os donos da casa, os chilenos. E o Aranha Negra, como era conhecido o arqueiro, sofreu dois gols "anormais". Os soviéticos até fizeram pressão para empatar, mas acabaram eliminados da Copa.

PARA A HISTÓRIA
Pela última vez a Fifa permitiu num Mundial um jogador poder defender outra seleção que não a do país onde nasceu e pela qual já atuara. Foi o caso do argentino Di Stéfano, do húngaro Puskas e do uruguaio Santamaria, que atuaram pela Espanha; dos brasileiros Mazola (Altafini no título de 1958) e dos argentinos Maschio e Sivori, todos atuando pela Itália.

A DECISÃO
Sem Pelé, e com Garrincha absolvido da expulsão contra o Chile, o Brasil entrou favorito no Estrádio Nacional de Santiago para a final contra a Tchecoslováquia. Foi surpreendido com o gol do craque Masopust  aos 15 minutos, mas não esperou muito para o empate: dois minutos depois, Amarildo, sem ângulo, marcou em falha do goleiro Schrojf. No segundo tempo, o Possesso, que substituiu Pelé, dessa vez foi garçom e serviu Zito para desempatar, aos 24. E Vavá, em nova falha do arqueiro, fez o terceiro, aos 33. Com muita febre, Garrincha nem se destacou tanto na final, mas nem precisou. O Brasil era, com toda justiça, bicampeão mundial.

Copa do Mundo 1958 - Suécia

ESCOLHA DA SEDE
A opção pela Suécia para ser a anfitriã em 1958 foi tomada com 10 anos de antecedência, no Congresso da Fifa realizado em Londres. A confirmação oficial foi no Rio de Janeiro, em 1950. E acabou sendo a primeira Copa do Mundo sem a presença de Jules Rimet: o presidente da Fifa morreu dois anos antes, em 1956.

OS ESTÁDIOS
Doze estádios suecos foram utIlizados para o Mundial. Entre eles, três acabaram construídos especialmente para a competição (Tunavallen, Ulevi e Malmö Stadium) e dois ampliados (Rasunda e Idrottsparken).

AS ELIMINATÓRIAS
Dos 95 países filiados à Fifa, 53 se inscreveram. Depois, cinco - Chipre, Egito, Formosa, Turquia e Venezuela - desistiram de lutar pelas 14 das 16 vagas para o Mundial (Alemanha, campeã, e Suécia, sede, já estavam garantidas). As grandes surpresas ficaram por conta da não classificação do bicampeão mundial, o Uruguai, e da campeã, Itália - Paraguai e Irlanda do Norte ficaram com as vagas. Depois, na Suécia, os 16 países classificados foram divididos em quatro grupos de quatro seleções, e pela primeira vez houve sorteio dirigido por regiões geográficas. Cada grupo tinha um país sul-americano, um dos britânicos, um do Leste Europeu e um da Europa Ocidental. Os dois primeiros de cada grupo passavam de fase, e a partir daí o confronto seria mata-mata.

O MASCOTE
Somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascote.

O CAMPEÃO
Foi a Copa em que o Brasil mostrou ao mundo o garoto de 17 anos que se tornou o maior jogador de todos os tempos. Foi a Copa em que o Brasil mostrou ao mundo um gênio de pernas tortas cujos dribles eram impossíveis de conter. Pelé e Garrincha eram reservas de Joel e Dida e se tornaram titulares apenas no terceiro jogo do Brasil. Dali em diante, mudaram o rumo da Copa e do futebol. Como não lembrar os golaços do Rei do Futebol contra País de Gales e França?  E o time ainda tinha outros craques que entraram para a história, como Didi, Nilton Santos, Djalma Santos e Zito. E jogadores com o carisma de Gilmar, Bellini, Vavá, Zagallo, Orlando. Depois da estreia em que bateu a Áustria por 3 a 0 e do empate por 0 a 0 com a Inglaterra, surgiram as vitórias consagradoras - 2 a 0 sobre a União Soviética,  1 a 0 sobre País de Gales,  5 a 2 sobre a França, na semi, e sobre a Suécia, na decisão.

O ARTILHEIRO
Velocidade, dribles curtos, chutes precisos, cabeçadas mortais... O que mais poderia caracterizar um bom atacante? Essas virtudes faziam parte do repertório de Just Fontaine, centroavante francês, goleador da competição com 13 gols em seis jogos. Essa marca do camisa 9 nascido no Marrocos é um recorde em Mundiais que ainda não foi batido. 

Vavá e Pelé Brasil França Copa 1958 (Foto: Getty Images)
Vavá e Pelé na vitória do Brasil sobre a França por 5 a 2: nascia o Rei do Futebol
(Foto: Getty Images)

O CRAQUE
A Bola de Ouro, prêmio oficial da Fifa para o melhor jogador do Mundial, só foi instituída em 1982. E a Copa de 1958 foi a que gerou mais dúvidas sobre quem foi o grande destaque. O menino Pelé? Garrincha? O consenso na época era de que o meia Didi, o Príncipe Etíope, foi o grande condutor da Seleção que pôs fim ao complexo de vira-latas. Com seus lançamentos, chutes de folha-seca e, principalmente,  personalidade - após o 1º gol da Suécia na final, botou a bola embaixo do braço e, confiante, a levou até o círculo central -, acabou fundamental na conquista.

A DECEPÇÃO
A Argentina fez na Suécia um de seus piores mundiais, ficando em último lugar no Grupo 1 na fase de classificação. A seleção sul-americana venceu apenas uma partida e sofreu duas derrotas. Uma delas ficou na história: precisando vencer, o técnico Karel Kolski arriscou e escalou a Tchecoslováquia com cinco atacantes. Resumo: goleada por 6 a 1, a maior sofrida pela Alviceleste em Copas do Mundo.

PARA A HISTÓRIA
Pela primeira vez numa Copa do Mundo todos os países que formam o Reino Unido estiveram presentes - Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

A DECISÃO
Pelé e Garrincha já haviam surpreendido o mundo quando pisaram em campo para a final. O Brasil entrou favorito e vestindo azul e com mudança na lateral direita: De Sordi, contundido, deu lugar a Djalma Santos, que pela sua única atuação foi eleito o lateral da Copa. Mas antes de brilhar, viu os suecos saírem na frente com Liedholm, aos quatro minutos. Ainda na primeira etapa o Brasil virou: Mané na linha de fundo, centro para Vavá. Duas vezes, aos 9 e 32.. No segundo tempo, Pelé fez 3 a 1 com direto a chapéu no marcador, aos 10. Zagallo aumentou aos 23. A Suécia diminuiu com Simonsson, aos 35. Mas era dia do Brasil. O novo Rei do Futebol fechou o Mundial com o quinto gol aos 45, e a Seleção finalmente conquistava o mundo pela primeira vez.

Copa do Mundo 1954 - Suíça

ESCOLHA DA SEDE

Não foi difícil para a Suíça ganhar o direito de organizar o Mundial no 26º Congresso da Fifa, em 1948. Dois fortes motivos pesaram na escolha: primeiro, o cinquentenário da entidade máxima do futebol, cuja sede ficava em Zurique. O segundo é que o país foi um dos poucos a escapar ileso da Segunda Guerra Mundial.


OS ESTÁDIOS

Apenas um estádio, o St. Jabkob, do FC Basel, foi construído para o Mundial. Dos outros cinco usados, o Olympique La Pontaise passou por reforma.


AS ELIMINATÓRIAS

Houve 38 países inscritos - na época, um recorde. E deles, só a Polônia e a República Popular da China desistiram da competição. Pela primeira vez o Brasil precisou jogar para garantir sua vaga. E ganhou os quatro jogos contra Chile e Paraguai (ida e volta). Junto com o Uruguai (classificado automaticamente por ter sido campeão do mundo em 1950), representou a América do Sul entre os 16 participantes. A Argentina não conseguiu a vaga para o Mundial.


O MASCOTE

Somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes.


O CAMPEÃO

Antes e durante a competição, a Hungria era a grande aposta. Invicta por quatro anos, justificava todo o favoritismo com o futebol ofensivo e envolvente de Puskas, Kocsis, Czibor & Cia. Após ter aplicado 8 a 3 na Alemanha, no seu segundo jogo (aplicara 9 a 0 na Coreia do Sul), ninguém acreditava mais que perderia o título. Eliminou o Brasil (4 a 2) e os campeões do mundo, os uruguaios (4 a 2), até reencontrarem os alemães na final... E foi aí que o pragmatismo venceu o futebol arte pela primeira vez. Com uma campanha em que venceu a Turquia duas vezes (4 a 1 e 7 a 2),  a Iugoslávia (2 a 0) e a Áustria nas semifinais (6 a 1), a Alemanha do técnico Sepp Herberger surpreendeu ao derrotar os favoritos por 3 a 2.


O ARTILHEIRO

Com 11 gols, o húngaro Sandor Kocsis foi o goleador da competição Bom nas bolas aéreas, ganhou o apelido de "Cabeça de Ouro". Ao lado de Puskas, Bozsik, Hidegkuti e Czibor, formava a base do timaço que marcou época nos anos 50. Nascido em Budapeste, deixou o país em 1956, após a invasão de Budapeste por tropas soviéticas. Passou pelo futebol suíço até chegar ao Barcelona, onde permaneceu até o fim da carreira, aos 37 anos.


O CRAQUE

A campeã Alemanha tinha jogadores como Fritz Walter, Morlock, Schäefer... Mas os craques húngaros eram melhores. Nenhum, no entanto, foi tão marcante quando Ferenc Puskas. Mesmo sem ter sido campeão, o Major Galopante ficou com o título de melhor do Mundial. Capitão, genial no passe, perfeito nos chutes de canhota, comandou a Hungria e o Honved, melhor time do país que encantou a Europa. Dois anos depois da Copa da Suíça, deixou o pais por causa da intervenção soviética e parou no Real Madrid. Ao lado de Di Stéfano e outros craques, fez parte daquele considerado o maior time do mundo e grande papão de títulos.


SELEÇÃO BRASILEIRA

Depois da perda do Mundial de 1950, a Seleção recomeçou. Trocou o técnico Flávio Costa por Zezé Moreira. Até o uniforme mudou: o branco, considerado azarado, deu vez à camisa amarela com detalhes em verde e calções azuis (usado até hoje, tornou-se o mais temido do planeta). No Grupo A, a equipe estreou contra o México com goleada de 5 a 0 e empatou por 1 a 1 com a Iugoslávia. Nas quartas, caiu justamente contra o adversário mais temido: a Hungria de Puskas. E a derrota por 4 a 2 fez o time, que tinha craques como Didi, Nilton Santos, Djalma Santos e Castilho, voltar cedo para casa.


A DECEPÇÃO

Os campeões mundiais tiveram, na semifinal, um osso duro. Tal como o Brasil nas quartas, o Uruguai acabou eliminado também pela temida Hungria. Até aí tudo bem. Pior foi ver a Celeste Olímpica perder também a disputa do terceiro lugar para a Áustria, por 3 a 1.


PARA A HISTÓRIA

Pela primeira vez num Mundial os jogadores entraram em campo com as camisas numeradas. Também foi a primeira Copa transmitida pela TV, e os números até hoje de maior média de gols por partida (5,38, com 140 em 26 jogos).não foram batidos.


A DECISÃO

O jogo foi sensacional. Os alemães armaram uma arapuca para os húngaros: dessa vez com o time completo (no duelo na primeira fase usara um time misto): o técnico Sepp Herberger colocou Fritz Walter, um dos destaques de sua equipe, colado em Hidegkuti, o garçom adversário, e pediu que o contra-ataque fosse em bloco. Após estar perdendo por 2 a 0, a Alemanha virou para 3 a 2 e conquistou seu primeiro Mundial. Puskas, aos 6, e Czibor, aos 8 minutos, abriram o placar ainda no primeiro tempo. Mas a reação surgiu logo com aos 10 e 18 minutos com Morlock e Rahn, autor também do gol do título, aos 39 minutos do segundo tempo, quando os húngaros davam visíveis sinais de problemas físicos no lotado estádio Wankdorf, em Berna - 60 mil pessoas vibraram com o jogaço.

Copa do mundo: Alemanhã campeã 1954 (Foto: Getty Images)
Alemanha supreende a Hungria e o mundo e fatura primeira Copa em 1954 por 3 a 2, dois gols de Rahn(Foto: Getty Images)

Copa do Mundo 1950 - Brasil

ESCOLHA DA SEDE

Desde 1938 o Brasil pleiteava ser sede de Mundial. A Alemanha também. Veio a Segunda Guerra. Duas Copas não foram realizadas - 1942 e 1946. No Congresso pós-Guerra da Fifa, em 1946, os alemães, semidestruídos, retiraram sua candidatura. Apenas o Brasil a manteve. E um país sul-americano voltava a ser o centro das atenções no futebol. Antes marcado para 1949, o torneio acabou adiado por um ano.

OS ESTÁDIOS

No Congresso da Fifa em Luxemburgo, A CBD encantou a Fifa quando apresentou a intenção de construir o maior estádio do mundo, com capacidade para 155 mil pessoas. A inauguração oficial do Maracanã, no Rio de Janeiro, aconteceu oito dias antes do começo da Copa, em 16 de junho de 1950. E o estádio acabou sendo palco da grande final, que teve contornos de tragédia para os brasileiros. Os outros foram todos remodelados.

AS ELIMINATÓRIAS

A Segunda Guerra deixou marcas profundas em alguns países, o que tornou impossível a participação no Mundial no Brasil. Hungria, Tchecoslováquia e Polônia não tiveram condições. A Alemanha foi proibida pela Fifa de jogar. Com tudo isso, houve 32 inscritos nas eliminatórias, dos 72 países filiados. Brasil, como sede, e Itália, como último campeão, estavam classificados automaticamente. Argentina, Áustria, Bélgica, Birmânia, Colômbia, Equador, Filipinas e Peru desistiram durante as eliminatórias.  Dos 16 que restaram, Escócia, Índia e Turquia abriram mão das vagas. França, Irlanda e Portugal, convidados para serem os substitutos, declinaram. E o Mundial ficou com apenas 13 seleções, entre elas a Inglaterra, finalmente estreando em Mundiais.

O MASCOTE

Somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes.

Ghiggia comemora gol do uruguai contra o Brasil- Maracanã - Copa do Mundo 1950 (Foto: Agência AP )
Ghiggia comemora gol da vitória do Uruguai sobre Brasil na final de 1950 e cala o Maracanã (Foto: Agência AP )


O CAMPEÃO

Com base no Nacional e Peñarol, as duas principais equipes do país, a Celeste Olímpica chegou ao Brasil bem desacreditada. Ninguém poderia imaginar que, pouco depois faria o Brasil inteiro chorar de tristeza na final. O caminho para provocar o Maracanazo começou fácil. Na primeira fase, pegou o grupo 4, o mais fácil, apenas com a Bolívia. E aplicou goleada por 8 a 0, no Independência. Depois, na outra fase, os quatro classificados se enfrentaram. O Uruguai empatou com a Espanha por 2 a 2 e ganhou de virada da Suécia por 3 a 2. Precisava vencer o Brasil para levar o bicampeonato. E conseguiu, por 2 a 1

O ARTILHEIRO

Ademir Marques de Menezes era veloz dominando a bola. Habilidoso. Sempre difícil de ser marcado. E chutava maravilhosamente bem.. O Queixada foi o artilheiro da Copa, com 9 gols. Só não balançou as redes no empate por 2 a 2 com a Suíça, ainda na primeira fase, e na fatídica derrota para o Uruguai na decisão.

O CRAQUE

O Mundial de 1950 teve vários destaques. Se o Brasil tivesse conquistado a taça, fatalmente a disputa da coroa seria entre Zizinho, Ademir e Jair Rosa Pinto. Mas deu Celeste. E lá, outros três apareceram de forma marcante. O capitão Obdulio Varela foi um gigante, principalmente na final. O meio-campo Schiaffino era o cérebro do time. Mas o destino quis que o atacante Gigghia surgisse como o grande herói. Balançou as redes em todas as partidas do Uruguai e fez um dos gols decisivos mais conhecidos na história dos Mundiais. Até hoje, dá entrevistas falando sobre isso.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Copa do Mundo 1950 - Zizinho (Foto: Agência AFP )
Astro do Brasil com Ademir e Jair, Zizinho (F) é comparado a Da Vinci em 50 (Foto: Agência AFP )

Nunca uma seleção brasileira entrou tão favorita para ganhar um Mundial como a de 1950. O técnico Flávio Costa tinha em suas mãos grandes jogadores. Quando goleava por 6 a 1 a Espanha no Maracanã, dando show de bola, e a torcida cantava esfuziante "Touradas em Madri", não havia um brasileiro que não considerasse aquele time imbatível. Mas os problemas na preparação - o oba-oba ficou fora de controle até durante a concentração - atrapalharam a equipe, que na primeira fase goleou o México por 4 a 0, depois empatou por 2 a 2 com a Suíça e venceu a Iugolávia por 2 a 0. Depois, foram duas goleadas históricas, antes da tragédia para o Uruguai: 7 a 1 sobre a Suécia e 6 a 1 sobre os espanhóis.

A DECEPÇÃO

A Inglaterra abandonou o ar blasé sobre o Mundial justamente na Copa realizada no Brasil. Finalmente, o país aceitou disputar a competição, apesar de não reconhecer na seleção campeã a melhor do planeta. Mas o resultado em campo não confirmou o nariz empinado de quem imaginava ter o melhor futebol do mundo. O English Team só derrotou o Chile, na estreia (2 a 0). Depois, perdeu por 1 a 0 para os Estados Unidos, na grande zebra do torneio, e para a Espanha (1 a 0), despedindo-se da competição.

PARA A HISTÓRIA

A certeza da vitória do Brasil era tão grande que o jornal vespertino "A Noite", do Rio, foi às bancas na véspera com a seguinte manchete, acima da foto do time do Brasil posado: "Estes são os campeões do mundo."

A DECISÃO

No último jogo, contra o Brasil, o Uruguai só tinha uma opção: vencer. A seleção brasileira jogava com a vantagem do empate e um país inteiro à espera da conquista do tão sonhado título. Não havia um que não acreditasse. Mais de 200 mil pessoas se espremeram no Maracanã para comemorar mais do que propriamente torcer. O time ainda abriu o placar, com Friaça, a um minuto do segundo tempo, só aumentando a euforia. Mas, sob o comando de Obdulio Varella, a Celeste se agigantou. Tudo começou a mudar com o empate de Schiaffino, aos 21. E depois o gol da vitória de Ghiggia, aos 34, deu início ao Maracanazo, num dos maiores silêncios ensurdecedores da história do futebol. E o Brasil chora até hoje essa derrota.

Copa do Mundo 1938 - França


ESCOLHA DA SEDE

Sob a sombra da Segunda Guerra Mundial, três países se candidataram para ser a sede da Copa. A Alemanha, que organizava os Jogos Olímpicos de 1936, tinha interesse por mais um evento para propaganda do nazismo de Hitler. A Argentina esperava sua vez por um rodízio de continentes. Os dois eram os favoritos. Mas, em agosto de 1936, durante as Olimpíadas de Berlim, o Congresso da Fifa se reuniu e decidiu, como homenagem a Jules Rimet, já com 64 anos, e a Henri Delaunay, outro dirigente da entidade, fazer a Copa na França, a terceira candidata...


OS ESTÁDIOS

Dois estádios foram construídos na França para o Mundial. O Vélodrome, em Marselha, em 1937, e o Parc Lescure, em Bordeaux, em 1938.


AS ELIMINATÓRIAS

Preterida em ser a sede do Mundial, a Argentina liderou boicote dos países americanos. O Brasil não participou e acabou ganhando a vaga automaticamente, sem precisar disputar os jogos eliminatórios, que seriam contra os hermanos e os bolivianos. Além disso, a Inglaterra, ainda em guerra com a Fifa, insistia em considerar a Copa um torneio sem expressão. Com isso, dos 53 países filiados, apenas 25 disputaram as eliminatórias. A Espanha, em meio a uma Gerra Civil, acabou saindo. Egito e Japão também desistiram em tentar 14 das 16 vagas - as outras eram para o país-sede, a França, e o campeão do mundo, a Itália.  O torneio voltou a ser mata-mata. Como a Áustria foi anexada à Alemanha antes da estreia, os austríacos acabaram não indo, mas a tabela não foi modificada. A Suécia venceu por W.O. e passou direto para as quartas de final.


O MASCOTE

Só a partir de 1966 as Copas do Mundo passaram a ter mascote.


O CAMPEÃO

Apesar de contar com a antipatia dos franceses, os italianos, campeões mundiais em 1934 e olímpicos em 1936, realizaram o sonho de Mussolini de manter a hegemonia no futebol e foram os primeiros a conquistar o bicampeonato. O elenco foi reformulado em relação ao de quatro anos antes e ficou melhor: ainda contava com o craque e agora capitão Meazza e tinha o artilheiro Piola. Na estreia, vitória dramática sobre a Noruega na prorrogação por 2 a 1. Depois, a Squadra Azzurra bateu a França (2 a 1) nas quartas, o Brasil nas semifinais, em jogo polêmico (2 a 1), e a Hungria na grande decisão (4 a 2), com dois gols de Piola e dois de Colaussi.

Copa do mundo: Itália campeã 1938 (Foto: Getty Images)
Itália bate Hungria na final e é bicampeã mundial. Piola é o grande destaque
(Foto: Getty Images)

O ARTILHEIRO

Os números são polêmicos (oficialmente, foram 7 gols, no entanto, há quem conte 8). Mas o goleador da competição foi o brasileiro Leônidas da Silva, o Diamante Negro, craque e maior executor da bicicleta, chamado na Copa também de "Homem-Borracha", tamanha eram a técnica e elasticidade. Sua ausência, contundido, na semifinal contra a Itália, foi determinante para a derrota brasileira.


O CRAQUE

Só o fato de ter irritado o brasileiro Domingos da Guia, um dos maiores zagueiros de todos os tempos, a ponto de fazê-lo cometer um pênalti, já faria de Silvio Piola um dos destaques da competição. Mas o atacante tinha mais virtudes. Rápido, oportunista, foi um dos destaques da competição, marcando cinco gols - o da prorrogação, contra a Noruega, e dois na decisão contra a Hungria. Na Azzurra, fez 30 gols em 34 partidas disputadas.


SELEÇÃO BRASILEIRA

Finalmente, o Brasil compareceu com sua força máxima no Mundial. E a campanha, por pouco, não rendeu título. O técnico Ademar Pimenta  chamou os melhores jogadores. Destaque para Leônidas, Domingos, Romeu, Hércules, Tim, Perácio. No jogo da estreia, uma vitória por 6 a 5 sobre a Polônia, em partida sensacional, decidida na prorrogação. Depois, empate com os tchecos até na prorrogação levou a nova partida, vitória por 2 a 1, Na semifinal, Ademar Pimenta alegou que Leônidas estava contundido e poupou o atacante. Houve quem dissesse que o Diamante Negro teria condições de jogo. A Itália venceu por 2 a 1 e pôs fim ao sonho do primeiro mundial. Na disputa do terceiro lugar, a vitória sobre a Suécia por 4 a 2 deu dignidade à campanha brasileira.


A DECEPÇÃO

Depois de anexada, a Áustria foi obrigada a ceder jogadores à Alemanha por exigência de Hitler. O ditador contava com o título. Quando a equipe vencia a Suíça por 2 a 1, ainda pelas oitavas, integrantes da comissão técnica chegaram a mandar telegrama contando sobre a vitória. Mas, no segundo tempo, a Suíça fez três gols, venceu por 4 a 2 e ficou com a vaga para as quartas de final.


PARA A HISTÓRIA

Cuba foi o primeiro país da América Central a disputar uma Copa do Mundo. E não fez feio: estreou contra a Romênia, que, ao lado do Brasil, era o único país a participar das três edições anteriores. No primeiro jogo, houve empate por 3 a 3. No segundo, graças ao goleiro Juan Ayra, Cuba virou para 2 a 1 e conseguiu a surpreendente classificação.


A DECISÃO

Com mais um telegrama de Mussolini com a mensagem "Vencer ou morrer", a Azzurra entrou em campo tensa contra os húngaros, mas tinha um bom retrospecto de três vitórias e um empate nos últimos quatro anos diante do rival. A partida foi movimentada, com muitos gols. Colaussi abriu o placar para a Azzurra logo aos 6 minutos, mas Titklos empatou dois minutos depois. Piola, ao lado de Meazza o craque da seleção italiana, desempatou aos 16, e Colaussi, novamente, ampliou aos 35. Veio o segundo tempo, e a Hungria tentou uma reação com Sarosi, aos 15. A partida ficou indefinida até os 37 minutos, quando Piola fez 4 a 2 para a Itália e selou o bicampeonato mundial no lotado estádio Olympique de Colombes, em Paris.

Copa do Mundo 1934 - Itália

ESCOLHA DA SEDE

A desistência da Suécia de ser a sede da Copa a dois anos da competição abriu o caminho. A Itália do ditador fascista Benito Mussolini tinha motivos óbvios para querer realizar a competição. Afinal, que propaganda seria melhor, àquela altura, para o seu regime autoritário? A jogada política foi a mesma adotada por Hitler quando levou para a Alemanha as Olimpíadas de 1936. E foi o general Giorgio Vaccaro o homem nomeado por Mussolini para ser o interlocutor com a Fifa. No Congresso para a escolha da sede, em 1932, em Estocolmo, na Suécia, garantiu que dinheiro para o Mundial não seria problema. Os delegados dos 29 países presentes votaram a favor do país.


OS ESTÁDIOS

Três estádios - em Nápoles, Trieste e Turim - foram construídos especialmente para o Mundial de 1934. O de Turim ganhou o nome de Mussolini. E se juntaram aos de Gênova, Milão, Florença, Bolonha e Roma, este último rebatizado de Stadio Nazionale del PNF, a sigla do "Partito Nazionale Fascista". O conhecido San Siro, do Milan e do Inter, foi ampliado na época de 35 mil para 845 mil espectadores.


AS ELIMINATÓRIAS

A boa repercussão da Copa de 1930 chamou a atenção dos países: 34 solicitaram a participação no Mundial da Itália, que foi praticamente europeu. Apenas três das 16 seleções eram americanas e nenhuma ficou entre os oito primeiros colocados. O Uruguai, que era o atual campeão, não foi em represália ao boicote europeu na sua casa. A Inglaterra, afastada da Fifa desde 1928, também resolveu não comparecer, a exemplo de 1930. o interessante é que a Itália, país-sede, teve de disputar eliminatórias - foi o único caso até hoje. O sistema foi igual ao do Mundial: mata-mata. Outra curiosidade é que, com a vaga conquistada, o Egito foi o primeiro país africano a disputar o torneio.


O MASCOTE

Só a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascote.


O CAMPEÃO

Os oito países mais poderosos, segundo a Fifa, enfrentaram em sorteio os outros oito. A seleção italiana jogou sob pressão do fascismo de Mussolini. O técnico e jornalista Vittorio Pozzo enclausurou sua equipe por dois meses na concentração. Em campo, sempre com a presença do Duce nas tribunas, não houve decepção. Com craques como Giuseppe Meazza, Schiavio e Orsi, a Squadra Azzurra superou os adversários: Na estreia, pelas oitavas - todas as fases foram em critério de mata-mata -, uma goleada de 7 a 1 nos Estados Unidos. Depois, empate por 1 a 1 com a perigosa Espanha. Na outra partida com a Fúria, a equipe italiana venceu por 1 a 0, mesmo placar das semis, contra a Áustria. Na decisão, 2 a 1 sobre a Tchecoslováquia.


O ARTILHEIRO

A Copa de 1934 não teve um, mas três artilheiros: Nejedly, Schiavio e Conen terminaram empatados com 4 gols. O tcheco Nejedly tinha como maior virtude o oportunismo. O italiano Schiavio foi o autor do gol que deu o título para a Itália, na prorrogação da final. O alemão Conen era o menos conhecido. Dos quatro gols, fez três na vitória sobre a Bélgica, por 5 a 2, na estreia de sua seleção.


Copa do Mundo 1934 - Giuseppe Meazza Itália (Foto: Getty Images)
Na Itália campeã mundial em 1934, o craque era Giuseppe Meazza, que depois deu nome a estádio (Foto: Getty Images)

O CRAQUE

Jogador que conseguiu ser ídolo nos rivais Milan e Internarzionale - leva seu nome o estádio dividido pelos dois clubes em Milão -, Giuseppe Meazza foi o melhor jogador italiano no período pré-Segunda Guerra. Convocado desde os 20 anos para a Azzurra, o atacante marcou 33 gols em 53 jogos que disputou. O Pepino era um jogador completo: além de artilheiro, servia como poucos os companheiros. Foi o grande cérebro da Azzurra no Mundial e marcou dois gols.


SELEÇÃO BRASILEIRA

Por conta da briga política entre a Federação Brasileira de Futebol (FBF), a favor da profissionalização, e a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), pró-amadorismo, o Brasil mais uma vez não mandou sua melhor equipe. Luis Vinhaes, campeão carioca pelo São Cristóvão, foi o técnico, e o Botafogo, o time-base. E a seleção brasileira fez sua pior campanha em Copas, terminando em 14º lugar, com apenas um jogo e uma derrota, para a Espanha, por 3 a 1 (o gol brasileiro foi de Leônidas da Silva, astro da equipe que tinha, entre outros, Waldemar de Brito, Carvalho Leite e Patesko).


DECEPÇÃO

Um ano antes da Copa, o mundo do futebol tinha o seu "Wunderteam" (ou "Time Maravilha"). Era assim que chamavam a Áustria. Também, a campanha justificava: em 16 partidas, o slecom 12 vitórias, dois empates e duas derrotas - melhor retrospecto da Europa. O craque era o atacante Sindelar, chamado de "homem de papel" devido à sua agilidade. O time venceu apertado os dois primeiros jogos, contra França e Hungria. Mas perdeu os dois seguintes, para Itália e Alemanha, e acabou em quarto.


PARA A HISTÓRIA

Para se ter uma ideia da pressão sobre a Squadra Azzurra, "Vitória ou morte" era a frase escrita pelo ditador Benito Mussolini no bilhete mandado para os jogadores italianos antes da final contra a Tchecoslováquia.


A DECISÃO

Os jogadores da Azzurra entraram para a final contra a Tchecoslováquia sabendo que só havia um resultado possível para garantir uma vida melhor para todos no futuro. Mas foram os tchecos que saíram na frente, com Puc, aos 31 minutos do segundo tempo. A tensão acabou cinco minutos depois, quando Orsi empatou a partida, que foi para a prorrogação. Schiavio, aos 6 da primeira etapa, desempatou a partida, e a Azzurra segurou a vitória até o fim.

Fonte: Globo Esporte

Copa do Mundo 1930 - Uruguai

ESCOLHA DA SEDE

Antes de ser criada a Copa do Mundo, a Fifa reconhecia o país medalha de ouro de futebol nos Jogos Olímpicos como o campeão mundial. Numa conferência em Amsterdã, em 1928, o francês Jules Rimet, presidente da entidade máxima do esporte, anunciou que criaria um torneio à parte. No ano seguinte, em uma reunião em Barcelona, escolheu o Uruguai como sede. Houve dois critérios: primeiro, o fato de 1930 ser o ano do centenário da independência do país. Além disso, a Celeste vinha de dois títulos olímpicos seguidos, em 1924 e 1928.

OS ESTÁDIOS

Copa do Mundo 1930 - Estádio Centenário Uruguai (Foto: Agência AP )
Construído para o Mundial, Estádio Centenário, em Montevidéu, abriga 10 dos 18 jogos (Foto: Agência AP )

Apenas três foram utilizados no primeiro Mundial da história: o Centenário, construído especialmente para a competição, que abrigou 10 dos 18 jogos, incluindo semifinais e decisão, o Pocitos e o Parque Central.

AS ELIMINATÓRIAS

Não houve eliminatórias na primeira Copa do Mundo. As nações afiliadas à Fifa foram convidadas para a competição. A dois meses do início, apenas os países das Américas se apresentaram. Como as viagens de transatlântico eram muito caras e os jogadores normalmente exerciam outra atividade - o futebol ainda vivia no amadorismo -, ficava difícil para os países da Europa aceitarem atravessar o Oceano para se afastar por dois meses. Quando o presidente da Fifa, Jules Rimet, anunciou que a entidade e o país-sede bancariam os custos, Bélgica, França, Romênia e Iugoslávia se juntaram a Brasil, Argentina, Paraguai, Chile, Peru, Bolívia, Estados Unidos e México, além do anfitrião, para serem os 13 países participantes. Itália, Espanha, Hungria, Alemanha, Suíça, Áustria, Inglaterra e Tchecoslováquia desistiram e foram as baixas.

O MASCOTE

Só a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes.

O CAMPEÃO

Copa do mundo: Uruguai campeão 1930 (Foto: Getty Images)
Uruguai campeão de 1930: equipe goleia Iugoslávia e Romênia e bate Argentina na final por 4 a 2 (Foto: Getty Images)

Bicampeão olímpico em 1924 e 1928, o Uruguai entrou no Mundial em casa como um dos favoritos e não decepcionou. Cabeça de chave do Grupo 3, bateu o Peru na estreia por 1 a 0 e depois não tomou conhecimento da Romênia, aplicando goleada por 4 a 0. Como eram apenas quatro grupos - três com três seleções e apenas um com quatro -, só passavam os campeões de cada chave. Nas semifinais, a Celeste Olímpica aplicou 6 a 1 na Iugoslávia. Na final, 4 a 2 sobrea a Argentina.

O ARTILHEIRO

Na primeira partida da Argentina na Copa, Guillermo Stábille começou no banco. Na segunda,  contra o México, entrou e já marcou três gols, tornando-se o primeiro a fazer hat-trick em Mundiais. "El Infiltrador", como ficou conhecido, terminou a competição com 8 gols.

O CRAQUE

Com 31 anos, Hector Scarone era o vovô da Celeste Olímpica. Reserva na estreia dos donos da casa, entrou no time apenas na segunda partida. E o que aconteceu? Goleada sobre a Romênia por 4 a 0 (um gol de Scarone). Daí até o fim, o atleta do Nacional não só ficou no time até o fim como ganhou o apelido de "El Mago".  Foi o grande comandante.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Na Copa de 1930, o Brasil fez campanha ruim. Devido a problemas políticos, a Federação Paulista não cedeu jogadores - apenas Araken, que se desligava do seu clube, o Santos). O time foi formado às pressas, com jogadores do Rio de Janeiro. No Grupo 2, estreou com derrota para a Iugoslávia, por 2 a 1, e venceu a Bolívia por 4 a 0. Não passou para as semifinais, e terminou a competição em sexto lugar. Como destaques do time, o defensor Fausto dos Santos (Vasco) e os atacantes Preguinho (Fluminense) e Moderato (Flamengo).

DECEPÇÃO

Depois de uma goleada por 4 a 1 sobre o México na estreia, pelo Grupo 1, a França criou expectativas no Mundial. Até porque o time contava com uma muralha no gol, Alex Thepot, que chegou a ser carregado em triunfo pelos torcedores uruguaios após defesas sensacionais na derrota por 1 a 0 para a Argentina. O que ninguém esperava, no entanto, era a derrota por 1 a 0 para o Chile. Zebraça que deixou os Bleus no 10º lugar na Copa do Mundo.

PARA A HISTÓRIA

O primeiro gol da história de todas as Copas foi marcado pelo francês Lucient Laurrent, na goleada por 4 a 1 sobre o México, aos 19 minutos do primeiro tempo.

* Fontes para consulta: site oficial da Fifa, "O Livro de Ouro do Futebol", de Celso Unzette, "Almanaque dos Mundiais", de Max Gehringer, e Wikipédia.

A DECISÃO

No estádio Centenário, 93 mil pessoas viram os donos da casa conquistarem o título com triunfo por 4 a 2 sobre a Argentina, gols de Pablo Dorado, Pedro Cea, Santos Iriarte e Héctor Castro - Peucelle e Stábile marcaram para os argentinos.

História das Copas do Mundo

Resultado de imagem para copa do mundoDe quatro em quatro anos, seleções de futebol de diversos países do mundo se reúnem para disputar a Copa do Mundo de Futebol. 

A competição foi criada pelo francês Jules Rimet, em 1928, após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA (Federation International Football Association).

Até hoje já ocorreram 20 edições da Copa. A Copa do Mundo Rússia 2018 será a edição de número 21 e para entrar no clima, a partir de hoje iniciaremos uma série sobre as curiosidades da competição. Nesta postagem há apenas um pequeno resumo, mas a cada dia, de segunda a sexta, cada postagem apresentará um pouco mais das curiosidades de cada edição.

A primeira edição da Copa do Mundo foi realizada no Uruguai em 1930. Contou com a participação de apenas 13 seleções, que foram convidadas pela FIFA, sem disputa de eliminatórias, como acontece atualmente. A seleção uruguaia sagrou-se campeã e pôde ficar, por quatro anos, com a taça Jules Rimet.

Nas duas copas seguintes (1934 e 1938) a Itália ficou com o título. Porém, entre os anos de 1942 e 1946, a competição foi suspensa em função da eclosão da Segunda Guerra Mundial.

Em 1950, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. Os brasileiros ficaram entusiasmados e confiantes no título. Com uma ótima equipe, o Brasil chegou à final contra o Uruguai. A final, realizada no recém-construído Maracanã (Rio de Janeiro - RJ) teve a presença de aproximadamente 200 mil espectadores. Um simples empate daria o título ao Brasil, porém a celeste olímpica uruguaia conseguiu o que parecia impossível: venceu o Brasil por 2 a 1 e tornou-se campeã. O Maracanã se calou e o choro tomou conta do país do futebol.

O Brasil sentiria o gosto de erguer a taça pela primeira vez em 1958, na copa disputada na Suécia. Neste ano, apareceu para o mundo, jogando pela seleção brasileira, aquele que seria considerado o melhor jogador de futebol de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.

Quatro anos após a conquista na Suécia, o Brasil voltou a provar o gostinho do título. Em 1962, no Chile, a seleção brasileira conquistou pela segunda vez a taça.

Em 1970, no México, com uma equipe formada por excelentes jogadores ( Pelé, Tostão, Rivelino, Carlos Alberto Torres entre outros), o Brasil tornou-se pela terceira vez campeão do mundo ao vencer a Itália por 4 a 1. Ao tornar-se tricampeão, o Brasil ganhou o direito de ficar em definitivo com a posse da taça Jules Rimet.

Após o título de 1970, o Brasil entrou num jejum de 24 anos sem título. A conquista voltou a ocorrer em 1994, na Copa do Mundo dos Estados Unidos. Liderada pelo artilheiro Romário, nossa seleção venceu a Itália numa emocionante disputa por pênaltis. Quatro anos depois, o Brasil chegaria novamente a final, porém perderia o título para o pais anfitrião: a França.

Em 2002, na Copa do Mundo do Japão / Coreia do Sul, liderada pelo goleador Ronaldo, o Brasil sagrou-se pentacampeão ao derrotar a seleção da Alemanha por 2 a 0.

Em 2006, foi realizada a Copa do Mundo da Alemanha. A competição retornou para os gramados da Europa. O evento foi muito disputado e repleto de emoções, como sempre foi. A Itália sagrou-se campeã ao derrotar, na final, a França pelo placar de 5 a 3 nos pênaltis. No tempo normal, o jogo terminou empatado em 1 a 1.

Em 2010, pela primeira vez na história, a Copa do Mundo foi realizada no continente africano. A África do Sul foi a sede do evento que ocorreu entre os dias 11 de junho e 11 de julho de 2010. A Espanha tornou-se, pela primeira vez na História, campeã mundial.

Em 2014, a Copa do Mundo foi realizada no Brasil. O evento retornou ao território brasileiro após 64 anos, pois foi em 1950 que havia ocorrido a última copa no Brasil.


Curiosidades sobre a História da Copa do Mundo de Futebol 
  • O recorde de gols numa mesma Copa é do francês Fontaine com 13 gols (marcados na Copa de 1958). Já o recorde geral da História de todas as Copas é do brasileiro Ronaldo com 15 gols.
  • O Brasil é o único país que participou de todas as Copas do Mundo.
  • O Brasil é o país com mais títulos conquistados: total de cinco.
  • A Itália e a Alemanha foram quatro vezes campeã mundial. A Argentina e Uruguai possuem dois títulos. Inglaterra e França possuem apenas um título cada.
  • A Copa do Mundo é o segundo maior evento esportivo do planeta, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos.
  • As Copas do Mundo da França (1998), Japão / Coreia do Sul (2002), Alemanha (2006) e da África do Sul (2010) foram as únicas que tiveram a participação de 32 seleções. Vale lembrar que a Copa do Mundo do Brasil (2014) também contou com a participação de 32 seleções mundiais.
  • As maiores goleadas na história da Copa do Mundo de Futebol foram: Hungria 10 x 1 El Salvador (Copa de 1982); Iugoslávia 9 x 0 Zaire (Copa de 1974); Hungria 9 x 0 Coreia do Sul (Copa de 1954); Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita (Copa de 2002); Suécia 8 x 0 Cuba (Copa de 1938); Portugal 7 x 0 Coreia do Norte (Copa de 2010) e Polônia 7 x 0 Haiti (Copa de 1974).
  • A maior goleada imposta pela seleção brasileira ocorreu no Maracanã, durante a Copa do Mundo de 1950 realizada em nosso país. No quadrangular final, o Brasil venceu a Suécia pelo placar de 7 a 1.
  • A maior goleada sofrida pelo Brasil em jogos da Copa ocorreu em 2014. A seleção brasileira perdeu nas semifinais para a Alemanha por 7 a 1.
  • O Brasil possui o melhor desempenho na História da Copa do Mundo de Futebol: Foram 20 copas disputadas, ou seja, todas. Disputou 104 jogos com 71 vitórias, 16 empates e 17 derrotas. 
  • Em maio de 2014, a seleção brasileira ocupava o 4º lugar no ranking FIFA.
  • A Copa do Mundo de Futebol de 2018 ocorrerá na Rússia.
  • A partir da Copa do Mundo de Futebol de 2026, serão 48 seleções participantes. Durante o campeonato serão realizados 80 jogos em 32 dias.


Os campeões de todos os tempos
Uruguai (1930) / Itália (1934) / Itália (1938) / Uruguai (1950) / Alemanha (1954) / Brasil (1958) / Brasil (1962) / Inglaterra ( 1966) / Brasil (1970) / Alemanha (1974) / Argentina (1978) / Itália (1982) / Argentina (1986) / Alemanha (1990) / Brasil (1994) / França (1998) / Brasil (2002), Itália (2006), Espanha (2010), Alemanha (2014).

Fonte: Sua Pesquisa

Ginástica

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Fonte: TecSauGem

A ginástica é uma forma de exercícios físicos que é classificada em duas modalidades,  as competitivas onde existe competição, como nas olimpíadas  e também as não competitivas, como as praticadas em academias. A ginástica muitas vezes é procurada para quem quer melhorar o corpo, emagrecer ou até mesmo fortalecer os músculos e também melhorar o aperfeiçoamento mental em forma de relaxar a mente.

A ginástica desenvolveu-se efetivamente na Grécia antiga, a partir do exercícios que os soldados praticavam, incluindo habilidades e também acrobacias.

A palavra Ginastica, surgiu do grego Gymnastiké, que é a arte de fortificar o corpo e também dar-lhe agilidade. Ela se tornou um esporte olímpico a partir da Grécia, pois os gregos começaram a utilizar nas Olimpíadas de Atenas no ano de 1896, mas só para os homens. E foi no ano de 1928 que a participação das mulheres foi liberada em Amsterdã.

Como foi citado no começo do texto a ginástica é classificada em duas modalidades, as competivas e não competitivas. Entre as competitivas estão:
  • Ginástica acrobática: que tem como objetivo fazer acrobacias de forma que se tenha habilidade, força, equilíbrio, flexibilidade e também é realizada em equipe;
  • Ginástica artística: também é uma forma que se deve ter força, equilíbrio e habilidade, um exemplo, é o cavalo de alças;
  • Ginástica rítmica: esta modalidade envolve movimentos em forma de dança em variados tipos e dificuldades e também com a utilização de pequenos equipamentos;
  • Ginástica de Trampolim: nesta modalidade são usados um e dois trampolins para um ou dois atletas que devem executar uma série de dez elementos;


Entre as não-competitivas estão:
  • Contorcionismo que consiste em exercitar movimentos de flexibilidade poucos comuns e geralmente é mais usado em espetáculos de circo;
  • Ginástica cerebral: praticada através de exercícios e movimentos coordenados do corpo que, executados de maneira apropriada, acessam e estimulam partes específicas do cérebro;
  • Ginástica laboral: geralmente praticada no ambiente de trabalho para funcionários, durante o horário de trabalho, para se evitar lesões de esforços repetitivos;
  • Ginástica localizada de academia: são os exercícios feitos em academias que ajudar o condicionamento físico e também emagrecer e para alguns também o fortalecimento muscular ;
  • Hidroginástica: melhora a capacidade aeróbica e cardiorrespiratória e como o nome já diz é uma ginástica praticada na água;


Além de muitos procurarem ela para dar formas ao corpo e também ajudar a emagrecer, ela também é mostrada como forma de arte, como por exemplo, a ginástica olímpica. A ginástica não consiste apenas em exercícios feitos em academia, de certa forma ela é tudo que faz você movimentar seu corpo de forma que se exercite.

Fonte: InfoEscola

Esportes Olímpicos: Vôlei de Praia

História
 
Variação natural do vôlei, a modalidade praticada na areia foi inventada em 1895, nos Estados Unidos. Dispostos a praticar o esporte na praia, nas areias da Califórnia, os pioneiros começaram a dar seus saques e cortadas em 1920. Aos poucos, a idéia foi ganhando adeptos dentro e fora dos Estados Unidos, até que, em 1947, foi realizado o primeiro torneio oficial de vôlei de praia. Três anos depois, veio o primeiro circuito, composto por etapas jogadas em cinco praias da Califórnia.

O sucesso da iniciativa motivou a fundação, em 1960, da California Beach Volleyball Association (CBVA), que impulsionou a prática, consolidando a modalidade mundialmente na década de 1980. Arrebatando diversos jogadores de quadra consagrados, o esporte ganhou, na Austrália, o primeiro circuito profissional. Em 1996, nos Jogos de Atlanta, a modalidade tornou-se oficialmente um esporte olímpico.
No Brasil, a modalidade passou a ser praticada na década de 1930, de forma amadora, nas praias de Copacabana e de Ipanema, no Rio de Janeiro. Durante as décadas seguintes, o vôlei de praia ganhou milhares de adeptos no país, mas era encarado como mera brincadeira de fim de semana.
Isso mudou a partir de 1986, quando se realizou o Hollywood Volley, em Copacabana e em Santos (SP), com a participação de atletas brasileiros e internacionais. Oficializado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) após o Hollywood Volley, o vôlei de praia teve o seu primeiro Campeonato Mundial disputado nas areias de Ipanema, em 1987. A dupla Sinjin Smith/Randy Stoklos, dos Estados Unidos, conquistou o título, enquanto dois astros da Geração de Prata do vôlei de quadra brasileiro,  Renan e Montanaro, foram os brasileiros ma is bem colocados, terminando em terceiro lugar. Estava aberta a porta para a evolução de uma modalidade que hoje ocupa posição de destaque no cenário esportivo brasileiro.

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Curiosidades

Difícil adaptação

Não são poucas as estrelas do vôlei de quadra que migram para o vôlei de praia. Entretanto, a adaptação à nova modalidade nem sempre é fácil. Até hoje, só um atleta campeão olímpico na quadra conseguiu a façanha de conquistar a medalha dourada também nas areias. Trata-se da lenda norte-americana Charles Frederick Kiraly, mais conhecido como Karch Kiraly. Campeão com a Seleção dos Estados Unidos nas Olimpíadas de Los Angeles-1984 e Seul-1988, ele arrebatou o ouro nos Jogos de Atlanta-1996, ao lado do parceiro Kent Steffes. Kiraly é considerado por muitos o maior jogador de vôlei de todos os tempos.

Praia de nudismo

Na França, o vôlei de praia chegou de forma inusitada, pelas mãos de um empresário francês que se encantou com o esporte durante uma viagem à Califórnia. Em 1927, ele tratou de levar a novidade para a praia de nudismo que frequentava, em Francoville.


Acesse também 
Confederação Brasileira de Voleibol
Site: www.cbv.com.br 
Federação Internacional de Voleibol (FIVB): www.fivb.org